36º DIA – 13.11.2009 –
6ª feira
(ARGENTINA: Mendoza – FRONTEIRA COM
CHILE: Cerro Aconcagua – La Paz )
Acordamos às 7 h, tomamos café e deixamos o hotel às 9 h.
Pagamos a conta inicialmente com peso argentino, mas percebemos
que era melhor fazê-lo em dólar, para não nos descapitalizarmos, uma vez que ainda
teríamos despesas na Argentina. Foi-nos desfavorável (US$ 1,00 – AR$ 3,50), mas
necessário. Perderíamos mais tempo se
tivéssemos que nos deslocar até uma casa de câmbio no centro de Mendoza.
Seguimos para a Reserva
Provincial do Cerro Aconcagua, a 180 km de onde estávamos.
Saímos de 1.000 m de altitude para
quase 3.000 m .
Relembramos como é estar na alta altitude. Foi de lascar! Ficou ruim para
respirar. Pude notar logo que passou dos 2.000 m . O Marcio estava
bem.
A estrada para a Reserva é a mesma que vai para Santiago,
no Chile. É sensacional, cheia de curvas, túneis, passando pelas montanhas
pré-andinas e depois pelas andinas, estas ainda com neve e algumas multicoloridas,
como na cidade de Purmamarca, onde
estivemos nas férias passadas (Cerro de
las Siete Colores).
Trecho da estrada de
Mendoza para o Cerro Aconcagua - Argentina
Paramos para abastecer
em Potrerillos, um dos povoados na estrada, que parecia um oásis no meio
daquela paisagem de filme.
Posto
YPF em Potrerillos, com a Cordilheira dos Andes ainda nevada ao fundo -
Argentina
O trânsito de caminhões
era intenso, por se tratar de uma rota internacional para o Chile. Muitos deles
eram brasileiros.
Chegamos ao parque quase
ao meio-dia. No Centro de Informações há orientações para os alpinistas
que querem se aventurar em escalar a montanha de 6.900 m . Essa aventura pode
durar até 20 dias.
Tivemos que desenterrar nossos
casacos que já estavam empacotados, para encarar o vento frio que soprava naquela
altitude de 2.900 m .
Clênia brigando com o
vento para vestir seu casaco. Reserva Provincial do Cerro Aconcagua – Fronteira
da Argentina com o Chile
O Aconcagua é a
montanha mais alta das Américas, com 6.962 m . No mundo, é a mais alta fora do Himalaia.
Como é linda a região,
cheia de montanhas ainda com neve!
No parque, conseguimos
ver apenas uma ponta do Aconcagua, pois fizemos o percurso mais curto,
de 2 km ,
de fácil acesso, baixa dificuldade e que consumia só duas horas de caminhada.
Dentro
da Reserva Provincial, com o Aconcagua encoberto ao fundo - Argentina
Marcio caminhando na
Reserva Provincial Cerro Aconcagua - Argentina
Para se avistar mais da
montanha era preciso pegar uma trilha de 4 horas de caminhada, mas estávamos
com o tempo contado, pois hoje mesmo já iniciaremos nossa volta para o Brasil.
Aqui têm trilhas para
todos os gostos e disposições. Tem de oito e de vinte dias. Esta última é para
profissional, quando todo o material é levado por mulas e tem que se aclimatar
por períodos mais longos, para suportar a altitude e o frio intenso. Acho que
eu não conseguiria ficar vinte dias tomando banho “checo” e em condições extremas
para o ser humano.
Este é o Aconcagua,
por onde alguns poucos se aventuram. Ele é subdividido em setores, para melhor orientar
os montanhistas. Nele, há glaciares colgantes em alguns de seus platôs próximos
ao topo.
Não conseguimos avistar
o ponto culminante, pois a toda hora vinha uma nuvem e o tapava. Mas demos
sorte de ver grande parte dele.
O
Pico do Aconcagua encoberto pelas nuvens. Difícil avistá-lo totalmente - Argentina
Ventava tão gelado em
alguns trechos que dava a impressão de as montanhas estarem dizendo para nós:
“vão embora, isso não é para vocês”. Viagem total, mas o ambiente é inóspito
mesmo.
Quando o vento parava, o
calor predominava, pois estávamos em movimento e super-agasalhados. O fôlego
ficava difícil em alguns trechos mais íngremes.
Vimos vários pássaros
pequenos. Não existem árvores no local. Então, eles têm que ficar pelo chão e
na neve. Em algumas épocas têm até flamingos e colhereiros.
Flamingo na trilha do
Cerro Aconcagua - Argentina
Clênia
e a Laguna Espejo, dentro do parque onde fica o Cerro Aconcagua - Argentina
Há algumas lagunas e
neve nas trilhas.
Teríamos nos arrependido
se tivéssemos optado por fazer um tour por Mendoza, em vez desse passeio.
Ele é espetacular!
No retorno a Mendoza,
paramos para almoçar num povoado nas montanhas, o Penitentes, onde
funciona uma das duas estações de esqui existentes entre a Reserva e a cidade.
O lugar tem uma excelente
estrutura para esquiadores. O turista se hospeda, come e esquia ali mesmo.
Almoçamos no Parador Penitentes.
Mais adiante, vimos um
atrativo turístico inca no povoado de Puente Del Inca. Trata-se de uma
edificação construída na rocha, às margens do Rio Mendoza. Lá, existe
uma ponte natural na pedra, que está interditada por risco de desabamento.
Edificação na rocha.
Povoado Puente Del Inca - Argentina
Seguimos viagem. Pouco
mais adiante ficamos parados na estrada, devido a um acidente entre dois
caminhões. Como um dos motoristas morreu, houve necessidade de perícia no local
e tudo ficou parado aguardando o trabalho ser concluído.
Isto atrasou a nossa
viagem em uma hora, e o nosso plano de pernoitar na cidade de San Luiz teve
que ser mudado. Decidimos que dormiríamos em La Paz.
Enquanto estávamos
parados na rodovia aguardando sua liberação, chegou um grupo de pessoas que ia
fazer rafting no Rio Mendoza, que corria bem ao lado da pista Eles já estavam
com colete salva-vida e prontos para descer o rio, que parece ser bem
apropriado para essa atividade.
A galera disposta a
descer o Rio Mendoza. Ao fundo, o engarrafamento. Argentina
Rio
Mendoza descendo a cordilheira. A região é repleta de operadoras de rafting -
Argentina
Diferente das lagoas que
temos visto, o Rio Mendoza tem a cor amarronzada e é bem largo em alguns
trechos, mas estava com pouca água correndo.
Ponte
sobre uma linha férrea abandonada. Estrada de Mendoza para Santiago - Argentina
Paramos para pernoite na
cidade de La Paz.
Subestimei o lugar. Achamos um hotel. O único naquela parte
da cidade onde estávamos, mas ajeitado.
O proprietário, assim
como em todos os lugares por onde passamos na Argentina e no Chile, nos recebeu
muitíssimo bem. Assim como todos, quis saber se estávamos indo ou vindo do
Brasil, pois viajamos em nosso próprio carro.
Por indicação do
proprietário do hotel, jantamos num restaurante que ficava na mesma rua, o Don
Alberto.
Comemos frango com
salada. Eu só pensava nos banquetes que vínhamos tendo até há poucos dias. O
importante era que estava saboroso e que a fome era grande.
Amanhã seguiremos no
retorno ao Brasil, e o plano é de ir até a cidade de Santa Fé.
Acréscimos do Marcio
De fato, nossa opção de
utilizar este dia para irmos até o Aconcagua foi a melhor.
A estrada é muito
pitoresca, pois vai serpenteando a pré-cordilheira e mostrando para quem ali
está uma paisagem linda, com as montanhas ainda cobertas com neve, o Rio
Mendoza sempre presente à direita, diversos túneis, etc.
Ao longo do trajeto
existem diversos locais onde fazem rafting pelo rio. Deve ser um excelente
passeio em época mais quente, o que não era o caso hoje.
Quando chegamos, a
Reserva Provincial do Cerro Aconcagua não estava cheia como eu pensava que a
encontraríamos. Mesmo assim, havia muitas pessoas que, pela imensidão do lugar,
passavam quase que despercebidas.
No circuito que fizemos
dentro da Reserva, passamos por duas lagoas de águas esverdeadas, formadas pelo
degelo da neve acumulada no inverno. Essa neve deve ser tanta, que uma
avalanche ocorrida nesta temporada destruiu completamente um abrigo que havia
no caminho por onde passamos.
Circulamos por umas duas
horas, alternando entre frio e calor, dependendo da exposição ao vento, que em
alguns lugares soprava muito frio.
Uma coisa interessante
que observamos é que, nessa estrada para Santiago – Chile, os procedimentos de
entrada e de saída do país são realizados bem antes da fronteira, havendo,
inclusive, a opção de passar direto, para aqueles que, como nós, vão apenas
visitar a Reserva. O prédio da aduana fica localizado num desvio.
No Parador Penitentes, onde almoçamos, conseguimos pagar a comida
com os pesos chilenos que ainda tínhamos. A taxa não foi muito favorável, mas
foi melhor que voltar para o Brasil com aquela quantidade de dinheiro.
Mais adiante, no povoado
de Upsalata, conseguimos também pagar o combustível com os pesos chilenos. No
posto, a Clênia comprou água e algumas coisinhas utilizando suas sobras.
Um acidente com dois
caminhões atrasou tremendamente nossa viagem e acabou com nossos planos de
pernoitarmos muito mais distante de Mendoza. Toda a demora foi devido à
perícia, que foi realizada sem que houvesse trânsito de veículos na área do
choque. Um dos motoristas morreu na hora.
Nos arredores de Mendoza
a sinalização da estrada para nosso destino era confusa. Optamos por confiar no
GPS e acabamos passando por dentro de várias pequenas cidades, inclusive por
lugares por onde passamos ontem, quando visitamos as vinícolas.
E a Clênia ainda aventou
a possibilidade de irmos a uma vinícola para comprar algumas garrafas do vinho
branco da uva “torrontés”. Imagina!! Já eram 19 horas e, certamente, tudo já
estaria fechado.
Enfim, depois de alguma
coisa que considerei perda de tempo, conseguimos chegar à estrada e seguimos
para nosso pernoite. A sorte é que, devido à latitude, anoitecia mais tarde e tivemos
luz solar até quase às 20h30.
Na cidade de La Paz , ficamos hospedados no Hotel Molina, logo na entrada, a apenas 3 km da estrada. A garagem do
hotel era em outro prédio, que me pareceu ser a casa de um amigo do proprietário.
Depois do jantar ainda
demos uma caminhada pelos arredores e tomamos um sorvete na Heladeria La Pietro , situada próximo a uma praça.
A sorveteria ocupava um
local bem amplo e com cadeiras na calçada. Coisa típica de uma cidade pequena e
tranqüila. Uma área daquela em uma cidade maior custaria tão caro que, creio,
inviabilizaria o negócio.
Batemos um papo com a
menina que servia, que me pareceu não ter o costume de receber turistas
estrangeiros por ali.
Estávamos tão cansados
que só queríamos cama. Hoje, pela segunda vez na Argentina, vamos dormir com o
ar refrigerado ligado. A primeira foi na cidade de General Alvear.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Minha primeira língua é o português (português do Brasil), mas entendo um pouco o espanhol e o inglês.
Registre aqui seu comentário ou sua dúvida, que eu tentarei responder o mais breve possível.
*******************************************************************
My first language is Portuguese (Brazilian Portuguese), but I understand a little Spanish and English.
Register here your comment or question. I will try to respond as soon as possible.
**********************************************************************************
Mi lengua materna es el portugués (Portugués de Brasil), pero entiendo un poco de Español e Inglés.
Regístrese aquí tu comentario o pregunta. Voy a tratar de responder lo más pronto posible.