7º DIA – 15.10.2009 – 5ª
feira
(ARGENTINA: Península Valdes - Gaiman)
Acordamos às 7h40. A luz voltou tarde e o aquecedor voltou a funcionar
junto com ela. Não fossem os cobertores grossos, teria sido difícil domar o
frio. Eu usei um edredom bem grosso que dava conta do recado. Ele era de penas
de ganso.
Tomamos
café e percebemos que do refeitório, de binóculo, dava para observar as baleias
no mar.
O dia estava lindo! Não
tinha uma nuvem no céu. O sol estava bravo, mas nem por isso se sentia calor.
Digamos que estava menos frio e com menos vento do que ontem.
Deixamos o hotel e fomos
a Isla de los Pájaros. Dispúnhamos apenas de 1 hora e meia para ir lá e
voltar à cidade, pois teríamos que estar na loja do passeio de barco para observação
de baleias às 11h30.
Rodamos 25 km no sentido de quem
volta a Puerto Madryn e chegamos ao local de onde se observa a Isla
de los Pájaros.
É
uma pequena área distante da costa uns 600 m , mas cheia de aves, que se parecem com as
que vemos na Ilha de Fernando de Noronha (PE).
De lá, avistamos alguns flamingos
pousados em uma praia um pouco adiante, à nossa esquerda. Eu não acreditei,
pois ano passado só vimos flamingos nos Andes. Eu não imaginava vê-los em uma praia.
Visitamos o pequeno
museu que havia em frente à ilha e partimos para ver os flamingos.
Não perdi a chance de
fotografá-los. Quando perceberam a minha presença, voaram. São extremamente ariscos.
Ainda bem que bati fotos legais deles enquanto ainda estavam na areia e no
momento em que levantaram vôo. Foi demais!
Na praia, antes de perceberem a presença da
intrusa Clênia – Península Valdes - Argentina
Já agitados, preparando o vôo – Península Valdes
- Argentina
Retornamos a Puerto Pyramide,
para a loja do passeio de barco. Como havia pessoas com o mesmo objetivo nosso!
Era muita gente mesmo! Ônibus e vans de todo lado. Nunca vi tanta gente!
Pareciam férias escolares.
Na
loja, pagamos AR$ 120,00/pessoa (US$ 31,58/R$ 60,00) pelo passeio, que seria
das 12 h às 14 h.
Lá, no meio da multidão,
encontramos o casal de holandeses que estava no mesmo hotel que nós.
Conversamos um pouco. Para eles, assim como para os brasileiros, está bem
barato viajar por aqui.
Na loja, deram-nos
coletes salva-vidas. Seguimos para o pequeno porto, onde embarcamos junto com
um grupo de 50 pessoas num barco que parecia um bote gigante.
Bote para passeios para ver baleias franca – Puerto Pyramide – Península
Valdes - Argentina
Trator deixando na água um bote com turistas – Puerto Pyramide - Argentina
A maré estava bem baixa
e tratores levavam os barcos em reboques até o mar. Nunca havíamos visto isso.
O
passeio foi espetacular! Vimos 3 grupos de baleias e avistamos 2 outras dando
saltos. Ficamos muito próximos e deu para fotografar e filmar bastante.
No
inicio era uma ansiedade, que virou emoção de ver bichos tão grandes tão pertinho
da gente.
Já
tínhamos feito esse tipo de passeio em Abrolhos,
na Bahia, mas não me lembro de termos ficado tão perto dos animais, estando tão
próximos da costa. Em menos de 10 minutos depois de sairmos da praia já estávamos
avistando as baleias.
Baleia
franca em Puerto
Pyramide – Península Valdes - Argentina
Baleia
franca soltando o ar na superfície – Puerto Pyramide – Península Valdes -
Argentina
Deixamos Puerto Pyramide às 14h30, depois de
almoçarmos sanduíches estacionados num mirante próximo ao povoado. De lá, víamos
barcos e baleias, além do povoado.
Nosso
cardápio era composto de sanduíches, bolo, maçã e suco. Os restaurantes locais
estavam abarrotados de gente. Se fôssemos almoçar decentemente, perderíamos
muito tempo.
Seguimos
para Trelew, a 70 Km da Península Valdes. Paramos para abastecer logo que voltamos para a RN-3,
num Posto YPF.
Desde que entramos na
Patagônia o preço do diesel tem estado bem mais barato (AR$ 2,50/litro).
Chegamos
a Trelew às 17 h. Fomos ao Hotel Centenário, mas não gostamos. O
lugar tinha uns 100 anos e os móveis pareciam de D. Pedro. Desistimos!
Aproveitamos que ainda
estava claro e seguimos para o Museu Paleontológico
Egidio Feruglio, bem próximo de onde estávamos. O GPS nos auxiliou de novo,
e facilmente chegamos ao local.
Pagamos
AR$ 25,00/pessoa (US$ 6,58/R$ 12,50). Aqui não existe a meia-entrada.
O local é agradável, com
uma boa estrutura e expõe esqueletos de dinossauros encontrados aqui na América
do Sul, inteirinhos. Impressionante! São bichos que datam de milhões de anos.
Vimos também seus ovos.
Ovo de
dinossauro no Museu Egídio Feruglio – Trelew - Argentina
Marcio e o esqueleto de um bichinho – Museu Egídio Feruglio – Trelew -
Argentina
Eles
têm peças de animais terrestres, do ar e do mar.
Clênia e o
fêmur de um dino – Museu Egídio Feruglio – Trelew - Argentina
Caracol do tamanho de pneu
de trator – Museu Egidio Feruglio – Trelew - Argentina
Valeu a visita!
Resolvemos
não ficar na cidade de Trelew e
seguir para Gaiman, povoado distante 16 km , com tradição de servir
o famoso chá Gales. Os galeses povoaram a cidade e mantiveram os costumes dos
antepassados.
O tempo esquentou de um
jeito que tivemos que ligar o ar condicionado do carro. Notei que, apesar de
estarmos no litoral, a umidade do ar é bem baixa. O meu nariz denunciava isso.
Chegamos à cidade quase às
19 h. Vimos um Centro de Informações Turísticas, mas estava fechado desde as 18
h.
Procuramos
hotel, mas o que existem são casas de moradores onde são oferecidos quartos, chamadas
de hosterias.
Fomos
a duas e ficamos na terceira, a Hostal Plas
e Coed, que também é uma das casas de chá mais antiga da cidade. Devem ter
umas 20 por aqui.
Tudo aqui gira em torno
do chá e dos bolos para acompanhá-lo.
O
quarto da hosteria é grande, com boa estrutura e nos custará AR$ 180,00 (US$ 47,38/R$ 90,00) o pernoite, com café-da-manhã.
Quando chegamos, em vez
de entrarmos pela recepção da hosteria fomos pela parte onde servem o chá.
Assim, vimos as pessoas sendo atendidas e percebemos que a coisa é bem farta.
Todas fecham às 19h30.
Depois de nos
instalarmos, saímos para passear e jantar. Entramos numa casa onde tinham bolos
galeses, mas não compramos nada.
Jantamos
numa casa de massas, El Wallia La,
mas optamos por carnes.
O Marcio foi de bife de
lomo (filé de vaca) com batatas, eu, de frango com arroz.
Nós no
restaurante em Gaiman - Argentina
O lomo com
batatas do Marcio
O frango
com arroz da Clênia
Estavam
deliciosos! O meu arroz parecia à piemontesa. Esta foi a melhor comida até
agora.
O
vinho foi da uva syrah (13,5% de álcool), da Bodega Del Fin Del Mundo (Argentina), de San Patricio Del Chanar, linha Newen,
da cidade de Neuquén na Província de Mendoza. É daqui mesmo da
Patagônia. Cheiroso e gostoso, bem frutado e leve.
Pegamos
o maior frio na caminhada de volta ao hotel. Como esfriou! Eu batia o queixo,
pois não imaginava que a temperatura fosse cair tanto e saí desprevenida!
Agora
é dormir. Amanhã visitaremos um parque paleontológico daqui e iremos para Punta Tombo ver pingüins.
Acréscimos do Marcio
O hotel que visitamos em Trelew era antiqüíssimo, com aqueles
elevadores que se tem que fechar a porta pantográfica com as mãos.
O quarto, conforme a Clênia disse, era equipado com móveis
do tempo do império, com aquelas cadeiras arredondadas, com os assentos
estofados. Além disso, alguns ainda estavam rasgados.
O museu de Trelew estava vazio, o que foi bom para podermos
tirar fotos com tranqüilidade, além de facilitar o passeio e a leitura das
placas informativas.
Acredito que os esqueletos expostos não eram totalmente originais,
pois acho quase impossível que tenham tido a sorte de encontrar aqueles ossos
tão perfeitos e íntegros. Certamente vários deles foram produzidos para completar
a obra.
Em Gaiman, por sua vez,
visitamos dois locais antes de nos hospedarmos na Hosteria Plas e Coed.
O primeiro deles foi até difícil de ser localizado, pois sua
entrada era bastante recuada da rua. Quando finalmente encontramos, a pessoa
que nos recebeu estava limpando a recepção e não sabia informar nada. Foi chamar
alguém. Esse alguém, quando chegou, estava todo sujo e vestindo com um macacão
de operário.
Desistimos naquele momento, mas perguntamos a ele onde havia
outro local de hospedagem. Informou-nos de uma hospedaria com apenas um quarto.
Quando chegamos a essa “enorme” hospedaria, lógico que o
único quarto já estava ocupado. Seu proprietário, então, indicou-nos o local
onde acabamos ficando.
O restaurante onde jantamos a melhor
comida até o momento foi indicado pela dona da hosteria onde estávamos.
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