domingo, 19 de maio de 2013

(051) 2009 - Viagem à Patagônia e à Terra do Fogo - ARGENTINA - CHILE: DE BARILOCHE A PUCÓN (VIA MUSEU DO AUTOMÓVEL, VULCÃO OSORNO E A CIDADE DE FRUTILLAR)

30º DIA – 07.11.2009 – Sábado
(ARGENTINA: Bariloche – CHILE: Puerto Varas)

Deixamos Bariloche bem cedo e seguimos pela Rota dos 7 Lagos em direção à Villa de La Angostura, para a fronteira da Argentina com o Chile.
O tempo amanheceu aberto, mas já estava virando e ventava bastante.
Pegamos um trecho com muitas montanhas e lagos.
O Marcio parou em Villa de La Angostura e deu uma volta pelas redondezas. Preferi ficar no carro aguardando, enquanto digitava o diário, que estava atrasado dois dias. Além disso, estou tão cansada que preferi não sair para o passeio.
Passamos mais uma vez por uma aduana argentina, para deixar o país e entrar no Chile 40 km depois.
Foi tudo tranqüilo, mas de novo os chilenos quiseram ver toda a nossa bagagem. Tiramos tudo do carro. Era mala demais! A gente nem acredita que já está carregando tanta coisa.
Tive que comer bem rápido a última banana que tínhamos, para poder entrar no Chile.
Pegamos um trecho com neve que chegava a 1 m de altura. Tinha até trator limpando a estrada. Era muita neve. O recorde para nós até agora.
Quando faço xixi na estrada, parece que estou cozinhando por dentro, pois sai fumaça com a urina.
No caminho, vimos na estrada várias “motonas” com placa da Inglaterra. O Marcio parou para conversar com dois motoqueiros brasileiros, de Uruguaiana (RS). O Marcio alertou sobre a neve que os aguardava pela frente.
Paramos num Museu do Automóvel (Auto Museum Moncopulli), a 28 km da cidade de Osorno. Eu fiquei no carro. O Marcio comentou que lá havia uns 200 carros, além de outras coisas, como máquinas fotográficas, aparelhos de Raio-X, etc.
A marca mais predominante no museu era o Studebaker. Todos possuíam uma placa onde eram informadas suas características mecânicas (potência, acessórios e quantidade produzida, por exemplo), ano de fabricação e o nome do último proprietário. A maioria desses ex-proprietários possuía a palavra Don na frente do nome.

Studebaker 1950 Starlight Coupê, Regal De Luxe, motor 6 cilindros com 102 HP

Paramos para almoçar na cidade de Osorno. Seguimos as orientações do GPS para chegar ao Restaurante da Sociedade dos Artesãos, recomendado no guia que temos do Chile. O lugar funciona num prédio bem antigo, de 1891.

Entrada do Restaurante da Sociedade dos Artesãos – Osorno - Chile

Confesso que quando chegamos me deu vontade de sair correndo, mas como era uma das duas indicações do guia, achei que algo de bom poderia haver ali.
Foi surpreendente! A comida estava muito boa e bem temperada. De entrada, pedimos empanada e lagostin na taça. Aqui o molho de camarão é chamado de lagostin. Eu esperava uma lagosta pequena. Tudo bem! Veio com molho de limão e salada de cenoura com repolho.
A empanada daqui parece pastel frito, e não assado como temos visto até agora.

Lagostin na taça, o prato de entrada da Clênia. Restaurante da Sociedade dos Artesãos – Osorno - Chile

Comemos a sobremesa em outro lugar, igualmente sugerido pelo mesmo guia, a Cafeteria Central. Este também tradicional, mas com estrutura mais moderna e em frente à praça da cidade.
Comemos um pedaço de torta de chocolate com amêndoas. Aqui pedaço de torta doce é chamado de kuchen.

Cafeteria Central – Osorno - Chile

Nosso delicioso kuchen de chocolate com amêndoas – Osorno - Chile

Depois da comilança, fomos a um supermercado e compramos azeite. Fizemos estoque para um ano. O preço estava bem em conta: pelo equivalente a R$ 24,00, compra-se 1 litro de azeite extra-virgem, 0,2%. Bem barato!
Compras feitas e arrumadas no carro, seguimos para Puerto Varas, local de onde pode ser avistado o Vulcão Osorno.
Quando chegamos, já eram mais de 19 h, mas só veio anoitecer depois de 21h30.
Ficamos no Hotel Licarayen, na beira do Lago Llanquihue, que fica no pé do Vulcão Osorno, o nosso companheiro de visual de janela.
Do quarto olhávamos o vulcão, mas havia nuvens no seu topo e não conseguimos ter o visual parecido com o do Monte Fuji.

Chegada à cidade de Puerto Varas. O vulcão ao fundo, encoberto por nuvens - Chile

Ficamos bem instalados. O quarto era grande e o banheiro também, com esse visual todo, completado por uma banheira Jacuzzi.
A diária, paga em dólares, custou 40% menos que se quitada em pesos chilenos. Ficou por US$ 85,00. Bem em conta para o padrão do hotel.

Hotel Licarayen, onde ficamos. À beira do lago, com vista para o Vulcão Osorno – Puerto Varas - Chile

Deck em frente ao Hotel Licarayen – Puerto Varas - Chile

Jantamos no Restaurante Japón Del Lago, em frente ao Lago Llanquihue. Eu matei a saudade do sabor de sashimi de salmão com molho shoyo. O Marcio foi de yaksoba.
Dentro do restaurante estava quente e não sentíamos o mundo real lá fora, com 5º C.
Não conseguimos dormir antes de meia-noite. Acho que o nosso fuso está atrasado. Temos acordado tarde e dormido igualmente tarde. A vontade de jantar só acontece depois que a noite chega, e isso não tem acontecido antes das 21h30.
Amanhã seguiremos para outra cidade chilena.

Acréscimos do Marcio

A cidade de Villa de La Angostura é muito charmosa, lembrando bastante Gramado (RS). Valeria a pena voltarmos em outra ocasião, com mais tempo, para poder ficar pelo menos dois dias.
Nevava muito quando chegamos à fronteira. Vimos um “moto home” brasileiro estacionado pouco depois da aduana chilena, sem ninguém por perto. Não deu para ver de onde era, mas a placa iniciava com a letra “M”. Era montando em chassis de ônibus.
Cruzamos com várias motos com placas da Inglaterra, todas da marca BMW. Incrível! Devem tê-las trazido de navio, e estavam percorrendo o continente naquela neve toda. Esse tesão todo eu não tenho, apesar de adorar andar de moto.
Pouco mais adiante, vi duas motos paradas no acostamento da outra pista. Quando passamos, pelo retrovisor constatei que a placa era brasileira. Voltei e fui bater um papo com eles.
Eram da cidade gaúcha de Uruguaiana – próxima à cidade argentina de Paso de Los Libres --, e estavam indo para Bariloche. Alertei-os sobre a nevasca que os esperava mais adiante, bem como do frio que estava fazendo no destino deles.
O museu que visitei era muito bem organizado. Todos os carros ficavam guardados em um grande galpão, e para cada um deles havia uma placa com informações técnicas e curiosidades. A maioria dos veículos era da marca Studebaker, de todos os anos e modelos. Também havia outras coisas antigas, tipo telefones, aparelhos de raios-X, toca-discos, vitrolas, etc.
O restaurante na cidade de Osorno tinha aspecto de ser bastante tradicional. Apesar da hora que chegamos (15 h), estava ainda cheio, com grupos de pessoas que pareciam trabalhar juntas no mesmo emprego.
Para chegar a esse restaurante, estacionamos o carro numa rua próxima e fomos a pé, sem nos esquecermos de anotar antes o endereço onde paramos, para não corrermos o risco de perder nosso veículo.
em Puerto Varas, quando saímos para jantar, resolvemos ir caminhando, já que o Restaurante Japón Del Lago ficava apenas a 1.500 m do hotel. Foi ótima a caminhada ao longo do lago, pois vimos várias aves em seus ninhos ao longo da orla.

31º DIA – 08.11.2009 – Domingo

(CHILE: Puerto Varas - Pucón)

Tomamos café e deixamos o hotel em Puerto Varas.
Nesta noite deu para dormir legal. Acordamos às 8 h. Se tivéssemos mais tempo, acho que dormiríamos até às 9 h. Tenho sentido um cansaço... Acho que estou precisando de férias.
Antes de pegarmos estrada, fomos ver mais de perto o Vulcão Osorno. No caminho, demos uma parada para conhecer a Laguna Verde, que ficava dentro do Parque Nacional Perez Rosales, um pouco antes da pista que subia para o vulcão.

Marcio e a Laguna Verde – Puerto Varas – Chile

Dos 2.600 m de altitude do vulcão, é possível ir de carro até 1.100 m.
Começamos a subir. Quando passamos dos 600 m, começou a aparecer neve na pista e na vegetação ao redor. A quantidade foi aumentando até o momento em que a coisa ficou feia de tanta neve. Eu morrendo de medo que o carro escorregasse no gelo na descida e acontecesse uma merda.

Pista de acesso ao topo do Vulcão Osorno. Muita neve e cuidado ao andar. Puerto Varas - Chile

Como ventava gelado e nevava lá em cima na montanha! Por isso que não conseguíamos vê-lo lá da cidade de Puerto Varas.
Subimos até o ponto onde havia a entrada da estação de esqui que existe lá. Ficamos com medo de prosseguir devido ao volume de neve, que começava a cobrir o asfalto.

Ponto máximo aonde chegamos. Vulcão Osorno – Puerto Varas - Chile

Nós com o frio e com a neve na subida para o Vulcão Osorno – Puerto Varas - Chile

Nossa Toyota SW4 descendo o caminho que levava ao Vulcão Osorno – Puerto Varas - Chile

Descemos a serra e encontramos um grupo de ciclistas que encararam de bike a subida do vulcão.
Tratava-se de uma competição, pois tinha até linha de chegada para os vencedores. É uma subida íngreme e gelada. Eles trajavam camisas de manga longa, de um material parecido com tactel, para impedir a passagem do vento. Havia apoio da polícia e de uma ambulância, além de lanche para os participantes.

Um dos vários ciclistas “suicidas” que se propuseram a subir o Vulcão Osorno na neve – Puerto Varas - Chile

Os visuais do vulcão e da neve devem dar mais gás às pessoas.
Voltamos para Puerto Varas e começamos nossa viagem para Pucón.
Paramos para o almoço em Frutillar, outra cidade situada na beira do Lago Llanquihue, com o Vulcão Osorno, imponente, na outra margem.
Assim como Puerto Varas, Frutillar é de colonização alemã e mantém toda a tradição. Parecia que estávamos em Blumenau (SC).
Comemos num restaurante tradicional, na Avenida Costaneira, a litorânea deles. O nome do restaurante era Gutten Apetit, que significa Bom Apetite em alemão.
Comemos muito bem! Aventurei numa novidade, um marisco com molho branco gratinado. Estava sensacional e parecia um bobó de camarão, mas o sabor era o de molho branco.

Mariscos ao molho gratinado. Segundo a Clênia, uma delícia. Frutillar - Chile

O Marcio não quis arriscar. Foi de salmão com salada.

Salmão grelhado com salada. Restaurante Gutten Apetit - Frutillar - Chile

O vinho foi um carmenere, o primeiro da viagem, da Bodega Santa Digna, do Vale Central, 14% de álcool. Não estava estupendo.
Uma das sobremesas foi mil-folhas com doce de leite.

Sobremesa deliciosa! E lá devem ir uns quilinhos a mais no corpinho esbelto do Marcio! Cidade de Frutillar - Chile

O pedaço dava para três pessoas. Gigante! O Marcio ainda reclama que é pequeno.
É tudo bem ajeitado na cidade. Há uma Frutillar antiga e outra turística. Almoçamos na turística. Visitamos um local com artesanato, mas era muito fraco.

Praia de lago na cidade de Frutillar - Chile

Seguimos com a intenção de ainda visitar a cidade de Valdívia, mas desistimos pelo avançado da hora e por causa da chuva na estrada.
Hoje é domingo e a atração principal de Valdívia são os leões-marinhos, que vêm comer nas mãos de pescadores no Mercado Central, mas isso já não devia estar mais ocorrendo, pois já eram 18 h.
Seguimos direto pela Ruta Panamericana (RN-5) até a saída para Villarrica e Pucón.
Chegamos a Pucón por volta das 19 h. Depois de entrarmos em alguns hotéis, ficamos em um classificado como B&B (bed and breakfast), porém com cara de hotel.
Aqui, assim como aconteceu em Puerto Varas, se pagássemos em dólar, em vez de peso chileno, teríamos 19% de desconto.
Fomos recebidos por um rapaz simpático, que nos ofereceu coca-cola. O Marcio retribuiu a gentileza dando a ele Guaraná Antártica.
Quando saímos para jantar, já eram mais de 22h30. Quase não achamos nada aberto.
Pucón parece uma cidade charmosinha que, apesar de pequena, tem todo o suporte que o turista precisa.
Jantamos no Restaurante IL Fiore, na esquina da O’Higgins (rua principal) com a Fresie. É por aqui que se localiza a maioria dos restaurantes da cidade.
Mais uma vez fomos dormir depois da meia-noite.

Acréscimos do Marcio

Quando íamos pela litorânea, de Puerto Varas para o Parque Nacional Vicente Perez Rosales, onde se localiza o Vulcão Osorno (2.652 m de altura), passamos por vários ciclistas que pedalavam protegidos pela polícia e por carros de pessoas que pareciam ser familiares deles.
Qual não foi nossa surpresa quando percebemos que eles estavam fazendo o mesmo caminho que nós, e que, já bem à frente, já quase subindo a estrada que leva ao cume do vulcão, havia muitos outros mais adiantados no percurso. Era um trajeto e tanto, que juntava a dificuldade do aclive com o desconforto do frio intenso.
Resolvemos voltar da entrada da estação de esqui, pois a quantidade de neve estava aumentando muito e eu não queria ser obrigado a parar para instalar as correntes (cadenas, em espanhol) nos pneus, já que elas estavam guardadas embaixo de toda a nossa bagagem.
A cidade de Frutillar, onde almoçamos, é muito gracinha, mas o artesanato vendido lá deixa muito a desejar. Acho que é porque já estamos escolados de tanta viagem que já fizemos, que não é qualquer coisa que nos impressiona. Mas a comida e o restaurante foram excelentes e merecem este destaque.
Deixamos de visitar a cidade de Valdívia, pois a única atração que teríamos para ver lá já tinha acontecido àquela altura do campeonato, já que eram umas 18 h: os leões-marinhos saindo do mar para comer os restos de peixes jogados por pescadores enquanto estes limpavam os animais pescados no dia.
A cidade de Pucón, pelo trajeto que fizemos, ficava depois da de Villarrica, ambas à beira do Lago Villarrica.
Para a visitação ao Vulcão Villarrica, a melhor opção era a hospedagem em Pucón, e foi o que fizemos. Antes, porém, paramos no supermercado para comprar material para o nosso lanche do dia seguinte e o reforço para eventual café-da-manhã ruim. Clênia aproveitou e comprou mais vinhos e geléias.
O trajeto entre Villarrica e Pucón é cheio de casas à beira do lago, praticamente todas com estrutura para abrigar barcos. Ali, num período mais quente, deve ser o máximo para o turismo.
Em conversa com o rapaz que nos recebeu no hotel em Pucón (não sei se era o gerente ou o proprietário), perguntamos-lhe o motivo por que não alterava a classificação do estabelecimento de B&B para hotel, já que possuía uma excelente infra-estrutura, era confortável e bem localizado. Respondeu-nos que até poderia, mas que preferia os turistas de um B&B aos de um hotel. Tivemos que concordar com ele.
Nosso jantar de hoje foi em um restaurante especializado em massas, apesar de também servir outros pratos.  Para minha surpresa, no cardápio havia pizza de berinjela. Estava uma delícia!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Minha primeira língua é o português (português do Brasil), mas entendo um pouco o espanhol e o inglês.

Registre aqui seu comentário ou sua dúvida, que eu tentarei responder o mais breve possível.
*******************************************************************
My first language is Portuguese (Brazilian Portuguese), but I understand a little Spanish and English.

Register here your comment or question. I will try to respond as soon as possible.
**********************************************************************************
Mi lengua materna es el portugués (Portugués de Brasil), pero entiendo un poco de Español e Inglés.

Regístrese aquí tu comentario o pregunta. Voy a tratar de responder lo más pronto posible.