O
PLANEJAMENTO
(por
Marcio Giovani)
Esta
viagem começou a ser planejada pouco antes de OUT/2011, paralelamente ao
planejamento da das férias daquele ano -- quando fomos a Hawaii e à Costa Oeste
americana --, a cargo da Clênia.
Com
a experiência adquirida nas viagens ao Deserto
do Atacama (2008) e à Patagônia e à Terra do Fogo (2009), foi infinitamente mais fácil desenhar esta de 2012,
pois já sabíamos que não é nenhum bicho de sete cabeças sair do país com nosso
próprio carro.
Ao
meu favor, tinha o fato de que desde JUN/2012 eu já estava aposentado, ou seja,
com muito mais tempo para me dedicar ao assunto.
A
escolha do Peru, da Bolívia e do Equador se deu pelos seguintes motivos:
queríamos conhecer Machu Picchu, o Lago Titicaca e outras cidades pitorescas e
históricas do Peru; o Salar de Uyuni, na Bolívia; e explorar um pouco mais o Equador,
que nos impressionou positivamente quando estivemos em Galápagos e em Quito, em
2010.
Após
ler o Guia do Viajante Independente para a América do Sul, pesquisar na
internet roteiros de empresas de turismo e viagens realizadas por pessoas
aventureiras como nós, nossos destinos em cada país foram estabelecidos.
Sairemos
do Brasil pelo Estado do Acre (cidade de Assis Brasil) e voltaremos pelo Paraná
(cidade de Foz do Iguaçu). Ao todo, está previsto rodarmos 20.000 Km.
Nossos Destinos:
Pretendemos
visitar:
a) no Peru: Cuzco, Aguas Calentes, Machu
Picchu, Pisco, Lima, Huaraz, Trujillo, Nazca, Arequipa, Chivay e Puno;
b) no Equador: Machala, Baños e Otavalo;
c) na Bolívia: Copacabana, La Paz, Oruro e Uyuni.
A
partir de cada um destes destinos sairemos para explorar outros lugares. Pode
ser, também, que no decorrer da viagem novos destinos sejam incluídos por
sugestão de pessoas que venhamos a conhecer.
Legislação de Trânsito:
Imprimi
e li o Código de Trânsito daqueles 3 países, para observar e salientar os
regulamentos que são diferentes dos do Brasil. Exemplos:
a) Bolívia: é obrigatório o veículo
possuir caixa de primeiros socorros e farol de neblina (artigos 18 e 21,
respectivamente);
b) Peru: se o policial está posicionado de frente ou de
costas para o motorista, deve-se parar obrigatoriamente. Se estiver de perfil,
pode passar (artigo 58).
Visitei
também as embaixadas de cada país dos nossos destinos, para tirar dúvidas
quanto à legislação para o veículo brasileiro em trânsito por lá.
Dicas recebidas:
Conversamos
também com o Arthur e a Raquel, ex-colegas do Banco do Brasil, que já haviam
percorrido parte do nosso roteiro, em MAI/2012, de moto. Deram-nos algumas
dicas sobre a aduana no Peru e sobre o abastecimento de combustível.
Seguros (veículo e pessoas):
Outra
questão que sempre gera dúvidas nesse tipo de planejamento é quanto aos
seguros, principalmente o do veículo brasileiro.
Quando
se trata de viagem ao exterior com nosso próprio carro, praticamente todos os
corretores têm dúvidas quanto às coberturas dos seguros que vendem.
Para
tentar esclarecer um pouco você leitor deste Blog, tentarei explicar o que
(creio) aprendi nas minhas pesquisas:
a) quando fazemos o Seguro Total de nosso carro, sempre temos a cobertura contra
prejuízos ocorridos no nosso veículo e contra danos que causamos a terceiros, no território nacional;
b) algumas seguradoras, nessa apólice básica,
cobrem também prejuízos ocorridos em nosso carro em países do Mercosul;
c) se vamos para o exterior, temos que contratar
com nossa seguradora a opção que é chamada de Extensão de Perímetro.
Essa
opção estende a cobertura para alguns outros países fora do Mercosul. Esses
outros países são definidos por cada seguradora, e a cobertura de que falamos é
apenas para sinistros no veículo do segurado. O terceiro NÃO estará coberto fora do território nacional;
d) para garantir a cobertura do terceiro, para os sinistros ocorridos nos
países do Mercosul existe o Seguro Carta
Verde, obrigatório para quem vai transitar por lá.
Pode
ser adquirido em algumas seguradoras no Brasil (Sul América e Porto Seguro,
por exemplo), e vale por tempo determinado.
No
caso da nossa viagem de 2012, o seguro da nossa Toyota SW4 (da Seguradora Tókio
Marine) cobre todo território nacional (inclusive contra terceiros), bem como a Argentina, o Chile, a Bolívia, o Paraguai, o
Uruguai e a Venezuela (nestes países, cobre somente meu veículo).
Ficarei
com meu carro descoberto no Peru e no Equador. Não consegui nenhuma seguradora
que contemplasse estes dois países.
Para
a cobertura contra terceiros, Peru, Bolívia
e Equador têm (e exigem) um seguro chamado SOAT
– Seguro Obrigatório contra Acidentes de Trânsito, que é vendido na
fronteira de cada um daqueles países. Terei que adquiri-lo lá.
Como
passarei também pela Argentina no retorno ao Brasil, adquiri a Carta Verde na Seguradora Sul América, pelo prazo de sete dias. Custou-nos R$
87,00 (US$ 42,44).
Nós,
passageiros, também precisamos (é recomendável) fazer seguro, pois nossos
planos de saúde somente cobrem o território nacional.
Neste
ano, contratamos a GTA Global Travel
Assistance. Custou-nos R$ 280,28/casal (US$
140,14), para o período de 07/09 a 22/10/2012.
O Carro:
A
escolha do carro para a viagem é de fundamental importância para se evitar dissabores
num momento que deveria ser de puro prazer.
Eu
prefiro os veículos 4x4 movidos a diesel, pois com eles podemos ir praticamente
a todos os lugares, independentemente de a estrada estar ruim, ser de areia, de
terra ou de pedra. O motor diesel é mais econômico e, na maioria dos países,
este combustível é mais barato que a gasolina.
A
marca do carro também deve ser considerada, pois é mais seguro viajar sabendo
que existe ampla rede de concessionárias nos países de destino.
Não
se esqueça nunca de pesquisar e de levar (impressa ou em arquivo digital) a
lista com nome, endereço e telefone de todas as oficinas autorizadas nos países
que serão visitados.
Pelas
minhas andanças por aí, tenho observado que a Toyota é a marca que mais está
presente em todos os lugares.
Uma
vez escolhido o veículo, lembrar que ele também merece cuidados e preparos
especiais. Afinal, é ele que fará força e sofrerá desgastes em todo o trajeto.
E nós dependemos muito dele para o sucesso – e segurança - do nosso empreendimento.
Por
isso, várias coisas devem ser consideradas, além das óbvias (freios,
alinhamento, balanceamento, água do radiador e pneus), como por exemplo:
a) peças sobressalentes: devem ser
levadas, pois não se tem certeza de que em caso de necessidade elas serão
facilmente encontradas: filtros de ar, de combustível e de óleo, fusíveis,
lâmpadas, correias, mangueiras, etc;
b) ferramentas: mesmo que você não entenda
nada de mecânica (o que NÃO é nada recomendável), sempre aparece alguém para ajudar.
Leve
sempre chaves de diversos tamanhos para parafusos (de fenda e do modelo Philips), chaves de boca que sirvam para
a troca de correias, de mangueiras e para outros pequenos reparos (em geral,
chaves de 8 mm
a 19 mm
atendem). Alicates (universal, de bico fino e de corte), cabo de aço (com
ganchos nas extremidades), cambão, fio para chupeta, arame, fita isolante e
algumas abraçadeiras completam o time;
c) óleo do motor e lubrificação de
articulações: saiba qual especificação utilizar na viagem (5W-30, 10W-40,
15W-40 etc), quando deve ser considerada a temperatura ambiente onde o veículo
transitará.
Em
decorrência disso, pode ser que o óleo da viagem não seja o mesmo que vem sendo
utilizado na cidade onde vivemos. De modo geral, o 10W40 atende às necessidades
de praticamente todos os destinos na América do Sul, pois funcionam bem em
ambientes com temperaturas de – 17° C para cima (consultar tabela no Manual do
Proprietário).
O
intervalo das trocas (óleo e filtro) deve ser sempre respeitado. Conhecendo a
quilometragem estabelecida no Manual do Proprietário, inicie a viagem já
sabendo quantas serão necessárias ao longo do caminho e mais ou menos onde se
estará em cada uma delas. Se for o caso, providencie a troca mesmo antes de a
quilometragem vencer, para assegurar que exista local que faça o serviço.
Nunca
esquecer de lubrificar (com graxa) os eixos cardãs (cruzetas) e outras
articulações, se for o caso no seu veículo, também obedecendo aos intervalos
estabelecidos;
d) líquido de arrefecimento (água do radiador
+ aditivo): neste item também deve ser considerada a temperatura ambiente
onde o veículo transitará. Se for muito baixa, a mistura água/aditivo poderá
congelar se estiver na concentração utilizada na região onde vivemos.
Em
pesquisas realizadas em 2008 (quando fomos para o Deserto do Atacama), descobri que os aditivos à base de etilenoglicol são anti-congelantes
quando misturados na concentração de 50%. Tenho sempre utilizado dessa forma e
nunca tive problema de congelamento do líquido do sistema de arrefecimento.
e) mapas impressos e para uso no GPS de cada país
a ser visitado.
Bem,
agora é colocar o pé (pneu) na estrada e começar a narrar nosso dia-a-dia nas
páginas a seguir.
nossa que legal!!!
ResponderExcluirOlá Misael,
ExcluirQue bom que você gostou! Espero que nossos relatos e informações lhe tenham sido úteis de alguma maneira. Qualquer informação que queira, faça contato.
Neste ano de 2014 iremos para o Uruguai, conhecer um pouco mais daquele país do que apenas Punta Del Este, Montevidéu e Colônia do Sacramento.
Olá Misael,
ResponderExcluirQue bom que você gostou! Espero que nossos relatos e informações lhe tenham sido úteis de alguma maneira. Qualquer informação que queira, faça contato.
Neste ano de 2014 iremos para o Uruguai, conhecer um pouco mais daquele país do que apenas Punta Del Este, Montevidéu e Colônia do Sacramento.