sexta-feira, 3 de maio de 2013

(021) 2008 - Viagem ao Deserto do Atacama - ARGENTINA: DE SALTA PARA CAFAYATE (COM PASSEIOS E VINÍCOLAS EM CAFAYATE)

26º DIA – 14.10.2008 – 3ª feira
(ARGENTINA: Salta - Cafayate)

Acordamos às 8 h. Tomamos café e o Marcio foi à loja da Toyota para pegar peças que havia encomendado e para tentar trocar o que fosse possível.
Fiz o check-out às 10 h e fiquei na recepção, usando o Wi-Fi do hotel no meu laptop enquanto o Marcio não voltava da Toyota -- pronunciado “tojota” por eles.
Ao meio-dia fiz uma ligação para a loja da Toyota para falar com o Marcio e saber da posição do que estava acontecendo. Tive que pagar AR$ 1,00 (US$ 0,32) por ela.
O Marcio não estava e deixei recado para ele ligar para mim no hotel. Ele tinha ido à casa de câmbio, pois eles não tinham aceito o pagamento das peças em dólar, mas só em peso argentino.
Na casa de câmbio tinham mais de quarenta pessoas na fila. Devido ao tumulto no mercado financeiro, com o dólar subindo aqui na América do Sul, todos estão querendo comprar ou vender dólar, não sei.
Ele chegou ao hotel perto das 13 h. Conseguiu que a loja instalasse todas as peças e ainda ganhou algumas. Eles foram legais, mas também depois de vender um valor alto! Ainda aproveitou e comprou os amortecedores numa loja do paralelo, pois na Concessionária Toyota essas peças não tinham vindo. Custaram metade do preço.
Antes de seguirmos para Cafayate, paramos no mercado Super-Vea, onde compramos queijo, presunto e frutas para o café da manhã. Aproveitamos e almoçamos numa lanchonete simples, vizinha ao mercado. Comemos sanduíches e pizza. Muito fraco!
Cafayate, pronunciado pelos argentinos Cafajáte, fica a 200 Km de Salta e o caminho é todo em asfalto. É simplesmente encantador o trajeto, pois há cânion, rochas com formatos de sapo, de obelisco e de frade. Tem ainda a Garganta do Diabo e o Anfiteatro, que parecem cânions com o pé-direito bastante alto.

Caminho de Salta para Cafayate: Ruta 68 - Argentina

El Sapo

Garganta del Diablo

Anfiteatro

Fomos parando e tirando fotos. Nesses locais, vimos muitos hippies vendendo artesanatos e músicos com flautas, charangos (instrumento com 10 cordas, cujo som se parece com o do cavaquinho, e que originalmente é de casco de tatu) e violões.

Músico no Anfiteatro, tocando o charango e a flauta andina - Argentina

Alguns deles moram em Cafayate e voltam de carona diariamente.
Pouco antes de se chegar à cidade, já entramos na rota do vinho, onde há algumas vinícolas, chamadas de bodegas por eles.
Vimos alguns hotéis e ficamos no ASEMBLA, pertencente a uma associação de empregados de um banco argentino. Soubemos desse detalhe depois.
Este hotel é bom, pois além do quarto grande, tudo é espaçoso, inclusive o banheiro. Temos geralmente tomado banho em cubículos.
Depois de nos instalarmos, fomos até uma loja de turismo, a Puna, onde contratamos, para amanhã à tarde, um passeio com caminhada e com trechos de van para os cânions que vimos quando chegamos à cidade, mas com mais detalhamento. Pagamos AR$ 50,00 (US$ 16,18) por pessoa.
Voltamos para o hotel, tomamos banho e fomos comer.
A cidade se parece com a de Pipa, com Arraial D’Ajuda ou com Pirenópolis, ou seja, muito turística e por isso com muitas opções de restaurantes e locais para hospedagem, porém pequena e interiorana, sem necessidade de preocupações com a segurança.
Chegamos à área da praça, onde fomos assediados pelos garçons de um restaurante onde acabamos ficando, pois estávamos famintos.
Os preços dos pratos se parecem com os de Purmamarca. Comemos empanadas de carne, salada e milanesa de carne. Tomamos um vinho da marca Quara, de Cafayate mesmo, da uva tannat.
Voltamos para o hotel pregados e meio tontos, pois tomamos uma garrafa de 750 ml, o que é muito para nós.
Agora é dormir e amanhã curtir.
Acréscimos do Marcio

Cafayate é muito limpa e organizada, lembrando muito Bento Gonçalves (RS).
Quando entramos na cidade, observei que havia uma sorveteria que fazia a propaganda de ter sido a criadora do sorvete de vinho. Vamos conhecê-la durante nossa permanência aqui.
Decidimos que faremos o passeio com a empresa de turismo amanhã e que depois ficaríamos por conta das visitas às bodegas, o que pretendemos realizar a pé, para evitar dirigir após tanta degustação de vinhos.
Durante a conversa com a menina da Agência Puna, ela nos recomendou algumas opções para a parte da manhã de amanhã, já que o tour aos cânions parte apenas às 14 h.

27º DIA – 15.10.2008 – 4ª feira

(ARGENTINA: Cafayate)

Acordamos às 8 h, tomamos café decente, com os mantimentos que compramos em Salta, e saímos para conhecer as Ruínas de Quilmes. Antes, paramos numa loja para trocar novamente o óleo da Hilux, pois na última troca, feita há quatro dias em San Pedro de Atacama pelo Marcio, ficou vazando um pouco. A arruela de vedação utilizada no bujão era grande demais para o local. Todo o óleo recém-trocado foi perdido. O que importa é que resolveu o problema, o que custou AR$ 190,00 (US$ 61,49).
As Ruínas de Quilmes ficam a 55 Km de Cafayate, e trata-se de uma cidade histórica, onde só há paredes com menos de 2 m de altura, sem teto algum. Os indígenas que ali moravam ficaram na área por mais de 130 anos.
Tudo é feito só de pedras, sem nada de cimento ou de barro. É interessante o lugar.
Havia alguns guias, mas optamos por não contratá-los.

Ruínas de Quilmes - Argentina

Pé de cardone morto - Argentina

No caminho até o local da ruína, vimos vários ciclistas passeando pela estrada, que é bem agradável, por ser de asfalto e por passar por vários parreirais e por visuais de serras.
Aliás, como vimos ciclistas nessa viagem, até a mais de 4.000 m de altitude, nos Andes. Não sei como eles agüentavam!
No retorno à Cafayate, paramos numa loja de bodega artesanal e compramos uma garrafa de cabernet. A idéia é comprar pelo menos uma garrafa de cada uma das bodegas daqui, até o limite de 12 garrafas.
Devido ao passeio da tarde iniciar às 14 horas, e por termos chegado tarde às ruínas, tivemos que correr para o hotel e almoçar até aquele horário, pois já eram quase 13 h.
Almoçamos num restaurante vizinho à Agência Puna, para não termos que correr muito.

Almoço no Restaurante El Cafayateño – Cafayate - Argentina

Às 14 h, em ponto, chegou uma van que nos pegou, juntamente com outros turistas para o passeio.
O motorista-guia era o César, e dentre os turistas tinham dois franceses fedidos a sovaco, dois alemães cheirosos e uma americana de Michigan.
O César fez o trajeto com bastante cautela, pois a estrada é bem sinuosa e linda de se ver.
Fizemos a primeira parada num local chamado La Punilla, onde têm rochas cor de barro, pela oxidação do sal que havia há milhões de anos no local onde acha-se que já foi mar, pois foram encontrados conchas no Rio das Conchas.
Uma das rochas tem formato da proa do Titanic, de onde é possível fazer uma foto semelhante à cena da Kate Wislie com o Di Caprio no filme. É tudo grandioso.

La Punilla - proa do Titanic – Cafayate - Argentina

Outro ponto de Punilla – Cafayate - Argentina

Depois, seguimos para outro ponto, Los Castillos, onde atravessamos o Rio das Conchas com a água cobrindo só o pé. Para que eu não precisasse tirar o tênis, o Marcio me carregou nas costas.

Los Castillos – Cafayate - Argentina

Lá, vimos rochas marrons, bem altas, e uma delas se parecia com uma face impressa pelo desgaste do vento.

Uma face em Los Castillos – Cafayate - Argentina
Vi também, num ponto do teto, formado pelo contraste do céu e das paredes, o mapa da América do Sul. Legal de ver.
Mapa da América do Sul em Los Castillos – Cafayate - Argentina
Fomos para outro ponto, La Yesera, pronunciado gessera, onde foi um show total. No local há rochas coloridas, com cores que decorrem do elemento químico predominante.
Montanhas coloridas em La Yesera – Cafayate - Argentina
Assim, vimos alguma que se pareciam com folhas sobrepostas, de cores azul, verde, marrom, amarelo, bege, etc. Todo o conteúdo da rocha estava exposto, e foi esculpido naturalmente pela ação do vento.
Esta foi a maior das caminhadas, pois além de andarmos mais, subimos em um dos morros.
Clênia no alto do morro – Cafayate - Argentina
Uma face colorida em La Yesera – Cafayate - Argentina
Marcio e Clênia em La Yesera – Cafayate - Argentina
Antes de retornarmos, ainda fizemos uma parada do Anfiteatro, onde houve show de um cantante local, com flauta e violão.
Cantante no anfiteatro. Um show! Cafayate - Argentina
A acústica é perfeita! Soubemos que em todo último domingo de julho acontece um festival de músicas no local.
O som reflete nas rochas e fica muito bom de se ouvir. Foi incrível ver naquele buraco os turistas parados, ouvindo a música.
Vista do Anfiteatro – Cafayate - Argentina
Retornamos a Cafayate renovados.
Saímos para comer perto do hotel, na Pizzaria Baco, coincidentemente o mesmo nome de uma pizzaria de Brasília.
Na saída, tomamos sorvete na Helados Miranda, o criador de sorvete de vinho, coisa que nunca ouvi falar.
Provei o de cabernet. Não vi muita graça. O gosto é de casca de uva.
O proprietário, Ricardo Miranda, é um argentino daqui que morou 10 anos no Brasil, em Copacabana, e era vizinho de JK.
Falou que eram amigos e que conhecia o presidente e sua esposa, a D. Sarah. Ele era funcionário de uma instituição financeira argentina com transações no Brasil na década de 60. Muita coincidência!
Ele, diferentemente de outro velho sorveteiro que conhecemos em Brasília, o Max, é simpático e conversador com todos, e não só conosco, como aquele do Brasil.
Fachada da sorveteria do Ricardo Miranda – Cafayate - Argentina
Assim, terminou o nosso dia.
Acréscimos do Marcio
No passeio da tarde optamos por sentar na frente, ao lado do motorista. Foi excelente, pois pudemos conversar o tempo todo com o César, que nos ia explicando tudo.
As paradas nos locais estabelecidos foram ótimas, pois tínhamos tempo suficiente para fotos e para curtir o visual.
O show no Anfiteatro foi quase que particular, pois já estava vazio e o músico já se arrumava para voltar para Cafayate. Quando chegamos, ele pegou a flauta e o violão e tocou só para nós.
A acústica é perfeita e parece até que existe um amplificador auxiliando a voz e o instrumento. A voz dele era sensacional!
Depois do show, que durou uns 30 minutos, fomos conversar com o artista. Ele nos disse que já veio ao Brasil, em Praia Grande (SP), para um festival de músicas folclóricas.
No retorno, o motorista nos recomendou visitar a fábrica de queijo de leite de cabra. Indicou no mapa onde ficava e nos disse que cobravam ingresso, mas que ao final da visita ganhávamos um queijo cada um.
Na sorveteria, tomei o básico, de doce de leite e de chocolate. A casquinha é que era horrível, parecendo até aquelas de sorvete de padaria. Mesmo assim, foi ótimo conversar com o proprietário, que também adorou encontrar brasileiros e poder conversar um pouco sobre o período em que morou por aqui.

28º DIA – 16.10.2008 – 5ª feira

(ARGENTINA: Cafayate)
Hoje o dia foi para as bodegas, mas degustar vinho logo cedo não dá. Fomos antes a Cabras de Cafayate, uma fábrica de queijo de leite de cabra.
Cabras de Cafayate: caminhada de 1.500 m do hotel até lá
Como sabíamos que teria degustação de queijo, até comemos menos no café, mas diferentemente da visita que fizemos na Nova Zelândia, a degustação só deu para tampar o buraco do dente. Foi ínfima!
A visitação também é bem fraca, pois vimos apenas a área de criação das cabras e não foi possível ver a coleta do leite, nem a fabricação do queijo. Tudo foi apenas dito pela guia, que foi muito gentil.
Pagamos AR$10,00 (US$ 3,24) por pessoa para conhecer o lugar, mas ao final ganhamos um queijo cada um, no mesmo valor da entrada. No fim, o ingresso fica de graça. É só para não dizer que é grátis.
Comprei mais queijos e também o doce de leite de cabra, desconhecido para mim e para o Marcio, que é papa doce de leite.
Depois de andarmos 3 Km para visitar a fábrica de queijos, retornamos ao hotel, deixamos as compras e fomos à rua de trás para visitar três bodegas.
É tudo muito perto do hotel. Em Cafayate há mais de 50 bodegas, algumas dentro da cidade.
Começamos pela El Tránsito, cujo dono é sobrinho do proprietário da Bodega Nani, famosa na cidade.
Provamos o Torrontes, um vinho branco e especialidade da cidade.
Bodega El Tránsito – Cafayate - Argentina
Dizem que ir a Cafayate e não tomar desta uva é o mesmo que não ter ido.
Devido à altitude em que a região está e ao clima favorável, é possível destacar a região como excelente para esta uva.
Provamos também cabernet e o malbec. Estas uvas também são comuns na Argentina, principalmente em Mendonza.
A degustação foi ótima, pois só estávamos nós dois e a bodega tem excelente estrutura. A quantidade que tomamos em cada taça era de mais de um dedo, e tivemos que pedir menos nas outras degustações, para não ficarmos bêbados.
A taça onde servem os vinhos é ótima, por ser pequena e alta, dando para sentir bem o aroma.
Compramos o cabernet. Achei o malbec muito forte.
Entramos na Bodega Nanni, vizinha da El Tránsito. Nessa, houve a visita guiada e a degustação. Compramos mais garrafas lá.
Visita à Bodega Nanni – Cafayate - Argentina
Aqui só colocam vinhos em barris para envelhecer quando são finos e, por isso, mais caros.
Degustação na Bodega Nanni – Cafayate - Argentina
Foto mais linda da viagem, tirada no jardim da Bodega Nanni – Cafayate - Argentina
Fomos ao banco para trocar dinheiro. Mesmo sem eu ter levado o passaporte, a troca pode ser feita com a apresentação do RG. Este documento foi aceito pelo fato de o Brasil pertencer ao Mercosul. Fomos muito bem atendidos no banco.
Almoçamos no Restaurante El Rancho, o único, até agora, com WC completo, com papel, sabonete e toalha.
Voltamos para o hotel, deixamos as compras, descansamos um pouco e saímos para continuar o tour pelas bodegas.
Fomos à Vasija Secreta, onde visitamos o Museu do Vinho acompanhados por um guia e degustamos vinhos das uvas torrontes e cabernet.
Bodega Vasija Secreta, onde visitamos o museu do vinho – Cafayate - Argentina
Nesta, compramos uma garrafa de vinho da uva torrontes. O vinho tem cheiro de fruta, mas o sabor, diferentemente do cheiro, não é doce. Gostamos e compramos.
Nossa Hilux e a Veraneio do Osmar: enorme coincidência – Cafayate - Argentina
Nesta bodega, estávamos acompanhados por três brasileiros de São Paulo: duas turistas e o Osmar, da empresa de turismo que traz brasileiros para fazer esta viagem, de carro. Eles vêm de São Paulo (SP) para Salta, de avião, via Buenos Aires, e seguem a viagem numa Chevrolet Veraneio vermelha que ele mantém na Argentina.
Tiramos uma foto com eles e seguimos.
Nós e os 3 paulistas: o Osmar e as duas turistas, clientes dele – Cafayate - Argentina
Fomos então à Bodega Etchart, a mais premiada da cidade. Compramos mais garrafas e voltamos para o hotel.
Arrumamos as bagagens para o retorno ao Brasil amanhã. Fiz sanduíches, para não almoçarmos aquelas comidas maravilhosas.
Ainda voltei na Bodega El Tránsito para comprar mais garrafas da torrontes deles.
Nada funciona na siesta dos argentinos! Tudo pára de 12h30 às 17h30. Pode? Será que em Buenos Aires é assim??
Saímos para jantar, mas antes paramos numa fábrica de alfajores. Esse doce eu não conhecia e parece bom. São biscoitos com doce de leite.
Jantamos num restaurante onde permitiam o fumo e tivemos que mudar de mesa.
Depois, começou uma música local, ao vivo, alta e insuportável até para mim, que curto qualquer música.
Após terem sido tocadas três músicas, pedimos a conta. O garçom queria nos cobrar o couvert integral. Não pagamos, uma vez que entramos lá antes do show começar. Ele deu um desconto. O melhor é não entrar em restaurantes com música ao vivo. O preço era AR$ 7,00 (US$ 2,27) por pessoa.
Agora é dormir. Amanhã iniciaremos o nosso longo retorno para casa, com duração de três dias e meio.
Acréscimos do Marcio
Realmente a degustação dos queijos de leite de cabra é um fiasco, com porção mínima e sem repetição.
Acompanhou-nos na visitação a americana que estava conosco no tour de ontem. Ela disse que faz Belas Artes e que fala também italiano.
Foi muita coincidência mesmo encontrar o Osmar na visitação da bodega. Foi com ele que eu fiz contato durante o planejamento da viagem. Chegamos (eu e Clênia) a cogitar comprar o pacote dele, mas saía muito caro e era apenas por onze dias. Mas o roteiro feito por ele foi quase integralmente utilizado por nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Minha primeira língua é o português (português do Brasil), mas entendo um pouco o espanhol e o inglês.

Registre aqui seu comentário ou sua dúvida, que eu tentarei responder o mais breve possível.
*******************************************************************
My first language is Portuguese (Brazilian Portuguese), but I understand a little Spanish and English.

Register here your comment or question. I will try to respond as soon as possible.
**********************************************************************************
Mi lengua materna es el portugués (Portugués de Brasil), pero entiendo un poco de Español e Inglés.

Regístrese aquí tu comentario o pregunta. Voy a tratar de responder lo más pronto posible.