Esta
viagem foi planejada a partir de NOV/2007, quando comecei a avaliar a
possibilidade de nas férias de 2008 irmos até o Deserto do Atacama, no nosso
carro – uma Toyota Hilux SW 4 – 3.0 turbo diesel, ano 1997, atualmente com 145.000 Km rodados.
As
pesquisas foram iniciadas no Google,
quando surgiram centenas de relatos de pessoas que já haviam feito a viagem. Eram
unânimes em afirmar que adoraram o passeio. A maioria delas fez a viagem em
curto espaço de tempo, em média 12 dias.
Da
leitura que fiz, percebi que vários aspectos deveriam ser mais bem
esclarecidos, como por exemplo:
a) os equipamentos/documentação exigidos para os
veículos e para os passageiros pelas legislações dos países por onde passaríamos
(Argentina e Chile);
b) as alternativas para o não-congelamento da
água do radiador e do diesel; e
c) o tipo mais adequado de roupa a ser levada na
bagagem, uma vez que num mesmo dia iríamos nos deparar com temperaturas desde
0º C até 30º C, característica de regiões desérticas e de grandes altitudes.
Além
disso, também havia o problema físico causado pela altitude, pois subiríamos a
até 5.000 m,
onde o ar é rarefeito e a pressão atmosférica mais baixa. Essa combinação provoca
diferentes reações nas pessoas, que vão desde a dor de cabeça até as náuseas e
a falta de ar (cansaço). Isso é chamado de mal da altitude. Dizem que
esse distúrbio é controlado/atenuado com a mastigação de folhas de coca ou com
a ingestão de aspirina.
Consultadas,
as Embaixadas da Argentina e do Chile informaram que, quanto ao veículo, este deveria
estar quitado, em nome de um dos passageiros, possuir dois triângulos, cabos
para reboque, cambão e macaco hidráulico, além de outros já usuais para nós. Também
era exigida
a compra de um seguro para danos pessoais (similar ao nosso DPVAT, que não vale
fora do Brasil) chamado de Carta Verde.
E
ainda, acerca do seguro do carro para danos materiais, seria necessário fazer
um endosso (acréscimo ao contrato em vigor), chamado de Extensão de Perímetro,
para que a cobertura fosse estendida aos países da América do Sul, não
pertencentes ao Mercosul (o caso do Chile).
Para
os passageiros, bastava portar a carteira de identidade (emitida há no máximo
dez anos) ou o passaporte válido. Sobre a carteira de motorista, ambos os
países exigem a Carteira de Motorista Internacional, também conhecida
como PID Permissão Internacional para Dirigir, emitida em qualquer DETRAN e
cuja validade coincide com a da CNH em vigor.
Adquiri
pela internet o mapa rodoviário da América do Sul, onde localizei o trajeto
feito por quase todos que deixaram seus relatos na rede.
Como
falei antes, praticamente todas as pessoas fizeram o trajeto de ida e volta em
média em 12 dias, ou seja, iam quase que direto até a cidade de San Pedro de
Atacama – local de onde se sai para todas as atrações do deserto – parando
apenas para os pernoites.
Como
dispomos de 32 dias, resolvi pesquisar as cidades por onde passaríamos até
chegar a San Pedro de Atacama, para descobrir opções de passeios que pudessem
quebrar o ritmo intenso da viagem e, também, para que aproveitássemos a
oportunidade de já estarmos em outro país e passando por lugares para onde
dificilmente voltaríamos em breve.
Atualmente
a internet é fantástica para esse tipo de pesquisa. Bastava colocar o nome de
cada ponto para que diversos arquivos fossem disponibilizados para consulta.
Após
tudo isso, ficou planejado que sairemos do Brasil pela cidade de Foz do Iguaçu
(PR) e cortaremos a Argentina no sentido nordeste – noroeste. Na ida, iremos
praticamente direto até a cidade de Salta, já ao pé da Cordilheira dos Andes,
parando apenas para os pernoites. Em Salta ficaremos aproximadamente três dias,
tempo necessário para conhecer os arredores.
A
partir dali, a estrada começa a subir bastante, chegando a quase 4.800 m na fronteira com o
Chile pelo Paso de Jama.
Até
a fronteira, passaremos pela cidade de San Salvador de Jujuy, mas deixaremos
para conhecê-la – e seus arredores – na volta.
Em San Pedro de Atacama ficaremos
uns cinco dias. Depois, seguiremos para o litoral do Chile (Oceano Pacífico), para
a cidade de Iquique. Esta cidade é local de veraneio dos chilenos, e onde fica
a maior Zona Franca da América Latina.
O
cálculo da viagem surpreendeu positivamente. Como o combustível na Argentina
está mais barato que o nosso (no Chile o preço é semelhante ao daqui), e a
hotelaria, em média, pratica valores inferiores aos do Brasil, a estimativa de
gasto para toda a viagem – aí já previstas as despesas com passeios, ingresso,
taxas, etc – ficou em R$ 10.500,00 para o casal, considerando o deslocamento em
carro movido a diesel, pelo período de 32 dias, rodando 10.100 Km.
Além
desse valor, ainda teremos gastos com a Carta
Verde para trinta dias (R$ 216,00), com a aquisição de equipamento de GPS e
com a compra de correntes para a neve.
Ao
longo dos meses que antecederam a partida adquiri dois aparelhos GPS, ambos da
marca GARMIN: um, do tipo Navegador, modelo NUVI 360, pelo qual paguei R$
990,00 na Loja BH Digital (Mercado Livre); outro, do modelo E-Trex, usado, pelo
qual paguei R$ 100,00, já com manual e com alguns acessórios.
Cada
um deles terá sua função. O Navegador opera a partir de mapas que são inseridos
em cartões SD;
o E-Trex será útil para marcar trilhas em locais não mapeados, para orientar-nos
no caminho de volta ao ponto de partida conhecido e pré-assinalado.
De
posse dos aparelhos, gastei alguns finais de semana lendo os manuais e
praticando o manuseio.
Tive
que trocar os pneus que estavam no carro, pois eles ultrapassavam os limites do
pára-lama, o que poderia vir a ser questionado pelas autoridades argentinas e
chilenas, uma vez que isso é proibido em suas legislações de trânsito.
Vendi
os antigos (Bridgestone 265/70/15), por R$ 1.000,00, e comprei novos, da marca
Firestone, modelo Destination, na medida 235/75/15. Tive apenas que cobrir a
diferença de aproximadamente R$ 600,00.
Foi
também necessário comprar alguns itens sobressalentes para o carro, tais como
lâmpadas, fusíveis, mangueiras, peças, etc, além de confirmar a posse das
ferramentas necessárias a qualquer reparo rápido que possa ser preciso.
Quando
chegou em meados de AGO/2008, a ansiedade era grande. Tudo já estava
praticamente pronto, faltando apenas chegar o dia “D”.
Além
disso, os amigos e as pessoas conhecidas que sabiam dos nossos planos, todas as
vezes que nos encontravam, perguntavam sobre a viagem.
Em
14/08/2008, adquiri a Carta Verde. Compareci
pessoalmente no escritório da Sul América Seguros e fiz a transação. Paguei por
ela a importância de R$ 216,00 (US$ 135,00), com validade de trinta dias a
partir de 21/09/2008, data em que entraremos na Argentina, por Foz do Iguaçu
(PR).
Em
18/08/2008 adquiri o Seguro Saúde da Empresa ISIS, pelo valor de R$ 455,00 (US$
260,00). A negociação foi na Link Turismo
(61-3328-5005).
Na
semana da partida resolvi retirar o pára-choque de impulsão (e os faróis de
longo alcance) da Hilux, também para evitar questionamentos na viagem.
Testando o espaço COmentários. Marcio.
ResponderExcluir