23º DIA – 31.10.2009 –
Sábado
(ARGENTINA : Perito Moreno - CHILE: Villa Cerro Castillo)
Acordamos
às 8 h. Mesmo com a calefação, não tive coragem de sair debaixo do cobertor.
Estava bem frio, mas não teve jeito.
O
café-da-manhã hoje foi o mais pobre de todos: pão francês, café, marmelada. Foi
minimizado com a banana que tínhamos na nossa famosa bolsa de comida.
Conversamos
um pouco com casal suíço. Eles são de uma região entre Losane e Genebra. Falavam
quase nada de nada de outra língua além de francês, mas conseguimos nos comunicar.
Ela tem 66 anos; ele, 67. Uma disposição para a idade nunca vista por mim em
idosos no Brasil. Nunca conheci ninguém de idade com disposição para este tipo
de atividade.
No
ano passado eles tinham ido, também de carro, ao Senegal. Ela falou que sofre
de enfisema e é usuária de corticóide para poder suportar. Esta viagem deles
pela América Latina durará dois anos, e só há três meses que saíram da Suíça.
Deixamos o hotel e
procuramos um mercado para comprar água. Estava difícil, pois o comércio na
cidade só abre a partir das 10 h.
Conseguimos
achar um aberto e que tinha água. Compramos duas garrafas de 8 litros cada. Água aqui é
artigo de luxo e cara. Uma garrafinha de 500 ml custa AR$ 2,80 (US$ 0,74/R$ 1,40). Por se tratar de um mercado, é um preço bem
caro.
Comprei
também suco da marca Ades, de laranja, na esperança de tomar algo que
não parecesse Tang.
A cidade estava sem
energia, e por isso não conseguimos calibrar os pneus do carro, pois o
compressor não tinha ar.
Seguimos
para a fronteira da Argentina com o Chile, e avistamos na cidade de Los Antiguos o impressionante Lago Buenos Aires, com água azul e com
ondas que pareciam do mar. Este lago é o segundo maior da América Latina,
superado apenas pelo Lago Titicaca,
no Peru.
Marcio com
o Lago Buenos
Aires ao fundo – Los Antiguos - Argentina
Paramos
na cidade de Los Antiguos e
calibramos os pneus em uma borracharia.
Como
estava perto da hora do almoço, e ainda teríamos uma jornada longa pela frente
(aduanas e estrada de terra), perguntamos ao rapaz da borracharia onde havia um
local que vendesse empanadas. A idéia era comprar para levar. Ele indicou-nos
uma pizzaria na saída da cidade.
Paramos
na Pizza Uno e resolvemos almoçar
logo, pois nada sabíamos sobre o futuro.
Lá era apenas um delivery, mas
o dono permitiu que comêssemos no balcão da loja.
Tomamos
o suco Ades que compramos há pouco e
comemos com os garfos que levamos, pois na pizzaria só tinham guardanapos. No final,
pedi para que os talheres fossem lavados lá, mas ele não deixou. Guardei tudo
sujo mesmo.
Na
fronteira, na saída da Argentina, consegui lavar tudo na pia do sanitário.
Fizemos
os procedimentos de saída do país.
Andamos
mais um pouco e chegamos à aduana chilena. Mais uma vez, papel vai e vem.
Fomos
acompanhados pelo fiscal, que pediu que colocássemos toda a nossa bagagem numa
mesa. Revistou todas as malas, perguntando sobre tudo. Soubemos que por todo o
Chile é proibido andar com combustível em galões. Para a nossa
sorte, os 2 galões
já estavam vazios.
Nunca
passamos por um pente fino assim em aduanas. Ainda bem que carregávamos só uma
banana. Comemos e pudemos entrar no Chile.
Às
13 h retomamos a viagem. Havia duas opções para ir para Puerto Aisen, já no Chile: uma, de barco, atravessando o Lago Argentino, que no Chile se chama Lago
General Carrera; outra, pela Carretera Austral, a opção do
planejamento do Marcio.
O
trecho margeia o Lago Buenos Aires/General
Carrera e outros. Tudo em estrada de rípio e circundado por montanhas
nevadas.
Visual da
região a partir da estrada – Lago Gral. Carrera - Chile
São
impressionantes os visuais do lago. Parece o mar de Angra dos Reis (RJ), com
água azul turquesa e ondas por causa do vento. É uma pena ser tão frio! Eu só
imaginava tudo com o maior calor, pessoas com roupa de banho, etc. A transparência
da água é grande. Deve ser muito limpa.
Ao
longo da estrada, passamos por alguns povoados, com pouca estrutura para
turismo. Parece mais ser local de veraneio.
Outro
trecho da maravilhosa estrada para Puerto Aisen - Chile
Povoado à
beira da estrada para Puerto Aisen - Chile
Cruzamos
algumas pontes, mas uma delas chamou a nossa atenção por ser a maior, a General Carrera.
Ponte Gral.
Carrera - Chile
O
Marcio estava preocupado com um provável vazamento de diesel na bomba injetora.
A
estrada é bem estreita em alguns pontos, com penhascos dos dois lados. Com as pedras
soltas no pavimento, o carro fica instável. A velocidade máxima permitida era de
30 km/h
em alguns trechos.
Construíram
a estrada nas montanhas. Então, a toda hora, se tem visuais impressionantes do lago.
Há também momentos em que a água fica em tom verde.
Nossa
carretera ao redor do Lago Gral. Carrera - Chile
Seguimos
a sugestão que o dono da pizzaria onde almoçamos nos deu e visitamos, no
povoado Puerto Tranquilo, a Capela de Mármore.
Pagamos
CH$ 25.000,00/casal (US$ 48,07/R$ 97,25) pela visita. Fomos num
barquinho a motor, pelo Lago General Carrera. Lindão!
Vimos
uma rocha de mármore, com erosões que criaram salas e buracos. Tudo em mármore!
Dentro da
Catedral de Mármore – Puerto Tranquilo - Chile
As
montanhas que víamos ao redor também eram de mármore.
Montanhas
de mármore – Puerto Tranquilo - Chile
Ficamos
impressionados, pois nunca tínhamos visto nenhuma rocha de mármore, e também por
estarmos navegando naquelas águas lindas do lago. Muito legal! Vimos a capela, a catedral e uma caverninha.
Marcio no passeio de barco à Catedral de Mármore – Puerto Tranquilo -
Chile
Demos
sorte com o sol de fim de dia, e as fotos ficaram ótimas.
Os lindões
e as erosões na pedra de mármore – Puerto Tranquilo - Chile
Ao longe,
as montanhas cobertas de neve – Puerto Tranquilo - Chile
Pelo
avançado da hora -- mais de 19 h --, vimos que ainda faltava muito chão para Puerto Aisen. Paramos no povoado de Bahía Murta para tentar um local para hospedagem.
Procuramos
a pousada de uma propaganda de um cartaz na estrada, mas nada havia de descente.
Seguimos
mais um pouco e nada de aparecer hospedagem nem povoado. Bateu mesmo um desespero
quando vimos uma barraca com um pessoal acampado na beira de um rio, com a lua
do lado de fora.
Daí,
logo veio a idéia de fazermos a mesma coisa, só que ficaríamos dentro do carro.
Tenho que admitir que com aquele visual de lua, com luz do dia ainda e com a montanha
com neve ao fundo, foi tentador. Mas eram 21 h, com 3º C de temperatura. Nem
morta!!
Resolvemos
seguir mais um pouco.
Que visual!
Lua cheia (luna llena), friozinho... – Carretera Austral - Chile
Finalmente
fomos salvos pelo gongo! Apareceu um lugarejo em plena Carretera Austral , como é conhecida essa estrada,
a Villa Cerro Castillo.
Lá,
encontramos o Residencial &
Restaurante Villarrica, a nossa salvação. Ficamos num quarto com banho privado
e água quente, porém sem calefação. Amanhã iremos acordar sem calorzinho. Será
demais! Com certeza a mais difícil das hospedagens.
Esta
aventura lembra-me a do povoado de Colchane,
norte do Chile, onde fomos ano passado.
Villa Cerro Castillo fica no meio das
montanhas e do gelo. É frio para cacete. Fomos bem acolhidos e jantamos com
aquecimento de lareira.
O aquecedor a lenha do salão de refeições do Residencial &
Restaurante Villarrica – Villa Cerro Castillo - Chile
Nosso jantar na Residencial & Restaurante Villarrica: lomo com
salada – Villa Cerro Castillo - Chile
Nosso
carro ficou guardado na garagem deles.
Demos
à família alguns daqueles doces de banana com chocolate, o Tachão de Ubatuba. Gostaram muito!
Participamos
ainda da festa de Halloween da
cidade. Várias crianças foram ao hotel para pegar doces.
Festa de
Halloween em Villa Cerro Castillo
- Chile
Comprei
um pão feito pela dona da pousada, com passas e nozes. Ela disse que era comum
comê-lo na época do Natal (Navidad, em espanhol). Custou o equivalente a
R$ 10,00.
Pelos
ingredientes que ela disse ter usado, falei para ela que no Brasil era conhecido
como bolo. O Marcio insiste que é pão.
São
mais de 23 h e estou digitando este dia. O Marcio roncando e eu morrendo de
frio, mas não dá para acumular tanta informação.
Acréscimos do Marcio
O casal de suíços que
estava no mesmo hotel que a gente em Perito Moreno disse que mandou o carro deles de
navio da Europa para Buenos Aires. A viagem durou 1 mês.
Eles pretendem ficar
viajando pela América Latina durante dois anos, mas no Natal deixarão o carro
em um estacionamento de Buenos Aires e vão de avião passar o fim de ano com a
família na Suíça.
Nossa passagem da
Argentina para o Chile se deu por uma fronteira que é conhecida como Chile Chico, o nome da cidade chilena fronteiriça.
A opção de se ir para a cidade de Puerto
Aisen via ferry, cruzando o Lago Argentino/Gral. Carrera, pode até parecer atraente,
pois se economizaria muito tempo.
Entretanto, o charme da viagem que
programei com tanto tempo de antecedência era exatamente fazê-lo pela estrada
de terra que contorna o lago, passando por povoados e curtindo o visual das
montanhas.
A partir da cidade de El Maitén entramos
no trecho que é conhecido como Carretera Austral.
Essa estrada começa na Villa O’Higgins e
vai até Cta. Puelche, e é oficialmente chamada de Ruta 7 (R-7).
Sua construção se iniciou na época do
governo de Augusto Pinochet, e objetivava integrar uma das regiões mais remotas
do Chile. Ao todo, são aproximadamente 1.200 km , passando por vilas, povoados e
paisagens lindíssimas.
Nossa participação nessa beleza toda está
prevista para ser apenas de El Maitén até Villa Santa Lúcia, quando a deixaremos
para voltar para a Argentina pela fronteira de Futaleufú. Serão uns 700 km , aproximadamente.
De fato começamos a nos preocupar quando
começou a anoitecer e não chegávamos a lugar algum com hospedagem. A Villa Cerro
Castillo foi um oásis: acomodação e comida.
Outro problema que algumas pessoas menos
organizadas podem também passar por essas bandas é a falta de combustível, pois
se percorre longas distâncias sem qualquer posto de abastecimento. A autonomia
do veículo utilizado tem que ser muito bem conhecida e considerada em qualquer
planejamento de passeios por aqui.
O filho do casal do Residencial &
Restaurante Villarrica, que devia ter uns
6 anos, ficava tentando se comunicar conosco, mas o idioma era um dificultador
para ele. Chamava-se Dario, e ficava andando de velocípede pelo salão do
restaurante, onde estávamos apenas nós (eu e Clênia).
24º DIA – 01.11.2009 –
Domingo
(CHILE: Villa Cerro Castillo - Puyuhuapi)
Acordamos
às 7 h. Foi extremamente difícil sair debaixo do lençol. É tanto coberta, que
fica até pesado.
Nosso quarto na Residencial & Restaurante Villarrica – Villa Cerro Castillo - Chile
O
Marcio foi o primeiro herói a encarar o quarto sem aquecimento e o banho com
água morna, mesmo com a torneira quente toda aberta e a fria fechada.
Eu
não consegui. Optei por tomar café primeiro e depois, quem sabe, encarar um
banho nessas condições.
Conforme
combinado ontem com a dona do hotel, achamos nosso café-da-manhã montado na
mesa do salão.
Havia
o queijo parecido com nossa ricota, mas que aqui tem o nome de queyllo. Estava muito bom! Tinha também marmelada,
pão e água quente para o nescafé.
Toda
a família estava dormindo, e nós ali, naquele friozinho, curtindo a casa deles.
É muita coragem deles confiar que nós não iríamos roubar nada.
Comemos
bem, e aproveitei para provar o pão de fabricação caseira que comprei ontem.
Parecia o nosso panetone, mas com o frio estava bem duro. Para comer com o meu
aparelho nos dentes foi difícil.
Deixamos
um bilhete de agradecimento para eles. O Marcio escreveu em português e em
espanhol.
Marcio
escrevendo o bilhete de agradecimento. Residencial & Restaurante Villarrica – Villa Cerro
Castillo - Chile
Depois
do café, me animei e tomei banho. Com o cabelo lavado, corri para o secador
para não congelar de vez. Confesso que teria sido bem pior o banho antes do
café quente.
Foi
legal escovar os dentes curtindo o visual das montanhas com neve da janela do
quarto. Digno de Europa.
Com a bagagem já no carro, faltava apenas escovar os dentes - Villa
Cerro Castillo - Chile
Às
9 h deixamos o hotel e vimos de onde vem o nome do povoado. É por causa da
montanha que fica na entrada da cidade, chamada Cerro Castillo, com quase 3.000 m de altitude.
Escultura
na entrada da Villa Cerro Castillo - Chile
A montanha
que dá nome à cidade - Chile
Na
subida da estrada, paramos num mirante e vimos uma placa que dizia que onde
estávamos era a Reserva do Cerro Castillo.
Cartaz com
indicação da Reserva Cerro Castillo – Chile
Mapa que
proporciona uma visão da região e da Carretera Austral - Chile
A
vila onde pernoitamos está a 378
km da cidade argentina de Perito Moreno.
Visual da Carretera Austral, já com asfalto a partir de Villa Cerro
Castillo - Chile
O
legal disso tudo é que, sem planejar, pernoitamos num lugar muito aprazível.
Seguimos
viagem para Puerto Aisen pela Carretera Austral, e vimos ainda muita
neve na vegetação.
Eu
ainda tinha a esperança de encontrar um veado chifrudo bebendo água no rio, mas
não dei sorte. Ele devia estar com frio e não apareceu.
Ainda vimos muita neve ao longo da Carretera Austral para Puerto Aisen -
Chile
Paramos
na cidade de Coyhaique, um lugarejo
bem grande. Pelas lojas de carros e de produtos agrícolas que vimos, deve ser
um local de pessoas com boa renda.
Compramos
algumas bananas, laranjas e doce de mamão em uma mercearia de palestinos. O
Marcio está meio privado. Como quase não há frutas, a coisa está feia. Cú Del Fuego!!
No
mercadinho, quase compramos, por engano, aveia usada como ração de galinha,
pensando que era para humanos. A sorte é que a funcionária nos esclareceu
antes.
A região aqui se parece
com Campos do Jordão (SP) e com Petrópolis (RJ), com cabanas para hospedagem no
meio da mata. Toda a região é muito pitoresca.
Logo
que chegamos a Puerto Aisen, fomos a Puerto Cachabuco, a 15 km , para ver sobre o
passeio à Geleira San Rafael.
Infelizmente,
soubemos que o barco partia aos domingos e às quartas-feiras, mas que a lotação
de hoje já estava completa.
Foi
até bom, pois gastaríamos o equivalente a R$ 700,00/pessoa. Bem carinho! Além
disso, o barco sairia hoje às 22 h, navegaria toda a noite, para que amanhã
caminhássemos na geleira, voltando para Puerto
Cachabuco na terça-feira.
Retornamos
para Puerto Aisen, entramos num supermercado
e compramos alguns vinhos.
Escolhemos
os da linha reserva, a preços bem baixos
em relação ao Brasil. Lá, achei adoçante de sucralose em pílulas, bem barato, e
comprei alguns de 300 comprimidos.
Almoçamos
no próprio supermercado. A comida era vendida por quilo, mas quem preparava era
a funcionária. Comemos arroz e macarrão à bolonhesa.
No
estacionamento do supermercado, enquanto arrumávamos as coisas na mala do carro,
um senhor chileno abordou o Marcio para perguntar sobre eventuais problemas que
ele poderia ter com seu carro a gasolina, caso viajasse com ele para o Brasil e
utilizasse nossa gasolina com álcool.
Depois
do bate-papo, ele aproveitou e nos deu uma dica sobre um atalho para a R-7, que
nos levará a cidade de Puyuhuapi.
Segundo ele, deveríamos pegar a estrada de volta a Coyhaique e, uns 10
km depois, quando houvesse a indicação para o povoado de
Viviane, virar à esquerda.
Seguimos
e vimos a tal placa para o povoado de Viviane,
só que do outro lado do Rio Manihuales.
Foi
uma merda, pois erramos e entramos em fazendas com vacas e porteiras. Numa dessas
porteiras, como eu não tive força para abri-la, o Marcio foi ajudar a acabou
enfiando o pé numa das frestas do mata-burro que havia por lá.
Foi
uma lenha! Afundou até a canela na lama, que estava misturada com mijo e com
merda do gado.
Na
expectativa de lavar a perna e o pé no rio que corria ali perto, passou para o
outro lado da cerca e foi caminhando no pasto cheio de vacas e de mais poças de
lama. Foi pior. Eu estava vendo a hora de as vacas correrem atrás dele para
completar a cena. Foi o cômico-trágico.
Ele acabou retornando,
sem lavar nada, e trocou o tênis pela sandália, com a qual continuou a viagem.
Ainda perdidos naquela
região de fazendas, encontramos alguém para dar informação. Era uma menina que parecia
sindrômica. Imagina só, a única pessoa que aparece para ajudar é desse jeito!
Apesar disso, ela indicou
o caminho certo, pois confirmamos com um pessoal que passava mais a frente.
Acho é pouco, pois bastava
termos seguido o que GPS indicava desde o início.
O
lado bom de termos errado o caminho, foi que pude ver que folhas e alface por aqui
só podem ser cultivadas em estufas, devido ao frio que queima tudo. Além disso,
as vacas e os cavalos são bem peludos.
De
volta à estrada certa, seguimos pela Carretera
Austral por alguns trechos em cascalho, outros de asfalto e alguns “em asfaltamento”.
A
parte de terra era das piores, com uma buraqueira que vibrava o carro inteiro.
Passamos
por lugares lindos, cruzando várias vezes por rios de água clarinha e avistando
uma mata parecida com a da nossa floresta amazônica. A vegetação mudou, e agora
as árvores eram grandes e algumas montanhas estavam ainda com neve.
Vimos
várias cachoeiras de degelo. Entramos na área do Parque Nacional Queulat, com mata bastante fechada. Quando subimos
a serra, já eram mais de 19 h, e ainda estava com luz solar.
Uma cachoeira de degelo – Carretera Austral - Parque Nacional Queulat -
Chile
Paramos
na Cachoeira da Trilha Padre Garcia, localizada
bem perto da estrada, a uns 200
m . Vimos uma queda d’água de degelo extremamente forte e
grande. Eu vi também uns cogumelos vermelhos, lindos, mas o Marcio não os viu.
Já estava cansado e de saco cheio, doido para chegar ao destino para poder descansar.
Cachoeira
da Trilha do Padre Garcia – Parque Nacional Queulat - Chile
Após
termos descido a serra, avistamos uma geleira ao longe e à direita. Era o Glaciar Vestisqueiro Colgante. Lindão!
Mas estava tarde e não pudemos visitá-lo. Tiramos algumas fotos da estrada.
Ficará para amanhã a visita.
Glaciar
Vestiquero Colgante – Parque Nacional Queulat - Chile
Estávamos
bem cansados e querendo logo arranjar uma hospedagem.
Paramos
num lodge que ficava à beira da estrada, a 30 km de Puyuhuapi, mas não tinha ninguém lá para dar informações.
Já
estávamos rodando há mais de 3 horas, mas tínhamos nos deslocado apenas uns 100 km . A estrada era ruim,
cheia de curvas, mas também repleta de lugares lindos nos quais parávamos para
fotografar.
Chegamos
ao povoado de Puyuhuapi, um vilarejo
pequeno mas jeitoso, de colonização alemã, à beira de um braço do Oceano Pacífico. Quando chegamos já eram
quase 21 h.
Ficamos
hospedados na Hostal Casa de Ludwing,
bem na entrada da cidade. É uma casa de dois andares, toda de madeira, e tudo é
bem aconchegante. Existe desde 1957.
A
proprietária chama-se Luiza, é descendente de alemães, nasceu aqui e mantém o
projeto do pai. Ela fala espanhol com sotaque alemão, mas entende bem o português.
Fala também inglês e outras línguas.
Do
nosso quarto vemos o mar. A sala da casa é compartilhada com os hóspedes e é
bastante charmosa.
Deixamos
as malas e fomos jantar, pois depois das 22 h todos dormem aqui. Teríamos
ficado sem comida, caso não tivéssemos sido avisados pela Luiza.
Comemos
no Restaurante Real e voltamos logo
para o hotel.
Amanhã acordaremos sem
calor no quarto, pois o aquecedor é a gás e não é recomendado dormirmos com o
fogo aceso e com as janelas fechadas. Mais desconforto!
Como a casa é toda em
madeira, onde pisamos faz barulho. Tem um cartaz no quarto com as normas do
hotel, e uma delas esclarece que como aqui é tudo em madeira, você deve se
deslocar como um puma. Eu ri com isso!
Acréscimos
do Marcio
A cidade de Coyhaique,
por onde passamos logo após Villa Cerro Castillo, apesar de pequena é bem
estruturada, com muitas revendas de máquinas agrícolas e de carros.
Pelos seus arredores,
vimos diversos locais para hospedagem, quase todos no estilo de cabanas de
madeira e com opções de rafting.
No supermercado em Puerto Aisen , onde
compramos várias garrafas de vinho chileno, também compramos alguns utensílios
domésticos, farelo de trigo, aveia (para ver se dá uma refrescada no “olho de
tandera”, que já está em brasa) e uma barra de chocolate com 68% de cacau.
Almoçamos no restaurante
dentro do tal supermercado, onde comemos uma comidinha mais ou menos. A
sobremesa foi o chocolate com 68% de cacau, que a Clênia gostou tanto que
retornou para comprar mais algumas barras.
Exatamente na hora da
pessoa que estava na frente dela na fila pagar, o sistema saiu do ar. Ela,
indignada, deixou tudo e foi embora.
O custo do barco para a
Geleira San Rafael era de US$ 350,00/pessoa. A embarcação levava também os
carros dos passageiros em sua barriga.
A troca do tênis pela
sandália, por causa do atolamento no mata-burro, foi uma merda, pois sempre que
precisava descer do carro quase morria de frio nos pés.
A pousada onde ficamos
hospedados em Puyuhuapi é muito charmosa, parecendo um bangalô de madeira. A
proprietária, Luíza, é simpática e prestativa, sempre se esforçando para entender
nosso portunhol.
Combinamos com ela que
sua funcionária lavaria nossas roupas (e meu tênis sujo de merda) amanhã.
O lance de termos que
desligar o aquecedor para dormir é por segurança, pois, com o quarto fechado
por causa do frio, o oxigênio do ambiente pode ser totalmente consumido pelo
fogo da chama e nos matar.
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