8º DIA – 16.10.2009 – 6ª
feira
(ARGENTINA: Gaiman - Punta Tombo - Comodoro Rivadavia)
Acordamos
quase às 7 h. Lá fora a temperatura era 5º C, e a mínima na madrugada foi de 4º
C.
Fomos
para o café-da-manhã e nos foram servidos bolo e pães utilizados no chá da
tarde de ontem. Teve suco de laranja. Mas como a laranja daqui é azeda! Complementei
com o presunto que compramos ontem no Carrefour.
Pedi
um chá Gales, que achei igual ao da marca Twings,
parecendo chá verde.
A
Ana, dona da hosteria, descende dos galeses que vieram de uma região próxima da
Inglaterra, antes de 1900, colonizar a área. Ela, inclusive, ensina o idioma Gales.
Mencionei
a ela que estava achando a umidade local baixa. Ela confirmou, além de me dizer
que o normal lá é fazer 1º C na madrugada e ir a 20º C às 14 h. Como hoje fez
mínima de 5º C, à tarde iria a uns 25º C. Uma variação de 20º C ao longo do dia
é dureza!
O
quarto onde ficamos demonstrava que o local é de fato frio, pois tinha calefação
até no WC.
Deixamos
o hotel e fomos conhecer o Parque
Paleontológico Bryn Gwyn, a 11
km de Gaiman.
Chegamos
à entrada às 9h40, e às 10 h chegou o funcionário para abrir o portão.
Pagamos
AR$ 10,00/pessoa (US$ 2,63/R$5,00), tivemos uma breve
orientação sobre o lugar e seguimos pela trilha auto-guiada.
O
tempo já esquentava, e fomos nos depenando da cidade até aqui. É um tira e bota
de casacos danado!
Vimos
uns oito fósseis bem preservados de animais, do jeito que os encontraram, protegidos
por pirâmides de vidro. No local há animais terrestres, marinhos (baleias e
golfinhos, datando de 15 milhões de anos) e aves. É interessante!
Um
dia houve mar por lá, e pudemos ver uma área com muitas conchas. Acha-se que o
mar, há milhões de anos, ia até os Andes.
Fóssil no
Parque Paleontológico Bryn Gwyn – Gaiman - Argentina
Nós no Parque
Paleontológico Bryn Gwyn – Gaiman - Argentina
Local no
parque aonde vimos algumas conchas - Parque Paleontológico Bryn Gwyn – Gaiman -
Argentina
Fizemos
o trajeto todo (1 km )
em uma hora e meia. Ventava muito nos trechos mais altos.
Itens
importantes para se carregar na trilha são água e chapéu. Quem tem problema de
saúde é bom não se aventurar, pois o nível de dificuldade da trilha é de leve a
médio.
Como
foi bom fazer uma caminhadinha depois de tanto tempo sentada!
Como a umidade estava
baixa! O sorine entrou em ação várias vezes.
Na saída, cruzamos com
um grupo grande de pessoas. Pareciam estudantes.
Às 12 h, deixamos o
lugar. A temperatura estava a 26º C. A Ana estava certa sobre a previsão do
tempo!
Seguimos
para Punta Tombo, para ver uma pingüineira.
Quando chegamos, já eram mais de 13 h.
Pegamos
um trecho de 20 km
de estrada de terra. Estrada perigosa! O carro derrapava a 60 km/h .
É
incrível como a temperatura cai à medida que se aproxima do mar. Talvez seja
por causa do vento. Saímos de 26º C e voltamos para os dois casacões, luvas e
gorro. Estava um gelo de novo!
Compramos
a entrada para visitar o local. Pagamos AR$ 35,00/pessoa (US$ 9,21/R$ 17,50).
Como já passava da hora
do almoço, comemos sanduíches e seguimos pela trilha de 1,2 km .
É impressionante a
quantidade de pingüins! Nunca vimos tantos. Até onde a vista alcançava era possível
ver buracos na terra com pingüins. Eles vêm para esta área para cruzar e ter os
filhotes sossegados.
Ninhos de
pingüins até onde a vista alcançava – Punta Tombo - Argentina
Alguns
ninhos são protegidos por arbustos, o que dificulta o ataque de aves
predadoras. Presenciamos um desses ataques, no qual a ave saiu com um ovo no
bico e ainda passou por nós em uma rasante. E olha que o ovo não é pequeno!
Vimos
também vários pingüins nadando, brigando, namorando, dormindo, caminhando e chocando.
Nem parecia
que a água estava geladíssima – Punta Tombo - Argentina
Um deles
vigiando os ovos – Punta Tombo - Argentina
Eles são amistosos com
os turistas nas trilhas, desde que não se sintam agredidos.
Olha a
tranqüilidade ao atravessar a trilha dos turistas! Punta Tombo - Argentina
Nós com a galerinha nadando e se divertindo na praia ao fundo – Punta
Tombo - Argentina
Quando
deixamos o local, já eram mais de 17 h. Acho que a visitação diária aqui é de mais
de 1.000 turistas. É muita gente!
Seguimos
para a cidade de Comodoro Rivadavia
pela RN-3. No caminho, paramos para o primeiro ajuste do carro. A correia do
alternador estava fazendo barulho e o Marcio teve que esticá-la. Paramos na
estrada mesmo, logo que saímos da terra e pegamos o asfalto. Tivemos que tirar
parte da bagagem, para ter acesso à bolsa de ferramentas. Ainda bem que deu certo!
Como ventava! E o frio
foi aumentando a cada hora que passava. A cada ultrapassagem de caminhões a
antena balançava com o ventão. Dá a impressão que o carro vai perder o
controle.
Aproveito sempre o tempo
de asfalto para me distrair digitando o diário. De vez e quando, o eliminador
de bateria que fica ligado no acendedor de cigarro do carro aquece e desliga automaticamente.
Gelei o danado deixando-o uns 2 minutos nos 5º C do lado de fora da janela, e
deu para concluir o trabalho.
O
pôr do sol hoje já foi mais tarde do que o de ontem, perto das 20 h, pois
estamos mais ao sul. Será assim daqui para frente. Provavelmente em Ushuaia anoitecerá às 22 h.
Chegamos
a Comodoro Rivadavia às 20h30. Não há
hotéis na entrada da cidade, para quem quer evitar o trânsito urbano.
Dentro da cidade, nem os
hotéis mais caros têm garagem.
Seguimos
viagem e paramos num hotel na beira da estrada, entre Comodoro Rivadavia e Caleta
Olivia.
Ficamos
para pernoite por AR$ 247,00 (US$ 65,00/R$ 123,50). Jantamos lá mesmo.
Comemos bife com salada.
O hotel não é novo, mas
é grande e está em bom estado. O senhor que nos atendeu era engraçado.
Barrigudo, mas com um pique danado. Era de recepcionista a garçom.
Aqui tem Wi-Fi, mas não
pega nos quartos.
Não há lavanderia self-service
por aqui também. Só com entrega para o dia seguinte. Como até agora só temos
pernoitado nas cidades, está difícil conseguir lavar a roupa.
Futebol e Argentina parece
até pleonasmo. A cidade pode não ter nada, mas tem um campo de futebol. No
jantar, para variar, a TV estava ligada em futebol.
Acréscimos do Marcio
O horário de abertura do parque paleontológico era às 10 h.
Chegamos ao portão de entrada da estrada que dá acesso a ele um pouco antes, e
estava fechado. Ficamos na dúvida se era pelo adiantado da hora ou se não abriria
hoje.
Felizmente, pontualmente
às 10 h parou um táxi e o funcionário do parque desceu e abriu o portão.
Pontualidade britânica!!
No parque de Punta Tombo
havia apenas os sanitários, a bilheteria e uma lanchonete. Tentamos comer nossa
comidinha utilizando as instalações deles, mas a dona veio reclamar, dizendo
que só permitiria se tivéssemos comprado lá os alimentos.
Na tal lanchonete havia um balcão com
lembrancinhas. Aproveitamos e compramos adesivos do local.
Quando liguei o carro para partir, ouvi
aquele barulho característico de correia patinando. Verifiquei e constatei que
eram as do alternador/direção hidráulica que estavam um pouco frouxas (a Toyota
SW-4 usa duas correias para a função).
Para acessar as ferramentas e realizar o
ajuste foi um parto. Tivemos que tirar quase toda a bagagem do porta-malas.
Prevendo isso, parei o carro já no asfalto, em um retorno onde havia uma mureta
protetora de uma canaleta, onde apoiei nossas malas.
Comodoro Rivadavia é uma cidade do porte
de Ribeirão Preto (SP). Como acredito que aqui corra muito dinheiro, devido à
condição de produtora de petróleo, os hotéis são caríssimos, com diárias a AR$
450,00 (US$
118,42/R$ 225,00), que para apenas um
pernoite achamos que não valia a pena.
Depois desse estresse de ter que seguir
viagem, já noite, até não se sabe onde, o local onde ficamos – Posada Su Estrela -- pareceu-nos um oásis. Mas verdade seja
dita: não somos assim tão exigentes, e ela até que era bastante satisfatória,
com quarto espaçoso, água quente, calefação e comida razoável. Resta conferir o
café-da-manhã amanhã.
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