terça-feira, 30 de abril de 2013

(007) 2008 - Viagem ao Deserto do Atacama - TRECHO BRASIL-ARGENTINA


1º DIA – 19.09.2008 – 6ª feira

(BRASIL: Brasília - DF – Itumbiara -GO)

Saímos de Brasília às 17h30 e pegamos o maior rush. Além de ser sexta-feira, ainda chovia, o que deixava o trânsito ainda mais lento

Paramos em Itumbiara-GO para pernoite, às 23 h. Estava bem quente.

Ficamos no Hotel Royal, na beira da rodovia. O recepcionista era um gordo com a camisa aberta até o umbigo e com suor minando na testa, denotando o calor local.

Acréscimos do Marcio

Apesar do trânsito lento, a viagem até Itumbiara foi boa, sem qualquer problema exceto o cansaço após um dia de trabalho, tendo acordado às 5h30.

O trecho entre Goiânia e Itumbiara está em obras, com vários desvios e com o asfalto precário, sem sinalização horizontal, o que, à noite, dá insegurança para quem não conhece a estrada.

A estrada de Brasília (DF) até Anápolis (GO) é a BR-060. De Anápolis (GO) até São José do Rio Preto (SP) é a BR-153.

2º DIA – 20.09.2008 – Sábado

(BRASIL: Itumbiara – GO – Cascavel - PR)

Acordamos às 6 h e o ar já estava quente. Tomamos café e seguimos a viagem.

Paramos para o almoço às margens do Rio Tietê, já no estado de São Paulo, pois era meio-dia e porque vimos casas de venda de peixe.

O restaurante era simples, mas a existência de peixe no cardápio nos atraiu.

Nas rodovias seguintes que pegamos no Paraná já pagamos alguns pedágios de R$ 7,10. Caríssimo, porém com estradas de dar inveja às que não têm a cobrança.

O plano inicial era pernoitar em Maringá (PR), mas como ainda eram 17 h, resolvemos seguir até Cascavel (PR).

Cascavel parece bem rica, pois na entrada da cidade têm várias agências de carros, todas novas, bonitas e modernas. Acho que é um bom termômetro da economia local.

Vimos várias plantações na beira da estrada que pareciam ser de trigo. Até agora, por onde passamos - GO e PR – parece que o forte da economia é a agropecuária.

A temperatura estava bem mais fria, uns 18º C, e tinha uma neblina com garoa. Com a maior intimidade com o GPS foi fácil achar um hotel. Pernoitamos no Hotel Grand-Prix, no centro, a 9 Km da estrada.

Jantamos no hotel mesmo, pois estava bem frio e o cansaço era grande, depois de rodar mais de 1.000 Km. Eu comi uma sopa de aglioline, um tipo de massa recheada que eu não conhecia. Parece um capeleti. Boa a comida, apesar de ser de hotel!

Fomos dormir às 23 h, e o frio já era grande para quem saiu dos 32º C de Brasília.

Acréscimos do Marcio

Apesar de longa, a viagem foi tranqüila. De São José do Rio Preto (SP) até Presidente Prudente (SP), a rodovia é a SP-425.

É incrível como o GPS localiza tudo, de hotel a posto de combustível. E a Clênia já ficou íntima, e consegue fazer coisas do arco da velha com o aparelho.

Dormimos tranqüilos, sabendo que no dia seguinte a jornada também seria longa, dessa vez atravessando a fronteira com a Argentina. A expectativa é grande!

3º DIA – 21.09.2008 – Domingo

(BRASIL: Cascavel –PR – ARGENTINA: Resistência)

Acordamos às 6 h e tomamos café do tipo colonial: pão 7 grãos, cuca, torta de chocolate e mais uns vinte itens. Fartamo-nos para continuar a empreitada.

Estava 10º C, sem neblina, bom para viajar. Olhei no GPS e vi que já rodamos mais de 1.400 Km, com uma média de velocidade de 75 Km/h, devido aos vários trechos em obras na estrada, alguns deles com paradas para mão única. Sinal de verba do PAC do Presidente Lula sendo usada.

Chegamos a Foz do Iguaçu (PR) às 9h30, e seguindo as orientações do GPS chegamos facilmente à fronteira com a Argentina (Puerto Iguazu).

Demoramos um pouco do lado brasileiro, pois fomos à Receita Federal declarar os eletrônicos que tínhamos (câmera, note-book, GPS, binóculo etc).

No lado argentino, utilizamos o passaporte, mas poderíamos ter apresentado apenas o RG. Eu mostrei inicialmente a carteira de militar, mas não foi aceita como documentação válida.

Em seguida, já na rodovia argentina, fomos parados por um policial, que abriu a mala do carro, olhou, verificou a documentação da Toyota, do Marcio, fez perguntas e nos liberou.

Andamos mais uns 6 Km e fomos parados por outros policiais. Nesta, o carro foi mais revistado, houve mais perguntas, até sobre o que eu estava usando debaixo da calça, porque um deles viu um pedaço da ceroula. Tive que mostrar que era um agasalho.

Um deles nos disse que o equipamento de rádio-amador poderia ser problema, uma vez que o Marcio não tem a habilitação argentina para uso, sugerindo que fosse retirado para evitar confusão em outras investidas policiais.

Andamos mais uns 3 Km, paramos o carro e o tiramos. O duro é que nessa manobra toda o Marcio sentou em cima dos óculos escuros recentemente comprado, tendo o maior prejuízo.

Seguimos em frente e paramos num Posto Esso para abastecer. Pagamos pelo diesel AR$ 2,739/litro, equivalente a R$ 1,64. Em Brasília o litro custa R$ 2,15.

O limite de velocidade nas rodovias é de 110 Km/h, com alguns trechos de 60 Km/h.

Por volta das 12h30 paramos para almoçar no Restaurante El Sol, no povoado de Monte Carlo. Fomos servidos de feijão, arroz, pão e carnes (frango, lingüiça, porco e costela de vaca), com direito à salada e à sobremesa. O Marcio pediu bife, que trouxeram sem problemas. Pagamos AR$ 28,00 por pessoa.

Vimos várias “motonas” na estrada. Deve estar tendo algum encontro de motoqueiros aqui na Argentina. Com este frio não deve estar fácil!

Seguimos para a cidade de Posadas, pela Ruta Nacional (RN) 6, e de lá para Corrientes, pela RN 12.

Corrientes é uma cidade balneária, com praias do Rio Paraná. Passamos sobre ele numa ponte imensa e pênsil. Numa das margens, vimos uma aglomeração de pessoas em uma praça. Parece que estava havendo um show. Era muita gente!

Eram quase 19 h e ainda estava claro. O pôr do sol foi às 19h15, pois estamos mais a oeste, diferentemente de Brasília.

De Corrientes para Resistência já começa a RN 16. As estradas são todas com pedágio, que custa quatro vezes menos que o nosso, e são muito bem conservadas, sem buracos e bem policiadas.

Resistência é uma cidade onde, diferentemente do Brasil aos domingos, o trânsito é intenso e as ruas lotadas de pessoas. Acho que eu nunca vi tanta gente junta por m² apenas passeando. Como tem moto e carros a diesel, o que torna a poluição – também a sonora -- grande.

Ficamos no Hotel Royal, bem no centro e com todo esse barulho para dormir. O fumo é permitido em todas as áreas do hotel, o que é uma desgraça!

Quando saímos para jantar já eram mais de 21h30, e ainda tinha um movimento enorme nas ruas, parecendo sexta-feira, fim de expediente.

Passamos por ruas recentemente transformadas em calçadões, mas ainda em obras, o que gerava uma poeira danada!

Procuramos onde comer e só achamos lugares para lanche, e lotados. Fomos a um que servia de jantar a lanche. Comi uma panqueca com recheio de frango em pasta e um bife de surubim empanado. Estava até bom, mas acho que eu estava tão cansada e assustada com as circunstâncias que não gostei de nada. O Marcio comeu uma massa, mas não gostou da carne que serviram no molho.

Retornamos para o hotel. Um hotel velho, sujo e sem manutenção. O ar refrigerado era barulhento, mas salvou a pátria por minimizar o barulho da rua. No box do banheiro mal cabia uma pessoa, e o chuveiro era daqueles removíveis, tipo ducha. A sorte é que o aquecimento da água era central e funcionava. Por falar em temperatura, chegamos com 25º C, mas agora não está muito frio. Mesmo assim, liguei o ar quente no quarto.

Agora, às 22h30, é dormir e continuar amanhã mais uma jornada de quilômetros pela frente. Afinal, já vamos para o 4º dia de rabo sentado no banco do carro. Haja bunda!!!

Pelo que parece, a civilização por aqui, em relação ao Brasil, está longe de chegar. Fumar é permitido em todo lugar e não vi nada que sinalizasse coleta seletiva de lixo. A maioria dos carros é velho e movida a diesel, e tem muitas motos velhas e poluentes.

Acréscimos do Marcio

Em Foz do Iguaçu (PR), antes de cruzar a fronteira com a Argentina, fomos trocar o óleo e o filtro de óleo do carro, pois seu vencimento é com apenas 5.000 Km e eu não queria ter que fazer tal serviço no estrangeiro. Na bagagem eu trouxe óleo suficiente para duas trocas (14 litros).

A estrada até Resistência, apesar de estreita e cortando diversos povoados, onde havia redução obrigatória da velocidade, é boa, sem buracos e bem sinalizada.

Como eu ainda estava me familiarizando com a novidade (país diferente, com legislação igualmente diferente), procurei observar todos os limites de velocidade, para não ser incomodado pela polícia logo no primeiro dia fora de casa.

A conversa com o recepcionista do hotel em Resistência foi nosso primeiro contato um pouco mais longo no portunhol. Quando a Clênia perguntou o preço do quarto (habitación), ele indagou se queríamos o “matrimonial”, e eu rapidamente neguei, imaginando que seria uma suíte para lua-de-mel. Depois ficou esclarecido que a tal “matrimonial” é a que chamamos de “para casal”. A outra opção seria a “doublé”, ou para duas pessoas. A diferença está na cama de casal ou em duas de solteiro.

O movimento das ruas realmente estava acima do que podemos considerar normal. Mas com o GPS manobrado pela Clênia foi muito fácil chegar ao hotel.

É incrivelmente gostosa, apesar de um pouco preocupante no início, a sensação de se transitar (a pé) pelas ruas de um país estrangeiro, observando como a população se comporta, como se relacionam, sua educação ao atravessar as ruas, etc.

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