7º DIA – 10.09.2012 – 2ª
feira
(PERU: Cuzco)
Levantamos antes das 6 horas.
A noite foi muito difícil. Senti fortes dores de
cabeça. Não melhorou nada com o paracetamol. Foi inevitável chorar de dor e
de incerteza sobre o que fazer.
Tomei mais analgésicos, manipulei as sementes de acupuntura
na orelha e fiz compressa quente no ombro. O fato é que com choro e tudo
melhorou uns 80%.
É impressionante como ações simples como gargarejar
ou tomar banho parecem atividades pesadas pela falta de oxigênio!
Tomamos café. O do hotel é bom, mas, mesmo assim,
complementamos com o sucrilho, com a aveia, com o farelo de trigo e com banana
que trouxemos.
Às 9 horas fomos à CORASUR, a única Concessionária Toyota da cidade, para ver a
fumaceira e o engasgo do carro.
Mais cedo, usamos o skype para ligar para o Guilherme, um mecânico conhecido nosso de Brasília.
Ele acha que pode ser uma válvula que fica no coletor de admissão, que talvez
esteja presa.
As ligações feitas pelo skype são bem baratas para telefone fixo -- R$ 0,13/min (US$ 0,06). Isso, sem contar a praticidade.
Utilizando o GPS, achamos a oficina com facilidade.
O mecânico que recebeu o carro suspeitou também de problemas nos bicos.
Ficamos na Concessionária Toyota por mais de três
horas, só esperando por um tal de engenheiro para dar o diagnóstico. Somente
após isso poderíamos decidir o que fazer em Cuzco. Afinal ,
estamos em turismo.
Nunca vi isso! Nada é feito na oficina sem a
opinião do engenheiro, e ele não está aqui. Um absurdo!
Finalmente, apareceu uma funcionária que teve
coragem de ligar para o tal e, quinze minutos depois (já passava do meio-dia), ele
chegou. Após avaliar o carro, falou que a causa era diesel adulterado e que
teria que fazer limpeza dos bicos e esgotar o combustível ruim do tanque.
Concluiu informando que só existiam três companhias de combustível confiáveis
no país.
Durante a espera, fiz uma sessão de acupuntura num
lugar próximo à oficina. Foi com um coreano que mora no Chile, mas trabalha
alguns dias aqui e na Argentina. O inglês e o espanhol dele eram piores do que
os meus, mas conseguimos nos entender e ele fez os pontos dirigidos para tensão
e dor de cabeça. Paguei S/. 40,00 (US$ 15,50/R$ 31,78) e a sessão durou 30 minutos. Já
saí de lá bem melhor.
Também enquanto esperava, o Marcio providenciou o SOAT, um seguro obrigatório no Peru,
numa loja também perto da oficina. Pagou S/. 26,50 (US$ 10,27/R$ 21,06). A validade é de 30 dias.
Tanto a seguradora quanto a Concessionária Toyota
abrem às 9 h e fecham às 13 h; reabrem às 14h30 e fecham às 18 h.
Deixamos o carro, que foi prometido para amanhã, às
16 horas, e deve custar cerca de R$ 1.400,00 (US$ 682,93). Um gasto inesperado!
Voltamos de táxi para a Plaza de Armas para
almoçar. Já passava das 13 horas. Pagamos S/. 3,00 (US$ 1,16/R$ 2,38).
Almoçamos no restaurante mais antigo da Plaza de Armas, o Paititi, com 25 anos.
Nós no Restaurante Paititi, em Cuzco – Peru
Ceviche no
Restaurante Paititi – Cuzco - Peru
Numa agência de turismo localizada na Plaza de Armas, compramos um tour para 4
sítios arqueológicos incas. Lá, existem muitas opções e lojas.
Pagamos para o passeio de hoje e pelo de amanhã S/.
45,00/pessoa (US$ 17,44/R$ 35,76), mas teremos ainda que comprar
os ingressos para o sítio arqueológico no local. Mais S/. 70,00 (US$ 27,13/R$ 55,62) para os quatro sítios de hoje.
Fomos ao hotel deixar algumas coisas e às 15h10 pegamos
o microônibus para o passeio, com mais 25 pessoas.
Nosso guia chamava-se Willis, e nos dava explicações
sempre com tom de crítica para as teorias de construção dos templos incas, sem
qualquer recurso tecnológico para carregar as pedras gigantes e pesadas, mas apenas
os humanos (gente e animais).
Visitamos Saqsaywaman, Qenqo, Puca Pucara e Tambomachay.
Todos com suas particularidades.
Saqsaywaman tem característica de cidade, além de se avistar de lá toda a cidade de
Cuzco. As pedras têm 3
metros de altura e pesam 3 toneladas.
Sítio de Saqsaywaman – cidade
Inca – Cuzco - Peru
Pedras com 3 metros de comprimento e
pesando 3 toneladas
Saqsaywaman com Cuzco ao fundo -
Peru
Qenqo é caracterizada por ser o lugar onde mumificavam os mortos.
Qenqo – Mesa de pedra, fria, onde
mumificavam os mortos
A terceira ruína visitada hoje foi Puca Pucara.
Puca Pucara – Cuzco - Peru
Valeu a visita! É bem guiada. Porém, andar subindo e
descendo, com altitude, doía a minha cabeça demais. Eu tinha que parar e
respirar para melhorar. A sorte é que o guia era calmo e andava devagar.
O sítio mais impressionante é o de Saqsaywaman, pela grandiosidade.
No fim do passeio, há uma parada para compras de artesanato.
Ao final, descemos perto da Plaza de Armas, jantamos e voltamos para o hotel. Agora eu entendo
porque as pessoas aqui ficam empoeiradas: nos sítios há vento e poeira.
Acréscimos
do Marcio
O reparo da Hilux
contemplará também a retirada, limpeza e regulagem da bomba injetora.
O seguro SOAT foi comprado diretamente da seguradora, pois a corretora que procurei
inicialmente somente podia vender o anual. Comprei apenas pelo período de 30
dias, tempo em que estaríamos transitando pelo Peru.
O rapaz da corretora foi
muito bacana, pois me levou em seu próprio carro até a Seguradora La Positiva , fez os contatos e me devolveu ao local de
partida.
Na noite de ontem para
hoje senti o prédio do hotel vibrar um pouco de madrugada. Parecia que havia
alguém usando uma furadeira imensa, mas sem o barulho. Talvez tenha sido um
pequeno sismo, muito comum nessa região.
8º DIA – 11.09.2012 – 3ª
feira
(PERU:Cuzco)
Ontem
fui dormir à meia-noite, pondo fotos no Blog.
O Marcio dormiu às 9h30.
Não
consigo acordar depois das 6 h! Não tem black-out
na janela, apenas cortina, e o quarto é voltado para o nascente nas montanhas.
Notamos
que a altura da pia e do gancho para pendurar toalhas é mais baixo que os
nossos uns 10 cm .
Os peruanos, em média, são bem mais baixos, pelo menos uns 20 cm . Às vezes eu olho para
um rapaz na rua e penso que é uma criança. Tem que olhar bem para ter certeza.
Já
não estou ficando tão cansada quando tomo banho. Acho que estou mais aclimatada
com a altitude.
Tomamos
café. O chato é encarar os quatro andares de escada para subir de volta para o
quarto. Faço pelo menos cinco paradas na subida. O coração vem à boca. Conversar
enquanto sobe, nem pensar.
Pelo
hotel existem adesivos sinalizando os locais seguros para se ficar em caso de
terremotos. Ficam geralmente localizados sob as vigas. Ontem, o Marcio sentiu
um tremor na madrugada, mas eu não.
Às 8h40
fomos para a Plaza de Armas, para
mais um tour a dois sítios arqueológicos, o Mara
Morei e o Salinas Maras.
A
loja onde compramos o ticket ainda estava fechada. E já eram 9 horas, a hora
combinada para a saída do ônibus. A sorte foi que tinha alguém na frente da
loja e lhe indagamos sobre o assunto.
Ele
fez uma ligação e outra pessoa veio nos pegar. Fomos para rua de trás, onde
estava o grupo para o nosso passeio.
Conhecemos
o guia Raul, entramos no ônibus, mas só 40 minutos depois deixamos Cuzco, por
causa do pega-pega de turistas. Tinham uns enfezados conosco, reclamando pela
demora.
A
estrada que pegamos é a mesma que vai para o Vale Sagrado, e é caminho para Poroy, local da estação de trem da
qual partiremos para Aguas Calientes amanhã. A estrada também leva a Lima, Arequipa
e Nazca.
A
estrada, sinuosa, passa por um lugar onde se faz bungie jump. A queda custa US$ 64,00/pessoa. Imagina fazer isso estando
em uma altitude elevada?! Deve matar a pessoa! Eu não me arriscaria.
Bungie jump próximo a Cuzco - Peru
Vimos
muitos eucaliptos. Dizem que foram trazidos da Austrália e que ajudam a segurar a terra durante os terremotos.
Quando estivemos na Austrália vimos mesmo muitos eucaliptos.
No
distrito de Chinchero fica a Lagoa Piurai,
com mais de 30 espécies de aves migratórias -- inclusive do Brasil --, e serve
para abastecer Cuzco.
Lagoa Piurai – abastecimento de Cuzco - Peru
Paramos
em Chinchero para ver como as lãs de ovelha e de alpaca são coloridas.
Eles
extraem um pó a partir de plantas e de insetos, raspando com osso de alpaca. Na
demonstração, mostraram que com a adição de limão a tonalidade da cor mudava para
vermelho escuro. A vendedora dava as explicações em inglês.
As plantas de onde extraem o pó – Chinchero - Peru
Como fiam a lã de ovelha e de alpaca – Chinchero - Peru
Examinando a qualidade das cores
A
visita termina com compras e muita negociação. Nada deve ser comprado pelo
preço inicial. É a regra.
A região é linda, com tudo plantado e as montanhas nevadas
ao fundo.
Ciclistas corajosos por
pedalar na altitude!
Vimos uns heróis de bicicleta. Muita disposição!
No Sítio Maray existe
uma área com círculos concêntricos que era usada para agricultura pelos Incas.
A altitude é de quase 4 mil metros.
Tudo era plantado conforme a exigência por temperatura. Na
parte mais baixa, eram semeadas plantas mais exigentes, como, por exemplo, o milho;
na intermediária, as plantas que precisam de médias temperaturas, como a quinoa;
na mais alta, as plantas menos exigentes, como a batata.
Sítio Maray: círculos concêntricos para a agricultura
otimizada dos Incas - Peru
Eram muitos os visitantes no Sítio Maray – Peru
Dizem que na época dos incas havia 2 mil tipos de batatas na
região. Agora, em Cuzco, existem mais de 3 mil.
A descida é tranqüila, mas a subida ..... é dose. As pessoas
andavam 3 passos e paravam um tempo para descansar. Uma senhora ficou mal. Ela
teve náuseas.
O visual ao redor é lindo! Quase todo tempo vemos a montanha
com neve. Aqui neva em junho e julho. De dezembro a abril é verão.
Passamos por diversas mulheres cuidando de ovelhas.
Vimos também vários jumentos andinos. Eles são bem peludos.
Paramos em Salinas Maras. Lá ,
há mais de 5 mil tanques para secagem.
A água já sai salgada da rocha, e as famílias locais fazem
os tanques para a secagem. A água é renovada duas vezes por semana.
Depois que a água evapora, o sal é coletado, ensacado e enviado
para a indústria, quando é adicionado iodo para o consumo humano.
Salinas
Maras: Marcio e as 5.800 salinas - Peru
Clênia confirmando se era
mesmo sal
Mulheres da comunidade
colhem o sal das salinas - Peru
Na volta, enfrentamos um calor aumentado pelo reflexo do sol
na claridade do sal.
Às 14 h, retornamos para Cuzco, sem almoço. A sorte foi termos
levado a pizza que sobrou de ontem, que comemos às 11 h.
Quando desembarcamos em Cuzco passava das 15 h.
Pegamos um táxi para a Concessionária Toyota, para buscar
nosso carro. Pagamos S/. 5,00 (US$ 1,94/R$ 3,97).
O carro só chegou à oficina quase às 17 horas.
Enquanto esperávamos, comemos empanadas deliciosas na Snack El Hangar, uma lanchonete vizinha
à oficina. Estavam muito boas!
O dono do local é um arqueólogo, construtor de aeromodelos.
Muito simpático.
Empanadas (pastel
assado), comum no Peru, Argentina e Chile
Aproveitando para digitar
o diário – Cuzco - Peru
Recebemos o carro. Foi preciso trocar os 4 bicos injetores, limpar
o tanque e a bomba. Tudo por causa de pilantragem. É duro!
Disseram
que um dos bicos em breve ia precisar ser trocado mesmo. A pedido do Marcio, trocaram
o óleo do motor e o filtro.
A
conta deu S/. 2.036,00 (US$ 789,15/R$ 1.617,75).
Quando
já estávamos dentro do carro para deixar a oficina, o Marcio notou que o
conta-giros não estava funcionando.
O
carro teve que ficar para trocar o cabo, que foi danificado durante o serviço.
É mole!
Voltamos
novamente para o hotel, de táxi. Paramos no mercado para comprar sanduíches
para levar amanhã para Aguas Calientes, e finalmente chegamos ao hotel.
Para
a nossa surpresa, não havia qualquer recado da empresa que nos levará amanhã
para a estação de trem de Poroy, conforme contratado no Brasil com a BB-Tour.
A
sorte foi que ligamos para a agência daqui incumbida do serviço e confirmamos
tudo para amanhã.
Jantamos
aqui no hotel mesmo. O Marcio está chateado com o imprevisto do carro, mas o
que se há de fazer?!
Aproveitamos
e deixamos com a recepção do hotel nossa roupa para lavar. Pegaremos na quinta-feira,
quando voltarmos da viagem para Machu Picchu.
Iremos
para Machu Picchu, mas manteremos a hospedagem aqui. Teremos duas despesas de
hotel nos mesmos dias.
Amanhã
é o aniversário do Marcio, que será comemorado aqui no Peru.
Acréscimos
do Marcio
Os eucaliptos foram
trazidos da Austrália como fonte de madeira para produção de dormentes para a
ferrovia. Mantiveram seu plantio pela capacidade de suas raízes de evitar
desmoronamentos de terra.
O proprietário da Snack El Hangar, onde comemos as empanadas enquanto
aguardávamos a chegada da Hilux na concessionária, integra um clube de
aeromodelismo. As paredes da lanchonete são decoradas com fotos dos aviões e de
seus construtores.
Conversando com ele
sobre nossa viagem, orientou-nos a seguir para Nazca pela estrada que passa por
Poroy e Abancay, mais sinuosa, porém mais curta e segura que a outra opção.
Foi extremamente
broxante constatar que o conta-giros da Hilux não estava funcionando. Após
muitas enrolações, o carro permaneceu internado, com a promessa que o devolveriam
no hotel antes do nosso retorno de Machu Picchu, na quinta-feira. Trocamos
telefones e endereços e voltamos.
Desde a etapa do
planejamento da viagem já havíamos decidido que manteríamos a hospedagem em
Cuzco durante o período que passaremos em Aguas Calientes ,
pois queríamos deixar o carro guardado na garagem e também para não precisar
nos preocupar com a bagagem. Agora, com o problema ocorrido, o carro ficará
guardado na oficina.
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