30º DIA – 07.11.2009 –
Sábado
(ARGENTINA: Bariloche – CHILE: Puerto Varas)
Deixamos
Bariloche bem cedo e seguimos pela Rota dos 7 Lagos em direção à Villa
de La Angostura ,
para a fronteira da Argentina com o Chile.
O
tempo amanheceu aberto, mas já estava virando e ventava bastante.
Pegamos um trecho com
muitas montanhas e lagos.
O Marcio parou em Villa
de La Angostura
e deu uma volta pelas redondezas. Preferi ficar no carro aguardando, enquanto
digitava o diário, que estava atrasado dois dias. Além disso, estou tão cansada
que preferi não sair para o passeio.
Passamos mais uma vez
por uma aduana argentina, para deixar o país e entrar no Chile 40 km depois.
Foi tudo tranqüilo, mas
de novo os chilenos quiseram ver toda a nossa bagagem. Tiramos tudo do carro.
Era mala demais! A gente nem acredita que já está carregando tanta coisa.
Tive que comer bem
rápido a última banana que tínhamos, para poder entrar no Chile.
Pegamos um trecho com
neve que chegava a 1 m
de altura. Tinha até trator limpando a estrada. Era muita neve. O recorde para
nós até agora.
Quando faço xixi na
estrada, parece que estou cozinhando por dentro, pois sai fumaça com a urina.
No caminho, vimos na
estrada várias “motonas” com placa da Inglaterra. O Marcio parou para conversar
com dois motoqueiros brasileiros, de Uruguaiana (RS). O Marcio alertou sobre a
neve que os aguardava pela frente.
Paramos
num Museu do Automóvel (Auto Museum Moncopulli),
a 28 km
da cidade de Osorno. Eu fiquei no carro.
O Marcio comentou que lá havia uns 200 carros, além de outras coisas, como
máquinas fotográficas, aparelhos de Raio-X, etc.
A
marca mais predominante no museu era o Studebaker. Todos possuíam uma
placa onde eram informadas suas características mecânicas (potência, acessórios
e quantidade produzida, por exemplo), ano de fabricação e o nome do último
proprietário. A maioria desses ex-proprietários possuía a palavra Don na
frente do nome.
Studebaker 1950 Starlight Coupê, Regal De Luxe, motor 6 cilindros com
102 HP
Paramos para
almoçar na cidade de Osorno. Seguimos as orientações do GPS para chegar
ao Restaurante da Sociedade dos Artesãos, recomendado no guia que temos
do Chile. O lugar funciona num prédio bem antigo, de 1891.
Entrada do Restaurante da Sociedade dos Artesãos
– Osorno - Chile
Confesso
que quando chegamos me deu vontade de sair correndo, mas como era uma das duas
indicações do guia, achei que algo de bom poderia haver ali.
Foi
surpreendente! A comida estava muito boa e bem temperada. De entrada, pedimos
empanada e lagostin na taça. Aqui o molho de camarão é chamado de
lagostin. Eu esperava uma lagosta pequena. Tudo bem! Veio com molho de
limão e salada de cenoura com repolho.
A
empanada daqui parece pastel frito, e não assado como temos visto até agora.
Lagostin na taça, o prato de entrada da Clênia.
Restaurante da Sociedade dos Artesãos – Osorno - Chile
Comemos
a sobremesa em outro lugar, igualmente sugerido pelo mesmo guia, a Cafeteria
Central. Este também tradicional, mas com estrutura mais moderna e em
frente à praça da cidade.
Comemos
um pedaço de torta de chocolate com amêndoas. Aqui pedaço de torta doce é
chamado de kuchen.
Cafeteria
Central – Osorno - Chile
Nosso delicioso kuchen
de chocolate com amêndoas – Osorno - Chile
Depois
da comilança, fomos a um supermercado e compramos azeite. Fizemos estoque para
um ano. O preço estava bem em conta: pelo equivalente a R$ 24,00, compra-se 1 litro de azeite
extra-virgem, 0,2%. Bem barato!
Compras
feitas e arrumadas no carro, seguimos para Puerto Varas, local de onde
pode ser avistado o Vulcão Osorno.
Quando
chegamos, já eram mais de 19 h, mas só veio anoitecer depois de 21h30.
Ficamos
no Hotel Licarayen, na beira do Lago Llanquihue, que fica no pé
do Vulcão Osorno, o nosso companheiro de visual de janela.
Do
quarto olhávamos o vulcão, mas havia nuvens no seu topo e não conseguimos ter o
visual parecido com o do Monte Fuji.
Chegada à cidade de Puerto
Varas. O vulcão ao fundo, encoberto por nuvens - Chile
Ficamos bem
instalados. O quarto era grande e o banheiro também, com esse visual todo, completado
por uma banheira Jacuzzi.
A diária, paga em
dólares, custou 40% menos que se quitada em pesos chilenos. Ficou por US$
85,00. Bem em conta para o padrão do hotel.
Hotel Licarayen, onde ficamos. À beira do lago,
com vista para o Vulcão Osorno – Puerto Varas - Chile
Deck em frente ao Hotel Licarayen – Puerto Varas
- Chile
Jantamos
no Restaurante Japón Del Lago, em frente ao Lago Llanquihue. Eu matei
a saudade do sabor de sashimi de salmão com molho shoyo. O Marcio foi de yaksoba.
Dentro
do restaurante estava quente e não sentíamos o mundo real lá fora, com 5º C.
Não
conseguimos dormir antes de meia-noite. Acho que o nosso fuso está atrasado. Temos
acordado tarde e dormido igualmente tarde. A vontade de jantar só acontece
depois que a noite chega, e isso não tem acontecido antes das 21h30.
Amanhã
seguiremos para outra cidade chilena.
Acréscimos do Marcio
A cidade de Villa de La Angostura é muito
charmosa, lembrando bastante Gramado (RS). Valeria a pena voltarmos em outra
ocasião, com mais tempo, para poder ficar pelo menos dois dias.
Nevava muito quando chegamos à fronteira.
Vimos um “moto home” brasileiro estacionado pouco depois da aduana chilena, sem
ninguém por perto. Não deu para ver de onde era, mas a placa iniciava com a
letra “M”. Era montando em chassis de ônibus.
Cruzamos com várias motos com placas da
Inglaterra, todas da marca BMW. Incrível! Devem tê-las trazido de navio, e
estavam percorrendo o continente naquela neve toda. Esse tesão todo eu não
tenho, apesar de adorar andar de moto.
Pouco mais adiante, vi duas motos paradas
no acostamento da outra pista. Quando passamos, pelo retrovisor constatei que a
placa era brasileira. Voltei e fui bater um papo com eles.
Eram da cidade gaúcha de Uruguaiana –
próxima à cidade argentina de Paso de Los Libres --, e estavam indo para Bariloche.
Alertei-os sobre a nevasca que os esperava mais adiante, bem como do frio que
estava fazendo no destino deles.
O museu que visitei era muito bem
organizado. Todos os carros ficavam guardados em um grande galpão, e para cada
um deles havia uma placa com informações técnicas e curiosidades. A maioria dos
veículos era da marca Studebaker, de todos os anos e modelos. Também havia
outras coisas antigas, tipo telefones, aparelhos de raios-X, toca-discos, vitrolas,
etc.
O restaurante na cidade de Osorno tinha
aspecto de ser bastante tradicional. Apesar da hora que chegamos (15 h), estava
ainda cheio, com grupos de pessoas que pareciam trabalhar juntas no mesmo
emprego.
Para chegar a esse restaurante,
estacionamos o carro numa rua próxima e fomos a pé, sem nos esquecermos de
anotar antes o endereço onde paramos, para não corrermos o risco de perder
nosso veículo.
Já em Puerto Varas , quando
saímos para jantar, resolvemos ir caminhando, já que o Restaurante Japón Del
Lago ficava apenas a 1.500 m
do hotel. Foi ótima a caminhada ao longo do lago, pois vimos várias aves em
seus ninhos ao longo da orla.
31º DIA – 08.11.2009 –
Domingo
(CHILE: Puerto Varas - Pucón)
Tomamos
café e deixamos o hotel em
Puerto Varas.
Nesta
noite deu para dormir legal. Acordamos às 8 h. Se tivéssemos mais tempo, acho
que dormiríamos até às 9 h. Tenho sentido um cansaço... Acho que estou
precisando de férias.
Antes
de pegarmos estrada, fomos ver mais de perto o Vulcão Osorno. No
caminho, demos uma parada para conhecer a Laguna Verde, que ficava
dentro do Parque Nacional Perez Rosales,
um pouco antes da pista que subia para o vulcão.
Marcio e a Laguna Verde – Puerto Varas –
Chile
Dos
2.600 m
de altitude do vulcão, é possível ir de carro até 1.100 m .
Começamos
a subir. Quando passamos dos 600
m , começou a aparecer neve na pista e na vegetação ao
redor. A quantidade foi aumentando até o momento em que a coisa ficou feia de
tanta neve. Eu morrendo de medo que o carro escorregasse no gelo na descida e acontecesse
uma merda.
Pista de acesso ao
topo do Vulcão Osorno. Muita neve e cuidado ao andar. Puerto Varas - Chile
Como
ventava gelado e nevava lá em cima na montanha! Por isso que não conseguíamos
vê-lo lá da cidade de Puerto Varas.
Subimos
até o ponto onde havia a entrada da estação de esqui que existe lá. Ficamos com
medo de prosseguir devido ao volume de neve, que começava a cobrir o asfalto.
Ponto máximo aonde chegamos. Vulcão Osorno
– Puerto Varas - Chile
Nós com o frio e com
a neve na subida para o Vulcão Osorno – Puerto Varas - Chile
Nossa Toyota SW4
descendo o caminho que levava ao Vulcão Osorno – Puerto Varas - Chile
Descemos
a serra e encontramos um grupo de ciclistas que encararam de bike a subida do
vulcão.
Tratava-se
de uma competição, pois tinha até linha
de chegada para os vencedores. É uma subida íngreme e gelada. Eles trajavam
camisas de manga longa, de um material parecido com tactel, para impedir
a passagem do vento. Havia apoio da polícia e de uma ambulância, além de lanche
para os participantes.
Um dos vários ciclistas “suicidas” que se
propuseram a subir o Vulcão Osorno na neve – Puerto Varas - Chile
Os
visuais do vulcão e da neve devem dar mais gás às pessoas.
Voltamos
para Puerto Varas e começamos nossa viagem para Pucón.
Paramos
para o almoço em Frutillar, outra cidade situada na beira do Lago
Llanquihue, com o Vulcão Osorno, imponente, na outra margem.
Assim
como Puerto Varas, Frutillar é de colonização alemã e mantém toda
a tradição. Parecia que estávamos em Blumenau (SC).
Comemos
num restaurante tradicional, na Avenida Costaneira,
a litorânea deles. O nome do restaurante era Gutten Apetit, que significa
Bom Apetite em alemão.
Comemos
muito bem! Aventurei numa novidade, um marisco com molho branco gratinado.
Estava sensacional e parecia um bobó de camarão, mas o sabor era o de molho branco.
Mariscos ao molho
gratinado. Segundo a Clênia, uma delícia. Frutillar - Chile
O
Marcio não quis arriscar. Foi de salmão com salada.
Salmão grelhado com salada. Restaurante
Gutten Apetit - Frutillar - Chile
O
vinho foi um carmenere, o primeiro da
viagem, da Bodega Santa Digna, do Vale Central, 14% de álcool. Não
estava estupendo.
Uma
das sobremesas foi mil-folhas com doce de leite.
Sobremesa deliciosa! E lá devem ir uns
quilinhos a mais no corpinho esbelto do Marcio! Cidade de Frutillar - Chile
O
pedaço dava para três pessoas. Gigante! O Marcio ainda reclama que é pequeno.
É
tudo bem ajeitado na cidade. Há uma Frutillar antiga e outra turística.
Almoçamos na turística. Visitamos um local com artesanato, mas era muito fraco.
Praia de lago na cidade de Frutillar -
Chile
Seguimos
com a intenção de ainda visitar a cidade de Valdívia, mas desistimos
pelo avançado da hora e por causa da chuva na estrada.
Hoje
é domingo e a atração principal de Valdívia são os leões-marinhos, que
vêm comer nas mãos de pescadores no Mercado
Central, mas isso já não devia estar mais ocorrendo, pois já eram 18 h.
Seguimos
direto pela Ruta Panamericana (RN-5)
até a saída para Villarrica e Pucón.
Chegamos
a Pucón por volta das 19 h. Depois de entrarmos em alguns hotéis,
ficamos em um classificado como B&B (bed and breakfast), porém com cara de
hotel.
Aqui,
assim como aconteceu em Puerto
Varas , se pagássemos em dólar, em vez de peso chileno,
teríamos 19% de desconto.
Fomos
recebidos por um rapaz simpático, que nos ofereceu coca-cola. O Marcio
retribuiu a gentileza dando a ele Guaraná
Antártica.
Quando
saímos para jantar, já eram mais de 22h30. Quase não achamos nada aberto.
Pucón parece uma cidade
charmosinha que, apesar de pequena, tem todo o suporte que o turista precisa.
Jantamos
no Restaurante IL Fiore, na esquina da O’Higgins (rua principal) com
a Fresie. É por aqui que se localiza a maioria dos restaurantes da
cidade.
Mais
uma vez fomos dormir depois da meia-noite.
Acréscimos do Marcio
Quando íamos pela
litorânea, de Puerto Varas para o Parque Nacional Vicente Perez Rosales, onde
se localiza o Vulcão Osorno (2.652
m de altura), passamos por vários ciclistas que pedalavam
protegidos pela polícia e por carros de pessoas que pareciam ser familiares deles.
Qual não foi nossa surpresa quando
percebemos que eles estavam fazendo o mesmo caminho que nós, e que, já bem à
frente, já quase subindo a estrada que leva ao cume do vulcão, havia muitos
outros mais adiantados no percurso. Era um trajeto e tanto, que juntava a
dificuldade do aclive com o desconforto do frio intenso.
Resolvemos voltar da entrada da estação
de esqui, pois a quantidade de neve estava aumentando muito e eu não queria ser
obrigado a parar para instalar as correntes (cadenas, em espanhol) nos pneus,
já que elas estavam guardadas embaixo de toda a nossa bagagem.
A cidade de Frutillar, onde almoçamos, é
muito gracinha, mas o artesanato vendido lá deixa muito a desejar. Acho que é
porque já estamos escolados de tanta viagem que já fizemos, que não é qualquer
coisa que nos impressiona. Mas a comida e o restaurante foram excelentes e
merecem este destaque.
Deixamos de visitar a cidade de Valdívia,
pois a única atração que teríamos para ver lá já tinha acontecido àquela altura
do campeonato, já que eram umas 18 h: os leões-marinhos saindo do mar para
comer os restos de peixes jogados por pescadores enquanto estes limpavam os animais
pescados no dia.
A cidade de Pucón, pelo trajeto que
fizemos, ficava depois da de Villarrica, ambas à beira do Lago Villarrica.
Para a visitação ao Vulcão Villarrica, a
melhor opção era a hospedagem em Pucón, e foi o que fizemos. Antes, porém,
paramos no supermercado para comprar material para o nosso lanche do dia
seguinte e o reforço para eventual café-da-manhã ruim. Clênia aproveitou e
comprou mais vinhos e geléias.
O trajeto entre Villarrica e Pucón é
cheio de casas à beira do lago, praticamente todas com estrutura para abrigar barcos.
Ali, num período mais quente, deve ser o máximo para o turismo.
Em conversa com o rapaz que nos recebeu
no hotel em Pucón (não sei se era o gerente ou o proprietário), perguntamos-lhe
o motivo por que não alterava a classificação do estabelecimento de B&B
para hotel, já que possuía uma excelente infra-estrutura, era confortável e bem
localizado. Respondeu-nos que até poderia, mas que preferia os turistas de um
B&B aos de um hotel. Tivemos que concordar com ele.
Nosso jantar de hoje foi em um
restaurante especializado em massas, apesar de também servir outros
pratos. Para minha surpresa, no cardápio
havia pizza de berinjela. Estava uma delícia!
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