quinta-feira, 2 de maio de 2013

(017) 2008 - Viagem ao Deserto do Atacama - CHILE: ARICA - PICA (VIA PQ. NACIONAL LAUCA, RESERVA NACIONAL LAS VICUÑAS E SALAR SURIRE)

19º DIA – 07.10.2008 – 3ª feira
(CHILE: Arica - Putre: Parque Nacional Lauca )
Acordamos cedo e às 7h20 já estávamos no café.
Deixamos o hotel pouco depois das 8 h. Antes de deixarmos a cidade, abastecemos o carro e ainda enchemos um galão com 20 litros de diesel, para evitar surpresas.
Caímos novamente na Rodovia Pan-Americana (RN-5), e logo estávamos fora de Árica. Foi bem fácil achar a saída com o mapa na mão. O GPS não tem ajudado muito aqui no Chile, por só constar dele algumas estradas, sem detalhamento das cidades.
A subida da serra é demais! É como se estivéssemos cortando uma duna gigante, só que não tem areia voando.
Vimos alguns geoglifos, cidades e rios quase secos beirando a estrada. É tudo bem íngreme, e o motorista tem que tomar cuidado demais. Esta é uma área bem histórica e mística.
Passamos por algumas cidades antes de chegarmos a Putre (3.550 m de altitude), última antes do Parque Nacional Lauca, nosso destino, além de alguns pontos de interesse turístico.
Passamos pela área do cacto tipo candelabro, também de altiplano. Existe entre 2.500 m e 2.800 m de altitude.

Cacto Candelabro, no caminho para o Parque Nacional Lauca - Chile

Já sentimos frio pela altitude. Chegamos pouco mais de meio-dia, e a distância que percorremos foi de 138 Km.
Logo que chegamos, fomos ver um hotel que ficava na entrada da cidade, o Hotel de Las Vicunas, mas a diária custava mais de US$ 90,00 e resolvemos ver outras opções na cidade.
Chegamos ao centro bem na hora de um comício. Havia até um quarteto tocando música típica, que eu não deixei de registrar.

Apresentação folclórica em Putre - Chile

Almoçamos num restaurante (Restaurante Cartaverdi) perto dali, onde comemos muito bem. Tinha o cardápio variado e boa aparência.

Marcio no Restaurante Cartaverdi – Putre - Chile

Eu comi salmão com camarões e arroz; o Marcio foi de frango com salada. Tudo saiu bem barato.
Achamos hospedagem em um local que, pela fachada, ninguém dava nada, mas mostrava-se com excelente estrutura, principalmente para as condições locais desérticas e longe de tudo. A diária por CH$ 22.000,00 (US$ 41,66), com café da manhã, incluía água quente no banho, carpete, camas boas, enfim, uma boa opção.
Antes de partirmos para o passeio, passamos numa loja da cidade para comprar diesel, para ficarmos de tanque cheio de novo. Compramos a CH$ 900,00 (US$ 1,70)/litro, enquanto em Arica tínhamos pago CH$ 688,00 (US$ 1,30)/litro. Compramos 20 litros, o que encheu o tanque novamente.
A dona da loja tinha uma tremedeira que dava até agonia. Acho que era doença de Parkinson.
Fomos a mais de 4.600 m, no Parque Nacional Lauca. Nesse pedacinho de tarde rodamos mais de 200 Km. Como a estrada é perigosa, cheia de curvas e com vários caminhões bolivianos, cegonhas na maioria. Precipício para todo lado, ainda com neve em alguns trechos.
Vimos vulcões com picos nevados, além da fauna e da flora de sempre, repleta de flamingos e de outras aves dos altiplanos. Vimos também alpacas e vicunhas, todos ariscos, afastando-se ao me aproximar para fotos.

Parque Nacional Lauca, próximo à cidade de Putre - Chile

Lhama intrigada com o nosso interesse por ela

Fomos até a fronteira com a Bolívia.
Como o Marcio sofreu com a corisa inicial da gripe, e como tossiu! A minha preocupação era com a altitude elevada, mas parece que não o afetou muito. Com a tosse feia e o poeirão em que estávamos metidos, dei para ele um comprimido de 20 mg de prednisona (cortisona), para amanhã continuar com 40 mg por uns três dias.
Quando retornamos à cidade, compramos mais diesel, para permanecer de tanque cheio, pois amanhã faremos um grande trecho de terra sem nada de estrutura. Desta vez compramos mais 14 litros, que já nos custou CH$ 950,00 (US$ 1,89)/litro. É a maior escassez! Caso um deles não tenha, começa o sufoco da procura.
Ainda lavei roupas, na esperança de secar tudo até amanhã.
Saímos para jantar no mesmo restaurante em que almoçamos. Muito bom! Eu comi um bife de alpaca, outro camélido local, com um risoto de quinoa, cereal do altiplano que se parece com o arroz. Como estava bom! O Marcio foi de pizza. No restaurante pudemos tomar, sem problema, um vinho da uva carmenere que havíamos comprado em Arica.
Quando voltamos ao hotel estava um frio de lascar. Parecia Colchane.
Já fizemos a área do parque até a Bolívia, e agora falta a Reserva Natural das Vicunhas.

Acréscimos do Marcio

Tanto o Chile como a Argentina estão em período eleitoral. Em todos os lugares por onde passamos vemos cartazes com propagandas, inclusive para o cargo de alcaide, termo que só me lembro de ter ouvido nos filmes do Zorro. A eleição será no dia 26/10/2008.
A preocupação com o combustível é para que não passemos pelo mesmo sufoco que tivemos em Colchane, quando deixamos de nos expandir nos passeios com medo de o diesel não ser suficiente para voltar ao posto mais próximo. Hoje estamos de tanque e bujão cheios (70 + 20 litros), o que nos dá uma autonomia aproximada de, no mínimo, 750 quilômetros.

20º DIA – 08.10.2008 – 4ª feira

(CHILE: Putre: Reserva Nacional Las Vicunas e Salar Surire - Pica)

A noite foi péssima, pois o Marcio, todo congestionado, deitado não conseguia respirar bem de jeito nenhum na alta altitude. Em Colchane ele já tinha tido isso. Gripado então, a coisa foi feia.
Conseqüentemente, a minha noite também foi demais, dando de médica, sem ter muitos recursos, às 2 h: conferindo a pressão arterial e auscultando o peito dele, para ver se não estava morrendo. A triste conclusão é que tudo seria sanado com oxigênio. Como não tínhamos, ele elevou o travesseiro, hidratou bastante, tomou AAS e aguardamos a melhora, que não veio.
Acabei dando um cochilo, e de manhã cedo ele me acordou para zarparmos.
Saímos de mala e cuia do hotel. Já eram mais de 8h30. Com comida, combustível e água suficientes, nos embrenhamos por uma estrada de terra desconhecida e não muito bem falada, mas cheia de fascínios.
Seguimos em direção a Colchane, com o objetivo de visitar a Reserva Nacional das Vicunhas. Pegamos mais de 190 Km de terra, com velocidade de até 80 Km/h. Um trecho bem movimentado por caminhões com sal, que depois descobrimos que era do Salar de Surire.
Na Reserva, vimos vicunhas e mais vulcões nevados expelindo fumaça com a atividade termal.

Vicunhas

Vulcão com atividade termal e com neve no cume

Chegamos ao Salar de Surire e avistamos uma área de 24 mil hectares de sal, com lagoas verdes em algumas de suas partes.

Salar de Surire - Chile

Havia flamingos e mais vicunhas.
Há uma exploração de sal intensa bem ao lado desses animais preservados pelo Estado.
Almoçamos sanduíches e suco, sentados numa pedra e admirando a área do salar. No mínimo, diferente!
Seguimos para Colchane e, no caminho, decidimos que fazer outro trecho de terra, com mais de 300 Km, ainda hoje, seria loucura, pois gastamos em 200 Km mais de quatro horas.
Optamos ir pelo asfalto, com 140 Km até Huara e, de lá, para a cidade chamada Pica, onde existem termas. O Marcio não queria dormir de novo a mais de 3.000 m, tendo em vista a péssima noite de sono que ele teve ontem.
Na descida dos Andes a mudança de temperatura é tão brusca quanto a da altitude. O calor é intenso dentro do carro, apesar de fora ter um vento bem frio.
Chegamos a Pica, que ficava a pouco mais de 1.000 m de altitude, onde resolvemos dormir. Instalamo-nos numa hostal, hospedaria por aqui, por CH$ 18.000,00 (US$ 34,09), com desayuno (café da manhã).
Assim que nos instalamos, fomos a uma terma da cidade (Termas de Cocha), para relaxar um pouco depois do dia estafante de estrada e de passeios.
A piscina de água morna fica dentro de um clube. Para entrar, pagamos CH$ 1.000,00 (US$ 1,89)/pessoa. Bem barato!
A estrutura e a higiene são meio fracas, considerando que é um lugar turístico, mas os “piquetenses” usam bastante.
Saímos logo, para evitar uma piora da gripe do Marcio.
Voltamos ao hotel, lavamos roupa e saímos para jantar.
Mais cedo, quando chegamos à cidade, observamos que havia vários restaurantes e imaginamos que comeríamos bem, mas naquela hora só um deles estava aberto e foi nossa única opção.
Comi um macarrão e o Marcio um bife à cavalo, para a circunstância, um caviar.
Agora é descansar e amanhã explorar a região, onde existem dois salares para conhecer.

Acréscimos do Marcio

Era incrível a sensação sentida à noite. Se eu não tentasse dormir, não sentia nada. Bastava dar aquela fechada de olho e começar a relaxar, para que sentisse falta de ar. Era como se a respiração diminuísse sua freqüência, e esta fosse insuficiente para obtenção de todo o oxigênio que eu precisava.
Acabei mesmo passando em claro das 3h30 às 7 h.
As estradas por onde passamos, todas de terra, eram perfeitamente sinalizadas, sempre com placas indicadoras da quilometragem, do nome da rodovia e da direção a seguir. Não se precisa de guias no Chile.
Nossa idéia inicial era de ir por estradas de terra até Pica, quando passaríamos por diversos locais interessantes, mas quando vimos o tempo que levamos para percorrer apenas 200 Km, e, caso mantivéssemos o plano, ainda teríamos pela frente mais 300 Km, desistimos. Fomos para o mesmo destino, mas deixando a trilha e pegando o asfalto.
A hospedaria onde ficamos em Pica foi a O’Higgins.

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