13º DIA – 21.10.2009 –
4ª feira
(ARGENTINA: Ushuaia - CHILE: Puerto Natales)
Acordamos
quase às 8 h. Choveu muito à noite, mas não nevou. Demos a maior sorte com o
sol, pois durante a nossa estadia não pegamos chuva, o que limitaria um pouco
os passeios por aqui.
Amanheceu
nublado, não dando para ver os picos nevados e, por isso, estava ainda mais
frio.
Tomamos
café e, na hora de pagarmos o hotel, tivemos a grata surpresa de uma redução no
peço da diária em AR$ 100,00 (US$ 26,32/R$ 50,00). Acabou ficando por AR$
400,00 (US$ 105,26/R$ 200,00), por sermos de país
integrante do Mercosul. Muito bom! Consegui
pagar com o cartão de crédito Visa.
Antes
de deixarmos a cidade, passamos no Centro
de Informações Turísticas, para o Marcio carimbar o passaporte dele com
indicação da cidade de Ushuaia.
Lá,
houve um encontro com outro casal de brasileiros. Estes já sabiam que tinha um
casal de Brasília (DF) fazendo a viagem de carro. Estamos famosos em Ushuaia!
Fomos
também à Concessionária Toyota, para comprar algumas peças, mas o
funcionário do setor não estava no momento e não pudemos esperar.
Finalmente,
quando deixamos Ushuaia já eram mais
de 10h30. A chuva se limitou à parte das montanhas.
No dia da
nossa partida, foto do estacionamento onde paramos para carimbar o passaporte
do Marcio – Ushuaia - Argentina
No
trecho para a cidade argentina de Rio
Grande parecia que não chovia há anos. Impressionante a mudança radical de
paisagem. Tudo é mais plano e seco.
Fizemos
a aduana de saída da Argentina e começamos o trecho de mais de 100 km de terra (rípio), com
os nossos companheiros de viagem e perigo na estrada, os guanacos.
Quando
chegamos à aduana argentina, demos azar pela quantidade de gente que tinha.
Perdemos mais de 40 minutos, mas deu tudo certo. Finalmente íamos deixar a Terra do Fogo, o fim do mundo.
Andamos
mais um pouco na estrada e chegamos à aduana chilena, onde fizemos os procedimentos
de entrada no Chile e seguimos para a balsa que atravessa o Estreito de Magalhães.
Quando
chegamos, já havia um embarque acontecendo, mas não deu para a gente ir, pois
já estava lotada. Fomos na seguinte.
Balsa que
pegamos, ainda desembarcando os carros que vieram do continente – Bahía Azul -
Chile
Perdemos
mais 40 minutos nisto. Às 18h30 estávamos do outro lado do Estreito de Magalhães, nos últimos momentos de visual dos Oceanos
Atlântico e Pacíficos juntos.
Seguimos
para a cidade de Puerto Natales, no
Chile. No caminho, passamos por uma cidade fantasma, dos pioneiros da Terra do Fogo. Vimos cemitério com dois
navios e prédios em madeira da cidade abandonada.
Restos de
um navio que naufragou no local há muitos anos - Chile
Vimos
a primeira imagem de picos nevados do lado de cá no Chile. Não sei se é a Cordilheira dos Andes, mas é lindo e
ainda tem muita neve.
Chegamos
a Puerto Natales quase às 22 h,
quando de fato anoiteceu.
Na
entrada da cidade tem uma avenida costaneira, cheia de hotéis e de restaurantes
bons. Abastecemos o carro e, no posto mesmo, conhecemos os donos de um hotel.
Eles
nos levaram até lá, onde nos hospedamos por CH$ 25.000,00 (US$ 48,00/R$ 97,00), com café-da-manhã e garagem.
O
hotel é o Internacional, no centro, perto de todas as coisas que o
turista precisa. Ainda tem uma lan-house na ante-sala. Assim como na Argentina,
tem Wi-Fi em todo lugar.
Depois
de nos instalarmos, fomos jantar, a pé, no Restaurante
do Carlitos, por sugestão da dona do hotel. Comemos peixe do bom, e barato.
Pagamos por salmão e congro, além de vinho, o equivalente a R$ 42,00. Muito
barato!
Quando
fomos dormir, já era mais de meia-noite. Estávamos um prego. Viajar de carro é
bom, mas cansa muito.
Amanhã
seguiremos para Cerro Castillo e para
o Parque Nacional Torres Del Paine,
onde pretendemos nos hospedar.
Aqui
é só passagem para o parque.
Acréscimos do Marcio
Foi uma agradável surpresa
o desconto que acabamos tendo na diária do hotel. Nada nada, foram AR$ 300,00 (US$ 78,95/R$ 150,00) a menos na conta.
A parada no Centro de Informações
Turísticas foi para carimbar meu
passaporte com carimbos que indicavam que estivemos ali, na Cidade do Fim
do Mundo. Ontem, quando fizemos o passeio
de barco, eu não estava com o documento e apenas o da Clênia foi carimbado. A
outra cidade que também é considerada limítrofe do mundo fica no Alasca.
O casal de brasileiros
que encontrei havia conhecido o outro pessoal que conhecemos ontem no trem e,
na conversa entre eles, surgiu assunto onde fomos mencionados como as pessoas
que estavam viajando de carro desde o Brasil.
A estrada até Puerto
Natales é excelente (como todas que pegamos até agora, inclusive, guardadas as
devidas proporções, as de rípio), bem sinalizada e com boa pavimentação. Não se
fica apreensivo por aqui, como acho que ficaríamos no Brasil, trafegando por
lugar desconhecido, já anoitecendo.
No posto onde
abastecemos em Puerto
Natales , a Clênia foi perguntar ao frentista onde havia um
hotel para o nosso pernoite. Coincidentemente, os donos de um dos hotéis da
cidade também estavam lá. Fomos apresentados e tudo fluiu da forma que a Clênia
escreveu.
O Restaurante do
Carlitos, onde jantamos por indicação da dona do hotel, pareceu-nos bastante
tradicional na cidade. Lá, a área para não-fumantes era em ambiente separado e
distante da de fumantes, amplo mas sem a televisão que equipava o outro salão
fumacento.
14º DIA – 22.10.2009 –
5ª feira
(CHILE: Puerto Natales - Parque Nacional Torres Del Paine)
Acordamos
às 8 h. Dormimos bem. Tomamos café e deixamos o hotel, mas antes tomamos as
primeiras informações sobre o parque com o recepcionista.
O
trajeto inteiro dentro do parque é de 57 km . Porém, até a entrada a partir de Puerto Natales foram mais de 130 km .
Decidimos encher 2 galões de diesel, com 15 litros cada um, pois
não há mais posto de gasolina próximo ao parque. O mais perto já fica na
Argentina, distante da fronteira, e para passar para lá teríamos que cumprir
todos aqueles procedimentos de aduana, coisa que não queremos, pela demora.
Abastecendo
os 2 galões
que levamos, mas com apenas 15
litros em cada – Puerto Natales - Chile
Puerto Natales é uma cidade boa, com
um visual de babar dos morros gelados e do mar. Pegamos temperatura de 8º C,
com sensação de bem mais fria por causa do vento. O dia estava bom, com o maior
sol. É uma região super-pitoresca, digna de postais.
Clênia e o
visual do cais em
Puerto Natales - Chile
Antes
de deixarmos a cidade, fui a um mercado onde comprei água e lanche para o
almoço. Fomos também a uma loja de verduras, onde compramos bananas do Equador.
Clênia comprando as bananas equatorianas – São deliciosas – Puerto
Natales - Chile
No
caminho até o parque, passamos por várias curvas, lagoas azuis e montanhas. É
espetacular o visual!
Paradinha
para fotos e para o xixi – Estrada de rípio para o Parque Nacional Torres Del
Paine - Chile
Numa
das paradas para o xixi, quase perdi meu gorro, que foi arrancado pelo vento.
Clênia
andando contra o vento - Chile
Enquanto
me aliviava, preocupada com a ventania, nem vi uma caminhoneta vindo. Foi um
show! Todos viram as minhas partes brancas expostas! Quando ouvi o Marcio avisando,
já era tarde. O cara viu o que quis e o que não quis. Coloquei a mão na cabeça,
como se quisesse cavar um buraco para entrar. Nós rimos da cena. Imagina! Morri
de vergonha.
Mesmo
com muita água, a umidade do ar é baixa. Temos usado bastante protetor labial e
sorine, além de bebido bastante água.
Chegamos
ao Parque Nacional Torres Del Paine por
volta do meio-dia.
Entrada
Laguna Amarga - Torres Del Paine - Chile
Entramos
por uma das duas entradas, a da Laguna Amarga.
Pagamos CH$ 30.000,00/casal (US$ 57,69/R$ 116,54) de taxa.
Na
portaria, só obtivemos informações sobre as trilhas, a fauna, o tempo, os passeios
e a hospedagem depois de pagar.
Sobre
os hotéis, o funcionário do parque já deixou claro que seria caro. Perguntamos
sobre o Hotel Grey, na beira do lago do
mesmo nome. Este ficaria em torno de R$ 600,00 o preço da diária. Foi-nos sugerido
a Posada Río Serrano, por CH$
75.000,00/dia/casal (US$ 144,23/R$ 291,34), com café-da-manhã.
Lá,
há estradas de terra e trilhas para trekking, além de passeios de barco pelos
lagos.
Seguimos
pela estrada e nos deparamos com o visual das montanhas nevadas e dos lagos com
águas esverdeadas ou azuis, manadas de guanacos, flamingos, gansos de cabeça
negra, patos patagônicos e outros pássaros.
Ventava tanto que o
carro balançava. Fiquei com medo de ele tombar. O Marcio, tranquilamente,
tentava me tirar do chilique. O vento era tão forte que levantava uma nuvem de
água da superfície dos lagos que parecia até poeira.
Nós e um
dos lagos dentro do Parque Torres Del Paine - Chile
Vimos
cachoeiras com vazão de catarata, O volume de água do degelo é imenso. Os lagos
estão cheiões.
Foi
muito legal! Este lado da patagônia, a chilena, é um show.
Clênia com
a montanha chamada Cuernos Del Paine ao fundo - Chile
Finalmente
chegamos à Posada Río Serrano, depois
das 15 h. O lugar fica à beira do Lago
Toro.
Marcio e o visual a partir de dentro da Posada Rio Serrano – Torres Del
Paine - Chile
Percebemos
logo que ela era mais modesta do que outros que vimos da estrada. Em um deles,
o Hotel Explora, o Marcio entrou para
ver.
Como
o nome sugere, o preço, por pessoa, era US$ 1.000,00/dia, com tudo incluído:
passeios de carro e de barco, todas as refeições e bebidas, além do conforto
muito grande.
Demos sorte de ainda haver
vaga na Posada Río Serrano. Pagamos US$
380,00 pelos 03 dias. Tivemos 15% de desconto por estar negociando direto com a
pousada, e não por empresas de turismo.
Como
ainda não havíamos feito câmbio para o peso chileno, não tínhamos dinheiro
suficiente para a conta e para as outras despesas que ainda teríamos. Dessa
forma, eles aceitaram o pagamento em dólar, mas num câmbio pouco favorável para
nós: US$ 1,00 = CH$ 500,00.
Só permitiram que
colocássemos a bagagem para dentro após pagarmos. Acho que há muitos caloteiros
por aqui.
O hotel tem energia elétrica
somente até 23h30. Com isso, a calefação do quarto acaba. A água se mantém
aquecida por ter seu aquecimento a gás.
Na pousada tem Wi-Fi,
mas em passos de tartaruga. Não se consegue abrir nada.
Entrada e
estacionamento da Posada Río Serrano – Torres Del Paine - Chile
Logo
após a entrada, há uma pequena sala com lareira, onde as pessoas descansam e se
esquentam tomando vinho e lendo.
Já cansada, optei por
tomar um banho quente.
Depois, fui para a tal
sala para escrever o diário. Ao chegar, me deparei com a cena de um silêncio
hospitalar, ao invés da descontração de um lugar de diversão. Havia holandeses,
todos lendo silenciosamente e cochichando de vez em quando. Com aquele
frio lá fora e aquele deprimente silêncio, deu até vontade de armar o maior auê
e sair.
Acabei ficando e falando
de forma normal com o Marcio. É cômico para não dizer trágico.
Só há um ponto de
energia na sala. Imagina a concorrência!
Por volta das 19 h
chegou o resto do grupo deles, uns 20. Finalmente falaram, riram e ficaram
descontraídos como qualquer mortal. Foi interessante observar a mudança. Eles
falavam em holandês e não se entendia nada. Eles podiam até estar nos xingando que
não havia problema. Eles são normais!
A sala e
nossos companheiros holandeses – Torres Del Paine - Chile
Às
20 h fomos jantar, o grupão de holandeses e nós.
O
restaurante é no próprio hotel, e estávamos com medo de não ter comida para
todo mundo. Entretanto, fomos informados para não nos preocuparmos, pois haveria
comida para todos.
Jantamos,
ficamos um pouco na sala com lareira, confirmamos e compramos o passeio de
barco pelo Lago Grey para amanhã ao
meio-dia e fomos dormir.
Esse
passeio custou US$ 160,00/casal.
Tentamos
passar algum e-mail, mas a internet por aqui deve ser por rádio, pois é muito
lenta.
Minha
preocupação é acordar amanhã sem a calefação, decorrente do corte da energia
elétrica às 23 h. Já estou até imaginando!!
Acréscimos
do Marcio
Para se ir de Puerto Natales para o Parque Torres Del Paine, tem-se que passar pelo povoado de Cerro
Castillo. A partir de lá o asfalto acaba e começa a estrada de rípio.
Essas estradas de rípio (de pedras um
pouco maiores do que as que chamamos de brita, e arredondadas como se fossem de
rio) têm sido muito boas, sem buracos e largas. Nelas, chegávamos a desenvolver
110 km/h .
De vez em quando o terreno ficava um
pouco mais macio, e a traseira do carro parecia que queria ultrapassar a
dianteira. Era preciso rapidez na correção da trajetória. Nessas horas a
co-piloto dava uns chiliques e ficava repetindo: “que perigo!!”, “que perigo!!”
O visual do caminho já a partir do
povoado de Cerro Castillo é lindo. Depois da entrada oficial no parque, fica
melhor ainda.
Pouco depois de passar pela entrada do
parque resolvemos parar para comer o que seria o nosso almoço de hoje. Escolhi
um local num ponto bastante elevado, com uma vista fabulosa para um lago e para
as montanhas geladas.
Como ventava muitíssimo, o carro
balançava com tanta força que parecia que havia pessoas tentando virá-lo.
Comemos os nossos famosos sanduíches de
queijo e presunto, acompanhados de suco, tudo gelado na nossa geladeira natural
dentro do carro.
A Posada Río Serrano é muito simples, mas
no meio daquela imensidão de terra vazia, e diante do preço das outras
hospedagens dentro do parque, era um oásis.
Como todas as construções nesses locais
muito frios, ela possuía uma ante-sala logo após a porta de entrada, para que o
frio externo não comprometesse o aquecimento interno todas as vezes que alguém
entrasse ou saísse.
O quarto não era grande, mas nos
adaptamos rapidamente a tudo. Afinal, estamos de férias, fora do nosso país, e
tudo é festa e curtição.
A comida no jantar foi muito boa. Clênia
pediu lomo ao molho de cogumelos; eu, salmão com salada.
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