24º DIA – 12.10.2008 –
Domingo
(CHILE: San Pedro de Atacama – ARGENTINA: Purmamarca)
Acordamos
às 7h30, e a grande surpresa do dia foi não ter água na cidade. Imagina fazer coco
e nada de água para o banho. A sorte foi termos duas garrafas de 5 litros com água da
torneira, que juntamos ontem para um possível banho em alguma laguna salgada, o
que não aconteceu. Assim, consegui tomar um banho “checo”.
Tomamos café, quando a
Íris, recepcionista ou dona do hotel, nos explicou o problema da água na
cidade.
Pagamos as diárias,
fizemos as despedidas com a íris e com o casal austríaco e seguimos para a
subida dos Andes, para deixar o Chile.
Fizemos a parada
obrigatória na aduana chilena e, sem dificuldades, deixamos o país.
Outra vez subimos a 4.800 m , com a curtição das
paisagens altiplanas e a sensação da alta altitude. É difícil acostumar, mesmo
depois de tanto sobe e desce.
Já começamos a nos
despedir das vicunhas que nos acompanharam em quase toda a viagem.
Despedida
da vicunha
Depois
de 130 Km, paramos na aduana argentina, que está encravada no Salar de Jama.
Aduana
argentina no Salar de Jama
O
lugar é dos mais lindos, com salinas, flamingos e riachos correndo.
Faz
frio e o vento tempera o nervosismo normal que rodeia o estrangeiro que migra
para um lado ou para o outro.
Salar de Jama - Argentina
Quando
chegamos ao setor de migração, tinha apenas um casal alemão na nossa frente. Não
demorou e veio um grupo de um ônibus atrás de nós. A fila era imensa e havia apenas
uma funcionária, gordinha, para atender esse povo todo, com frio e nervoso.
Fomos
atendidos e, como estávamos entrando na Argentina, fomos direto para aduana
(desembaraço do veículo), onde foi bem rápido, pois a funcionária estava mais a
fim de bater papo do que vistoriar o carro. Ela não olhou nada. Foi ótimo!
Veremos
se para entrar no Brasil daremos a mesma sorte, pois estamos com máquina
fotográfica, violão, porta-retrato, vinhos, azeites, etc.
Seguimos
agora, na Argentina, descendo pela Província de Jujuy, com paisagens das mais
belas, com curvas íngremes e com cardones.
Cardones em
Jujuy: Caminho do Atacama (CH) para Pumamarca (AR)
Chegamos a Purmamarca
pela terceira vez. A cidade estava cheia e foi difícil achar vaga no hotel.
Depois
de procurar bastante, achamos um cuja diária era AR$ 130,00 (US$ 42,07), com café e garagem. Caro, mas para as circunstâncias
foi o melhor.
Estamos num casarão que
parece um museu, pois tem várias antiguidades e cheiro de ambiente com coisa
velha. A água quente do banho de vez em quando ficava fria. Uma merda!
Saímos para jantar. Aqui
está na mesma hora do Chile (onde começou hoje o horário de verão) e do Brasil
(de Brasília).
Entramos
num Posto de Informações Turísticas,
onde fomos muito bem atendidos. Aliás, como sempre em todos os lugares onde estivemos,
sempre houve cordialidade e competência nas informações prestadas.
Fomos a um café que só
tinha coisas para beliscar. Querendo jantar, devido a não termos almoçado, procuramos
outro restaurante.
Acabamos jantando no
mesmo local onde almoçamos na última vez em que estivemos aqui. Comemos mal. Não
temos dado muita sorte com comida durante a viagem inteira. Haja batata, salada
de alface e tomate e carne, esta nem sempre boa. Mesmo assim, tomamos um bom
vinho e está tudo certo.
Voltamos para o nosso
querido hotel. Amanhã exploraremos a Quebrada
de Humahuaca.
Acréscimos
do Marcio
Hoje, como já aconteceram inúmeras vezes
nesta viagem, almoçamos sanduíches um pouco antes da aduana argentina. Paramos
num local de onde se avistava o Salar de Jama,
e nos deliciamos.
O casal que estava na
nossa frente também estava viajando em seu próprio carro, uma Toyota Land Cruiser toda adaptada para ser um moto home. Só que
o deles veio da Suíça. A placa era de Zurique. Segundo me lembro de ter ouvido,
eles estavam entrando no Chile e iriam para o Peru e para a Bolívia. Imagina o
trabalho – e o custo – que foi trazer esse carro da Europa!!
Ainda na aduana
argentina, vimos uma brasileira, que estava com o marido e que chorava, pois
seus documentos tinham sido roubados na cidade de Calama (Chile) e os
argentinos não estavam permitindo seu ingresso no país apresentando apenas o
Boletim de Ocorrência.
25º DIA – 13.10.2008 –
2ª feira
(ARGENTINA:
Pumamarca - Humahuaca - Salta)
Acordamos às 7h30 e,
depois de um café para lá de chulo, deixamos o povoado e seguimos para Humahuaca,
explorando a Quebrada de Humauaca,
uma série de serras multicoloridas, cheias de cardones com flores e cortada
pelo Rio Grande.
Delicada flor de cardone
Paramos no primeiro
povoado do caminho para vermos um museu, local que antigamente funcionava como
estalagem para viajantes, comerciantes, carteiros, etc. Chama-se Postal de Humillos e é muito rico em
informações.
Chegamos a Humahuaca quase ao meio-dia, quando soubemos
que era feriado nacional (comemoração do Descobrimento da América).
Almoçamos num restaurante cujo dono é um
cantante local, chamado Fortunato, o Restaurante
Peña de Fortunado.
Foto do Fortunato tocando o instrumento
dele – Humahuaca - Argentina
Comi cazuela de cabrito
-- as vértebras do bicho, com batatas e tamal, parecido com uma pamonha
salgada, mas com carne dentro.
Cazuela de cabrito - Prato
regional argentino
Tamal - outro prato regional argentino
O Marcio, mais conservador, foi de bife com
salada.
Exploramos um pouco a cidade e encontramos uma
praça onde tinham vários hippies misturados com feirantes de artesanatos.
Praça em Humahuaca –
acesso ao monumento da independência - Argentina
Acabei comprando umas
cerâmicas bem legais, que parecem ser de boa qualidade.
Clênia e os artesanatos de Humahuaca - Argentina
Como fomos assediados por pessoas do local. Isso
é chato! Pelo feriado nacional, a cidade estava cheia.
Comemos alguns alfajores locais muito bons. Eu
estava seca por um doce com café.
Deixamos a cidade rumo a Salta, para chegar lá ainda
com luz do dia e procurar hotel. Da última vez em que estivemos lá foi difícil encontrar
vaga.
A estrada é excelente e o tempo deu uma fechada.
Achamos que era chuva, mas nada dela! O calor predominou durante todo o tempo,
situação bem diferente do gelo dos últimos dias.
Chegamos a Salta ainda
de dia e ficamos num hotel em frente ao teleférico, o Hotel Continental.
Conseguimos
um desconto quando dissemos que ainda íamos pesquisar outros. O preço caiu de AR$
175,00 (US$ 56,63) para AR$ 150,00 (US$ 48,54).
Acho que havia um grupo
da terceira idade hospedado no hotel. Aliás, como temos encontrado idosos
viajando em grupos.
Depois de nos
instalarmos, saímos para trocar dinheiro, mas, em virtude do feriado, nada
estava aberto e voltamos para o hotel para pegar peso argentino. Devido à
expectativa de que trocaríamos os dólares, eu não tinha levado nada para pagar
o jantar.
Andamos para caramba,
pois este hotel é mais longe do centro do que o outro onde ficamos antes de
irmos ao Chile.
Depois de pegar o
dinheiro no hotel, saímos para comer no Restaurante
La Fiamma ,
mas erramos o caminho e andamos por duas praças em frente ao hotel até acharmos
a direção certa. Que andança esta noite!
Comemos e voltamos para
o hotel. Agora é descansar.
Acréscimos
do Marcio
No trajeto de Purmamarca para Humahuaca,
fomos parados pela polícia (Gendarmeria), que foi bastante gentil e cortês,
fazendo as perguntas de praxe, sobre origem e destino da viagem.
Aliás, diferentemente do que foi pintado antes, todos têm
sido educados e simpáticos conosco, principalmente na Argentina, onde existe o
mito de rivalidade e prepotência. Pode ser que as coisas até sejam diferentes
em outras regiões do país, mas por onde transitamos nada há a reclamar.
No restaurante onde jantamos (La Fiamma ), a Clênia optou por
tomar uma taça de vinho da casa. Ao servir, a garçonete perguntou se ela queria
gelo. Ficamos em dúvida se o gelo proposto seria para se colocar dentro do
vinho, como se fosse um suco ou um refrigerante, mas, como a resposta foi
negativa, permanecemos com a interrogação.
Amanhã vou à Concessionária Toyota (Autolux), para pegar as
peças que ficaram faltando. Tentarei que eles instalem as borrachas das portas
e do porta-malas, pois são volumosas para se carregar e porque a mão-de-obra
aqui é muito mais em conta.
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