19º DIA – 07.10.2008 –
3ª feira
(CHILE: Arica - Putre: Parque Nacional Lauca )
Acordamos
cedo e às 7h20 já estávamos no café.
Deixamos
o hotel pouco depois das 8 h. Antes de deixarmos a cidade, abastecemos o carro
e ainda enchemos um galão com 20
litros de diesel, para evitar surpresas.
Caímos
novamente na Rodovia Pan-Americana (RN-5), e logo estávamos fora de Árica. Foi
bem fácil achar a saída com o mapa na mão. O GPS não tem ajudado muito aqui no
Chile, por só constar dele algumas estradas, sem detalhamento das cidades.
A
subida da serra é demais! É como se estivéssemos cortando uma duna gigante, só
que não tem areia voando.
Vimos
alguns geoglifos, cidades e rios quase secos beirando a estrada. É tudo bem
íngreme, e o motorista tem que tomar cuidado demais. Esta é uma área bem
histórica e mística.
Passamos
por algumas cidades antes de chegarmos a Putre (3.550 m de altitude),
última antes do Parque Nacional Lauca,
nosso destino, além de alguns pontos de interesse turístico.
Passamos
pela área do cacto tipo candelabro, também de altiplano. Existe entre 2.500 m e 2.800 m de altitude.
Cacto
Candelabro, no caminho para o Parque Nacional Lauca - Chile
Já sentimos frio pela
altitude. Chegamos pouco mais de meio-dia, e a distância que percorremos foi de
138 Km.
Logo que chegamos, fomos
ver um hotel que ficava na entrada da cidade, o Hotel de Las Vicunas, mas a diária custava mais de US$ 90,00 e
resolvemos ver outras opções na cidade.
Chegamos ao centro bem
na hora de um comício. Havia até um quarteto tocando música típica, que eu não
deixei de registrar.
Apresentação
folclórica em Putre - Chile
Almoçamos
num restaurante (Restaurante Cartaverdi)
perto dali, onde comemos muito bem. Tinha o cardápio variado e boa aparência.
Marcio no
Restaurante Cartaverdi – Putre - Chile
Eu comi salmão com
camarões e arroz; o Marcio foi de frango com salada. Tudo saiu bem barato.
Achamos
hospedagem em um local que, pela fachada, ninguém dava nada, mas mostrava-se
com excelente estrutura, principalmente para as condições locais desérticas e
longe de tudo. A diária por CH$ 22.000,00 (US$
41,66),
com café da manhã, incluía água quente no banho, carpete, camas boas, enfim,
uma boa opção.
Antes
de partirmos para o passeio, passamos numa loja da cidade para comprar diesel,
para ficarmos de tanque cheio de novo. Compramos a CH$ 900,00 (US$ 1,70)/litro, enquanto em Arica tínhamos pago CH$ 688,00
(US$ 1,30)/litro. Compramos 20 litros , o que encheu o
tanque novamente.
A
dona da loja tinha uma tremedeira que dava até agonia. Acho que era doença de Parkinson.
Fomos
a mais de 4.600 m ,
no Parque Nacional Lauca. Nesse pedacinho
de tarde rodamos mais de 200 Km. Como a estrada é perigosa, cheia de curvas e com
vários caminhões bolivianos, cegonhas na maioria. Precipício para todo lado,
ainda com neve em alguns trechos.
Vimos
vulcões com picos nevados, além da fauna e da flora de sempre, repleta de
flamingos e de outras aves dos altiplanos. Vimos também alpacas e vicunhas,
todos ariscos, afastando-se ao me aproximar para fotos.
Parque
Nacional Lauca, próximo à cidade de Putre - Chile
Lhama
intrigada com o nosso interesse por ela
Fomos
até a fronteira com a Bolívia.
Como o Marcio sofreu com
a corisa inicial da gripe, e como tossiu! A minha preocupação era com a
altitude elevada, mas parece que não o afetou muito. Com a tosse feia e o
poeirão em que estávamos metidos, dei para ele um comprimido de 20 mg de
prednisona (cortisona), para amanhã continuar com 40 mg por uns três dias.
Quando
retornamos à cidade, compramos mais diesel, para permanecer de tanque cheio,
pois amanhã faremos um grande trecho de terra sem nada de estrutura. Desta vez
compramos mais 14 litros ,
que já nos custou CH$ 950,00 (US$ 1,89)/litro. É a maior
escassez! Caso um deles não tenha, começa o sufoco da procura.
Ainda lavei roupas, na
esperança de secar tudo até amanhã.
Saímos para jantar no
mesmo restaurante em que almoçamos. Muito bom! Eu comi um bife de alpaca, outro
camélido local, com um risoto de quinoa, cereal do altiplano que se parece com
o arroz. Como estava bom! O Marcio foi de pizza. No restaurante pudemos tomar,
sem problema, um vinho da uva carmenere que havíamos comprado em Arica.
Quando voltamos ao hotel
estava um frio de lascar. Parecia Colchane.
Já fizemos a área do
parque até a Bolívia, e agora falta a Reserva
Natural das Vicunhas.
Acréscimos
do Marcio
Tanto o Chile como a
Argentina estão em período eleitoral. Em todos os lugares por onde passamos
vemos cartazes com propagandas, inclusive para o cargo de alcaide, termo que só
me lembro de ter ouvido nos filmes do Zorro. A eleição será no dia 26/10/2008.
A preocupação com o combustível é para que não passemos pelo
mesmo sufoco que tivemos em Colchane, quando deixamos de nos expandir nos
passeios com medo de o diesel não ser suficiente para voltar ao posto mais
próximo. Hoje estamos de tanque e bujão cheios (70 + 20 litros ), o que nos dá
uma autonomia aproximada de, no mínimo, 750 quilômetros .
20º DIA – 08.10.2008 –
4ª feira
(CHILE: Putre: Reserva Nacional Las Vicunas e Salar Surire -
Pica)
A
noite foi péssima, pois o Marcio, todo congestionado, deitado não conseguia
respirar bem de jeito nenhum na alta altitude. Em Colchane ele já tinha tido
isso. Gripado então, a coisa foi feia.
Conseqüentemente,
a minha noite também foi demais, dando de médica, sem ter muitos recursos, às 2
h: conferindo a pressão arterial e auscultando o peito dele, para ver se não
estava morrendo. A triste conclusão é que tudo seria sanado com oxigênio. Como
não tínhamos, ele elevou o travesseiro, hidratou bastante, tomou AAS e aguardamos
a melhora, que não veio.
Acabei
dando um cochilo, e de manhã cedo ele me acordou para zarparmos.
Saímos
de mala e cuia do hotel. Já eram mais de 8h30. Com comida, combustível e água
suficientes, nos embrenhamos por uma estrada de terra desconhecida e não muito
bem falada, mas cheia de fascínios.
Seguimos
em direção a Colchane, com o objetivo de visitar a Reserva Nacional das Vicunhas. Pegamos mais de 190 Km de terra, com
velocidade de até 80 Km/h. Um trecho bem movimentado por caminhões com sal, que
depois descobrimos que era do Salar de
Surire.
Na
Reserva, vimos vicunhas e mais vulcões nevados expelindo fumaça com a atividade
termal.
Vicunhas
Vulcão com
atividade termal e com neve no cume
Chegamos
ao Salar de Surire e avistamos uma
área de 24 mil hectares de sal, com lagoas verdes em algumas de suas partes.
Salar de Surire
- Chile
Havia
flamingos e mais vicunhas.
Há uma exploração de sal
intensa bem ao lado desses animais preservados pelo Estado.
Almoçamos sanduíches e
suco, sentados numa pedra e admirando a área do salar. No mínimo, diferente!
Seguimos para Colchane e,
no caminho, decidimos que fazer outro trecho de terra, com mais de 300 Km, ainda
hoje, seria loucura, pois gastamos em 200 Km mais de quatro horas.
Optamos ir pelo asfalto,
com 140 Km
até Huara e, de lá, para a cidade chamada Pica, onde existem termas. O Marcio
não queria dormir de novo a mais de 3.000 m , tendo em vista a péssima noite de sono
que ele teve ontem.
Na descida dos Andes a
mudança de temperatura é tão brusca quanto a da altitude. O calor é intenso
dentro do carro, apesar de fora ter um vento bem frio.
Chegamos
a Pica, que ficava a pouco mais de 1.000 m de altitude, onde resolvemos dormir. Instalamo-nos
numa hostal, hospedaria por aqui, por
CH$ 18.000,00 (US$ 34,09), com desayuno (café da manhã).
Assim que nos instalamos,
fomos a uma terma da cidade (Termas de
Cocha), para relaxar um pouco depois do dia estafante de estrada e de passeios.
A piscina de água morna
fica dentro de um clube. Para entrar, pagamos CH$ 1.000,00 (US$ 1,89)/pessoa. Bem barato!
A estrutura e a higiene são
meio fracas, considerando que é um lugar turístico, mas os “piquetenses” usam
bastante.
Saímos logo, para evitar
uma piora da gripe do Marcio.
Voltamos ao hotel,
lavamos roupa e saímos para jantar.
Mais cedo, quando
chegamos à cidade, observamos que havia vários restaurantes e imaginamos que
comeríamos bem, mas naquela hora só um deles estava aberto e foi nossa única opção.
Comi um macarrão e o
Marcio um bife à cavalo, para a circunstância, um caviar.
Agora é descansar e
amanhã explorar a região, onde existem dois salares para conhecer.
Acréscimos
do Marcio
Era incrível a sensação
sentida à noite. Se eu não tentasse dormir, não sentia nada. Bastava dar aquela
fechada de olho e começar a relaxar, para que sentisse falta de ar. Era como se
a respiração diminuísse sua freqüência, e esta fosse insuficiente para obtenção
de todo o oxigênio que eu precisava.
Acabei mesmo passando em claro das 3h30 às
7 h.
As estradas por onde passamos, todas de
terra, eram perfeitamente sinalizadas, sempre com placas indicadoras da
quilometragem, do nome da rodovia e da direção a seguir. Não se precisa de
guias no Chile.
Nossa idéia inicial era de ir por
estradas de terra até Pica, quando passaríamos por diversos locais
interessantes, mas quando vimos o tempo que levamos para percorrer apenas 200 Km,
e, caso mantivéssemos o plano, ainda teríamos pela frente mais 300 Km, desistimos.
Fomos para o mesmo destino, mas deixando a trilha e pegando o asfalto.
A hospedaria onde ficamos em Pica foi a
O’Higgins.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Minha primeira língua é o português (português do Brasil), mas entendo um pouco o espanhol e o inglês.
Registre aqui seu comentário ou sua dúvida, que eu tentarei responder o mais breve possível.
*******************************************************************
My first language is Portuguese (Brazilian Portuguese), but I understand a little Spanish and English.
Register here your comment or question. I will try to respond as soon as possible.
**********************************************************************************
Mi lengua materna es el portugués (Portugués de Brasil), pero entiendo un poco de Español e Inglés.
Regístrese aquí tu comentario o pregunta. Voy a tratar de responder lo más pronto posible.