quinta-feira, 2 de maio de 2013

(018) 2008 - Viagem ao Deserto do Atacama - CHILE: PICA (SALARES DE HUASCA E COPOSA)

21º DIA – 09.10.2008 – 5ª feira
(CHILE: Pica: Salares de Huasca e Coposa)

Acordamos quase às 8 h, tomamos café que, semelhantemente aos outros cafés chilenos, tem só o básico. Mas filamos presunto de outro hóspede, quando este saiu e deixou suas sobras na mesa. Na verdade, acho que a funcionária do hotel esqueceu-se de colocar presunto para nós também, mas o Marcio ficou achando que a iguaria era do moço e que eu estava me aproveitando.
Comemos bem. Complementamos com suco e biscoito. Tenho observado que tem sido comum os hóspedes complementarem seus desayunos.
Quando saímos, já eram mais de 9 h, mas ainda paramos numa mercearia para comprar água e sabonete. O dono do lugar logo sacou que eu não era da cidade e, após algumas perguntas sobre a minha viagem, partimos para o nosso foco: os salares.
Com dúvida sobre o caminho, paramos em outra mercearia para informações, e aí foi fácil.
A estrada é de terra, no meio de dunas gigantes, parecendo com as que víamos no caminho para Arica. Como é diferente e bonito! Tinham trechos de costelinhas, onde o carro pulava tanto e, junto com a altitude de mais de 4.000 m, a tontura era inevitável, a ponto de eu pedir para parar um pouco para as coisas melhorarem.
Como tenho sofrido com a altitude! Apresento principalmente taquicardia e aperto na cabeça. O Marcio, com a gripe, tem apresentado certo desconforto respiratório. Hoje foi o melhor dia de gripe dele, com poucos sintomas. O corticóide está dando conta do recado.
Nesta estrada “maravilhosa”, fizemos os 60 Km até o Salar de Huasco em mais de três horas. Mesmo fazendo poucas paradas, a viagem foi lenta pelo estado da estrada, ruim.

Ruínas de uma cidade de pedra no caminho de Pica para o Salar de Huasco

O salar, como os outros, apresenta fauna e flora semelhantes aos que já vimos, mas parecia que era o primeiro para nós. Como encanta ver um!

Alpaca no Salar de Huasco - Chile

Mirante do Salar de Huasco: placa indicativa das opções locais - Chile

Curtimos principalmente os flamingos. Acho que neste salar encontra-se o maior número deles por m² que vimos até agora. Eram muitos mesmo.

Grande concentração de flamingos no Salar de Huasco - Chile

Como sempre, quando nos aproximávamos eles debandavam.
Paramos no mirante e almoçamos sanduíches, sucos, iogurte e achocolatado.
Partimos para o segundo salar do dia, o Coposa, distante 60 Km deste. Também pegamos um trecho de terra, pior do que o primeiro, mas em compensação o trecho maior era asfaltado.
Cruzamos com vários caminhões e supomos que eles vinham certamente da Mina Collahuasi, o que justificava o asfalto tão bom, para fazer ligação para Iquique, provavelmente.
No caminho, vimos vários cercados de pedra para os animais, construídos certamente na época dos incas, ou antes.
Como tinham alpacas na estrada, o que faz o motorista ter que redobrar a atenção, pois é caminhão, animal na pista, subidas íngremes com curvas acentuadas, isso tudo a 4.000 m para temperar os perigos.
Logo vimos o Salar de Coposa que, diferentemente dos anteriores, caracterizava-se pela poeira de sal e por um vento intenso. Tinha uma laguna, mas havia poucos flamingos.

Salar de Coposa: vento e poeira de sal - Chile

Promovemos outra comilança, numa das barracas de apoio do mirante do salar.
Nossa máquina fotográfica começou a apresentar problemas e não tirava as fotos com determinados tipos de regulagem do zoom. Eu gelei, pois associei o defeito à queda de dois dias atrás.
Logo veio a idéia de voltar a Iquique, na Zona Franca, e comprar outra câmera, para não ficarmos na mão.
O plano inicial era fazer isso amanhã, mas para não matar o dia com isso, resolvemos ir logo hoje, pois ainda eram 15h30.
Chegamos a Iquique às 18 h. Com o mapa da cidade na mão, chegamos à área da Zofri pela rua onde as transações de vendas de carros usados acontecem. Como é agitado!
Há inúmeras carretas-cegonhas com os carros novos e com usados, a maioria (muitos deles) com lanternas quebradas ou sem elas. Vimos até carros com volante do lado direito, para usar não sei onde na América do Sul. Ali deve ser o palco da trambicagem.

Iquique:área de comércio de carros novos e usados, próxima à Zona Franca. Na carreta vemos até um Hummer

Babei quando vi a Concessionária Suzuki cheia de Vitaras de 2 portas, todos zerinho.
Errarmos a rua de acesso a Zofri. Depois de muitas perguntas, achamos o estacionamento para o público e paramos o carro na área onde ficam as lojas.
Deu um medo danado quando nos perdemos, pois há muitas favelas e trata-se de região portuária, com todos os problemas habituais de insegurança.
No shopping, fomos a três lojas que vendiam máquinas da marca Cânon. O plano inicial era manter a marca, para aproveitar os acessórios da antiga câmera. Para a nossa surpresa, só tinham semi-profissionais, grandonas e com lentes cambiáveis, fora do nosso objetivo.
A mudança de marca foi inevitável! Fomos à loja na Nikon e vimos uma de porte parecido com o da nossa Cânon, futura defunta.
Diferentemente da nossa, aquela era mais leve, com zoom 27 – 487 mm (ótico de 18X). O melhor, o preço era equivalente a R$ 900,00, bem abaixo dos R$ 1.500,00 estipulados por nós como teto para a compra.
Assim, a paixão foi total. Trata-se de um modelo bem recente da Nikon (Coolpix P80), há apenas dois meses no mercado da América do Sul. Ganhamos um cartão SD de 1 Gb de brinde, além do que já veio nela. O carregador é elétrico e bi-volt, e a bateria, de lítio, o que também eram pré-requisitos para a compra da nova máquina. Compramos também uma bateria extra, para garantir nossas fotos nos passeios longos.
Pagamos no Visa, e agora é rezar para que, na data da fatura, o dólar dê uma baixada em relação ao real.
Aproveitamos e compramos casacos chineses para frio intenso.
Deixamos a Zofri já jantados, e quando pegamos a estrada já eram mais de 20 h. Abastecemos o carro no caminho, para amanhã retornarmos a San Pedro de Atacama.
Enquanto o Marcio dirigia, eu fuçava a máquina, e parece que a bichinha é boa mesmo.
Chegamos ao hotel e, mesmo tendo levado a chave do quarto, descobrimos que entraram nele, arrumaram tudo e certamente viram o nosso varal montado com toda a roupa lavada ontem.
Havia um grupo imenso hospedado, e pareciam músicos. Quando jantaram já eram mais de 23 h, e somente após a meia-noite é que a algazarra deles diminuiu.
Agora é descansar. Estou um prego, depois de irmos a mais de 4.200 m, descermos à praia em Iquique e finalmente retornarmos para Pica.
Acréscimos do Marcio

Realmente o dia foi intenso e tenso. Com o pirepaque da câmera, vislumbramos logo um prejuízo, que tentamos amenizar aproveitando onde estávamos e providenciando logo uma nova.
O Chile, como é um país bastante estreito (apesar de comprido), conseguimos em pouco tempo ir do Oceano Pacífico às fronteiras com o Peru ou com a Bolívia. Mas sempre cruzando os Andes e sofrendo com a altitude.
No caminho para o primeiro salar, ainda próximo à cidade de Pica, resolvemos sair da estrada e descer a encosta da grande duna para vermos umas ruínas que estavam um pouco abaixo. Havia rastros de outros veículos que tinham feito a mesma coisa, e fomos no “vácuo” deles.
Na subida a coisa ficou esquisita, pois a inclinação era muito intensa e o terreno bastante fofo. Com pouca velocidade, mesmo com a tração nas quatro rodas acionada o carro patinava a partir de um determinado ponto. Tentamos umas duas vezes, mas a saída foi recuar mais, de ré, e subir com velocidade. Qualquer outro carro que não fosse 4x4 não sairia dali.
Novamente vale registrar que quando se desce dos 4.000 m para 2.000 m ou para o nível do mar, ouve-se o estalar das garrafas de água vazias, que vão sendo comprimidas com o aumento da pressão externa. Pura física!
Hoje, quando descemos para Iquique, meus ouvidos ficaram entupidos por horas, e ainda por cima doíam um pouco.
A Zona Franca é uma loucura! Não sei de onde vêm tantos carros usados para serem levados, por carretas, para o Peru, Bolívia e Paraguai. Vimos em uma carreta um Hummer novinho.
E os ferros-velhos (desmontes)? Inúmeros, e especializados. Tinham apenas os que vendiam motores, os de lataria etc.
Quando chegamos de volta ao hotel em Pica, achei que a proprietária teria pensado que nós tínhamos fugido, pois saímos às 9 h para um passeio que não levaria até àquela hora (22 h).

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