quinta-feira, 30 de maio de 2013

(072) 2012 - Viagem ao Peru, Equador e Bolívia - BRASIL - PERU: DA FRONTEIRA ATÉ CUZCO


5º DIA – 08.09.2012 – Sábado

(BRASIL: Capixaba-AC - PERU: Quincemil)

Acordamos às 5h40, tomamos café e deixamos a cidade quase às 8 h.
Demoramos um pouco a sair, pois um hóspede estava colocando uma moto na caçamba de uma caminhonete, bem na passagem da saída da garagem.
Apesar disso, fomos bem atendidos. O dono, o Alberto, um capixaba que mora aqui há 38 anos, é uma simpatia. Concordou até em vender para o Marcio um dos seus travesseiros, para que não tivéssemos que esperar o comércio abrir. Era do tipo que ele queria, alto e duro, e que não achava de jeito algum.
Enquanto esperávamos, pararam vários grupos de trabalhadores para tomar café com pão e manteiga no hotel.
Passamos pela cidade de Brasiléia (AC) antes das 10 h, e lá havia sinal da operadora de telefonia VIVO. Aproveitamos para usar a internet e para dar telefonemas para amigos e familiares pelo celular.
Aproveitei para postar no Blog e no Facebook, pois em Capixaba (AC) a única operadora de celular era a Oi e o hotel não tinha internet.
Ainda bem que não pernoitamos em Brasiléia (AC). A cidade faz fronteira com a Bolívia e parece bem bagunçada.
Vimos várias placas sinalizando o acesso para o Peru e para o Oceano Pacífico.
A estrada de Capixaba (AC) até Assis Brasil (AC) tem buracos em muitos trechos, o que atrasa a viagem.
Chegamos a Assis Brasil (AC) antes das 11 h. Abastecemos com o diesel mais caro da viagem, inacreditáveis R$ 2,88/litro (US$ 1,40). Ainda bem que tínhamos rodado pouco.

Abastecimento em Assis Brasil (AC): diesel mais caro da viagem: R$ 2,88

Passamos na migração brasileira, fizemos os procedimentos para saída do Brasil e fomos almoçar.

Posto da migração brasileira em Assis Brasil (AC), fronteira com o Peru

Seguindo dica da policial brasileira, almoçamos no único restaurante da cidade, o Paladar.
Demos sorte, pois fomos os primeiros a comer no self- service. Almoçamos bem.
Após o almoço, rodamos mais 3 Km e já estávamos no Peru.

Cidade peruana de Iñapari: fronteira com o Brasil no Acre

Aqui é uma hora a menos do que no Acre. Assim, estamos duas horas mais cedo do que Brasília (DF). Isso nos é favorável, para podermos ir mais longe hoje, ainda com luz do dia.
Fizemos a migração (para nós) e a aduana (para o carro) em lugares diferentes, mas um ao lado do outro.
Para o carro, tivemos que tirar cópias dos documentos dele, da carteira de habilitação e do passaporte do Marcio numa quitanda em frente à polícia peruana. Pagamos em Real mesmo.
Com a pressa, o Marcio esqueceu o documento do carro na copiadora. A sorte foi que a moça que copiou percebeu e nos avisou a tempo. Teria sido um transtorno se tivéssemos partido e deixado lá.
Demos sorte de sermos somente nós dois na aduana. Quando há grupos, a espera pode ser grande, pois só tem um computador para o cadastro do carro. Além disse, o policial era um pouco limitado. Mas todos foram simpáticos conosco.
Ao final, um adesivo foi colocado no pára-brisa do carro, com os dizeres SUNAT. Olharam a bagagem, não perturbaram e nos liberaram.
O Marcio deu aos três policiais latinhas de Guaraná Antártica, trazidas para serem usadas como presente.
Tudo isso aconteceu sob um calor que devia estar beirando os 40° C.

Local da migração e da aduana peruana

Segundo as pesquisas do Marcio na internet, para rodar no Peru é preciso comprar o SOAT, o Seguro Obrigatório de Acidentes de Trânsito. Tentamos comprar no local onde tiramos as cópias, mas o formulário tinha acabado. Fomos orientados a comprá-lo em Puerto Maldonado ou em Cuzco.
A floresta amazônica do lado peruano é mais densa.



Vegetação do lado peruano



Por aqui também tem área desmatada, mas é menos. Vimos, sim, muitos focos de incêndio.
A estrada é boa, mas o Marcio optou pela cautela por causa da polícia. A policial brasileira nos disse que têm sido constantes as reclamações contra policiais peruanos, que inventam desculpas para conseguir uma propina.
Chegamos a Puerto Maldonado antes das 15 horas. Paramos na Plaza de Armas para tentar comprar o tal do seguro SOAT.



Plaza de Armas de Puerto Maldonado - Peru

Um policial nos disse que por ser sábado nada estava aberto. Somente funcionava de segunda a sexta-feira.
Em volta da praça tinham alguns restaurantes. Aproveitei para tomar um Café Expresso e ainda compramos duas empanadas, um tipo de pastel assado, comum também na Argentina e no Chile. Escolhemos uma de carne e uma de frango.
Assim como aconteceu na Argentina e no Chile, o cartão do GPS está detalhando bem as ruas. Isso é ótimo!
Puerto Maldonado parece aprazível, mas é um forno e tem muitas motos. Elas são adaptadas para uso como mini-carros e moto-táxi, que cabem até três adultos. O piloto ocupa o lugar normal da moto.

Moto adaptada para transporte de passageiros – Puerto Maldonado - Peru

Pareceu-nos que só é obrigatório o uso de capacete para o piloto das motos. Não temos visto nenhum passageiro usando um. Quase não vimos carros, só motos. Muitas motos.
O nosso contato com o espanhol dos peruanos tem sido tranquilo. A aplicação do Marcio ao espanhol está dando certo. O espanhol dele está ótimo!
O espanhol do policial ao qual pedimos informações era rápido, mas dava para entender.
Passamos por alguns pedágios e pagamos S./ 5,00 em cada um deles (US$ 1,94/R$ 3,97). A moeda peruana é chamada SOLES.

Praça de pedágio (peaje) na interoceânica - Peru

Em troca, as estradas não têm buracos e têm locais de parada para descanso com lanchonete e guincho.
Passamos por lugares horrorosos, bastante semelhantes aos que vimos na África. Várias casas em madeira, palafitas, comércio vendendo de tudo. Não era feira, mas o povoado.

Povoado por onde passamos no caminho para Cuzco - Peru

Abastecemos no Peru pela primeira vez aqui. O diesel, aqui chamado de petróleo, é vendido na unidade galão e não em litros como no Brasil. Cada galão equivale a 3,78 litros, e está bem mais caro do que no Brasil: R$ 2,82/litro (US$ 1,38). Gastaremos muito dinheiro com o diesel.
A gasolina aqui é mais barata que o diesel, mas tem que ser considerado que o consumo do carro a gasolina é, geralmente, mais elevado do que o do mesmo veículo movido a diesel.

Primeiro abastecimento no Peru: combustível vendido em galão

Vimos três Araras Canindé. Não imaginava encontrá-las aqui no Peru. Elas são comuns no cerrado.
O pôr do sol foi antes das 18 h (20 h em Brasília - DF).
Pegamos um trecho de subida antes do povoado de Mazuca, com muitas curvas bem acentuadas e placas orientando para buzinarmos ao entrar nelas.

Aviso para buzinar antes da curva

O povoado de Mazuca, a nossa esperança para pernoite, era uma bagunça. Havia algumas hospedagens, mas foi dando uma coisa ruim para não ficarmos ali. Resolvemos seguir mais um pouco, até Quincemil, outro povoado.
Não contávamos ter que seguir por 50 Km de curvas extremamente sinuosas, à noite, pela floresta amazônica virgem, com muitas placas indicando risco de desabamento e margeando rios.
Foi arriscado, mas ouvir os barulhos da selva e imaginar os bichos que estariam ali no meio das árvores gigantes foi demais! Lamentamos não estar passando com luz do dia, para curtir o visual.
Chegamos a Quincemil às 19 horas. Fomos a duas hospedagens, mas eram bem simples, daquelas que cobram por cama e só tem banheiro coletivo. Sem contar o aspecto de muquifo e de falta de higiene.
Mas tínhamos que pernoitar aqui.
Interessante é o jeito das pessoas quando dão informação. Elas te seguem, dando a entender que vão te mostrar onde é o local, mas somem.
Fomos a uma terceira hospedagem (Hospedagem El Olimpio), e quando perguntei sobre quarto com banheiro privado, o recepcionista mostrou o que naquele momento pareceu-nos ser a suíte presidencial. Era um quarto grande, com banheiro e banheira. Pagamos S/. 60,00 (US$ 23,26/R$ 47,67) pelo pernoite.

Nossa suíte na Hospedagem El Olimpio – Quincemil - Peru

Parecia quarto de gângster, pois a porta era equipada com fechadura de segurança, como se fosse para guardar alguém importante ali. O detalhe: a água do chuveiro era fria. Mesmo sendo quente o local, água morna é muito melhor para relaxar.
Jantamos num restaurante igualmente simples, e nos limitamos a tomar uma sopa de arroz, rezando para ela não nos causar diarréia.
Estamos a 230 Km de Cuzco.
Amanhã seguiremos viagem e subiremos os Andes.

Acréscimos do Marcio

A estrada de Capixaba (AC) para Assis Brasil (AC) também estava toda esburacada, o que tornou o deslocamento no trecho mais lento do que poderia ser.
Em Assis Brasil (AC) fizemos o último abastecimento no país, pagando o maior preço até ali: R$ 2,80/litro (US$ 1,37).
O vidro da janela do escritório do posto era cheio de adesivos de viajantes. A frentista perguntou se queríamos colocar o nosso lá. Fizemos isso. Foi o nosso primeiro a ser colado.
Fizemos os procedimentos de saída. A agente da Polícia Federal comentou sobre o fato de a polícia peruana pedir propinas. Disse-nos, também, que um amigo seu comentara que, na Bolívia, com R$ 800,00 (US$ 390,24) vivia-se muito bem.
Almoçamos e, antes de seguirmos, deixei um bilhete escrito no verso do nosso adesivo para o colega do BB que nos ajudou com informações antes da viagem (fase do planejamento).
A aduana peruana de entrada foi demorada. Tivemos que tirar cópia dos documentos do carro, do meu passaporte e da minha habilitação.
Depois, mais uma espera para o agente preencher os formulários. Ficamos quase 1 hora por lá. Ainda bem que o fuso horário era de menos 1 hora.
Após os procedimentos, um adesivo da fiscalização foi colado em nosso pára-brisa.
Na rua, ao redor, havia pessoas oferecendo câmbio, mas esqueci de perguntar a taxa, pois já possuía os soles que comprara no Brasil.
Fomos parados 2 vezes pela polícia peruana, mas foram simpáticos e tudo correu bem. Um deles até apertou minha mão em cumprimento.
Paramos na cidade de Puerto Maldonado para tentar comprar o seguro SOAT, mas como era sábado, tudo estava fechado. Compramos empanadas para lanches futuros e a Clênia bebeu café por S/. 8,00 (US$ 3,10/R$ 6,36).
Como ainda era cedo, resolvemos seguir adiante e fomos dormir no povoado Quicemil.
A hospedagem foi horrível, mas era a melhor do local. Tinha até banheira de hidromassagem -- ainda em instalação --, rede e TV de 42 polegadas.
A estrada até Quincemil está nova e o asfalto é muito bom. O pedágio custou S/. 5,00 (US$ 1,94/R$ 3,97) cada.
O combustível no Peru é vendido na unidade galão (3,78 litros), e está custando caro. No primeiro abastecimento, o galão custou-nos S/. 13,40 (US$ 1,38/litro – R$ 2,82/litro). A gasolina custa menos que o diesel no Peru.

6º DIA – 09.09.2012 – Domingo

(PERU: Quincemil - Cuzco)

Acordamos às 5 h, pois para nós já eram 7 h.
Tomamos banho frio. Uma beleza para pele!
Fomos ao restaurante onde jantamos ontem, para o café da manhã. Levamos suco de laranja, sucrilho, aveia, banana e a única coisa que usamos de lá foram os pratos, os talheres, pão, ovo e o café. Pagamos S/.6,00 (US$ 2,33/R$ 4,77). Acho que ela cobrou mais pelos pratos do que pela comida.
Durante o café começou a chover torrencialmente.
Às 7h30 já estávamos na estrada.
O povoado de Quincemil é o último lugar em baixa altitude antes de Cuzco, que está a 230 Km. Mal saímos e já começamos a subir. O trecho inteiro é furando a floresta e serpenteando o Rio Araza.

Serra que leva de Quincemil para Cuzco - Peru

A temperatura caiu absurdamente para 8° C e a altitude foi logo a 3.100 m. Já dá uma sensação esquisita no corpo.
Incrível são os povoados antes de Cuzco, com as pessoas vivendo na altitude, no frio, com paisagem de montanha, sem apoio de quase nada.
A Rodovia Interoceânica é novinha, mas com alguns pontos de desmoronamento no asfalto, apesar das barreiras de contenção largas e bem feitas.
Sem trégua da chuva fina, improvisamos uma foto com a câmera debaixo do guarda-chuva.

Foto com a câmera debaixo do guarda-chuva

A altitude máxima que pegamos foi de 4.800 metros. Nesta parte dos Andes peruanos nevou e vimos picos cobertos de neve. Estava um frio de 5° C.

Ao fundo, o Pico Colgante - mais de 6 mil metros de altura, e com neve

5° C – êta frio!!

O visual é de babar! E o frio também!

A estrada sempre sinuosa e subindo - Peru

Tem que se adicionar casacos!

Lago com espelho d’água no Pico Colgante - Peru

Visual da Interoceânica - Peru

Num dos povoados, uma mulher fez sinal para que parássemos. Ela queria carona, mas dissemos que o carro estava cheio e ela entendeu. Era uma peruana típica, com o vestido e xale coloridos com vermelho, chapéu e tranças, e ainda mascava um tufo de folha de coca. Um personagem! Ainda usava uma ceroula por baixo da saia rodada.

Peruana típica pedindo carona - Peru

De repente, o carro começou a engasgar e a soltar muita fumaça branca. Mas melhorava quando a altitude diminuía um pouco. Acho que ele não gostou de pouco oxigênio. Gerou certa preocupação também. Dentro do carro estamos sentindo cheiro de diesel.
Em outro povoado havia dois casamentos acontecendo, puxados por uma banda.
Almoçamos em Tipón, a 14 Km de Cuzco, no Restaurante La Hacienda. O prato preferido é o Cuy, animal parecido com um porco-da-índia. Eles o vendem assado, acompanhado de batatas roxas.
Comemos truta andina frita, acompanhada da tal batata. Ela tinha cor de salmão. Veio também espaguete, mas estava horrível.









Truta com cor de salmão – Restaurante La Hacienda – Tipón – Peru

Cuy: prato típico, parecido com o porquinho da índia. Nem pensamos em experimentar

Ficamos com fome, pois a truta era bem fina. Pagamos S/. 37,00 (US$ 14,34/R$ 29,40) pelo almoço.
Chegamos a Cuzco às 14 h. Não chovia, estava 20° C e eu já estava com casaco de neve. Detesto sentir frio!
Ainda bem que é hoje domingo! Não tinha trânsito e conseguimos achar o Hotel Prisma facilmente.
Antecipamos em 1 dia a nossa reserva e demos sorte de achar quarto disponível. Pagamos US$ 55,00 por hoje. De amanhã para frente, pagaremos ao hotel o valor acertado via Booking.com, quando fizemos a reserva pela internet.
Como chegamos antes do previsto, decidimos antecipar a partida de Cuzco em 1 dia, mas ficaremos as mesmas cinco diárias previstas. No meio delas, teremos um pernoite na cidade de Aguas Calientes.
O quarto que conseguimos é no quarto andar e a garagem fica ao lado do hotel, mas é cobrada à parte, S/. 20,00 (US$ 7,75/R$ 15,89) por dia.
Subir a bagagem para o quarto, sem oxigênio, foi a pior coisa para mim. Pensei que fosse ter um treco de tanta taquicardia. Não tem elevador.
Para reduzir a quantidade de diárias com a Booking.com, liguei para eles pelo skype, usando o Wi-Fi do hotel. Caiu na Inglaterra e tive que acionar o inglês. O duro foi que quiseram falar com alguém da recepção.
Desci até lá e a recepcionista pediu que colocassem na linha alguém que falasse espanhol. Era duro quando ela passava o telefone para mim!
A operação acabou dando certo, mas deu um trabalho.
Saímos para passear um pouco nas partes mais turísticas, e vimos a Plaza de Armas e quatro igrejas em menos de 500 metros. Trocamos dinheiro numa casa de câmbio e jantamos.

Plaza de Armas e Catedral de Cuzco – Peru

Nós na Plaza de Armas de Cuzco - Peru

Estamos mesmo muito cansados!
Cuzco é bem turística. Para os padrões peruanos, até que tem bastante estrutura para o turismo.
Jantamos na Tratoria Adriano. A comida demorou absurdamente, mas estava gostosa. Não aventuramos pedir nada típico.
A minha cabeça está doendo insuportavelmente!. Dá vontade de chorar de dor. Tomei paracetamol, e nada. É a altitude. O Marcio não tem sentido nada. Espero que melhore.
O hotel onde ficamos é bem localizado e está lotado de americanos. É bem barato em relação aos demais.

Acréscimos do Marcio

O mapa do GPS que comprei antes da viagem está excelente, mostrando tudo. Com ele, achar o hotel em Cuzco foi fácil.
A cidade de Cuzco está repleta de turistas. Ainda bem que reservamos tudo antes da viagem (hotel, trem, guia, etc.).
O carro está com problema no motor. Amanhã vou levá-lo na Concessionária Toyota daqui.
 

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