domingo, 5 de maio de 2013

(040) 2009 - Viagem à Patagônia e à Terra do Fogo - CHILE: PARQUE NACIONAL TORRES DEL PAINE

15º DIA – 23.10.2009 – 6ª feira
(CHILE: Torres Del Paine)

Acordamos às 8 h. Estava tão frio que, mesmo com quatro cobertores e um edredom, eu estava tremendo. A temperatura fora da pousada estava 2º C e, dentro do quarto, 10º C. Ventava tanto que até uivava.
Duro foi sair debaixo das cobertas e tomar banho. É fácil imaginar porque brasileiro gosta de banho e europeu adora perfume.
Conseguimos fazer a nossa higiene.
Fiquei surpresa ao ver uma das mulheres do grupo de ontem só de calcinha, desfilando pelo corredor, pois eles estavam em quartos sem banheiro privativo.
Tomamos café bem. Agradou bastante, principalmente por ter lareira também. O grupo de holandeses também estava lá.
Contratamos ontem o passeio de barco para o Glaciar Grey, cujo acesso é pelo Lago Grey, para o meio-dia.
Saímos do hotel às 9h30, fomos ao Hotel Grey, onde confirmamos o passeio e trocamos o voucher pelos tíquetes.
O tempo hoje estava super-frio, nublado, nevando e propício a caminhadas, o único modo de esquentar o corpo.
Sem dúvida aqui será o meu recorde de frio e sofrimento em decorrência da temperatura para mim. Ao mesmo tempo, diferente.
No Hotel Grey o restaurante é todo envidraçado e com vista para o lago e seus icebergs. Paga-se o equivalente a R$ 600,00/casal pela diária.
Já fiquei encantada com a beleza, pois foi o meu primeiro encontro com icebergs (témpanos, em espanhol).

Nós (com frio), o Lago Grey e os icebergs desprendidos do Glaciar Grey – Torres Del Paine - Chile

Já com os tíquetes em mão, aproveitamos o tempo livre até o encontro do grupo para a saída do barco, às 11h30, andando na praia do Lago Grey e vendo as pedronas de gelo. Para isso, enfrentamos quase um twister. Era um vento que quase nos levava. Além disso, também nevava. Foi uma aventura!
Clênia e um pedaço de gelo tirado do Lago Grey – Torres Del Paine - Chile

Depois que embarcamos e que o barco saiu é que a coisa ficou feia. Eram neve e vento que deixavam a água agitadona.
Porém, quando chegamos ao glaciar, foi a imagem mais linda que vi na vida. Fiquei encantada de ver aquilo!

Clênia e o Glaciar Grey. Blocos de gelo de quase 60 m de altura – Torres Del Paine - Chile

Foi emocionante! Fomos informados de que a coloração azul do gelo decorre da quantidade grande de oxigênio que fica aprisionada nele. Em alguns locais do glaciar a cor chega a ser azul-turquesa.
Outra parte do Glaciar Grey, em Torres Del Paine - Chile

Um pedaço de gelo “pescado” de um iceberg (tempano) no Lago Grey - Chile

A tripulação do barco foi super-gentil com os passageiros. Um deles, o Patrício, demonstrou interesse em visitar o Brasil em julho, em suas férias. Demos algumas dicas e deixamos claro o cuidado que deveria ter com a violência.
Eles nos serviram pisco-sauer, uma bebida comum no Chile, esfriada com gelo do iceberg.
Conhecemos um casal paulistano, aventureiro como nós. Trocamos algumas dicas.
O retorno ao ponto de saída do barco foi às 15h30. A saída ocorreu ao meio-dia.
Desembarque ao final do passeio – Torres Del Paine - Chile

Tanto na ida como na volta, avistamos alguns condores nas pedras das montanhas ao redor do lago. Eles são grandões e se confundem com o granito da rocha.
Este passeio é imperdível e espetacular!
Sem condição climática para mais nada ao ar livre, resolvemos voltar e ficar no hotel.
Ainda caminhamos um pouco, mas o Marcio voltou para o hotel e eu fiquei mais um pouco, perambulando pelos arredores.
Segui, fiz uma pequena trilha e tirei fotos de aves.
Voltei, tomei banho e fui para a sala com lareira, para continuar o diário, descarregar as fotos e tentar passar algum e-mail.
Quando jantamos, eram mais de 21 h. Comemos peixe, arroz e salada.
Hoje o hotel estava um sossego, sem o grupo de holandeses. A sala com a lareira estava quase privê para nós.
Fizemos amizade com a funcionária do restaurante, a Joana, chilena da cidade de Punta Arenas, 23 anos, com curso técnico em turismo.
Ela, muito simpática, explicou algumas coisas do espanhol para nós, disse que o curso dela custou-lhe CH$ 6.000.000,00 (US$ 11.538,46/R$ 23.307,00) e que durou três anos. Com mais dois anos ela teria o mesmo curso, porém com nível universitário.
Agora ela trabalha em esquema de 12 dias trabalhados por 3 de folga. Isso na alta temporada, que é de outubro a março. Depois, não trabalha nesse emprego e descansa.
Apesar desse esquema que para nós parece cruel, ela gosta, por trabalhar numa região de campo e tranqüila.
Ela nos deu a receita do molho que sempre acompanha o pão como entrada nos restaurantes aqui no Chile. É o pebre, picante, feito com pimenta verde e vermelha, cebola, limão, azeite e alho. É gostoso, mas bem picante.
Consegui finalmente passar alguns e-mails!
Agora vamos dormir. O vento canta lá fora. Está a 2º C.

Acréscimos do Marcio

O passeio ao glaciar é fantástico, principalmente para pessoas como nós, que nunca havíamos visto uma geleira ao vivo.
Pouco antes de chegarmos à geleira, o barco parou em um refúgio para pegar alguns turistas que chegaram até ali após 4 dias de caminhada. Já é acertada com a administração do parque essa carona para todos que fazem a trilha para o glaciar.
No barco conosco estava um grupo de turistas orientais (não consegui adivinhar de onde eram), só homens. Pareceram-nos pessoas que estavam viajando a trabalho e que aproveitaram a folga para conhecer o local.
Depois do passeio, voltamos e ficamos curtindo um pouco o sossego e o aquecimento da pousada.
Amanhã vamos avistar as famosas Torres Del Paine, que dão nome ao parque.

16º DIA – 24.10.2009 – Sábado

(CHILE: Parque Nacional Torres Del Paine)
Acordamos com um frio de matar. A pior parte é dormir quentinho e imaginar ter que tirar a roupa para tomar banho, no frio.
Ontem lavamos pequenas peças de roupa e a minha luva. A sorte é que a calefação é boa e consegue secar tudo das 19 h às 23h30, momento em que a luz do povoado é desligada.
Tomamos café e seguimos para nossos passeios.
Escolhemos ver as torres que dão nome ao parque, as Torres Del Paine. Andamos pela estrada de rípio por mais de 50 km, o que não é sacrifício algum, pois todo trajeto é um barato: é lago com cisne, flamingo, pato, etc, sem contar as cores dos lagos, verdes, azuis e negros.
Vimos alguns condores. A ave parece um urubu gigante, e só põe um ovo a cada dois anos.


 


Condor no Parque Torres Del Paine - Chile

Paramos no Camping Pehoe, para conhecer e porque de lá se tem uma vista espetacular dos Cuernos Del Paine, montanha em formato de chifres, outro ponto alto do parque.



Vista da sede do Camping Pehoe e dos Cuernos Del Paine - Chile

Nós e os Cuernos Del Paine - Chile

Na sede do camping tem lojinha, restaurante e o local para as barracas. Conhecemos o Luis, um funcionário que nos disse que a diária do camping custava CH$ 4.000,00/pessoa (US$ 7,69/R$ 15,53), com direito a banho com água quente.
Todas as refeições são à parte. Para proteger do vento, cada lugar onde ficam as barracas tem uma proteção em madeira.

Proteção para a barraca, que é montada sob esse local – Torres Del Paine - Chile

De lá, seguimos para o ponto de onde é possível observar melhor as torres. Fica a 5 km da portaria do parque por onde entramos, a de Laguna Amarga. O ponto de referência é a Cascada Paine, que também é bem bonita. Eles chamam cachoeira de cascada.
Demos sorte com o tempo hoje. Apesar de muito mais frio, o sol estava colaborando. Deu para ver bem os picos das montanhas. As Torres Del Paine se destacam das outras montanhas, pela coloração do granito mais clara. Muito show!

Nós com as Torres Del Paine ao fundo - Chile

Mais uma refeição ao ar livre, com visual fantástico - Torres Del Paine - Chile

Aproveitamos para lanchar em frente a esse ponto.
Retornamos, passamos novamente na guarderia do parque e voltamos ao Camping Pehoe, onde almoçamos no restaurante bem de frente aos Cuernos Del Paine, o outro ponto alto do parque. O visual de lá é demais!
Almoçamos em um esquema no qual escolhíamos uma carne e os acompanhamentos. Comemos peito de frango grelhado (pechuga de pollo a la plancha) com arroz e macarrão.

Linda a menina e a paisagem – Torres Del Paine – Chile

No restaurante, reencontramos o Luis, o recepcionista e agora também responsável pelo almoço.
Como tem pássaros aqui! Consegui uma foto de um casal lindão.

Casal de passarinhos que a Clênia adorou e quis fotografar – Torres Del Paine - Chile

No restaurante havia muitos turistas estrangeiros. Acho que só no Brasil as pessoas conhecem pouco essas paragens. Pouca gente com quem conversei no Brasil sabia onde ficava isso aqui.
Quando acabamos o almoço, seguimos para fazer a trilha dos Cuernos Del Paine. A referência é a Cascada Salto Grande.
Entramos na trilha às 15 h. Andamos 1 hora por um trecho que eu classificaria como de grau moderado de dificuldade, mas que era informada como sendo de grau leve.
Acho que para eles o nível alto é quando se tem que utilizar grampos nas rochas e ficar pendurados em cordas. Subestimam a trilha.
Andar pelo parque a pé é uma experiência à parte. Fazer trilha no Brasil é demais. Lá o calor é grande e usamos roupas leves.
Aqui estamos na mesma situação, porém carregando um guarda-roupa nas costas. Não tem jeito de tirar a roupa, pois o frio é intenso. Só no fim da trilha é que dá um calor, mas quando tem vento o frio volta novamente.
Vimos aves, lagos e paisagens de babar ao longo do passeio.

Outro pássaro que a Clênia não deixou em paz – Torres Del Paine - Chile

Cascada Salto Grande, onde começava a trilha – Torres Del Paine - Chile

Clênia e os Cuernos Del Paine ao fundo - Chile

Na trilha, enquanto ainda estávamos indo, encontramos com o casal espanhol que conhecemos em Ushuaia, no Glaciar Martial, já voltando. Foi a maior coincidência! Fizeram a maior festa!
Retornamos para o hotel e descansamos na salinha com lareira. Tinha um grupo de chilenos jogando baralho. Tomamos vinho, um argentino da Finca La Linda, Malbec, 14% de álcool, safra 2008.
Jantamos filé com champignon, arroz e salada.
Agora é dormir e amanhã seguir para El Calafate, na Argentina.
Hoje é a noite mais fria desde que chegamos. O termômetro mostra -1,8º C.
Acréscimos do Marcio

Hoje o dia foi longo. Rodamos praticamente por todo o trajeto que já havíamos feito quando chegamos, para vermos as famosas Torres Del Paine, as montanhas de granito que dão nome ao parque.
Demos sorte com o tempo e elas não estavam muito encobertas por nuvens, muito comuns nessa época do ano.
No restaurante do Camping Pehoé estavam almoçando vários daqueles orientais que fizeram o passeio ao Glaciar Grey conosco ontem.
No jantar na Posada Río Serrano, fomos novamente muito bem atendidos pela Joana e pela outra garçonete chamada Natália. Elas faziam tudo como queríamos.
Quando acabamos, pagamos nossa conta dos jantares daqueles dias, deixando 10% de gorjeta (propina, em espanhol) para elas. Mereceram, pois foram “muy gentiles con nosotros”.

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