terça-feira, 21 de maio de 2013

(066) 2012 – Viagem ao Peru, Equador e Bolívia - O PLANEJAMENTO

O PLANEJAMENTO
(por Marcio Giovani)

Esta viagem começou a ser planejada pouco antes de OUT/2011, paralelamente ao planejamento da das férias daquele ano -- quando fomos a Hawaii e à Costa Oeste americana --, a cargo da Clênia.

Com a experiência adquirida nas viagens ao Deserto do Atacama (2008) e à Patagônia e à Terra do Fogo (2009), foi infinitamente mais fácil desenhar esta de 2012, pois já sabíamos que não é nenhum bicho de sete cabeças sair do país com nosso próprio carro.

Ao meu favor, tinha o fato de que desde JUN/2012 eu já estava aposentado, ou seja, com muito mais tempo para me dedicar ao assunto.

A escolha do Peru, da Bolívia e do Equador se deu pelos seguintes motivos: queríamos conhecer Machu Picchu, o Lago Titicaca e outras cidades pitorescas e históricas do Peru; o Salar de Uyuni, na Bolívia; e explorar um pouco mais o Equador, que nos impressionou positivamente quando estivemos em Galápagos e em Quito, em 2010.

Após ler o Guia do Viajante Independente para a América do Sul, pesquisar na internet roteiros de empresas de turismo e viagens realizadas por pessoas aventureiras como nós, nossos destinos em cada país foram estabelecidos.

Sairemos do Brasil pelo Estado do Acre (cidade de Assis Brasil) e voltaremos pelo Paraná (cidade de Foz do Iguaçu). Ao todo, está previsto rodarmos 20.000 Km.

Nossos Destinos:

Pretendemos visitar:

a)  no Peru: Cuzco, Aguas Calentes, Machu Picchu, Pisco, Lima, Huaraz, Trujillo, Nazca, Arequipa, Chivay e Puno;

b)  no Equador: Machala, Baños e Otavalo;

c)  na Bolívia: Copacabana, La Paz, Oruro e Uyuni.

A partir de cada um destes destinos sairemos para explorar outros lugares. Pode ser, também, que no decorrer da viagem novos destinos sejam incluídos por sugestão de pessoas que venhamos a conhecer.

Legislação de Trânsito:

Imprimi e li o Código de Trânsito daqueles 3 países, para observar e salientar os regulamentos que são diferentes dos do Brasil. Exemplos:

a)  Bolívia: é obrigatório o veículo possuir caixa de primeiros socorros e farol de neblina (artigos 18 e 21, respectivamente);

b)  Peru: se o policial está posicionado de frente ou de costas para o motorista, deve-se parar obrigatoriamente. Se estiver de perfil, pode passar (artigo 58).

Visitei também as embaixadas de cada país dos nossos destinos, para tirar dúvidas quanto à legislação para o veículo brasileiro em trânsito por lá.

Dicas recebidas:

Conversamos também com o Arthur e a Raquel, ex-colegas do Banco do Brasil, que já haviam percorrido parte do nosso roteiro, em MAI/2012, de moto. Deram-nos algumas dicas sobre a aduana no Peru e sobre o abastecimento de combustível.

Seguros (veículo e pessoas):

Outra questão que sempre gera dúvidas nesse tipo de planejamento é quanto aos seguros, principalmente o do veículo brasileiro.

Quando se trata de viagem ao exterior com nosso próprio carro, praticamente todos os corretores têm dúvidas quanto às coberturas dos seguros que vendem.

Para tentar esclarecer um pouco você leitor deste Blog, tentarei explicar o que (creio) aprendi nas minhas pesquisas:

a)  quando fazemos o Seguro Total de nosso carro, sempre temos a cobertura contra prejuízos ocorridos no nosso veículo e contra danos que causamos a terceiros, no território nacional;

b)  algumas seguradoras, nessa apólice básica, cobrem também prejuízos ocorridos em nosso carro em países do Mercosul;

c)  se vamos para o exterior, temos que contratar com nossa seguradora a opção que é chamada de Extensão de Perímetro.

Essa opção estende a cobertura para alguns outros países fora do Mercosul. Esses outros países são definidos por cada seguradora, e a cobertura de que falamos é apenas para sinistros no veículo do segurado. O terceiro NÃO estará coberto fora do território nacional;

d)  para garantir a cobertura do terceiro, para os sinistros ocorridos nos países do Mercosul existe o Seguro Carta Verde, obrigatório para quem vai transitar por lá.

Pode ser adquirido em algumas seguradoras no Brasil (Sul América e Porto Seguro, por exemplo), e vale por tempo determinado.

No caso da nossa viagem de 2012, o seguro da nossa Toyota SW4 (da Seguradora Tókio Marine) cobre todo território nacional (inclusive contra terceiros), bem como a Argentina, o Chile, a Bolívia, o Paraguai, o Uruguai e a Venezuela (nestes países, cobre somente meu veículo).

Ficarei com meu carro descoberto no Peru e no Equador. Não consegui nenhuma seguradora que contemplasse estes dois países.

Para a cobertura contra terceiros, Peru, Bolívia e Equador têm (e exigem) um seguro chamado SOAT – Seguro Obrigatório contra Acidentes de Trânsito, que é vendido na fronteira de cada um daqueles países. Terei que adquiri-lo lá.

Como passarei também pela Argentina no retorno ao Brasil, adquiri a Carta Verde na Seguradora Sul América, pelo prazo de sete dias. Custou-nos R$ 87,00 (US$ 42,44).

Nós, passageiros, também precisamos (é recomendável) fazer seguro, pois nossos planos de saúde somente cobrem o território nacional.

Neste ano, contratamos a GTA Global Travel Assistance. Custou-nos R$ 280,28/casal (US$ 140,14), para o período de 07/09 a 22/10/2012.

O Carro:

A escolha do carro para a viagem é de fundamental importância para se evitar dissabores num momento que deveria ser de puro prazer.

Eu prefiro os veículos 4x4 movidos a diesel, pois com eles podemos ir praticamente a todos os lugares, independentemente de a estrada estar ruim, ser de areia, de terra ou de pedra. O motor diesel é mais econômico e, na maioria dos países, este combustível é mais barato que a gasolina.

A marca do carro também deve ser considerada, pois é mais seguro viajar sabendo que existe ampla rede de concessionárias nos países de destino.

Não se esqueça nunca de pesquisar e de levar (impressa ou em arquivo digital) a lista com nome, endereço e telefone de todas as oficinas autorizadas nos países que serão visitados.

Pelas minhas andanças por aí, tenho observado que a Toyota é a marca que mais está presente em todos os lugares.

Uma vez escolhido o veículo, lembrar que ele também merece cuidados e preparos especiais. Afinal, é ele que fará força e sofrerá desgastes em todo o trajeto. E nós dependemos muito dele para o sucesso – e segurança - do nosso empreendimento.

Por isso, várias coisas devem ser consideradas, além das óbvias (freios, alinhamento, balanceamento, água do radiador e pneus), como por exemplo:

a)  peças sobressalentes: devem ser levadas, pois não se tem certeza de que em caso de necessidade elas serão facilmente encontradas: filtros de ar, de combustível e de óleo, fusíveis, lâmpadas, correias, mangueiras, etc;

b)  ferramentas: mesmo que você não entenda nada de mecânica (o que NÃO é nada recomendável), sempre aparece alguém para ajudar.

Leve sempre chaves de diversos tamanhos para parafusos (de fenda e do modelo Philips), chaves de boca que sirvam para a troca de correias, de mangueiras e para outros pequenos reparos (em geral, chaves de 8 mm a 19 mm atendem). Alicates (universal, de bico fino e de corte), cabo de aço (com ganchos nas extremidades), cambão, fio para chupeta, arame, fita isolante e algumas abraçadeiras completam o time;

c)  óleo do motor e lubrificação de articulações: saiba qual especificação utilizar na viagem (5W-30, 10W-40, 15W-40 etc), quando deve ser considerada a temperatura ambiente onde o veículo transitará.

Em decorrência disso, pode ser que o óleo da viagem não seja o mesmo que vem sendo utilizado na cidade onde vivemos. De modo geral, o 10W40 atende às necessidades de praticamente todos os destinos na América do Sul, pois funcionam bem em ambientes com temperaturas de – 17° C para cima (consultar tabela no Manual do Proprietário).

O intervalo das trocas (óleo e filtro) deve ser sempre respeitado. Conhecendo a quilometragem estabelecida no Manual do Proprietário, inicie a viagem já sabendo quantas serão necessárias ao longo do caminho e mais ou menos onde se estará em cada uma delas. Se for o caso, providencie a troca mesmo antes de a quilometragem vencer, para assegurar que exista local que faça o serviço.

Nunca esquecer de lubrificar (com graxa) os eixos cardãs (cruzetas) e outras articulações, se for o caso no seu veículo, também obedecendo aos intervalos estabelecidos;

d)  líquido de arrefecimento (água do radiador + aditivo): neste item também deve ser considerada a temperatura ambiente onde o veículo transitará. Se for muito baixa, a mistura água/aditivo poderá congelar se estiver na concentração utilizada na região onde vivemos.

Em pesquisas realizadas em 2008 (quando fomos para o Deserto do Atacama), descobri que os aditivos à base de etilenoglicol são anti-congelantes quando misturados na concentração de 50%. Tenho sempre utilizado dessa forma e nunca tive problema de congelamento do líquido do sistema de arrefecimento.

e)  mapas impressos e para uso no GPS de cada país a ser visitado.

Bem, agora é colocar o pé (pneu) na estrada e começar a narrar nosso dia-a-dia nas páginas a seguir.

3 comentários:

  1. Respostas
    1. Olá Misael,

      Que bom que você gostou! Espero que nossos relatos e informações lhe tenham sido úteis de alguma maneira. Qualquer informação que queira, faça contato.
      Neste ano de 2014 iremos para o Uruguai, conhecer um pouco mais daquele país do que apenas Punta Del Este, Montevidéu e Colônia do Sacramento.

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  2. Olá Misael,

    Que bom que você gostou! Espero que nossos relatos e informações lhe tenham sido úteis de alguma maneira. Qualquer informação que queira, faça contato.
    Neste ano de 2014 iremos para o Uruguai, conhecer um pouco mais daquele país do que apenas Punta Del Este, Montevidéu e Colônia do Sacramento.

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