terça-feira, 7 de maio de 2013

(044) 2009 - Viagem à Patagônia e à Terra do Fogo - ARGENTINA: TRILHA EM EL CHALTÉN

21º DIA – 29.10.2009 – 5ª feira
(ARGENTINA: El Chaltén)

Acordamos às 8 h e pegamos o queijo que estava na nossa geladeira (do lado de fora da janela do quarto). O interior do carro tem sido o outro local refrigerado. Lá, temos deixado tudo que necessita de refrigeração, pois no interior do quarto, devido à calefação, é quente.
O café-da-manhã nos surpreendeu, pois pesávamos que fosse do tipo continental, mas serviram sucrilho, iogurte, presunto e queijo, itens que não constam normalmente daquela modalidade de desayuno.
Quando chegamos ao salão do café, já tinha um grupo de alemães saindo para uma trilha com uma guia. Ela tinha pinta de ser argentina, mas falava alemão. Pontualmente às 8 h saíram.
Hoje o dia amanheceu bem aberto. Por isso, optamos por fazer a trilha do Cerro Torre, pois soubemos que é uma montanha difícil de estar com seu cume livre de nuvens.
Começamos a trilha às 10 h, e parecíamos dois ninjas, só com o olho de fora por causa do frio.

Nós, equipados até com balaclava, no início da trilha para o Cerro Torre – El Chaltén - Argentina

Quando voltamos, já eram quase 19 h. Andamos uns 20 km. Eu já estava estropiada e trocando as pernas, acho que por causa do frio e por estar há mais de 20 dias sem malhar.
Senti dor no joelho esquerdo e no meu pé operado. Mesmo assim, foi maravilhoso! Estamos acostumados a andar no mato, mas essa trilha teve coisas jamais vividas por nós: o vento gelado no rosto (a única parte do corpo exposta), o peso das roupas, o calçado de frio e o visual com montanhas nevadas. Tudo é diferente.
Quando se ficava parado, o frio chegava; quando se caminhava, o calor acontecia. Ficava um tira e bota de casaco danado! Inclusive, a orientação dos panfletos do parque sobre as medidas a serem adotadas no trekking era para nos vestirmos como se fôssemos uma cebola, para que à medida que fosse preciso pudéssemos ir tirando parte das vestimentas.
Acho que havia mais de 50 turistas na trilha, entre europeus e americanos. Era inglês para cá, alemão para lá e francês de vez em quando. Era uma trilha cosmopolita.
Na ida, tivemos sorte e as nuvens saíram mais do cume das montanhas e o sol ficou mais forte. Deu para tirar boas fotos.

Parque Nacional Los Glaciares – Trilha para o Cerro Torre – El Chaltén - Argentina

Almoçamos debaixo de uma árvore, com o visual da floresta. A todo o momento passava algum turista de alguma parte do mundo, e Hola (olá, em espanhol) era a palavra mais falada. Todos se cumprimentavam.
Conhecemos um casal de italianos. Tiramos fotos deles e conversamos um pouco. Todos falam inglês e arrastam no espanhol.
Ao final da trilha, depois de 11 km de caminhada, o prêmio é o visual da Lagoa Roca, pequena, esverdeada e cheia de pedras de gelo desprendidas do Glaciar Grande. O visual é de babar! Venta frio no local, mas há um cercado de pedra para proteger as pessoas enquanto apreciam a vista.

Lagoa Roca com o gelo desprendido do Glaciar Grande – El Chaltén - Argentina

Clênia no local da Lagoa Roca – El Chaltén - Argentina

Na caminhada de volta a El Chaltén, visitamos o camping que ficava quase ao lado da Lagoa Roca, que se limitava ao espaço destinado às barracas e a um banheiro químico.
Durante o trajeto, a neve nos acompanhou. O clima estava mudando.
Vimos vários cogumelos nas árvores, semelhantes ao cogumelo orelha-de-pau do Brasil.

Cogumelo que encontramos na trilha – El Chaltén - Argentina

Quase chegando ao local onde tinha ficado o carro, fomos premiados com a presença de um pica-pau, chamado de carpinteiro por aqui. Ele era lindo, com a cabeça vermelha, o corpo preto, unhas que agarram bem na árvore e de tamanho bem maior do que os nossos.
Ele estava tão concentrado em furar a árvore, que nem se importava com as pessoas que paravam para vê-lo. De repente todos que vinham na trilha estavam parados para apreciá-lo. Um show! Eu fiquei doida, pois, das aves patagônicas, era a única que nos faltava ver.

O tão esperado pica-pau da Patagônia, furando a árvore em busca de insetos – El Chaltén - Argentina

Fotógrafos de todos os continentes registrando aquele momento ímpar – El Chaltén - Argentina

Quando chegamos de volta à cidade, fomos comprar uma garrafa de vinho da vinícola Fin Del Mundo.
Fomos jantar no mesmo lugar onde jantamos ontem. Comemos novamente salada e hambúrguer, e bebemos o vinho que compramos.
Conversamos um pouco com o gerente, que nos advertiu sobre os riscos de acidente na estrada quando neva.
Voltamos para o hotel e curtimos um pouco da lareira. Tinha um grupo de alemães e outro de franceses, todos comendo e conversando, aproveitando o calor dos ambientes.
Ouvir alemão e francês é ruim, por não se entender absolutamente nada. De vez em quando, ouvia alguma palavra conhecida, mas era o nome de alguma atração local.
Amanhã faremos aniversário de 13 anos de casamento, e decidimos não encarar mais uma trilha de andarilhos, para podermos comemorar a data mais descansados (entenderam as entrelinhas?!?!).
Agora à noite está ventando muito e está bem frio de novo. Soubemos que aqui chega a -18º C no inverno.

Acréscimos do Marcio

A trilha que fizemos hoje não é de grande dificuldade. Quase todo o trajeto é plano, sem muitas pirambeiras. Mas é longa! São praticamente 11 km só de ida.
Apesar disso, foram inúmeras as pessoas com as quais cruzamos no caminho ao longo do dia, alguns até idosos. Quase todos utilizavam uma bengala própria para trekking, igual a que eu comprei no ano passado numa loja especializada na cidade chilena de Iquique.
À noite, quando fomos jantar no Restaurante Rancho Grande, levamos o vinho que compramos na cidade. O proprietário foi muito gentil e permitiu que o tomássemos, sem cobrar a tal taxa de rolha. E ainda nos forneceu o abridor e os copos.
Quando a Clênia viu que ele nos cedeu copos, ainda foi ousada e pediu para trocar por taças. Muito abusada essa menina!!!

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