segunda-feira, 20 de maio de 2013

(054) 2009 - Viagem à Patagônia e à Terra do Fogo - ARGENTINA: DE MENDOZA AO CERRO ACONCAGUA E INÍCIO DO RETORNO AO BRASIL

36º DIA – 13.11.2009 – 6ª feira
(ARGENTINA: Mendoza – FRONTEIRA COM CHILE: Cerro Aconcagua – La Paz)

Acordamos às 7 h, tomamos café e deixamos o hotel às 9 h.


Pagamos a conta inicialmente com peso argentino, mas percebemos que era melhor fazê-lo em dólar, para não nos descapitalizarmos, uma vez que ainda teríamos despesas na Argentina. Foi-nos desfavorável (US$ 1,00 – AR$ 3,50), mas necessário. Perderíamos mais tempo se tivéssemos que nos deslocar até uma casa de câmbio no centro de Mendoza.


Seguimos para a Reserva Provincial do Cerro Aconcagua, a 180 km de onde estávamos.

Saímos de 1.000 m de altitude para quase 3.000 m. Relembramos como é estar na alta altitude. Foi de lascar! Ficou ruim para respirar. Pude notar logo que passou dos 2.000 m. O Marcio estava bem.

A estrada para a Reserva é a mesma que vai para Santiago, no Chile. É sensacional, cheia de curvas, túneis, passando pelas montanhas pré-andinas e depois pelas andinas, estas ainda com neve e algumas multicoloridas, como na cidade de Purmamarca, onde estivemos nas férias passadas (Cerro de las Siete Colores).

Trecho da estrada de Mendoza para o Cerro Aconcagua - Argentina

Paramos para abastecer em Potrerillos, um dos povoados na estrada, que parecia um oásis no meio daquela paisagem de filme.

Posto YPF em Potrerillos, com a Cordilheira dos Andes ainda nevada ao fundo - Argentina

O trânsito de caminhões era intenso, por se tratar de uma rota internacional para o Chile. Muitos deles eram brasileiros.

Chegamos ao parque quase ao meio-dia. No Centro de Informações há orientações para os alpinistas que querem se aventurar em escalar a montanha de 6.900 m. Essa aventura pode durar até 20 dias.

Tivemos que desenterrar nossos casacos que já estavam empacotados, para encarar o vento frio que soprava naquela altitude de 2.900 m.

Clênia brigando com o vento para vestir seu casaco. Reserva Provincial do Cerro Aconcagua – Fronteira da Argentina com o Chile

O Aconcagua é a montanha mais alta das Américas, com 6.962 m. No mundo, é a mais alta fora do Himalaia.

Como é linda a região, cheia de montanhas ainda com neve!

No parque, conseguimos ver apenas uma ponta do Aconcagua, pois fizemos o percurso mais curto, de 2 km, de fácil acesso, baixa dificuldade e que consumia só duas horas de caminhada.

Dentro da Reserva Provincial, com o Aconcagua encoberto ao fundo - Argentina

Marcio caminhando na Reserva Provincial Cerro Aconcagua - Argentina

Para se avistar mais da montanha era preciso pegar uma trilha de 4 horas de caminhada, mas estávamos com o tempo contado, pois hoje mesmo já iniciaremos nossa volta para o Brasil.

Aqui têm trilhas para todos os gostos e disposições. Tem de oito e de vinte dias. Esta última é para profissional, quando todo o material é levado por mulas e tem que se aclimatar por períodos mais longos, para suportar a altitude e o frio intenso. Acho que eu não conseguiria ficar vinte dias tomando banho “checo” e em condições extremas para o ser humano.

Este é o Aconcagua, por onde alguns poucos se aventuram. Ele é subdividido em setores, para melhor orientar os montanhistas. Nele, há glaciares colgantes em alguns de seus platôs próximos ao topo.

Não conseguimos avistar o ponto culminante, pois a toda hora vinha uma nuvem e o tapava. Mas demos sorte de ver grande parte dele.

O Pico do Aconcagua encoberto pelas nuvens. Difícil avistá-lo totalmente - Argentina

Ventava tão gelado em alguns trechos que dava a impressão de as montanhas estarem dizendo para nós: “vão embora, isso não é para vocês”. Viagem total, mas o ambiente é inóspito mesmo.

Quando o vento parava, o calor predominava, pois estávamos em movimento e super-agasalhados. O fôlego ficava difícil em alguns trechos mais íngremes.

Vimos vários pássaros pequenos. Não existem árvores no local. Então, eles têm que ficar pelo chão e na neve. Em algumas épocas têm até flamingos e colhereiros.

Flamingo na trilha do Cerro Aconcagua - Argentina

Clênia e a Laguna Espejo, dentro do parque onde fica o Cerro Aconcagua - Argentina

Há algumas lagunas e neve nas trilhas.

Teríamos nos arrependido se tivéssemos optado por fazer um tour por Mendoza, em vez desse passeio. Ele é espetacular!

No retorno a Mendoza, paramos para almoçar num povoado nas montanhas, o Penitentes, onde funciona uma das duas estações de esqui existentes entre a Reserva e a cidade.

O lugar tem uma excelente estrutura para esquiadores. O turista se hospeda, come e esquia ali mesmo.

Almoçamos no Parador Penitentes.

Mais adiante, vimos um atrativo turístico inca no povoado de Puente Del Inca. Trata-se de uma edificação construída na rocha, às margens do Rio Mendoza. Lá, existe uma ponte natural na pedra, que está interditada por risco de desabamento.

Edificação na rocha. Povoado Puente Del Inca - Argentina

Seguimos viagem. Pouco mais adiante ficamos parados na estrada, devido a um acidente entre dois caminhões. Como um dos motoristas morreu, houve necessidade de perícia no local e tudo ficou parado aguardando o trabalho ser concluído.

Isto atrasou a nossa viagem em uma hora, e o nosso plano de pernoitar na cidade de San Luiz teve que ser mudado. Decidimos que dormiríamos em La Paz.

Enquanto estávamos parados na rodovia aguardando sua liberação, chegou um grupo de pessoas que ia fazer rafting no Rio Mendoza, que corria bem ao lado da pista Eles já estavam com colete salva-vida e prontos para descer o rio, que parece ser bem apropriado para essa atividade.

A galera disposta a descer o Rio Mendoza. Ao fundo, o engarrafamento. Argentina

Rio Mendoza descendo a cordilheira. A região é repleta de operadoras de rafting - Argentina

Diferente das lagoas que temos visto, o Rio Mendoza tem a cor amarronzada e é bem largo em alguns trechos, mas estava com pouca água correndo.

Ponte sobre uma linha férrea abandonada. Estrada de Mendoza para Santiago - Argentina

Paramos para pernoite na cidade de La Paz. Subestimei o lugar. Achamos um hotel. O único naquela parte da cidade onde estávamos, mas ajeitado.

O proprietário, assim como em todos os lugares por onde passamos na Argentina e no Chile, nos recebeu muitíssimo bem. Assim como todos, quis saber se estávamos indo ou vindo do Brasil, pois viajamos em nosso próprio carro.

Por indicação do proprietário do hotel, jantamos num restaurante que ficava na mesma rua, o Don Alberto.

Comemos frango com salada. Eu só pensava nos banquetes que vínhamos tendo até há poucos dias. O importante era que estava saboroso e que a fome era grande.

Amanhã seguiremos no retorno ao Brasil, e o plano é de ir até a cidade de Santa Fé.

Acréscimos do Marcio

De fato, nossa opção de utilizar este dia para irmos até o Aconcagua foi a melhor.

A estrada é muito pitoresca, pois vai serpenteando a pré-cordilheira e mostrando para quem ali está uma paisagem linda, com as montanhas ainda cobertas com neve, o Rio Mendoza sempre presente à direita, diversos túneis, etc.

Ao longo do trajeto existem diversos locais onde fazem rafting pelo rio. Deve ser um excelente passeio em época mais quente, o que não era o caso hoje.

Quando chegamos, a Reserva Provincial do Cerro Aconcagua não estava cheia como eu pensava que a encontraríamos. Mesmo assim, havia muitas pessoas que, pela imensidão do lugar, passavam quase que despercebidas.

No circuito que fizemos dentro da Reserva, passamos por duas lagoas de águas esverdeadas, formadas pelo degelo da neve acumulada no inverno. Essa neve deve ser tanta, que uma avalanche ocorrida nesta temporada destruiu completamente um abrigo que havia no caminho por onde passamos.

Circulamos por umas duas horas, alternando entre frio e calor, dependendo da exposição ao vento, que em alguns lugares soprava muito frio.

Uma coisa interessante que observamos é que, nessa estrada para Santiago – Chile, os procedimentos de entrada e de saída do país são realizados bem antes da fronteira, havendo, inclusive, a opção de passar direto, para aqueles que, como nós, vão apenas visitar a Reserva. O prédio da aduana fica localizado num desvio.

No Parador Penitentes, onde almoçamos, conseguimos pagar a comida com os pesos chilenos que ainda tínhamos. A taxa não foi muito favorável, mas foi melhor que voltar para o Brasil com aquela quantidade de dinheiro.

Mais adiante, no povoado de Upsalata, conseguimos também pagar o combustível com os pesos chilenos. No posto, a Clênia comprou água e algumas coisinhas utilizando suas sobras.

Um acidente com dois caminhões atrasou tremendamente nossa viagem e acabou com nossos planos de pernoitarmos muito mais distante de Mendoza. Toda a demora foi devido à perícia, que foi realizada sem que houvesse trânsito de veículos na área do choque. Um dos motoristas morreu na hora.

Nos arredores de Mendoza a sinalização da estrada para nosso destino era confusa. Optamos por confiar no GPS e acabamos passando por dentro de várias pequenas cidades, inclusive por lugares por onde passamos ontem, quando visitamos as vinícolas.

E a Clênia ainda aventou a possibilidade de irmos a uma vinícola para comprar algumas garrafas do vinho branco da uva “torrontés”. Imagina!! Já eram 19 horas e, certamente, tudo já estaria fechado.

Enfim, depois de alguma coisa que considerei perda de tempo, conseguimos chegar à estrada e seguimos para nosso pernoite. A sorte é que, devido à latitude, anoitecia mais tarde e tivemos luz solar até quase às 20h30.

Na cidade de La Paz, ficamos hospedados no Hotel Molina, logo na entrada, a apenas 3 km da estrada. A garagem do hotel era em outro prédio, que me pareceu ser a casa de um amigo do proprietário.

Depois do jantar ainda demos uma caminhada pelos arredores e tomamos um sorvete na Heladeria La Pietro, situada próximo a uma praça.

A sorveteria ocupava um local bem amplo e com cadeiras na calçada. Coisa típica de uma cidade pequena e tranqüila. Uma área daquela em uma cidade maior custaria tão caro que, creio, inviabilizaria o negócio.

Batemos um papo com a menina que servia, que me pareceu não ter o costume de receber turistas estrangeiros por ali.

Estávamos tão cansados que só queríamos cama. Hoje, pela segunda vez na Argentina, vamos dormir com o ar refrigerado ligado. A primeira foi na cidade de General Alvear.

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