21º DIA – 29.10.2009 –
5ª feira
(ARGENTINA: El Chaltén)
Acordamos
às 8 h e pegamos o queijo que estava na nossa geladeira (do lado de fora
da janela do quarto). O interior do carro tem sido o outro local refrigerado.
Lá, temos deixado tudo que necessita de refrigeração, pois no interior do quarto,
devido à calefação, é quente.
O
café-da-manhã nos surpreendeu, pois pesávamos que fosse do tipo continental,
mas serviram sucrilho, iogurte, presunto e queijo, itens que não constam
normalmente daquela modalidade de desayuno.
Quando
chegamos ao salão do café, já tinha um grupo de alemães saindo para uma trilha com
uma guia. Ela tinha pinta de ser argentina, mas falava alemão. Pontualmente às
8 h saíram.
Hoje
o dia amanheceu bem aberto. Por isso, optamos por fazer a trilha do Cerro
Torre, pois soubemos que é uma montanha difícil de estar com seu cume livre
de nuvens.
Começamos
a trilha às 10 h, e parecíamos dois ninjas, só com o olho de fora por causa do
frio.
Nós, equipados até com balaclava, no início da
trilha para o Cerro Torre – El Chaltén - Argentina
Quando
voltamos, já eram quase 19 h. Andamos uns 20 km . Eu já estava estropiada e trocando as
pernas, acho que por causa do frio e por estar há mais de 20 dias sem malhar.
Senti
dor no joelho esquerdo e no meu pé operado. Mesmo assim, foi maravilhoso!
Estamos acostumados a andar no mato, mas essa trilha teve coisas jamais vividas
por nós: o vento gelado no rosto (a única parte do corpo exposta), o peso das
roupas, o calçado de frio e o visual com montanhas nevadas. Tudo é diferente.
Quando
se ficava parado, o frio chegava; quando se caminhava, o calor acontecia. Ficava
um tira e bota de casaco danado! Inclusive, a orientação dos panfletos do
parque sobre as medidas a serem adotadas no trekking era para nos
vestirmos como se fôssemos uma cebola, para que à medida que fosse preciso
pudéssemos ir tirando parte das vestimentas.
Acho
que havia mais de 50 turistas na trilha, entre europeus e americanos. Era
inglês para cá, alemão para lá e francês de vez em quando. Era uma trilha
cosmopolita.
Na
ida, tivemos sorte e as nuvens saíram mais do cume das montanhas e o sol ficou
mais forte. Deu para tirar boas fotos.
Parque Nacional Los
Glaciares – Trilha para o Cerro Torre – El Chaltén - Argentina
Almoçamos
debaixo de uma árvore, com o visual da floresta. A todo o momento passava algum
turista de alguma parte do mundo, e Hola (olá, em espanhol) era a
palavra mais falada. Todos se cumprimentavam.
Conhecemos
um casal de italianos. Tiramos fotos deles e conversamos um pouco. Todos falam
inglês e arrastam no espanhol.
Ao
final da trilha, depois de 11
km de caminhada, o prêmio é o visual da Lagoa Roca,
pequena, esverdeada e cheia de pedras de gelo desprendidas do Glaciar Grande.
O visual é de babar! Venta frio no local, mas há um cercado de pedra para
proteger as pessoas enquanto apreciam a vista.
Lagoa
Roca com o gelo desprendido do Glaciar Grande – El Chaltén - Argentina
Clênia no local da Lagoa Roca – El Chaltén -
Argentina
Na
caminhada de volta a El Chaltén, visitamos o camping que ficava quase ao
lado da Lagoa Roca, que se limitava ao espaço destinado às barracas e a um
banheiro químico.
Durante
o trajeto, a neve nos acompanhou. O clima estava mudando.
Vimos
vários cogumelos nas árvores, semelhantes ao cogumelo orelha-de-pau do
Brasil.
Cogumelo que encontramos na trilha – El Chaltén
- Argentina
Quase
chegando ao local onde tinha ficado o carro, fomos premiados com a presença de
um pica-pau, chamado de carpinteiro por aqui. Ele era lindo, com a cabeça vermelha,
o corpo preto, unhas que agarram bem na árvore e de tamanho bem maior do que os
nossos.
Ele
estava tão concentrado em furar a árvore, que nem se importava com as pessoas
que paravam para vê-lo. De repente todos que vinham na trilha estavam parados para
apreciá-lo. Um show! Eu fiquei doida, pois, das aves patagônicas, era a única
que nos faltava ver.
O tão esperado pica-pau da Patagônia, furando a
árvore em busca de insetos – El Chaltén - Argentina
Fotógrafos de todos os
continentes registrando aquele momento ímpar – El Chaltén - Argentina
Quando
chegamos de volta à cidade, fomos comprar uma garrafa de vinho da vinícola Fin
Del Mundo.
Fomos
jantar no mesmo lugar onde jantamos ontem. Comemos novamente salada e hambúrguer,
e bebemos o vinho que compramos.
Conversamos
um pouco com o gerente, que nos advertiu sobre os riscos de acidente na estrada
quando neva.
Voltamos
para o hotel e curtimos um pouco da lareira. Tinha um grupo de alemães e outro
de franceses, todos comendo e conversando, aproveitando o calor dos ambientes.
Ouvir
alemão e francês é ruim, por não se entender absolutamente nada. De vez em
quando, ouvia alguma palavra conhecida, mas era o nome de alguma atração local.
Amanhã
faremos aniversário de 13 anos de casamento, e decidimos não encarar mais uma
trilha de andarilhos, para podermos comemorar a data mais descansados (entenderam as entrelinhas?!?!).
Agora
à noite está ventando muito e está bem frio de novo. Soubemos que aqui chega a -18º
C no inverno.
Acréscimos do Marcio
A trilha que fizemos
hoje não é de grande dificuldade. Quase todo o trajeto é plano, sem muitas
pirambeiras. Mas é longa! São praticamente 11 km só de ida.
Apesar disso, foram inúmeras as pessoas
com as quais cruzamos no caminho ao longo do dia, alguns até idosos. Quase todos
utilizavam uma bengala própria para trekking, igual a que eu comprei no ano
passado numa loja especializada na cidade chilena de Iquique.
À noite, quando fomos jantar no Restaurante Rancho
Grande, levamos o vinho que compramos na
cidade. O proprietário foi muito gentil e permitiu que o tomássemos, sem cobrar
a tal taxa de rolha. E ainda nos forneceu o abridor e os copos.
Quando a Clênia viu que
ele nos cedeu copos, ainda foi ousada e pediu para trocar por taças. Muito
abusada essa menina!!!
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