domingo, 5 de maio de 2013

(039) 2009 - Viagem à Patagônia e à Terra do Fogo - ARGENTINA - CHILE: DE USHUAIA AO PQ. NACIONAL TORRES DEL PAINE

13º DIA – 21.10.2009 – 4ª feira
(ARGENTINA: Ushuaia - CHILE: Puerto Natales)

Acordamos quase às 8 h. Choveu muito à noite, mas não nevou. Demos a maior sorte com o sol, pois durante a nossa estadia não pegamos chuva, o que limitaria um pouco os passeios por aqui.
Amanheceu nublado, não dando para ver os picos nevados e, por isso, estava ainda mais frio.
Tomamos café e, na hora de pagarmos o hotel, tivemos a grata surpresa de uma redução no peço da diária em AR$ 100,00 (US$ 26,32/R$ 50,00). Acabou ficando por AR$ 400,00 (US$ 105,26/R$ 200,00), por sermos de país integrante do Mercosul. Muito bom!  Consegui pagar com o cartão de crédito Visa.
Antes de deixarmos a cidade, passamos no Centro de Informações Turísticas, para o Marcio carimbar o passaporte dele com indicação da cidade de Ushuaia.
Lá, houve um encontro com outro casal de brasileiros. Estes já sabiam que tinha um casal de Brasília (DF) fazendo a viagem de carro. Estamos famosos em Ushuaia!
Fomos também à Concessionária Toyota, para comprar algumas peças, mas o funcionário do setor não estava no momento e não pudemos esperar.
Finalmente, quando deixamos Ushuaia já eram mais de 10h30. A chuva se limitou à parte das montanhas.

No dia da nossa partida, foto do estacionamento onde paramos para carimbar o passaporte do Marcio – Ushuaia - Argentina

No trecho para a cidade argentina de Rio Grande parecia que não chovia há anos. Impressionante a mudança radical de paisagem. Tudo é mais plano e seco.
Fizemos a aduana de saída da Argentina e começamos o trecho de mais de 100 km de terra (rípio), com os nossos companheiros de viagem e perigo na estrada, os guanacos.
Quando chegamos à aduana argentina, demos azar pela quantidade de gente que tinha. Perdemos mais de 40 minutos, mas deu tudo certo. Finalmente íamos deixar a Terra do Fogo, o fim do mundo.
Andamos mais um pouco na estrada e chegamos à aduana chilena, onde fizemos os procedimentos de entrada no Chile e seguimos para a balsa que atravessa o Estreito de Magalhães.
Quando chegamos, já havia um embarque acontecendo, mas não deu para a gente ir, pois já estava lotada. Fomos na seguinte.
Balsa que pegamos, ainda desembarcando os carros que vieram do continente – Bahía Azul - Chile

Perdemos mais 40 minutos nisto. Às 18h30 estávamos do outro lado do Estreito de Magalhães, nos últimos momentos de visual dos Oceanos Atlântico e Pacíficos juntos.
Seguimos para a cidade de Puerto Natales, no Chile. No caminho, passamos por uma cidade fantasma, dos pioneiros da Terra do Fogo. Vimos cemitério com dois navios e prédios em madeira da cidade abandonada.
Restos de um navio que naufragou no local há muitos anos - Chile

Vimos a primeira imagem de picos nevados do lado de cá no Chile. Não sei se é a Cordilheira dos Andes, mas é lindo e ainda tem muita neve.
Chegamos a Puerto Natales quase às 22 h, quando de fato anoiteceu.
Na entrada da cidade tem uma avenida costaneira, cheia de hotéis e de restaurantes bons. Abastecemos o carro e, no posto mesmo, conhecemos os donos de um hotel.
Eles nos levaram até lá, onde nos hospedamos por CH$ 25.000,00 (US$ 48,00/R$ 97,00), com café-da-manhã e garagem.
O hotel é o Internacional, no centro, perto de todas as coisas que o turista precisa. Ainda tem uma lan-house na ante-sala. Assim como na Argentina, tem Wi-Fi em todo lugar.
Depois de nos instalarmos, fomos jantar, a pé, no Restaurante do Carlitos, por sugestão da dona do hotel. Comemos peixe do bom, e barato. Pagamos por salmão e congro, além de vinho, o equivalente a R$ 42,00. Muito barato!
Quando fomos dormir, já era mais de meia-noite. Estávamos um prego. Viajar de carro é bom, mas cansa muito.
Amanhã seguiremos para Cerro Castillo e para o Parque Nacional Torres Del Paine, onde pretendemos nos hospedar.
Aqui é só passagem para o parque.

Acréscimos do Marcio

Foi uma agradável surpresa o desconto que acabamos tendo na diária do hotel. Nada nada, foram AR$ 300,00 (US$ 78,95/R$ 150,00) a menos na conta.
A parada no Centro de Informações Turísticas foi para carimbar meu passaporte com carimbos que indicavam que estivemos ali, na Cidade do Fim do Mundo. Ontem, quando fizemos o passeio de barco, eu não estava com o documento e apenas o da Clênia foi carimbado. A outra cidade que também é considerada limítrofe do mundo fica no Alasca.
O casal de brasileiros que encontrei havia conhecido o outro pessoal que conhecemos ontem no trem e, na conversa entre eles, surgiu assunto onde fomos mencionados como as pessoas que estavam viajando de carro desde o Brasil.
A estrada até Puerto Natales é excelente (como todas que pegamos até agora, inclusive, guardadas as devidas proporções, as de rípio), bem sinalizada e com boa pavimentação. Não se fica apreensivo por aqui, como acho que ficaríamos no Brasil, trafegando por lugar desconhecido, já anoitecendo.
No posto onde abastecemos em Puerto Natales, a Clênia foi perguntar ao frentista onde havia um hotel para o nosso pernoite. Coincidentemente, os donos de um dos hotéis da cidade também estavam lá. Fomos apresentados e tudo fluiu da forma que a Clênia escreveu.
O Restaurante do Carlitos, onde jantamos por indicação da dona do hotel, pareceu-nos bastante tradicional na cidade. Lá, a área para não-fumantes era em ambiente separado e distante da de fumantes, amplo mas sem a televisão que equipava o outro salão fumacento.

14º DIA – 22.10.2009 – 5ª feira

(CHILE: Puerto Natales - Parque Nacional Torres Del Paine)

Acordamos às 8 h. Dormimos bem. Tomamos café e deixamos o hotel, mas antes tomamos as primeiras informações sobre o parque com o recepcionista.
O trajeto inteiro dentro do parque é de 57 km. Porém, até a entrada a partir de Puerto Natales foram mais de 130 km.
Decidimos encher 2 galões de diesel, com 15 litros cada um, pois não há mais posto de gasolina próximo ao parque. O mais perto já fica na Argentina, distante da fronteira, e para passar para lá teríamos que cumprir todos aqueles procedimentos de aduana, coisa que não queremos, pela demora.

Abastecendo os 2 galões que levamos, mas com apenas 15 litros em cada – Puerto Natales - Chile

Puerto Natales é uma cidade boa, com um visual de babar dos morros gelados e do mar. Pegamos temperatura de 8º C, com sensação de bem mais fria por causa do vento. O dia estava bom, com o maior sol. É uma região super-pitoresca, digna de postais.

Clênia e o visual do cais em Puerto Natales - Chile

Antes de deixarmos a cidade, fui a um mercado onde comprei água e lanche para o almoço. Fomos também a uma loja de verduras, onde compramos bananas do Equador.

Clênia comprando as bananas equatorianas – São deliciosas – Puerto Natales - Chile

No caminho até o parque, passamos por várias curvas, lagoas azuis e montanhas. É espetacular o visual!

Paradinha para fotos e para o xixi – Estrada de rípio para o Parque Nacional Torres Del Paine - Chile

Numa das paradas para o xixi, quase perdi meu gorro, que foi arrancado pelo vento.

Clênia andando contra o vento - Chile

Enquanto me aliviava, preocupada com a ventania, nem vi uma caminhoneta vindo. Foi um show! Todos viram as minhas partes brancas expostas! Quando ouvi o Marcio avisando, já era tarde. O cara viu o que quis e o que não quis. Coloquei a mão na cabeça, como se quisesse cavar um buraco para entrar. Nós rimos da cena. Imagina! Morri de vergonha.
Mesmo com muita água, a umidade do ar é baixa. Temos usado bastante protetor labial e sorine, além de bebido bastante água.
Chegamos ao Parque Nacional Torres Del Paine por volta do meio-dia.

Entrada Laguna Amarga - Torres Del Paine - Chile

Entramos por uma das duas entradas, a da Laguna Amarga. Pagamos CH$ 30.000,00/casal (US$ 57,69/R$ 116,54) de taxa.
Na portaria, só obtivemos informações sobre as trilhas, a fauna, o tempo, os passeios e a hospedagem depois de pagar.
Sobre os hotéis, o funcionário do parque já deixou claro que seria caro. Perguntamos sobre o Hotel Grey, na beira do lago do mesmo nome. Este ficaria em torno de R$ 600,00 o preço da diária. Foi-nos sugerido a Posada Río Serrano, por CH$ 75.000,00/dia/casal (US$ 144,23/R$ 291,34), com café-da-manhã.
Lá, há estradas de terra e trilhas para trekking, além de passeios de barco pelos lagos.
Seguimos pela estrada e nos deparamos com o visual das montanhas nevadas e dos lagos com águas esverdeadas ou azuis, manadas de guanacos, flamingos, gansos de cabeça negra, patos patagônicos e outros pássaros.
Ventava tanto que o carro balançava. Fiquei com medo de ele tombar. O Marcio, tranquilamente, tentava me tirar do chilique. O vento era tão forte que levantava uma nuvem de água da superfície dos lagos que parecia até poeira.
Nós e um dos lagos dentro do Parque Torres Del Paine - Chile

Vimos cachoeiras com vazão de catarata, O volume de água do degelo é imenso. Os lagos estão cheiões.
Foi muito legal! Este lado da patagônia, a chilena, é um show.
Clênia com a montanha chamada Cuernos Del Paine ao fundo - Chile

Finalmente chegamos à Posada Río Serrano, depois das 15 h. O lugar fica à beira do Lago Toro.

Marcio e o visual a partir de dentro da Posada Rio Serrano – Torres Del Paine - Chile

Percebemos logo que ela era mais modesta do que outros que vimos da estrada. Em um deles, o Hotel Explora, o Marcio entrou para ver.
Como o nome sugere, o preço, por pessoa, era US$ 1.000,00/dia, com tudo incluído: passeios de carro e de barco, todas as refeições e bebidas, além do conforto muito grande.
Demos sorte de ainda haver vaga na Posada Río Serrano. Pagamos US$ 380,00 pelos 03 dias. Tivemos 15% de desconto por estar negociando direto com a pousada, e não por empresas de turismo.
Como ainda não havíamos feito câmbio para o peso chileno, não tínhamos dinheiro suficiente para a conta e para as outras despesas que ainda teríamos. Dessa forma, eles aceitaram o pagamento em dólar, mas num câmbio pouco favorável para nós: US$ 1,00 = CH$ 500,00.
Só permitiram que colocássemos a bagagem para dentro após pagarmos. Acho que há muitos caloteiros por aqui.
O hotel tem energia elétrica somente até 23h30. Com isso, a calefação do quarto acaba. A água se mantém aquecida por ter seu aquecimento a gás.
Na pousada tem Wi-Fi, mas em passos de tartaruga. Não se consegue abrir nada.

Entrada e estacionamento da Posada Río Serrano – Torres Del Paine - Chile

Logo após a entrada, há uma pequena sala com lareira, onde as pessoas descansam e se esquentam tomando vinho e lendo.
Já cansada, optei por tomar um banho quente.
Depois, fui para a tal sala para escrever o diário. Ao chegar, me deparei com a cena de um silêncio hospitalar, ao invés da descontração de um lugar de diversão. Havia holandeses, todos lendo silenciosamente e cochichando de vez em quando. Com aquele frio lá fora e aquele deprimente silêncio, deu até vontade de armar o maior auê e sair.
Acabei ficando e falando de forma normal com o Marcio. É cômico para não dizer trágico.
Só há um ponto de energia na sala. Imagina a concorrência!
Por volta das 19 h chegou o resto do grupo deles, uns 20. Finalmente falaram, riram e ficaram descontraídos como qualquer mortal. Foi interessante observar a mudança. Eles falavam em holandês e não se entendia nada. Eles podiam até estar nos xingando que não havia problema. Eles são normais!

A sala e nossos companheiros holandeses – Torres Del Paine - Chile

Às 20 h fomos jantar, o grupão de holandeses e nós.
O restaurante é no próprio hotel, e estávamos com medo de não ter comida para todo mundo. Entretanto, fomos informados para não nos preocuparmos, pois haveria comida para todos.
Jantamos, ficamos um pouco na sala com lareira, confirmamos e compramos o passeio de barco pelo Lago Grey para amanhã ao meio-dia e fomos dormir.
Esse passeio custou US$ 160,00/casal.
Tentamos passar algum e-mail, mas a internet por aqui deve ser por rádio, pois é muito lenta.
Minha preocupação é acordar amanhã sem a calefação, decorrente do corte da energia elétrica às 23 h. Já estou até imaginando!!

Acréscimos do Marcio

Para se ir de Puerto Natales para o Parque Torres Del Paine, tem-se que passar pelo povoado de Cerro Castillo. A partir de lá o asfalto acaba e começa a estrada de rípio.
Essas estradas de rípio (de pedras um pouco maiores do que as que chamamos de brita, e arredondadas como se fossem de rio) têm sido muito boas, sem buracos e largas. Nelas, chegávamos a desenvolver 110 km/h.
De vez em quando o terreno ficava um pouco mais macio, e a traseira do carro parecia que queria ultrapassar a dianteira. Era preciso rapidez na correção da trajetória. Nessas horas a co-piloto dava uns chiliques e ficava repetindo: “que perigo!!”, “que perigo!!”
O visual do caminho já a partir do povoado de Cerro Castillo é lindo. Depois da entrada oficial no parque, fica melhor ainda.
Pouco depois de passar pela entrada do parque resolvemos parar para comer o que seria o nosso almoço de hoje. Escolhi um local num ponto bastante elevado, com uma vista fabulosa para um lago e para as montanhas geladas.
Como ventava muitíssimo, o carro balançava com tanta força que parecia que havia pessoas tentando virá-lo.
Comemos os nossos famosos sanduíches de queijo e presunto, acompanhados de suco, tudo gelado na nossa geladeira natural dentro do carro.
A Posada Río Serrano é muito simples, mas no meio daquela imensidão de terra vazia, e diante do preço das outras hospedagens dentro do parque, era um oásis.
Como todas as construções nesses locais muito frios, ela possuía uma ante-sala logo após a porta de entrada, para que o frio externo não comprometesse o aquecimento interno todas as vezes que alguém entrasse ou saísse.
O quarto não era grande, mas nos adaptamos rapidamente a tudo. Afinal, estamos de férias, fora do nosso país, e tudo é festa e curtição.
A comida no jantar foi muito boa. Clênia pediu lomo ao molho de cogumelos; eu, salmão com salada.

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