11º DIA – 19.10.2009 –
2ª feira
(ARGENTINA Ushuaia)
Acordamos
às 8 h. A temperatura mínima da madrugada foi de - 0,2º C. Mesmo com a chuva de
ontem, hoje amanheceu o maior sol e com neve na grama e nos carros.
Tomamos café e saímos. Fomos ao centro da cidade,
que é pequeno, mas com tudo para atender ao turista. Para onde se olha tem montanha
com neve. Todos os lugares têm aquecimento, e dá agonia o tira-e-bota de
casaco, luva, gorro, etc. O Marcio já não agüenta mais, pelo fogo no rabo que
ele tem. Eu estou sempre com frio e ele sempre com calor.
Clênia nas ruas da cidade
de Ushuaia - Argentina
Fomos a uma lavanderia,
onde deixamos as nossas roupas para lavar e secar. Deixamos dois cestos e combinamos
de pegá-los no fim do dia. O preço cobrado para fazer o serviço foi AR$ 15,00 (US$ 3,95/R$ 7,50) por cesto.
Fomos à casa de câmbio,
onde trocamos nossos reais pela mesma taxa da última vez em Puerto Madryn
(R$ 1,00=AR$ 2,00 e US$ 1,00=AR$ 3,80).
Demos uma volta pelas ruas e entramos numas
lojas de informática e foto, mas nada nos agradou, pois os preços estavam semelhantes
aos do Brasil.
Entramos numa loja de
roupas de frio. Comprei para mim um par de tênis para trekking e frio, além de um
casaco.
Na hora de pagar, tentei
usar o meu cartão de crédito Visa, mas havia esquecido de habilitar o uso no
exterior e deu errado. Acabei pagando com os pesos qua havia acabado de trocar,
AR$ 1.570,00 (US$ 413,16/R$ 785,00).
As peças são boas e peguei algumas na promoção.
Coisa rara, uma vez que raridade aqui é o calor e não o frio.
Almoçamos num pub irlandês antigo da cidade -- Restaurante
Galmay. Comi cabrito arrollado e o Marcio foi de lomo com papas
fritas.
O
cabrito da Clênia – Ushuaia - Argentina
O
lomo do Marcio – Ushuaia - Argentina
Aqui pelo centro a
comida é bem mais cara do que no hotel onde estamos hospedados. Ontem, tínhamos
sido advertidos sobre isso pela recepcionista. Ela nos disse que comeríamos
melhor e mais barato no hotel.
No almoço, o Marcio
comprou o suco mais caro da vida dele, o equivalente a AR$ 9,00 (US$ 2,37/R$ 4,50). Além de tudo, estava bem ácido. Acho que frutas
e folhas por aqui são bem caras, pois é raro vermos sucos no café-da-manhã dos
hotéis, e as saladas custam o preço do prato de filé mignon (lomo).
A sobremesa com café foi
na casa de chocolate Laguna Negra. Eram deliciosos os chocolates, que
combinados com o café foi perfeito.
Por várias vezes hoje nevou. Nada que
atrapalhasse o dia.
Como tem esfriado! A minha pele do rosto não
agüenta mais a queimação. Além disso, o sol aqui é mais forte, pois o buraco na
camada de ozônio está danado por aqui. O sol é bem mais intenso mesmo!
Durante todo o dia deixamos
o carro estacionado na rua. Pagamos por isso AR$ 2,00 (US$ 0,53/R$ 1,00).
Fomos para o passeio de barco no Canal de
Beagle, que já havíamos reservado no hotel.
Tudo é perto e andamos
pouco. Eu, já de tênis novo, pois não agüentava mais sentir os meus dedos dos
pés gelados. Antes, passamos no Centro de
Informações Turísticas, onde fomos atendidos por uma funcionária simpática,
que nos orientou sobre tudo, nos deu mapa e carimbou o meu passaporte com dizeres
da terra do fim do mundo. Há folders
com informações em português.
O
Centro de Informações Turísticas de Ushuaia - Argentina
Depois das orientações
que recebemos, fomos ao quiosque da Canoero, para trocar o voucher
pelos bilhetes para o passeio de barco.
O quiosque, bem pequeno,
estava cheio de gente. Todos se protegendo do frio. É uma maneira eficiente de
se aquecer.
Pagamos AR$ 135,00/pessoa
(US$ 35,53/R$ 67,50) pelo passeio e AR$ 6,00/pessoa
(US$ 1,58/R$ 3,00) de taxa de navegação.
Marcio
no cais em Ushuaia – Argentina
O barco partiu às 16 h,
com atraso causado pelo mau tempo. Em um momento o sol sumia, nevava e ventava
muito; em outro, dava tudo certo. Numa dessas fases favoráveis, a embarcação
foi autorizada a deixar o porto.
Este é um passeio
imperdível. Inusitado foi para nós navegar ora no Atlântico, ora no Pacífico,
cercados por montanhas geladas e nevadas, com um frio e um vento de lascar.
Nós no catamarã,
passeando pelo Canal de Beagle – Ushuaia – Argentina
O barco parava de vez em quando em frente a algumas
ilhas para os turistas fotografarem os leões-marinhos. Estava tão frio que até os
bichos estavam agrupados para se aquecer. Sempre tinha um macho “pilotando” o
grupo, e o rugido dele é o mesmo de um leão.
Macho de leão-marinho –
Canal de Beagle – Ushuaia - Argentina
Em uma das paradas foi
permitido o desembarque, para visitarmos uma ilha onde há vestígios de moradia
de aborígenes.
A visita foi bem rápida,
pois a sensação térmica era de -3º C.
Voltamos para Ushuaia depois de 3 h de passeio. Fomos
brindados com o pôr do sol na hora mais tardia que eu já vi, e o mais ao sul também.
O vento e a maré estavam
piores na volta e o catamarã balançou bastante.
Depois do desembarque, retornamos à loja onde comprei
as roupas, pois o Marcio queria um tênis também.
Saímos de lá e fomos pegar a nossas roupas na
lavanderia. Acabamos pagando pela lavagem apenas o equivalente a um cesto e meio.
No retorno ao hotel
passamos no Carrefour, onde compramos
água e material para o lanche de amanhã, pois passaremos o dia no Parque
Nacional Tierra del Fuego.
Jantamos no hotel mesmo. Dá desânimo sair e
encarar o frio de novo.
Tem outros brasileiros hospedados aqui.
Agora é descansar para a aventura de amanhã.
Acréscimos do Marcio
Durante nosso passeio
pelas ruas de Ushuaia nesta manhã, vimos diversas vezes neve caindo. Foi minha
primeira experiência.
Apesar de ser uma Zona Franca, as ofertas de produtos não
são tantas como as que observamos no ano passado na cidade de Iquique, no
Chile. Além disso, não havia praticamente nada que eu estivesse procurando,
exceto algumas peças sobressalentes para a Hilux.
Em uma das lojas, vimos
um suporte para câmeras (fotográficas e filmadoras) completamente diferente de
tudo que já havíamos encontrado. Era todo articulado, possibilitando infinitas
formas de ajustes, e sua fixação era por poderosas ventosas, para permitir o
uso nas partes externas de veículos. Como custava muito caro (AR$ 400,00/US$
105,26/R$ 200,00), deixamos para procurar
em outro lugar, talvez em Cuidad del Este, quando passarmos em Foz do Iguaçu
(PR) na volta.
No passeio de catamarã pelo Canal de Beagle vimos pela
primeira vez uma pessoa com uma câmera igual a nossa (Nikon P-80).
O barco do passeio estava povoado por pessoas de diversas
nacionalidades – holandeses, espanhóis e até outro casal de brasileiros.
As explicações da tripulação eram todas feitas em espanhol e
em inglês, sempre falados de forma pausada, para que as pessoas que não
tivessem essas línguas como primeiras pudessem entender.
Falando um pouco sobre nosso quarto no Hotel Tolkeyen, ele
possui três aquecedores: dois no quarto e um no banheiro. Isso mantém o ambiente
em torno dos 24º C, enquanto lá fora beira 0º C.
No hotel também está hospedado um grupo de idosos, todos de
língua espanhola. São animados e estão sempre na companhia do guia falando
sobre as atividades que farão no dia seguinte.
12º DIA – 20.10.2009 –
3ª feira
(ARGENTINA: Ushuaia)
Hoje
acordamos cedo, pois tínhamos que às 9h30 pegar o Tren del Fin del Mundo,
para fazer o passeio pelo Parque Nacional Tierra del Fuego. Da janela do
nosso quarto deu para ver o amanhecer mais ao sul que já testemunhei.
Deixamos
o hotel e seguimos para o local no parque de onde sai o passeio de trem.
Seguimos
a indicação do GPS e foi fácil de achar. Além disso, a sinalização é farta.
Compramos
o bilhete por AR$ 95,00/pessoa (US$ 25,00/R$ 22,50) e a taxa do parque por AR$
50,00/pessoa (US$ 13,16/R$ 25,00).
Já
tinha muita gente perambulando pela estação. E como têm estrangeiros! Apesar de
terem nos dito que o primeiro horário do trem era o mais tranqüilo, estava cheio.
Há
saídas às 9h30, às 12 h e às 15 h. O horário de meio-dia é o mais concorrido,
por ser mais tarde e, teoricamente, menos frio.
O
trajeto foi por uma área cercada por montanhas geladas, e o trem era puxado por
uma locomotiva movida a vapor --Maria Fumaça.
A
ferrovia foi construída por prisioneiros, em 1920.
No
trem, conhecemos um casal de cariocas. Eles, assim como nós, estavam penando
com o frio, mas curtindo muito. Tinham também quatro brasileiros de Porto
Alegre (RS), só que eles estavam num Kia Sportage.
Fomos
e voltamos de trem, pois estávamos de carro e ele tinha ficado no
estacionamento da estação de embarque.
Quando
retornamos à estação, às 11h30, fomos conhecer o resto do parque.
É
bom fazer num único dia o passeio de trem e o no parque, para que se pague
apenas uma vez a taxa de ingresso.
Complementando
o passeio de trem, no parque vimos lagos e mais montanhas geladas. Fizemos
algumas caminhadas, o que valeu à pena.
Almoçamos
sanduíche, com um visual de um lago muito bonito.
Quando
saímos do parque já eram mais de 15 h.
Seguimos
para o Glaciar Martial, que fica a 4 km do centro de Ushuaia. No local
existe uma montanha gelada, e lá funciona uma estação de esqui.
O
teleférico está temporariamente desativado, para manutenção para a próxima
temporada.
Subimos
a montanha, que ainda estava com bastante neve, a pé. Fomos até a estação de
desembarque do teleférico.
Foi
uma subida com grau de dificuldade alto, não recomendado para quem é cardíaco.
É como subir o Morro do Careca, em Natal (RN), umas três vezes.
Ao
longo da subida encontramos algumas pessoas descendo, e todos nos davam força
para continuar, afirmando que valeria a pena pelo visual.
Todos
estavam certos, pois andar no gelo, avistar Ushuaia com as baías e as ilhas
lá de cima e apreciar os picos nevados mais de perto é demais!
No
ponto onde termina o teleférico, encontramos um casal de espanhóis bem
simpáticos e trocamos umas idéias com eles. Temos conhecido muita gente!
Durante
a subida, ainda vimos um casal que ia esquiar e um rapaz descendo de snowboard.
O
sol estava se pondo quando resolvemos descer. Sem ele, o frio aumenta rapidamente.
Ainda
bem que o esforço da subida nos aqueceu, fazendo-nos até suar. Com a bota que
compramos, os nossos pés não sofreram com o gelo. O gelo estava fofo e um pouco
escorregadio. Foi divertido!
Voltamos
para a cidade e ainda fomos visitar os dois museus locais: o Museu do Fim do Mundo e o do Presídio.
O
Marcio ainda curtiu a visita. São pequenos e sem muitos atrativos. Não é nada
imperdível.
Próximos
aos museus, vimos muitos restaurantes anunciando a centolla como prato. É um caranguejo gigante, de águas profundas, comum
nessa região.
Eu
já não tinha mais disposição para nada. Com a escalada no gelo meu corpo só
pedia um banho quente e moleza.
Quando
retornamos ao hotel, já eram mais de 20 h, ainda com a luz do dia. É bom isso,
pois o dia rende.
Decidimos
deixar Ushuaia amanhã, pois seria
repetitivo o que teríamos para fazer por aqui.
Jantamos
novamente no hotel. Tomamos um vinho argentino, Sauros, da uva pinnot noir, da cidade de Neuquén,
com 14,5% de álcool.
No
restaurante, conversamos com duas brasileiras que estavam na mesa ao nosso
lado. Uma delas mora em
Belo Horizonte (MG) e a outra em Brasília
(DF). Elas estavam vindo da cidade de El
Calafate, onde ficaram por três dias e adoraram.
Aproveitamos
e trocamos umas dicas com elas. A queixa sobre o fato de servirem poucas frutas
e folhas nas refeições é mútua.
Agora
é descansar e amanhã seguir para a cidade de Puerto Natales, no Chile.
Acréscimos do Marcio
O passeio de trem é muito pitoresco. Ele anda em baixíssima
velocidade (uns 20 ou 30
km/h ), e a paisagem é linda para nós, que nunca vimos
neve nem a paisagem decorada com ela.
Durante todo o trajeto um sistema de som vai explicando a história
da ferrovia e do local, em espanhol e em inglês. Ela foi construída por prisioneiros,
assim como o presídio que funcionou no local.
A construção da prisão em Ushuaia nos anos 20 foi uma forma
de a Argentina fixar posição na região Antártida.
No ponto final existem alguns daqueles sanitários químicos.
O funcionário que cuida deles se veste com roupa igual a dos uniformes dos prisioneiros
da época. É muito interessante, e todos querem tirar fotos com ele.
O passeio que fizemos posteriormente no parque, já no nosso
carro, também é muito bom, pois temos à nossa disposição paisagens belíssimas.
Ao passarmos pela Sede, apresentamos os bilhetes que já
havíamos adquirido no passeio de trem, para não termos que pagar novamente.
Aproveitei para pegar com eles a freqüência utilizada no rádio amador pelos guarda-parques,
para o caso de necessidade (150.350 MHz).
Quando eu estava quase chegando ao
terminal do teleférico, na subida que dava acesso ao Glaciar Martial, um sujeito que já estava lá começou a
gritar tentando falar alguma coisa comigo. Gritei de volta dizendo-lhe, em
espanhol, que não falava a língua.
Ao chegar lá, me desculpei por não falar bem espanhol, e nos
apresentamos. Era um casal de espanhóis, que também havia completado aquela
empreitada de subida da montanha. Muito simpáticos, eram de Barcelona e ele
chamava-se Alberto (não me recordo do nome dela). Depois do tour pela
Argentina, iriam passar uns 10 dias no Rio de Janeiro (RJ). Alertei-os sobre os
cuidados que deveriam ter na ex-Cidade Maravilhosa.
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