16º DIA – 04.10.2008 –
Sábado
(CHILE: Iquique - Humberstone – Colchane: Parque Nacional
Vulcan Isluga)
Acordamos
por volta das 7h30. Tomamos café e deixamos a cidade com destino aos arredores
de Iquique. Não valia a pena ficar subindo e descendo a serra a cada passeio,
pois além de longe sempre há o risco da estrada.
Seguimos para a Cidade Fantasma de Humberstone. Trata-se
de um local onde antes havia exploração de salitre, conhecido como nitrato por
aqui.
Cidade
Fantasma de Humberstone – Próximo a Iquique - Chile
Construída em 1862 e
desativada em 1960, mantém tudo de pé e bem conservado, apesar do tempo seco e
árido daqui.
Era uma cidade completa,
com teatro, hospital, mercado, quartos para os trabalhadores e hotel. Tudo
perto da área da empresa que fazia a exploração.
Teatro da cidade fantasma, construído em 1930 - Chile
Ficamos mais de uma hora
por lá. É estranho imaginar que ali funcionava tudo antes e que agora se parece
com aquelas cidades de faroeste.
De lá seguimos para o Parque Nacional Vulcan Isluga. No
caminho, saímos da estrada um pouco para ver o Geoglifo Gigante de Atacama, o maior do Chile.
Trata-se de desenhos gigantes
feitos com pedras nas dunas. Fui ao topo dela, quase morrendo, e percebi que o
melhor era visualizar os desenhos da base, e não do alto.
Geoglifo de Atacama - o maior do Chile
Interessante fazerem
aquilo, daquele tamanho, naquela altura e naquela secura, com o sol castigando
nas costas!
Rodamos mais 200 Km ao
longo do deserto das cordilheiras, sempre subindo. Quando chegamos a 4.200 m , a minha cabeça
apertou de novo, começou a doer e o nariz a arder.
Paramos para fotografar a
flor dos cactos, que eu nunca tinha visto. É muito linda, naquele monte de
espinhos.
Cactos com
flores. Coisa rara, ainda mais no altiplano!
Chegamos a mais de 4.300 m , mas a cidade que
estamos pernoitando, Colchane, está a pouco menos de 4.000 m .
Pode-se dizer que isso
aqui é um oásis, pois a metros adiante está a Bolívia, e não há nada de lojas
para comprar comida. Nada! Por sorte, o hotel oferece almoço e janta.
Pensão
Gómez, em Colchane. Um
oásis! Chile
Chegamos
ao vilarejo perto das 16 h. A dona do hotel, uma aimará, povo local, é bem típica: morena, com saia rodada e
comprida, meia, e cabelão com tranças.
Ela
nos serviu arroz, tomate e carne. Caviar, diante das circunstâncias.
Fomos
explorar as redondezas. O Vulcão Isluga
toma o cenário, principalmente por ainda estar com neve em seu cume, o que o
faz se sobressair na paisagem.
Vulcão
Isluga - Parque Nacional Isluga - Chile
Como é pitoresco o local!
Perto do vulcão tinha
outra montanha de onde saia fumaça do topo, certamente uma atividade termal.
Atividade
termal no vulcão - Chile
Ambos os morros têm mais
de 5.000 m .
Na estrada, passamos por
alguns povoados dignos de sair do mapa, pois parecem cidades-fantasma, sem nada
de nada, nem pessoas. A maioria das edificações em pedra e barro. Achei que o
parque teria uma portaria, com alguém para nos dar dicas, mas nada encontramos.
Assim, com o mapa na mão,
achamos por conta própria a Laguna Aravilla,
cheia de flamingos e de outras aves dos Andes, já conhecidas nossas.
Laguna Aravilla: flamingos levantando vôo com a minha presença - Parque
Nacional Vulcan Isluga
Por aqui, o posto de
combustível mais próximo está a 160
Km , o que nos deixa limitados para explorar maiores
distâncias, já que consumimos metade do tanque só para chegar.
No retorno ao nosso
hotel, aproveitamos o fim de tarde com o resto de sol incidindo nas montanhas
geladas. Um show! Vimos também o Salar de
Coipasa.
Tomamos banho no hotel,
onde a água é aquecida com gás. Como aqui é frio! Mesmo de casaco, a altitude
faz a diferença na temperatura. A 2.000 m já é frio à noite, mas a 4.000 m é duplamente mais.
Tomamos banho reclamando
do frio. Mesmo com várias roupas parece não esquentar.
Jantamos bem. Como eu
disse antes, aqui é um oásis e não devemos reclamar de nada.
Tomamos uma sopa, o que
ajudou a esquentar. Teve pão caseiro, arroz, batatas e um picadinho de carne.
Para finalizar, um café de Nescafé.
Na pousada havia também um
grupo de franceses, que fizeram o jantar especial deles regado a vinho.
Encontramos, também,
quatro rapazes motoqueiros de Santiago, que jantaram à nossa mesa. Eles tomavam
whisky na boca da garrafa, e também o colocavam na sopa. Seguramente está menos
de zero grau.
Voltamos para o quarto
satisfeitos, e agora é dormir.
“Suíte
Presidencial” em Colchane - Chile
É
bem cedo ainda. Devem ser 21 h. Amanhã já partiremos.
Esse lugar vai bater aqueles
com pior estrutura. Não fosse pela natureza em volta.... Amanhã vamos ver se dá
para ir ao Gêiser de Puchuldiza.
Acréscimos
do Marcio
É muito estranho
raciocinar que, quando estamos indo para o norte, o oceano está a nossa
esquerda; que o local onde o sol se põe significa o lugar onde está o mar.
Todas as estradas no Chile são
sinalizadas e identificadas, mesmos as que parecem trilhas de terra. Em cada
bifurcação existem placas sinalizadoras dos destinos de cada opção, quilometragem,
etc. De dar inveja!
Saímos da R-5 (Pan-Americana) na cidade
de Huara, quando começamos novamente a subir a cordilheira.
Quando nos informaram sobre o Parque
Nacional, em Iquique, não disseram que não havia posto de combustível (estación
de servicio, em espanhol). Por isso, estávamos com o diesel quase que contado
para o retorno ao abastecimento mais próximo, apesar de termos a bordo um galão
de vinte litros, vazio.
Em Colchane ficamos na Pension Gómez,
onde pagamos CH$ 16.000,00 (US$ 30,30).
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