11º DIA – 14.09.2012 – 6ª
feira
(PERU:
Cuzco – Puquio)
Acordamos, tomamos café e, em vez de esperar que a Concessionária
Toyota trouxesse o carro, fomos lá pegá-lo, de táxi.
Quando chegamos, ainda o estavam lavando.
Antes de entregar, deram uma
lavada no carro – Cuzco - Peru
O problema que fez o carro não ser retirado no dia
11 foi o cabo do conta-giros, que foi quebrado durante a retirada da bomba
injetora para limpeza. Trocaram-no sem ônus.
Deixamos a concessionária e abastecemos o carro num
dos postos recomendados pelo engenheiro da Toyota como de confiança: Repsol, Primax,
Pecsa ou YPF. Pagamos S/.13,80/galão (US$ 5,35/R$ 10,97). Esperamos que agora seja seguro
mesmo.
Voltamos para o hotel, fizemos o check-out, rearrumamos a volumosa
bagagem no porta-malas e, às 9h30, deixamos a cidade de Cuzco.
Missão cumprida, que era vir a Cuzco de carro. Dá
alívio deixar para trás o ar seco, frio e pesado, além de todos os contratempos
decorrentes da falta de pressa e da desorganização com a qual nos deparamos dos
peruanos. Isso sem esquecer da comida!
O tempo estava bem nublado, frio, mas sem chuva.
Seguimos para Nazca, via Poroy e Abancay. Existe
outra estrada por fora da serra, mais plana, porém 4 horas mais longe. Fomos
advertidos, também, quanto ao maior risco de acidentes, por ter muitas retas e,
por isso, ser monótona para os motoristas.
Descemos a serra do Vale Sagrado, com cuidado pelas
curvas acentuadas e por causa da “Arca de Noé” na beira da pista: eram vários cachorros,
cavalos, vacas, porcos, ovelhas e outros bichos.
Como vimos cachorros nas ruas por onde passamos! Parece
até a Argentina.
Quase todo trecho entre Cuzco e Abancay foi
serpenteando as montanhas, descendo para a altitude de 1.800 m , mas subindo até
mais de 4.000 m .
O visual das montanhas é bacana, mas a minha cabeça apertou demais.
Vimos motoqueiros com câmeras nos capacetes e um ciclista viajando pelas montanhas. Muita coragem! Se já é
perigoso de carro, imagina em outro meio de transporte?!
Ainda bem que o conserto do carro parece ter ficado
bom! Já foi devidamente testado na altitude, e foi aprovado.
Paramos às 13h30 para almoçar em Abancay. Este foi um
trecho muito lento. Gastamos 4 horas para rodar 170 Km .
Comemos no Restaurante
Pez Picante (peixe picante), dentro da cidade.
Restaurante Pez Picante, em
Abancay – Peru
Yakissoba no Restaurante Pez
Picante, em Abancay – Peru
Lomo saltado no Restaurante Pez
Picante, em Abancay - Peru
O restaurante era uma cevicheria, mas servia carne
também. Não se arrisque no ceviche, pois é perigoso: cebola com peixe. Eu não agüento
cebola e limão em excesso!
Preferi comer algo que se parecia com o yakissoba.
O Marcio comeu lomo saltado, que é a carne bovina com arroz a alguns legumes.
Eu só comi o macarrão e deixei o resto.
Passamos sufoco com o trânsito. Ninguém respeita
nada. Tiram-se finos de rotina.
A cidade é horrorosa e empoeirada.
Sinceramente, a pior parte da viagem são as
cidades. Seria bom se entre as montanhas não tivesse cidade alguma.
O povo é feio, a comida não agrada, o clima é frio
e outras coisas mais. Acho que não recomendo para ninguém a viagem por esses
lugares.
A viagem não rendia. Percorremos 400 Km em 8 horas, subindo e
descendo montanhas. Chegamos a 4.600
m em Pampachiri, mais um povoado “daqueles”, às 17h22,
com 7° C fora do carro. A temperatura chegou a 2° C.
Como apertava mais ainda a cabeça e meu peito! Estava
muito ruim!
A vegetação é pampa e não há árvores, só caminhões
e lhamas atravessando a pista. Passamos dois sustos com um caminhão e um carro
vindo na contramão.
Vimos neve nas montanhas e vários lagos. Num deles,
havia flamingos.
Travessia de lhamas nos povoados
- Peru
A altitude não baixava de 4.000 m , e ficamos
preocupados pela possibilidade de ter que dormir nessa situação e, ainda por
cima, numa espelunca.
Altitude de quase 5.000 m na Cordilheira -
Peru
Já eram quase 18 horas, e dirigir ali no escuro não
cheirava nada bem. O prêmio foi ver a neve e o pôr do sol perto do céu.
Pôr do sol nas montanhas peruanas
O ritmo foi reduzido para a velocidade de 50
Km/hora. Até para fazer um xixi estava complicado, por causa dos cachorros. São
muitos na estrada.
Antes das 19 h achamos um oásis, a cidade de Puquio.
Pequena, mas constavam dois hotéis no GPS.
Um deles, o Los
Andes, foi o escolhido. Parece recém-reformado, é limpo, melhor e tem
garagem fechada. Pagamos S/. 50,00 (US$ 19,38/R$ 39,74). É muito melhor que a hospedagem
do povoado de Quincemil, nosso primeiro pernoite no Peru.
O piso das ruas é com placas de concreto e não de asfalto
ou de terra.
Jantamos num restaurante especializado em frango,
uma Polleria (Restaurante Maverick).
Descobrimos que Nazca ainda está a 3 horas daqui, apesar
de o GPS mostrar que só faltam 90
Km em linha reta. Ele não calcula com curvas.
Não conseguiríamos chegar lá hoje, com segurança,
de jeito algum.
Agora é descansar e tentar dormir na altitude de 3.200 m .
Acréscimos
do Marcio
Realmente é
impressionante como se vê cachorros ao longo da estrada. Muitos ficam deitados
no acostamento, observando aos carros passarem.
Todos os inconvenientes
mencionados pela Clênia (trânsito caótico, pessoas ‘feias”, animais na pista,
etc) fazem parte do contato/aprendizado da cultura local, experiência que não
teríamos com a mesma clareza se estivéssemos em um pacote turístico, quando
todos são poupados desses contratempos. Será um bom assunto para conversarmos
com os amigos ao voltarmos.
O carro parece que está
bom e ainda mais econômico.
No Restaurante Maverick, no povoado onde pernoitamos (Puquio), comi
milaneza de rês e a Clênia foi de sopa. Estavam razoáveis.
Sobre a distância para
Nazca (90 Km )
e o tempo para se chegar lá (3 horas), penso que não há nada de errado com o
GPS no cálculo, mas apenas que o trajeto é muito lento devido às curvas.
Aqui em Puquio está frio
pra cacete!
12º DIA – 15.09.2012 – Sábado
(PERU: Puquio
- Paracas)
Acordamos às 6h30. Conseguimos dormir apesar da
altitude e de uma festa com som alto que houve até a madrugada. Duro mesmo foi
tomar banho com a água fria, porque estava muito frio.
Enquanto o Marcio encarava o banho frio, eu fui lá
fora ver o que estava acontecendo.
Um simpático senhor do hotel me disse que a água estava
quente. Quando molhei a mão com a água da torneira “quente”, ela ainda estava
muito fria; a da torneira “fria” estava gelada. Por isso ele disse que não estava
fria. Rimos juntos quando eu disse que estava gelada.
Mesmo assim, tomei o tal do banho, imaginando estar
numa cachoeira gelada.
Tomamos café num restaurante vizinho ao hotel, o Los Andes, por sugestão da recepcionista.
No restaurante, pensei que a atendente era a
recepcionista do hotel. Elas parecem japonesas, de tão parecidas que são: os
olhos, o cabelo, a bochecha rosada e a estatura sempre pequena.
Um menino ajudava as moças a nos servir. Ele tinha
11 anos, com estatura de 8. Muito simpático, ele se divertia com a minha tentativa
de pedir as coisas em
espanhol. A primeira delas foi uma tigela para os cereais e para
o suco de mamão. A outra, foram os talheres. Nós todos ríamos.
Eles devem achar o nosso tipo de café da manhã
muito diferente. Para eles, o comum é ter arroz e carne, o chincharon. Eu peço ovo com pão, café e suco de mamão. Eles olham
assim com estranheza, mas atendem e fica gostoso. Sempre acrescentamos ao suco
aveia, farelo de trigo e sucrilho.
Hoje eu estava com uma fome absurda! Ontem jantei
só uma sopa. O Marcio comeu bife à milanesa com arroz e batata frita. Eu não
tive coragem. E ainda por cima, tinha algo na sopa que parecia gengibre.
De vez em quando vinha esse sabor na boca. Tomei um
pisco sour. Dos que tenho tomado por
aqui, nenhum tem o cheiro de ovo que senti no que me foi servido no restaurante
peruano Taipá, em Brasília. Estivemos
lá antes dá viagem para um primeiro contato com a comida deles.
Antes das 8 horas deixamos Puquio.
Vestimenta e penteado (trança)
típicos nas montanhas – Puquio - Peru
Rua do povoado de Puquio - Peru
Continuamos rodando por vários quilômetros perto
dos 4.000 m
de altitude e, mesmo com o solão e o céu azul, o frio era de matar. Imagino como
deve ser em junho (inverno), porque agora estamos em setembro (primavera).
Eu tenho usado dois casacos mais finos por baixo de
um casaco de tactel, para cortar o vento. Uso também uma calça de tactel com ceroula
por baixo.
Passamos pela Reserva Nacional Pampa Galeras Bárbara D’Achille,
onde avistamos várias vicunhas atravessando a pista.
Vicunha
na Reserva Pampa Galeras Bárbara D’Achille - Peru
Vicunhas
cruzando a pista na rodovia para Nazca - Peru
Havia vários caminhões e muitas curvas.
Definitivamente não teria sido bom dirigir aqui à noite, caso tivéssemos seguido
viagem mais um pouco ontem.
Paramos para umas fotos com o cacto
conhecido como “candelabro”. A altitude estava 1.000 m a menos, e já
estava bem mais quente. Tirei todos os casacos, como se eu fosse uma cebola.
Vimos 3 condores perto dos
“candelabros”. Eles têm mais de 3
m de envergadura.
Clênia
e o cacto candelabro - Peru
Paramos para almoçar em Nazca, às
11h15, no Restaurante La Taverna.
Suas paredes são
totalmente escritas com mensagens dos clientes.
Paredes
com mensagens dos clientes: Restaurante La Taverna – Nazca - Peru
Vimos uma de um brasileiro, de
1988; outra, de JUN/2012, de egípcios em lua-de-mel fugindo da revolução que houve
lá.
O Marcio colocou nosso adesivo da
viagem no vidro da porta de entrada.
Registro
da nossa passagem por Nazca - Peru
Comemos um menu turístico, que incluía creme de aspargo e macarrão ao molho.
Este molho era igual ao molho caseiro que se faz na Paraíba.
Quando pegamos o carro,
percebemos um barulho que parecia uma vibração de lata no escapamento. Paramos
num mecânico na beira a estrada, ainda em Nazca, para ver o que poderia ser.
As condições do lugar eram bem
precárias. O mecânico entrou embaixo do carro e saiu de lá com uma peça na mão
dizendo que ela estava gasta. Era o anel de vedação do escapamento.
O Marcio foi a uma loja do outro
lado da pista, mas estava fechada para o almoço (aqui eles fazem a siesta). Foi
à outra loja, mas não tinham a peça.
O mecânico e o Marcio acabaram
indo ao centro, de táxi, para tentar achar. Mas, nada.
Às 14h30 abriu uma das lojas ao
lado da oficina, mas também não tinha.
Aí foi a vez de o mecânico ir almoçar
e retornar às 15h.
Oficina
em Nazca, para mais um reparo no carro - Peru
A solução provisória foi colocar
silicone na junta do escapamento.
Pegamos um calor terrível e com
ele, pela falta de infra-estrutura, as moscas. Esse tipo de coisa que não existe
no frio da altitude.
O mecânico Angel cobrou S/. 10,00
(US$ 3,88/R$ 7,95) pelo serviço.
Angel,
o mecânico que nos atendeu em Nazca - Peru
Deixamos Nazca às 15h30.
Enquanto esperávamos o mecânico retornar do seu almoço,
comi um sorvete sem tomar lactase. Não deu outra: diarréia na estrada, sob um
calor de 30° C, muita poeira e olhando para as montanhas acinzentadas de Nazca.
Foi trágico, para não dizer cômico.
Na estrada, passamos por uma
torre para observação das Linhas de Nazca,
mas essa atração só veremos depois que voltarmos do Equador.
Avistamos laranjais e mangueiras,
parecendo área irrigada. Mas só víamos rios secos! Não sei de onde vinha a
água.
Conseguimos registrar mais um por
do sol de arrasar no meio do deserto peruano.
Lindo
pôr do sol na Rodovia Pan-americana - Peru
Depois de dois dias enfrentando
frio, altitude, poeira e calor, para rodar menos de 900 Km , finalmente chegamos ao
Oceano Pacífico, à cidade de Paracas, pertinho de Pisco.
Completado o trecho interoceânico,
porém não a Rodovia Interoceânica, pois ainda há mais dela para o norte.
Assim que entramos na cidade
paramos numa loja de turismo, onde compramos o passeio para amanhã para as Islas Ballestra, um conjunto de ilhas
próximo à costa com pingüins, lobos-marinhos, inúmeras aves e visuais bacanas.
O passeio deve durar 2 horas. Pagamos S/. 35,00/pessoa (US$ 13,57/R$ 27,81), além da entrada do parque, mais S/. 6,00 (US$ 2,33/R$ 4,77).
Nosso pernoite, seguindo
orientação do agente da loja de turismo, Lúcio, será na Posada El Emancipador. Pagaremos S/. 206,40 (US$ 80,00/R$ 164,00).
Minha barriga não está muito bem.
Espero que amanhã eu não tenha surpresas.
Acréscimos
do Marcio
Apesar de lento o trecho
das montanhas até Nazca (mais de 4 horas para rodar 250 Km ), a estrada está em
ótimas condições, lisa e sem buracos.
Em Nazca abastecemos no
Posto Repsol, seguindo dica do chefe da oficina da Concessionária Toyota de
Cuzco. O carro fez quase 13 Km/l. Está ótimo!
Após o almoço, ao ligar
o motor, percebi que estava fazendo um barulho de vibração embaixo. O problema
era na junta de vedação da emenda do escapamento, bem abaixo do assoalho do
carona, mas não encontramos a peça na cidade. Terei que trocar quando achar a
nova. Perdemos quase 3 horas nisso.
Quando peguei o táxi junto
com o mecânico, percebi que aqui é comum compartilhar a “corrida”, assim como
na Grécia. Quando entramos no carro, já havia outro passageiro e seguimos
juntos até os destinos. Custou (ida e volta) S/. 6,00 (US$ 2,33/R$ 4,77).
Resolvemos ficar em
Paracas, em vez de Pisco, pois as atrações estão lá (Islas Ballestras,
Reserva Paracas, etc.).
Jantei no restaurante da
pousada, só, pois a Clênia ainda não estava se sentindo bem da barriga.
Amanhã, após os passeios
por aqui, ainda seguiremos para Lima.
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