terça-feira, 30 de abril de 2013

(010) 2008 - Viagem ao Deserto do Atacama - ARGENTINA - CHILE: DESLOCAMENTO DE SALTA PARA SAN PEDRO DE ATACAMA

8º DIA – 26.09.2008 – 6ª feira
(ARGENTINA: Salta – CHILE: San Pedro de Atacama)

Acordamos às 7h20, tomamos café e pagamos o hotel. Desta vez não foram aceitos nem real nem dólar americano.

Temos tido, em geral, um bom tratamento na Argentina. Todos são atenciosos e educados para informações, tanto nos hotéis como nas ruas e na casa de apoio turístico.

Fomos à casa de câmbio na Praça 9 de Julho para trocar dinheiro para pagar a conta das diárias. Trocamos R$ 600,00 por AR$ 1.008,00, sem cobrança de taxa, cada real comprando AR$ 1,68.

Área da Praça 9 de Julio – Salta - Argentina

Voltamos para o hotel, já íntimos das ruas de Salta.

O GPS e o mapa de papel nos ajudaram a sair da cidade, por volta das 10h30, já com um calor danado de mais de 30º C. Quando acordamos estava 14º C.

Pegamos a RN-34 e depois a RN-66 para San Salvador de Jujuy, ou simplesmente Jujuy.

Lá, abastecemos e seguimos para Purmamarca, o povoado onde estivemos ontem, onde ficam os Cerros de Las Siete Colores.

Almoçamos no Restaurante El Rincon de Claudia Vilte, bem aconchegante, tendo em vista o aparente “faroeste” local. Comemos de entrada pastéis assados, de queijo e de charque de lhama, maravilhosos, além de salada e um bife de vaca à milanesa.

Restaurante El Rincón de Claudia Vilte – Purmamarca - Argentina

Seguimos para Susques, subindo para o Alto Del Morado com 4.170 m de altitude e por um trecho com 500 curvas fascinantes, com montanhas de diversos tipos e cores, também visitados ontem.

Aqui é tudo bem sinalizado, com a identificação das rotas nacionais (RN), o que torna muito fácil viajar de carro.

Nessas curvas, sinuosas e íngremes, encontramos vários caminhões de carga. Chega até a assustar quando damos de cara com eles em alguns trechos.

No caminho, paramos novamente nas Salinas Grandes, pois ontem o Marcio perdeu algumas fotos de lá. Tiramos novas e seguimos.

Salinas Grandes - é tudo um deserto de sal! - Argentina

Na subida para Susques, chega-se a mais de 3.800 m e se tem um visual também demais, pela geografia e pela vegetação diferentes das da região de Salta. Vimos várias lhamas.

Lhama - Dá vontade de levar para casa!

Eram quase 18 h quando chegamos a Susques.

Susques: um oásis no caminho do Deserto do Atacama - Argentina

A cidade é um “ovo” e, dos 4 hotéis existentes, nenhum tinha vaga. Isso gerou preocupação, pois a próxima cidade seria San Pedro de Atacama – nosso destino de amanhã --, e para chegar lá teríamos que subir e descer os Andes, e à noite.

Sem alternativa, assim o fizemos, para não ter que dormir no carro. Foi “a aventura”, pois eu estava com medo desse trecho desde Brasília, pela altitude, pelo frio e por ter mais de 200 Km sem cidade alguma no caminho.

À noite, foi de arrepiar! Passamos na aduana argentina perto das 19 h. No local, tinham vários funcionários confinados num barracão, gelado e com cheiro de cigarro insuportável.

Tivemos que passar por três setores, e depois de algumas perguntas fomos liberados.

O pôr do sol só aconteceu às 19h30, com uma temperatura bem baixa, não dando ânimo nem para sair do carro para fazer xixi.

A noite estava estupidamente gelada e o céu era o mais lindo que já vi.

Chegamos a 4.836 m de altura. A minha cabeça apertou e começou uma dor danada. Masquei umas quinze folhas de coca e tomei um AAS de 500 mg para melhorar. Deu certo. Como é ruim!

GPS mostrando a altitude de 4.813 m - o recorde na noite foi de 4.830m!

O frio estava de lascar! Fora do carro seguramente devia estar menos de 5º C.

Quando descemos os Andes, chegamos a San Pedro do Atacama, que está a um pouco mais de 2.300 m de altitude.

Passamos na aduana chilena, onde houve toda a sabatina de novo. Ficaram com as minhas 4 maçãs, e quase tive que deixar uma peça de artesanato feita de madeira de cacto, pelo risco de estar contaminada com inseto.

Hospedamo-nos no Hostal La Casa de Myreia, por CH$ 32.000,00 (US$ 60,60)/casal/dia, já incluído o café continental, com café, pão e manteiga.

Agora o dinheiro tem um monte de zeros!

Instalamo-nos e fomos fazer um reconhecimento da cidade. Ela se parece com Arraial D’Ajuda (BA) ou com Pirenópolis (GO), que durante o dia ficam vazias, com os turistas passeando, e à noite cheias, com todos comendo. Têm restaurantes aparentemente bons.

Paramos num mercado para comprar queijo, presunto e frutas para incrementar o café de amanhã.

Compramos também dois passeios numa agência de turismo, por US$ 90,00/pessoa: um deles para o Salar de Tara e o outro para o Gêiser de El Tatio.

Preferimos que o primeiro deles fosse depois de amanhã, para que pudéssemos descansar um pouco antes e, também, para que amanhã fiquemos por nossa conta.

Trocamos dinheiro na casa de câmbio, onde aceitaram o Real (R$) e o Dólar Americano (US$).

Jantamos numa pizzaria vizinha ao hotel, onde eu comi uma lasanha de salmão com queijo de cabra; o Marcio foi de frango, tipo à suprema. Tomamos um vinho cabernet (reserva), com 14% de álcool.

Voltamos para o hotel e amanhã não temos hora para acordar.

Como a umidade é baixa por aqui! Deve estar a uns 5º C lá fora do quarto.

Acréscimos do Marcio

Antes de sairmos do Hotel Alto Parque, em Salta, aproveitei que lá tem internet grátis e consultei novamente meu e-mail. Constatei que a seguradora havia me mandado o Endosso do seguro da Hilux, dessa vez corrigido, com a inclusão da Extensão de Perímetro, exigido no Chile.

Por isso, antes de deixarmos a cidade ainda passamos em uma Lan House, para imprimir o tal documento, que salvei no pen-drive.

Depois do almoço em Purmamarca, já na estrada para Susques, ultrapassamos várias vezes um ônibus de turismo argentino, que voltava a nos ultrapassar quando parávamos para a Clênia fotografar lhamas e paisagens.

Devido a isso, o tal coletivo chegou antes da gente em Susques e ocupou totalmente os dois últimos hotéis ainda com vaga no povoado.

Nossa entrada no Chile se deu por um local conhecido como Paso de Jama. Outra opção teria sido pelo Paso de Sico, uma continuação da estrada que leva de Salta até o povoado de Santo Antônio De Los Cobres, porém em estradas de terra.

Após a fronteira com a Argentina, a estrada passa a ser a R-27.

(009) 2008 - Viagem ao Deserto do Atacama - ARGENTINA: SALTA E ARREDORES

5º DIA – 23.09.2008 – 3ª feira

(ARGENTINA: Salta)


Acordamos às 6 h, mesmo não tendo compromisso para hoje. O céu está bem claro e parece que vai esquentar, apesar de ainda estar friozinho. É sempre assim, começa frio e esquenta ao longo do dia.

Descemos para tomar café às 8 h e descobrimos que já era 9 h, pois o nosso relógio-despertador não está marcando a hora corretamente.

Para a minha decepção, o café, apesar de ter sido informado que era do tipo buffet, não tinha queijo, presunto nem frutas, apenas pão de caixa (pão de forma), croissant (chamado aqui de meia-lua), suco de laranja e manteiga.

Depois do café fomos, a pé, até concessionária Toyota, onde o Marcio comprou algumas peças para a Hilux, pois os preços chegavam a ser metade dos praticados no Brasil. Além disso, também encomendou outras que não tinham para pronta-entrega, para pegarmos quando voltarmos do Chile.

Saímos de lá e, na volta para o hotel, passamos num mercado onde compramos maçãs, peras, presunto, queijo e pão. Achei os preços das frutas meio caros, e acho que é por isso não têm nos hotéis onde ficamos até agora.

Parte dessa comida será usada amanhã no passeio de dia inteiro que faremos.

Achamos muito fácil andar aqui com um mapa na mão. Além disso, a cidade é bem plana o que facilita andar a pé.

O trânsito é meio ruim e os carros de passeio são velhos e movidos à diesel, o que contribui para a poluição sonora e química.

Deixamos as compras no hotel e fomos fazer um pouco de turismo.

Fomos ao Cerro São Bernardo, próximo ao hotel. Para chegar lá, pegamos um teleférico da Praça San Martin até o topo, de onde se tem uma boa vista de Salta, que é bem plana mesmo. Lá existe uma cascata artificial, uma área de alimentação e de lazer. Valeu a visita!



Vista de Salta do Cerro São Bernardo

Descemos e eu fui conhecer o Museu de Altas Montanha (MAAM), enquanto o Marcio retornou à Concessionária Toyota para encomendar uma peça que esqueceu de pedir de manhã.

A visita ao museu vale a pena, pois lá existem expostas três múmias incas, encontradas em montanhas acima de 5 mil metros. Para resgatar essas múmias foram feitas expedições árduas.

Os maias ofereciam seres humanos em sacrifício na montanha, para que eles ficassem mais perto dos deuses deles e a graça pudesse ser alcançada.

É interessante, pois mostra um pouco da história inca, um povo que existiu do sul da Venezuela até o sul do Chile.

A região de Salta tem muitas montanhas. Parece que há mais de 70 na Argentina, 30 delas só por aqui.

Em seguida, fui conhecer a Catedral de Salta, vizinha ao museu, bem ao estilo europeu, com muito ouro e pé direito alto.

Catedral de Salta

O povo aqui é bastante católico. A influência espanhola é total. Acho que não praticam nem outras religiões por aqui.

Às 19 h, conforme combinado, encontrei o Marcio na Praça 9 de Julio. Ainda era dia. Lanchamos e fomos procurar óculos escuros para ele usar amanhã, pois o dele foi quebrado quando sentou em cima logo no primeiro dia de Argentina.

Achamos um que servia numa ótica, e lá se vai mais dinheiro com óculos escuro!

No caminho, achamos uma loja de sapato, onde o Marcio comprou um mocassin de couro por um preço bem em conta.

Retornamos para o hotel e agora é dormir. Amanhã teremos o nosso primeiro dia de passeio.

Acréscimos do Marcio

Fomos a pé até a Concessionária Toyota Autolux, uma caminhada de uns trinta minutos.

No trajeto, passamos por diversas lojas de autopeças, inclusive de motos. O pneu para a minha moto estava custando metade do preço que o cobrado no Brasil, mas a marca existente não era conhecida minha e fiquei com medo de comprar.

As peças da Hilux estavam baratíssimas. Para se ter uma idéia, no Brasil os amortecedores traseiros custam R$ 435,00/cada. Na Argentina eles custaram o equivalente a R$ 450,00 o par.

Aproveitei para comprar as borrachas de vedação de todas as portas e a do porta-malas, correia dentada, tensor da correia dentada, porca anti-furto para as rodas, velas incandescentes do motor etc.

O atendimento na Autolux foi feito pelo Sr. Ivan, que foi muito atencioso e paciente com a dificuldade do idioma e com a demora com os cálculos que eu fazia antes de confirmar que queria a mercadoria.

Na Autolux, assim como em alguns outros lugares, havia um daqueles bebedouros que utilizam garrafões de 20 litros de água mineral. A diferença para os nossos é que a segunda torneira no deles é de água quente (fervendo), para fazer chá.

Na Argentina, o nosso GM Celta é vendido como SUZUKI Fun. É o mesmo carro, mas com a bandeira de outra montadora, semelhantemente ao GM Tracker, que nada mais é que o SUZUKI Grand Vitara.

As tomadas na Argentina são semelhantes às da Austrália e às da Nova Zelândia, com três pinos em forma de “Y”. A energia elétrica, apesar de ser 220 Volts, acho que opera com 50 Hertz (no Brasil é 60 Hertz), pois nosso rádio-relógio estava sempre com a hora atrasada em relação à colocada. Até o fim da viagem vou tentar confirmar isso.

6º DIA – 24.09.2008 – 4ª feira

(ARGENTINA: Salta – Povoado de Cachi)

Acordamos às 5h30. De matar, mas necessário. A empresa de turismo – La Posada -- ficou de nos pegar às 7 h.

Tomamos café, dessa vez com queijo, presunto, fruta e bolo, tudo comprado ontem por nós.

Aqui amanhece bem tarde, às 6h30.

A empresa só passou às 7h30, e seguimos para o povoado de Cachi, ao norte de Salta. O motorista chamava-se Adolfo; a guia, Dafna, era canadense, já tinha morado na Costa Rica e estava na Argentina há um ano e meio.

A van, Kombi para eles, estava bem cheia. Tinha gente da Dinamarca, da Espanha, da França, de outros lugares da Argentina e nós.

No caminho para Cachi passamos por alguns lugarejos e por alguns produtores de tabaco. A indústria do fumo é forte aqui na região, e, do que é produzido aqui, 80% é exportado. Por isso que se fuma muito aqui! Chega a ser insuportável.

A paisagem mudava à medida que a altitude aumentava. Com muitas curvas sinuosas e alguns trechos de terra, passamos por lugares lindos e bem pitorescos, lembrando um pouco a Nova Zelândia e a Suíça, por causa das montanhas.

Paramos em alguns pontos mais bonitos para fotos, para café e para o xixi. Em alguns lugares daria perfeitamente para fazer filme de faroeste mexicano, pelos cactos gigantes, chamados de cardones.




Cardones - Cactos gigantes

Um dos pontos altos do passeio foi a visita ao Parque Nacional dos Cardones, no mínimo diferente!

Paramos numa comunidade para comprar alguns artesanatos (artesanías, em espanhol), e fiquei imaginando como aquelas pessoas vivem ali, naquele ambiente inóspito. Não tem lagos formados pelo degelo, apenas um rio correndo com bem pouca água. Deve existir um meio de fornecimento de água para as plantações.

Quando começou a aumentar a altitude, a guia nos falou sobre a folha de coca, para minimizar os efeitos da redução da pressão ambiente. Disse para colocarmos umas três folhas no canto da boca e mascarmos de vez em quando. Assim eu fiz.

Segundo ela, para se produzir de 1 g de cocaína são necessários 90 kg de folhas.

Eu fiz como recomendado, mas acho que não adiantou muito, pois a altitude em alguns trechos passou dos 3.300 m e, num momento quando eu me agachei para pegar uma coisa no chão e levantei, tive a maior tontura. A minha pressão deve ter caído e não subiu a tempo.

O Marcio não usou a folha de coca e não sentiu nada. Imagino que para montanhistas é que a coisa é difícil, pois ainda há o esforço físico.

O povoado de Cachi é bem arrumado. Pequeno e no meio do nada, com lojinhas de artesanatos locais e com um museu arqueológico que possuía algumas peças interessantes.




Inscrição rupestre no museu arqueológico de Cachi

O almoço foi numa Bodega próxima ao povoado, chamada Sala de Payogasta. Muito legal, por estar no meio dessa paisagem e por estarmos mais próximos do povo que vive na região.

Comemos berinjela empanada com um cereal local e uma panqueca de ricota de queijo de cabra. Tudo regado com vinho cabernet da região. De entrada, tivemos pães, pastas e picles. Como os pães são bons por aqui!

Parada para almoço próximo a Cachi
 
Um casal argentino que estava conosco à mesa nos disse que na província de Buenos Aires já há uma guerra contra o fumo, mas que em Salta ainda não, até mesmo por eles serem os maiores produtores.

Chegamos de volta à Salta antes das 19 h. Saímos para jantar na Praça 9 de Julho e retornamos para dormir logo.

Amanhã teremos outra maratona. Parece que o lugar é mais lindo ainda! O duro é que não conseguimos dormir cedo. Estou bem cansada.

Acréscimos do Marcio

A guia Dafna já tinha visitado o Brasil e arranhava um pouco o português. Muito simpática, dava a maior atenção a todos, fazendo a narrativa em espanhol e em francês.

No nosso tour havia duas meninas dinamarquesas que já estavam viajando há quatro meses. Passaram um tempo no Peru somente para aprender o espanhol. E olha que elas falavam muito bem a nova língua!

No nosso planejamento, a ida ao povoado de Cachi seria no nosso carro, quando de lá seguiríamos até Cafayate, cidade das vinícolas, para, então, partirmos para San Pedro do Atacama. Dessa forma foi diferente, mas também foi bom e tivemos a oportunidade de conhecer outras pessoas.

7º DIA – 25.09.2008 – 5ª feira

(ARGENTINA: Salta - Santo Antonio de Los Cobres)


Mais uma vez acordamos antes das 6 h, para aguardar o transporte para o nosso passeio.
 
Tomamos o café, e às 7h40 a operadora chegou para nos pegar.

A van estava cheia. Tinha gente da França, da Inglaterra (Londres), da Espanha e da própria Argentina. O motorista era o Roberto; a guia, Noemi, que era francesa e há três anos morava na Argentina.

Começamos o passeio pelo trajeto do Trem para as Nuvens (Tren a Las Nubes), que vai de Salta em direção à fronteira com o Chile. O traçado é belíssimo e passa por várias pontes de ferro com visuais das montanhas.

Vimos gradativamente as mudanças na geografia das montanhas e na vegetação. Um passeio imperdível!

Fomos a quase 4.200 m, o que me deixou com um pouco de aperto na cabeça e tontura quando fazia alguns movimentos bruscos e maiores, apesar das folhas e do chá de coca.
 



Ponto de maior altitude (4.170m) na estrada da Província de Jujuy

Curvas sinuosas a 4.170m - Província de Jujuy

O Marcio não sentiu absolutamente nada. O chá de coca foi tomado numa comunidade a 3.000 m, ponto de parada e de apoio para o grupo.

Pelo chá pagamos AR$ 2,50 (US$ 0,81) a xícara. Uma espanhola que estava na van conosco disse-me que eles acrescentavam bicarbonato ao chá, mas isso não foi confirmado pela senhora que nos vendeu.

Rodada de chá de coca para amenizar os efeitos da alta altitude

Vimos várias casinhas de pau a pique e com teto de esterco de vaca com barro (adobe).

Visitamos uma área de sal imensa, as Salinas Grandes, que acreditam ser originada do mar que havia ali, antes de trabalhos tectônicos que teriam ocorrido.
 


Salinas Grandes - Argentina

Na Salina Grande havia trabalhadores fazendo artesanato, totalmente vestidos, só com os olhos de fora, para proteção contra a claridade que é bem intensa. Pareciam aqueles guerrilheiros vestidos para entrevista na televisão.

Artesão na Salina Grande - Argentina

Dá para sentir um ardor nos olhos, e como se bronzeia pelo reflexo da luz do sol no sal. Interessante! Tudo a mais de 3.000 m de altitude.

Vimos lhamas, um misto de ovelha e camelo, e vicunhas, parecidas com as lhamas, mas menores, e que só existem em altitudes superiores a 3.200 m. Adorei as duas! Como vimos jumentos também!

Quando o passeio é feito no Trem para as Nuvens (Tren a Las Nubes), passa-se por 21 túneis e por 31 pontes de ferro.

Visitamos um sítio arqueológico com ruínas de um povoado construído pelos atacamenhos. Tudo com mais de 500 anos e bem preservado, em pedra e a mais de 3.000 m.
 

Ruínas de cidade de pedras - Argentina

Almoçamos num povoado chamado Santo Antonio de Los Cobres, onde eu comprei um xale de lã de lhama.

No retorno à Salta descemos de 4.200 m para 2.000 m em apenas 20 Km de estrada. O trecho é belíssimo, com várias curvas e visuais deslumbrantes.

Notamos que os cardones (uma espécie de cacto), só começam a aparecer em alturas menores. Soubemos também que eles só dão uma flor por ano, branca, e que esta dura só um dia.

Finalizamos com uma parada no povoado de Purmamarca, a 150 Km de Salta, famoso pelos morros coloridos e por muitos artesãos vendendo roupas de lã de lhama e peças de cerâmica. O artesanato é bem explorado por aqui.
 


Cerro de Siete Colores em Purmamarca - Argentina

Praça com artesanato em Purmamarca - Argentina

Quando estávamos próximos a Salta, a guia agradeceu a todos por estarem com eles, perguntando ao grupo o que tinham achado do passeio. Todos se manifestaram positivamente, agradecendo por tudo.

Achei a guia Dafna mais atenciosa e mais pontual do que esta. A empresa La Posada é boa e valeu o dia.

No passeio, não cruzamos com o trem, pois hoje não tem saída, só às quartas, sextas e domingos. Entretanto, o trajeto foi demais!

Chegamos ao hotel quase às 21 h e rodamos uns 500 Km.

Guardamos parte da bagagem no carro, para facilitar a saída amanhã. Eu tomei banho e preferi lanchar qualquer coisa no quarto mesmo; o Marcio preferiu comer uma pizza no restaurante La Fiamma, perto do hotel.

Descobri que quando o Marcio fez o backup das fotos para o laptop, as das Salinas Grandes foram perdidas. Que merda!

Amanhã iremos rumo ao Atacama e no caminho passaremos de novo pelas salinas, quando tiraremos novas fotos. Acidentes!

Parte do trajeto feito hoje será repetida, pois é tudo perto da fronteira com o Chile, para onde iremos.

Agora é dormir.

Acréscimos do Marcio

O casal de espanhóis (Ricardo e Sílvia) resolveu ficar no povoado de Purmamarca. Acho que eles não planejaram isso, pois estavam apenas com uma mochila. A bagagem principal deve ter ficado no hotel em Salta.

A empresa de turismo adotava uma técnica para quebrar o gelo no início do passeio e interar as pessoas. A guia se apresentava e ao motorista, pedindo que cada turista fizesse o mesmo.

Quando estávamos no último trecho do passeio, serviram uns doces recheados com doce de leite. Em espanhol chamavam de “empanadillas”, e eram gostosos.

Nosso último pit stop foi em um posto de gasolina (estación de servicio) na cidade de San Salvador de Jujuy. Creio que além de ser para todos aliviarem a bexiga, também para o motorista dar uma relaxada, já que estava ao volante desde às 6 h.

(008) 2008 - Viagem ao Deserto do Atacama - ARGENTINA: A CAMINHO DE SALTA


4º DIA – 22.09.2008 – 2ª feira

(ARGENTINA: Resistência – Salta)

Acordamos às 6 h, tomamos banho e descemos para o desayuno (café da manhã).

A parte ruim começou pela hora que começavam a servir, apenas a partir das 7 horas. Para quem está pernoitando apenas, fica tarde para reiniciar a viagem. Depois, quando eu vi o cardápio, a decepção foi total para a fome que eu estava. Foi quase pão com pão. Experiência semelhante eu tive em Paris, quando a minha amiga Judite (esposa do Valdir) morreu de rir vendo a minha fome não ser adequadamente saciada. Que saudade do meu Brasil!

Às 8 h deixamos esse fabuloso hotel, já cotado para ser o pior da viagem.

O nosso querido GPS nos tirou com supremacia da cidade e nos levou de volta à estrada com destino a Salta, a RN 16.

O céu está lindo, e limpíssimo, sem uma nuvem. Está 10º C, mas vai esquentar. Estamos a 65 m de altitude, mas na cidade de Salta as coisas já vão começar a subir rumo aos Andes.

A estrada apresentou alguns pontos de recapeamento e não teve mais pedágio, o que pode estar correlacionado ao estado de conservação, não tão bom quanto o encontrado até agora.

Na estrada víamos quase a Arca de Noé, pois, assim como no Brasil, havia burros, cabritos e porcos pelas margens.

Paramos para abastecer e para almoçar num posto de gasolina no povoado de Monte Queimado. O diesel estava bem mais barato, AR$ 2,62 (R$ 1,40).

No posto havia uma lanchonete (comedor). Almocei um PF com salada, bife de frango empanado e pão; o Marcio foi de bife de vaca empanado, fritas e pão. Acabamos pegando o acompanhamento um do outro. Estava bem gostoso. Para as circunstâncias, onde as cidades pelas quais passamos não têm estrutura alguma, foi o melhor.

À medida que nos aproximamos de Salta, a vegetação foi alterando de algo parecido com a nossa caatinga para a de serras bem altas. A altitude foi de 65 m (em Resistência) para 800 m, em apenas 3 horas de estrada.

O cansaço é grande! Já rodamos 3.000 Km. Chegamos a Salta por volta das 18 h, com uma altitude de mais de 1.000 m e temperatura de 25º C. No caminho, pegamos o maior calor, em nada parecendo o frio e a chuva que deixamos no sul do Brasil.

Passamos por um hotel e paramos para pesquisar. A diária, com café da manhã do tipo continental, estava a AR$ 200,00. Como ainda era cedo, resolvemos procurar outro.

Vimos alguns, mas estavam lotados ou não tinham onde parar o carro para descarregar, por situarem-se em rua estreita e com trânsito intenso.

Voltamos ao primeiro hotel, decididos a pagar os AR$ 200,00 (US$ 64,72), mas o último quarto disponível tinha acabado de ser ocupado.

Começamos a procurar por outros nas redondezas, mas também estavam lotados.

Perguntamos e nos foi informado que a cidade de Salta, por ser muito turística, além de ter uma intensa romaria religiosa, é muito procurada, principalmente nos finais de semana.

Começamos a entrar em desespero! Finalmente entramos em um que tinha garagem, elevador, café da manhã do tipo buffet e era bem localizado, por AR$ 175,00 (US$ 56,63) -- Hotel Alto Parque.

Deixamos nossas coisas no hotel e saímos para ver os passeios, principalmente o do Trem para as Nuvens, a principal atração.

Seguindo um mapinha da cidade, fomos ao point, onde há lojas de turismo, casas de câmbio, restaurantes e pontos históricos.

Entramos numa casa de câmbio que também vendia pacotes. Descobrimos que para o trem, que sai apenas às quartas, sextas e domingos, não tinha mais bilhete para a próxima quarta-feira (miércoles).

Ficamos perdidos, pois a nossa partida estava programada para a próxima sexta-feira, e não teríamos tempo para o tal passeio.

Fomos em outra agência e compramos um pacote para ir, de van e na quarta-feira, pelo mesmo trajeto feito pelo trem, com a vantagem de que no retorno eles nos levariam para conhecer outros lugares que pretendíamos ir somente no retorno do Chile.

Junto, e aproveitando uma promoção, compramos também um outro tour para a quinta-feira, para o vilarejo de Cachi. Pagamos pelos dois o equivalente a US$ 186,00/casal, mais barato até do que seria só o do trem, que custaria US$ 280,00/casal.

Amanhã ficaremos pela cidade e descansaremos um pouco.

Jantamos no Restaurante La Fiamma, do outro lado da Praça San Martin, em frente ao hotel, com especialidade em massa. O Marcio foi de bife de chouriço (de vaca) médio (não tão alto), com salada; eu, de aglioline à bolonhesa, a mesma massa de Cascavel (PR), mas bem maior. O meu estava bom, mas o do Marcio tinha muita gordura.

Voltamos para o hotel e agora é dormir.

Acréscimos do Marcio

Até a cidade de Salta passamos por algumas rodovias com cobrança de pedágio, mas para nós eles eram muito baratos (AR$ 2,00 (US$ 0,65), em média) em relação ao benefício de se ter uma pavimentação perfeita.

Após a cidade de Rio Piedras, última da RN 16, viramos à direita na RN 9 (sentido norte), em direção a San Salvador de Jujuy. Depois de alguns quilômetros (uns 77 Km), viramos à esquerda em Gral Güemes, em direção a Salta.

O GPS novamente foi sensacional para auxiliar no trânsito de Salta. Bastava mandar procurar hotel, que ele imediatamente nos guiava, inclusive com voz, até o destino escolhido. A Clênia já dominou o aparelho e sabe fazer quase tudo com ele.

O Hotel Alto Parque tem Wi-Fi para a internet, além de disponibilizar um computador para os hóspedes no térreo.

A garagem é na parte dos fundos do terreno, fechada e coberta.

Na praça que fica em frente, pudemos ver diversas barraquinhas que vendiam de tudo, desde souvenires até aquelas comidas feitas na hora e sem muita higiene. Bem tarde da noite os vendedores desmontavam tudo e colocavam em seus carros para irem embora.

(007) 2008 - Viagem ao Deserto do Atacama - TRECHO BRASIL-ARGENTINA


1º DIA – 19.09.2008 – 6ª feira

(BRASIL: Brasília - DF – Itumbiara -GO)

Saímos de Brasília às 17h30 e pegamos o maior rush. Além de ser sexta-feira, ainda chovia, o que deixava o trânsito ainda mais lento

Paramos em Itumbiara-GO para pernoite, às 23 h. Estava bem quente.

Ficamos no Hotel Royal, na beira da rodovia. O recepcionista era um gordo com a camisa aberta até o umbigo e com suor minando na testa, denotando o calor local.

Acréscimos do Marcio

Apesar do trânsito lento, a viagem até Itumbiara foi boa, sem qualquer problema exceto o cansaço após um dia de trabalho, tendo acordado às 5h30.

O trecho entre Goiânia e Itumbiara está em obras, com vários desvios e com o asfalto precário, sem sinalização horizontal, o que, à noite, dá insegurança para quem não conhece a estrada.

A estrada de Brasília (DF) até Anápolis (GO) é a BR-060. De Anápolis (GO) até São José do Rio Preto (SP) é a BR-153.

2º DIA – 20.09.2008 – Sábado

(BRASIL: Itumbiara – GO – Cascavel - PR)

Acordamos às 6 h e o ar já estava quente. Tomamos café e seguimos a viagem.

Paramos para o almoço às margens do Rio Tietê, já no estado de São Paulo, pois era meio-dia e porque vimos casas de venda de peixe.

O restaurante era simples, mas a existência de peixe no cardápio nos atraiu.

Nas rodovias seguintes que pegamos no Paraná já pagamos alguns pedágios de R$ 7,10. Caríssimo, porém com estradas de dar inveja às que não têm a cobrança.

O plano inicial era pernoitar em Maringá (PR), mas como ainda eram 17 h, resolvemos seguir até Cascavel (PR).

Cascavel parece bem rica, pois na entrada da cidade têm várias agências de carros, todas novas, bonitas e modernas. Acho que é um bom termômetro da economia local.

Vimos várias plantações na beira da estrada que pareciam ser de trigo. Até agora, por onde passamos - GO e PR – parece que o forte da economia é a agropecuária.

A temperatura estava bem mais fria, uns 18º C, e tinha uma neblina com garoa. Com a maior intimidade com o GPS foi fácil achar um hotel. Pernoitamos no Hotel Grand-Prix, no centro, a 9 Km da estrada.

Jantamos no hotel mesmo, pois estava bem frio e o cansaço era grande, depois de rodar mais de 1.000 Km. Eu comi uma sopa de aglioline, um tipo de massa recheada que eu não conhecia. Parece um capeleti. Boa a comida, apesar de ser de hotel!

Fomos dormir às 23 h, e o frio já era grande para quem saiu dos 32º C de Brasília.

Acréscimos do Marcio

Apesar de longa, a viagem foi tranqüila. De São José do Rio Preto (SP) até Presidente Prudente (SP), a rodovia é a SP-425.

É incrível como o GPS localiza tudo, de hotel a posto de combustível. E a Clênia já ficou íntima, e consegue fazer coisas do arco da velha com o aparelho.

Dormimos tranqüilos, sabendo que no dia seguinte a jornada também seria longa, dessa vez atravessando a fronteira com a Argentina. A expectativa é grande!

3º DIA – 21.09.2008 – Domingo

(BRASIL: Cascavel –PR – ARGENTINA: Resistência)

Acordamos às 6 h e tomamos café do tipo colonial: pão 7 grãos, cuca, torta de chocolate e mais uns vinte itens. Fartamo-nos para continuar a empreitada.

Estava 10º C, sem neblina, bom para viajar. Olhei no GPS e vi que já rodamos mais de 1.400 Km, com uma média de velocidade de 75 Km/h, devido aos vários trechos em obras na estrada, alguns deles com paradas para mão única. Sinal de verba do PAC do Presidente Lula sendo usada.

Chegamos a Foz do Iguaçu (PR) às 9h30, e seguindo as orientações do GPS chegamos facilmente à fronteira com a Argentina (Puerto Iguazu).

Demoramos um pouco do lado brasileiro, pois fomos à Receita Federal declarar os eletrônicos que tínhamos (câmera, note-book, GPS, binóculo etc).

No lado argentino, utilizamos o passaporte, mas poderíamos ter apresentado apenas o RG. Eu mostrei inicialmente a carteira de militar, mas não foi aceita como documentação válida.

Em seguida, já na rodovia argentina, fomos parados por um policial, que abriu a mala do carro, olhou, verificou a documentação da Toyota, do Marcio, fez perguntas e nos liberou.

Andamos mais uns 6 Km e fomos parados por outros policiais. Nesta, o carro foi mais revistado, houve mais perguntas, até sobre o que eu estava usando debaixo da calça, porque um deles viu um pedaço da ceroula. Tive que mostrar que era um agasalho.

Um deles nos disse que o equipamento de rádio-amador poderia ser problema, uma vez que o Marcio não tem a habilitação argentina para uso, sugerindo que fosse retirado para evitar confusão em outras investidas policiais.

Andamos mais uns 3 Km, paramos o carro e o tiramos. O duro é que nessa manobra toda o Marcio sentou em cima dos óculos escuros recentemente comprado, tendo o maior prejuízo.

Seguimos em frente e paramos num Posto Esso para abastecer. Pagamos pelo diesel AR$ 2,739/litro, equivalente a R$ 1,64. Em Brasília o litro custa R$ 2,15.

O limite de velocidade nas rodovias é de 110 Km/h, com alguns trechos de 60 Km/h.

Por volta das 12h30 paramos para almoçar no Restaurante El Sol, no povoado de Monte Carlo. Fomos servidos de feijão, arroz, pão e carnes (frango, lingüiça, porco e costela de vaca), com direito à salada e à sobremesa. O Marcio pediu bife, que trouxeram sem problemas. Pagamos AR$ 28,00 por pessoa.

Vimos várias “motonas” na estrada. Deve estar tendo algum encontro de motoqueiros aqui na Argentina. Com este frio não deve estar fácil!

Seguimos para a cidade de Posadas, pela Ruta Nacional (RN) 6, e de lá para Corrientes, pela RN 12.

Corrientes é uma cidade balneária, com praias do Rio Paraná. Passamos sobre ele numa ponte imensa e pênsil. Numa das margens, vimos uma aglomeração de pessoas em uma praça. Parece que estava havendo um show. Era muita gente!

Eram quase 19 h e ainda estava claro. O pôr do sol foi às 19h15, pois estamos mais a oeste, diferentemente de Brasília.

De Corrientes para Resistência já começa a RN 16. As estradas são todas com pedágio, que custa quatro vezes menos que o nosso, e são muito bem conservadas, sem buracos e bem policiadas.

Resistência é uma cidade onde, diferentemente do Brasil aos domingos, o trânsito é intenso e as ruas lotadas de pessoas. Acho que eu nunca vi tanta gente junta por m² apenas passeando. Como tem moto e carros a diesel, o que torna a poluição – também a sonora -- grande.

Ficamos no Hotel Royal, bem no centro e com todo esse barulho para dormir. O fumo é permitido em todas as áreas do hotel, o que é uma desgraça!

Quando saímos para jantar já eram mais de 21h30, e ainda tinha um movimento enorme nas ruas, parecendo sexta-feira, fim de expediente.

Passamos por ruas recentemente transformadas em calçadões, mas ainda em obras, o que gerava uma poeira danada!

Procuramos onde comer e só achamos lugares para lanche, e lotados. Fomos a um que servia de jantar a lanche. Comi uma panqueca com recheio de frango em pasta e um bife de surubim empanado. Estava até bom, mas acho que eu estava tão cansada e assustada com as circunstâncias que não gostei de nada. O Marcio comeu uma massa, mas não gostou da carne que serviram no molho.

Retornamos para o hotel. Um hotel velho, sujo e sem manutenção. O ar refrigerado era barulhento, mas salvou a pátria por minimizar o barulho da rua. No box do banheiro mal cabia uma pessoa, e o chuveiro era daqueles removíveis, tipo ducha. A sorte é que o aquecimento da água era central e funcionava. Por falar em temperatura, chegamos com 25º C, mas agora não está muito frio. Mesmo assim, liguei o ar quente no quarto.

Agora, às 22h30, é dormir e continuar amanhã mais uma jornada de quilômetros pela frente. Afinal, já vamos para o 4º dia de rabo sentado no banco do carro. Haja bunda!!!

Pelo que parece, a civilização por aqui, em relação ao Brasil, está longe de chegar. Fumar é permitido em todo lugar e não vi nada que sinalizasse coleta seletiva de lixo. A maioria dos carros é velho e movida a diesel, e tem muitas motos velhas e poluentes.

Acréscimos do Marcio

Em Foz do Iguaçu (PR), antes de cruzar a fronteira com a Argentina, fomos trocar o óleo e o filtro de óleo do carro, pois seu vencimento é com apenas 5.000 Km e eu não queria ter que fazer tal serviço no estrangeiro. Na bagagem eu trouxe óleo suficiente para duas trocas (14 litros).

A estrada até Resistência, apesar de estreita e cortando diversos povoados, onde havia redução obrigatória da velocidade, é boa, sem buracos e bem sinalizada.

Como eu ainda estava me familiarizando com a novidade (país diferente, com legislação igualmente diferente), procurei observar todos os limites de velocidade, para não ser incomodado pela polícia logo no primeiro dia fora de casa.

A conversa com o recepcionista do hotel em Resistência foi nosso primeiro contato um pouco mais longo no portunhol. Quando a Clênia perguntou o preço do quarto (habitación), ele indagou se queríamos o “matrimonial”, e eu rapidamente neguei, imaginando que seria uma suíte para lua-de-mel. Depois ficou esclarecido que a tal “matrimonial” é a que chamamos de “para casal”. A outra opção seria a “doublé”, ou para duas pessoas. A diferença está na cama de casal ou em duas de solteiro.

O movimento das ruas realmente estava acima do que podemos considerar normal. Mas com o GPS manobrado pela Clênia foi muito fácil chegar ao hotel.

É incrivelmente gostosa, apesar de um pouco preocupante no início, a sensação de se transitar (a pé) pelas ruas de um país estrangeiro, observando como a população se comporta, como se relacionam, sua educação ao atravessar as ruas, etc.