quarta-feira, 1 de maio de 2013

(012) 2008 - Viagem ao Deserto do Atacama - CHILE: VISITA À MINA DE CHUQUICAMATA E CHEGANDO A IQUIQUE


13º DIA – 01.10.2008 – 4ª feira

(CHILE: San Pedro de Atacama – Calama – Chuquicamata - Iquique)

Acordamos às 8 h. Tomamos café e seguimos pela RN-23 rumo à cidade de Chuquicamata, onde fica a maior mina de cobre do mundo.
Passamos por Calama, 16 Km antes de Chuquicamata, para fazer a reserva da visita. Marcamos para 13h15.
Como ainda eram 12 h, resolvemos almoçar antes do passeio, em Calama mesmo. Comemos no centro, onde têm vários restaurantes e lojas.
Antes das 13 h já estávamos na estrada, indo para o ponto marcado em Chiquicamata.
Quando chegamos, já tinham algumas pessoas aguardando o ônibus da mina, que chegou às 13h30. Embarcamos e partimos para a visita, que é gratuita e com direito a guia e tudo.
Quando se entra na área da mina, temos a sensação de estarmos numa terra de gigantes, pela grandiosidade de tudo, principalmente das caçambas que carregam a terra para ser trabalhada e separada do cobre existente.
Cada caminhão desses mede 8 m de largura e consome dois litros de diesel por minuto. É um bebedor nato. E tudo mais é mega: o consumo de pneus (de 3 m de diâmetro e pesando 3 toneladas), o custo dele, a vida útil curta (de 8 a 9 meses), enfim, é uma coisa de louco.
Este já não trabalha mais: é menor dos que atuam atualmente e serve apenas para fotos

Reparem a proporção entre o carro e os caminhões – Chuquicamata - Chile

Como faz poeira na área de visitação, apesar do apoio de caminhões-pipa, também megas, o tempo todo irrigando os caminhos para minimizar a suspensão da terra.
Perguntei sobre a preocupação ecológica da empresa. O guia falou que a água utilizada, que é proveniente do degelo dos Andes, é reciclada em 80%. Mesmo assim, é difícil dissociar ecologia dessa atividade, uma vez que para onde se olha é visível a suspensão de poeira, a fumaça na área onde ocorre a fundição, o consumo de combustível, de água, enfim, de tudo.

Local de coleta: 5 Km de comprimento (largo), 3 Km de largura (ancho) e 1 Km de profundidade

Indaguei também sobre a saúde dos trabalhadores -- traumas, doenças pulmonares -- e sobre as aposentadorias.
O guia disse que a cada ano os problemas têm diminuído, mas como é uma atividade insalubre, apesar de todas as exigências a saúde acaba por ficar um pouco comprometida.
Sobre aposentadoria, a legislação chilena estabelece 65 anos para homens, exceto para algumas atividades consideradas insalubres, como aquela.
Terminada a visita, que demorou cerca de uma hora, pegamos o carro e seguimos para Iquique, agora pela RN-24 até encontrar a Rodovia Pan-Americana, a RN-5.
A estrada, em excelente estado, é recheada de retonas, quase sempre descendo morros. Afinal, estamos saindo de 2.500 m de altitude para o nível do mar do Pacífico.
Que sol forte que faz, apesar de na sombra ter um vento frio. Com o clima sequíssimo, arde o nariz e ocorre a coriza.
Mantivemo-nos na altitude de pouco mais de 1.000 m durante grande parte da viagem, com um calor e uma paisagem bem seca, de desertão mesmo, nos acompanhando. Passamos por dois oásis, cada um com atrações próprias.
Chegamos à bifurcação da estrada que levava a Iquique já à noite. Começamos a descer uma serra com curvas. Em breve estaríamos ao nível do mar.
Uma neblina começou e o frio chegou forte. Pegamos o acesso errado e fomos parar numa cidade chamada Alto Hospício, se não estou enganada.
Depois de tentarmos sair de lá sem sucesso, paramos numa marcenaria e um senhor nos ensinou o caminho certo. Conseguimos acertar.
A estrada é bem perigosa, com trechos visualizando o mar. De dia deve ser lindo!
Chegamos a Iquique, finalmente, já mais de 20 h. Fomos a cinco hotéis, todos lotados.
Já desesperados, encontramos vaga no Hotel Costa Azul que, mesmo sem garagem própria, era vizinho a um estacionamento pago. Resolvemos ficar. À diária de CH$ 16.000,00 (US$ 30,30) seriam acrescidos CH$ 5.000,00 (US$ 9,47)/dia do estacionamento.
Saímos para jantar numa rua de pedestre bem histórica da cidade, num restaurante de frutos de mar, o Puerto Camaron. Comi uma sopa de camarão e o Marcio um filé com fritas.
A cidade, acho que por ser portuária, parece meio largada. Depois poderemos confirmar, ou não, isso.

Acréscimos do Marcio

A visitação à mina de Chuquicamata foi excelente! No nosso ônibus havia pessoas do próprio Chile, alemães (dois casais) e nós.
A mina é uma estatal chilena desde o governo de Salvador Alliende, quando deixou de ser uma empresa privada americana.
Ela já tem 98 anos de existência. Possui 5 Km de comprimento, 3 Km de largura e 1 Km de profundidade. Quando a olhamos do mirante onde paramos, parece até que estamos em outro planeta.
Lá também se extrai o molibdênio que, segundo o guia, é o que viabiliza economicamente o funcionamento, pois para cada tonelada de matéria prima, apenas 3% de cobre é obtido, e seu valor de mercado não é suficiente para assegurar a cobertura dos custos envolvidos.
As pedras são trituradas até virarem quase pó, para que possam ser transportadas em esteiras até o local onde de fato será extraído o cobre, pelo processo de eletrólise. O resultado final é uma placa (anodo) com 80 kg e com 99,9% de pureza, que vale apenas US$ 500,00. Elas são, então, levadas por trens até o porto, para exportação. Somente a China compra 22% da produção chilena. O mercado asiático absorve 44% de toda a produção de cobre.
Já o molibdênio, o maior consumidor são os EUA, que o utilizam em ligas metálicas de naves espaciais, devido à sua alta resistência à temperatura.
Os caminhões que trabalham na mina são em número de noventa e oito e têm capacidade para transportar até 400 toneladas de carga. Custam US$ 8 milhões cada um deles.
Abastecemos o carro em Chuquicamata. Para quem vem de San Pedro de Atacama em direção a Iquique é fundamental essa parada, pois o abastecimento seguinte na Estrada Pan-americana (Ruta 5) somente ocorre após 255 Km. Depois dele há outro na cidade de Pozo Almonte, já a 15 Km do trevo para Iquique.

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