sábado, 4 de maio de 2013

(037) 2009 - Viagem à Patagônia e à Terra do Fogo - ARGENTINA: DE COMODORO RIVADAVIA A USHUAIA (VISITA AO PQ. NACIONAL BOSQUES PETRIFICADOS)

9º DIA – 17.10.2009 – Sábado
(Argentina: Comodoro Rivadavia – Río Gallego)

Acordamos às 8 h. Tomamos café, atualizamos os e-mails e deixamos o hotel às 10 h rumo ao Parque Nacional dos Bosques Petrificados.
Continuamos na RN-3 em seu trecho litorâneo. Vimos vários cachimbos de extração de petróleo. Parece com a cidade de Mossoró (RN).
Paramos em Caleta Oliva para a primeira troca de óleo do carro, pois já rodamos mais de 5.000 km desde Brasília.
Como o óleo era nosso, pagamos AR$ 30,00 (US$ 7,89/R$15,00) pela mão-de-obra.
As cidades costeiras têm basicamente o mesmo atrativo por aqui. Locais para ver lobos e elefantes-marinhos, pingüins magalhânicos e muito vento e frio.
Chegamos ao parque às 14 h, por uma estrada de 50 km de terra, mas que dava para andar a 100 km/h. É perigosa, pois há trechos em que o carro derrapa, além de haver guanacos, ovelhas e outros animais cruzando a pista de vez em quando.
Na chegada à área do parque, avistam-se um vulcão inativo e outros morros esculpidos pelo vento em forma de chapéus.

Vista ao redor do Parque Bosques Petrificados - Argentina

Fomos recebidos pelo guarda-parque. Não houve cobrança de taxa. Ele nos deu orientações e seguimos por uma trilha autoguiada de 1 km, com grau de dificuldade leve, ao longo da qual estão os troncos de araucárias com mais de 150 milhões de anos, completamente petrificadas por lavas vulcânicas.

É quase inacreditável, mas os troncos parecem rochas – Parque Bosques Petrificados - Argentina

Olha o diâmetro desses troncos! Parque Bosques Petrificados - Argentina

É incrível!
O local é inóspito, desértico e gelado. Quando chegamos, havia um casal. Na hora de irmos, havia chegado um grupo de portugueses. Só vem quem sabe e quem está a fim de ver esse tipo de atração, pois não é fácil chegar.

Pedaço de madeira petrificada. Pesada e igual a uma rocha – Parque Bosques Petrificados - Argentina

Almoçamos sanduíches de presunto que comprei na cidade onde aconteceu a troca de óleo do carro.
Não é comum haver locais para almoço por aqui. Encontram-se apenas pastéis assados (empanadas) e outros tipos de lanches.
Além disso, uma parada para um almoço normal representa perda de tempo. Quando dá, almoça-se.
Passamos por Puerto San Julian e pegamos ventos fortes na estrada. É cada rajada, que o carro balança. Já tínhamos sido advertidos sobre isso.
O Marcio já está sem saco de ouvir as músicas dos nossos arquivos, pois o repertório já tocou e se repetiu por diversas vezes. O arquivo não é pequeno, mas enche mesmo!
Acabei colocando vídeos do Chico Anízio, do tempo de Chico City. Só os “maduros”, assim como eu, lembram disso.
Paramos em Río Gallego para pernoite. É a última cidade antes da fronteira da Argentina com o Chile, para a passagem para a Terra do Fogo e ida a Ushuaia.
Río Gallego é grande e tem controle de quem entra e de quem sai da cidade.
Como é gelada!
Ficamos hospedados num bom hotel, o Apart Hotel Austral, com calefação central e quartos bem grandes. Bacana!
Antes de sairmos para jantar, ainda lavamos roupa, pois sem encontrar lavanderia por nove dias, já deu o que tinha que dar. Lavamos peças íntimas e as camisas de nylon do Marcio.
Jantamos numa espelunca perto do hotel. Nossa, é de Restaurante Beirute (em Brasília-DF) para menos.
Quando fomos dormir já era 1 h da manhã.

Acréscimos do Marcio

Quando chegamos à cidade de Caleta Olívia, para a troca do óleo do carro, estávamos com uma vontade imensa de colocar água para fora. Até acharmos o lubricentro que indicaram, demorou uns 10 minutos. Para nossa infelicidade, lá não havia sanitários.
Deixei a Clênia na loja e saí buscando um banheiro, Encontrei um bem próximo, em uma borracharia (gomería, em espanhol), mas estava em péssimas condições para ser usado por mulheres.
Quando retornei, a Clênia saiu para resolver a situação dela. Resolveu e ainda comprou um lanche para levarmos como almoço do dia.
As árvores (ou o que um dia já foi uma árvore), quando passam pelo processo de petrificação vulcânica, ficam realmente iguais a uma pedra. Se não tivessem dito que se tratava de madeira, diria que era uma autêntica rocha.
Fiquei imaginando a região que visitamos na época em que lá existia um bosque de araucárias, que foram destruídas por uma erupção vulcânica e seus troncos passaram por todo esse processo de transformação. Incrível!
Quando paramos em Puerto San Julian para abastecer, descer do carro foi um sacrifício. O vento e o frio estavam de rachar.
Chegamos a Rio Gallego também com muito frio. O tal restaurante chulé que a Clênia mencionou – Restaurante La Nueva Cason (onde jantamos) -- era um oásis no meio daquelas ruas geladas.
É incrível como todos por aqui comem frituras. Praticamente todos os pratos de carne são preparados à moda milanesa. As batatas fritas são também constantes como acompanhamentos.

10º DIA – 18.10.2009 – Domingo

(ARGENTINA: Río Gallego – CHILE: Estreito de Magalhães - ARGENTINA: Ushuaia)

Acordamos às 7 h. As roupas ainda ficaram úmidas, mesmo tendo sido colocadas nos aparelhos de calefação do quarto e do WC. Aqui não cai a temperatura no termômetro, mas a sensação térmica, por causa do vento, é de muito frio. Hoje fez mínima de 7º C na madrugada.
Enquanto aguardava o Marcio para o café, aproveitei o Wi-Fi e vi alguns e-mails.
O café do hotel é bom, mas não tem frutas.
Deixamos Río Gallego rumo a Ushuaia às 9 h. Abastecemos num Posto YPF. O preço do diesel desta bandeira parece que é tabelado: AR$ 2,524 (US$ 0,66/R$ 1,26).
Cerca de 70 km depois, paramos para os procedimentos de sair da Argentina e de entrar no Chile.
Diferentemente das outras fronteiras que conhecemos no ano passado, aqui eles dividem o mesmo prédio. Isso foi ótimo, pois fizemos as duas aduanas em um só lugar.
Às 10h30 estávamos do lado chileno. Demos sorte, pois logo depois da nossa chegada parou um ônibus cheio de gente.
Algumas curiosidades:
a)  aqui venta mais ainda. Parece que quanto mais ao sul estamos, mais venta;
b)  o consumo do carro não tem estado muito regular por causa disso;
c)  a água desce pelo ralo bem rápido e percorrendo uma trajetória circular bem mais aberta;
d)  o sol, às 12 h, não está em cima do carro, mas numa posição de 9 h.
Chegamos ao Estreito de Magalhães para pegar o ferry-boat às 11h20. Aguardamos um pouco, e às 11h50 ele partiu.
Foi o nosso primeiro visual dos Oceanos Atlântico e Pacífico juntos.

Travessia do Estreito de Magalhães - Chile

Havia poucos carros e caminhões para a travessia. Ventava, mas nada comparado ao que esperávamos. Há ocasiões em que fecham a travessia ou ela acontece com muita marola.
Em 12 minutos estávamos do outro lado do estreito.
Seguimos para as aduanas argentina e chilena novamente. Repetimos, em menos de 2 horas, todo o processo de entrada e de saída dos países.
A policial que fiscalizava a parte de alimentos e animais encrencou com o carregador de bateria de carro. A sorte é que estávamos com a Nota Fiscal do produto. O Marcio deu a ela guaraná e doces.
Na aduana da Argentina encontramos um casal de ciclistas brasileiros, de Florianópolis (SC), fazendo a viagem de bike.
Desde janeiro que eles estavam nessa. Passaram todo o inverno na Terra do Fogo, e ainda iam para o Chile e para o México. O casal era magrinho. O nariz do rapaz estava tão vermelho que dava dó. Eles usavam sobretudos de couro. Tudo de modo a não atrapalhar a aerodinâmica.

Casal catarinense entrando na parte chilena da Isla Grande, de bicicleta – Viajando desde JAN/2009

Como vemos guanacos, zorritos (raposa), patos andinos e um tipo de avestruz menor do que o nosso!
Os guanacos e o trecho de terra de mais de 100 km que pegamos oferecem um risco para a viagem, pois a estrada não é ruim e a empolgação para correr acontece.
Entrou muita poeira no carro. Ficou tudo sujo, inclusive nós.
Quando paramos em Rio Grande para almoçar já eram mais de 15 h, mas, mesmo sendo Dia das Mães para os argentinos, não tinha nada aberto. Comemos cachorro quente e empanada num posto de gasolina YPF. Não agüento mais!
Seguimos viagem e vimos várias famílias aproveitando o sol e fazendo piquenique entre as árvores. As árvores são típicas de lugares frios.
Da estrada tivemos o primeiro visual dos picos nevados. A previsão do tempo fala que de amanhã para frente o tempo vai virar, com chuva, e que na quinta-feira nevará. Vamos ver. O Marcio está ansioso para ver neve caindo.
Por uns 50 km antes de Ushuaia percorremos estrada cercada por montanhas com bastante neve, apesar de já estarmos em outubro. É espetacular a chegada à cidade! Tudo de encher os olhos. Há um lago que deságua no Estreito de Magalhães.
A paisagem é muito parecida com a da Suíça, por causa dos lagos, mas tem trechos parecidos com Queenstown, na Nova Zelândia.
Quando chegamos, entramos em cinco hotéis, mas nenhum tinha vaga. Preocupados, fomos ao sexto e conseguimos.
A diária não é barata, AR$ 500,00 (US$ 131,58/R$ 250,00), mas o local é excelente, em frente ao mar, com visual das montanhas geladas. É simplesmente demais!
Garantimos as fotos hoje, pois pode ser que amanhã esteja chovendo.

Vista do Lago Fagnano, pouco antes da chegada a Ushuaia - Argentina

O Marcio ainda teve disposição de limpar a poeirona do carro. Imagina! Enquanto isso, eu estava na banheira, no calorzinho.

Como entrou poeira na estrada de terra que pegamos! Ushuaia - Argentina

Eram mais de 21 h e ainda tinha um pouco de luz do dia. A temperatura despencou com a chuva e com a chegada da noite. Estava menos de 3º C antes de jantarmos.
Pela recepcionista, soubemos que a Zona Franca daqui é fraca. Uma pena!
Resolvemos jantar no hotel mesmo. A canseira é grande. Espero que o tempo melhore amanhã.

Acréscimos do Marcio
Ushuaia fica localizada na Província de Tierra Del Fuego, aquela parte do continente sul-americano que, quando olhamos o mapa sem prestar muita atenção, não percebemos tratar-se de uma ilha, a Isla Grande, maior das Américas.
Essa ilha é metade do Chile e metade da Argentina. Para se chegar à Ushuaia, temos que, ainda no continente, entrar no Chile, cruzar o Estreito de Magalhães, transitar na Isla Grande em território chileno por uns 160 km (grande parte por estrada de rípio) e voltar para o território argentino. A partir do retorno para a Argentina, a estrada volta a ser asfaltada.
A balsa que faz a travessia aceita tanto o peso chileno como o argentino. Pagamos, por nós e pelo carro, AR$ 104,00 (US$ 27,37/R$ 52,00).
Logo após a aduana argentina existe uma placa informando duas freqüências de rádio amador (VHF) que são utilizadas na Isla Grande: 144.500 MHz e 146.520 MHz.
Depois que descarregamos as malas no hotel, não resisti e fui limpar a poeira do interior do carro, pois estava difícil de enxergar até o odômetro, de tão sujo que estava o painel.
Minha mão parecia que ia congelar a cada vez que eu molhava o pano para passar no carro!
O Hotel Tolkeyen, onde ficamos, é muito luxuoso e a comida do seu restaurante gostosa. A recepcionista nos disse que o jantar nos sairia melhor e mais barato que na cidade.

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