13º DIA – 16.09.2012 – Domingo
(PERU: Paracas
- Lima)
Tomamos
café na pousada junto com um grupo de 40 alemães que, assim como nós,
pernoitaram aqui.
Esta
é uma boa pousada, e parece um oásis nesta região com tanta areia.
Pousada El Emancipador, em Paracas - Peru
Já
não agüento mais olhar para as cidades daqui!
Era
cômico o jeito de desconfiança e incerteza como os alemães olhavam para a
comida. Eu, que já sofro com ela, imagino a situação deles.
Paracas
foi feita para turistas, com muitos hotéis e agências para passeios. Há duas
opções de tour: Islas Ballestras e Reserva Nacional Paracas.
Às 7h50,
como combinado, estávamos na loja para o passeio de barco para as Islas Ballestras.
Deixamos
o carro estacionado em frente à loja e fomos a pé, com o Lúcio (nosso agente),
para um pier localizado um pouco atrás.
Esperamos
quase uma hora, pois cada grupo de passageiros só podia embarcar quando o barco
estivesse no pier. O fato é que o
nosso demorou a chegar.
Os pelicanos dão um show por peixes - Peru
O
passeio de ida e volta para as Islas Ballestras
dura cerca de 2 horas, e nós estávamos num grupo de 25 pessoas.
Ainda
bem que fui preparada para o frio, pois o vento gelado com o deslocamento do
barco era de matar.
Antes
das Islas Ballestras, passamos por
outra ilha que era um ninhal de aves. Muitas delas pescadoras, faziam a festa no
mar em busca do café da manhã.
Aves buscando o café da manhã – Paracas - Peru
Nas
rochas da primeira ilha há um geoglifo em formato de candelabro, curiosamente
conservado pelo calcário.
Geoglifo em forma de candelabro
As
ilhas já se bastam como atrativo. São de calcário e há muitas pedras furadas e
amareladas.
Barco com turistas nas Islas Ballestras – Paracas - Peru
Mais visual das Islas Ballestras – Paracas - Peru
Acho
que nunca vi concentração de aves tão grande na minha vida! Nem em Ushuaia, na
Argentina.
Parecem plantas, mas são aves. Milhares delas - Peru
Havia
exemplares de praticamente todas as aves: muitos pelicanos, gaivotas, atobás e
outras específicas daqui, algumas ameaçadas de extinção ou em vulnerabilidade.
Guanay, ave não-migratória, comum nas Islas Ballestras - Peru
O
governo instalou estruturas de madeira nas ilhas, para servirem de atracadouros
para a coleta, a cada ano, das fezes das aves para uso na indústria química.
Como se alimentam somente de peixes, é alta a concentração de fosfato nelas.
Há
inúmeros lobos-marinhos e pingüins nas rochas e na água.
Ficamos
encantados com o lugar, por estar tão perto da costa, a apenas 18 Km .
Atracadouro para a coleta das fezes das aves das Islas Ballestras - Peru
Lobo-marinho nas Islas Ballestras – Paracas - Peru
Nós nas Islas Ballestras –
Paracas - Peru
Pingüins típicos da região
Parece
ser rígido o controle de acesso. Pagamos S/. 6,00/pessoa (US$ 2,33/R$ 4,77) como taxa do parque marinho e S/. 1,00/pessoa (US$ 0,39/R$ 0,79) para uso do cais de
embarque.
A
visita não contempla (não é permitido) desembarque nas ilhas.
Retornamos
ao continente, tomamos um café no local onde embarcamos e seguimos para a Reserva Nacional Paracas, a 4 Km dali.
A
reserva é um deserto com trilhas por 47 Km , no meio do areião.
Começamos
a visita pelo Centro de Visitantes.
Junto com um grupo de cegos, recebemos informações sobre tudo.
Um grupo de cegos estava visitando a sede da Reserva
Nacional Paracas
De
outubro a dezembro há ventos de 50
Km/h , que movem a areia e mudam um pouco a paisagem.
Tempestade de areia é o que significa a palavra paracas
Em
decorrência disso, alguns morros cobrem sítios arqueológicos. O estranho é que
o vento nem é tão rápido.
No Centro de Visitantes há peças com 300,
36 e 11 milhões de anos.
A
população varre tudo durante a época do vento, para que não tenham tudo
soterrado.
Foi
interessante observar os cegos usando o tato para complementar as informações
ouvidas atentamente.
Cegos palpando tudo após as explicações da guia
Painéis com vídeos sobre a vida marinha local
Próximo
ao Centro de Visitantes pudemos avistar
flamingos. O chato é que a trilha para a observação acaba bem longe deles, e os
vimos bem pequenos.
Bom
mesmo para observar flamingos é em
San Pedro de Atacama, no Chile. Aliás, tudo é melhor no Chile!
A
visão de areia é constante, assim como a das praias contrastando com as rochas
calcárias. As praias são somente para fotos, pois o vento gelado torna
proibitiva qualquer outra atividade.
Há
vários tipos de algas por aqui, que são responsáveis por parte da oxigenação do
planeta.
Almoçamos
num lugar chamado Lagunillas, uma vila de pescadores. A visão do mar era
privilegiada lá.
A
hora da comida tem sido uma tortura. Eu me salvo é no café da manhã.
Como
no Centro de Visitantes havia um
cartaz informando que Paracas está na rota do ceviche, escolhi um de linguado.
Estava
para lá de apimentado, e o limão e o sal estavam fortíssimos. Acompanharam 2
batatas, uma delas mais doce, e foi o que aliviou meu sofrimento.
O
Marcio ainda escapou: peixe frito com arroz e batata frita.
Restaurante La
Tia Pily ,
em Lagunillas – Paracas - Peru
Vista a partir do restaurante em Lagunillas – Paracas - Peru
Ontem
chegamos aqui com céu azul e calor, mas hoje estava nublado e frio por causa do
vento. O horizonte, com a areia, parecia cinzento, o que dificultava as fotos.
Antes
das 14 horas seguimos para Lima por uma autopista dupla, com o inacreditável limite
de velocidade de 80 Km/h ,
não cumprido por ninguém.
Todo
o trecho segue pelo litoral, passando pelas habituais construções inacabadas
das casas. Parecem as “lajes” da Favela
da Rocinha, no Rio de Janeiro (RJ).
Havia
também muito lixo no canteiro central e na beira da estrada. É horrível!
Para
onde se olha, o visual da entrada até Lima é o mesmo das favelas cariocas.
A “grande Lima”, com cara da Favela da Rocinha - Peru
Pelo
menos aqui estou salva pelo McDonald’s.
Há vários.
Estamos
hospedados num dos hotéis da rede Casa Andina,
no bairro Miraflores.
Pagamos
US$ 250,00 por duas diárias. Tivemos que pagar com cédulas de US$ 50, pois o
recepcionista se recusou a receber a de US$ 100,00, sob o argumento de que a
série das nossas eram as mesmas de um lote falsificado. Não adiantou argumentar
que já as tínhamos usado em todo o Peru até ali.
Saímos
para jantar. Caminhamos uns 2
Km até o McDonald's.
Achei o máximo comer um belo Big Mac!
No bairro
Miraflores existem vários restaurantes, alguns de redes internacionais, como Pizza Hut, Domino’s e KFC Sanduíche.
Vimos
também muitos cassinos. Diferentemente dos de Las Vegas - EUA, as pessoas saem
para fumar.
Estamos
bem cansados. Voltamos ao hotel com uma garoa caindo.
Espero
que amanhã o tempo melhore, pois teremos um tour
pela manhã.
Acréscimos
do Marcio
A lancha do passeio às
Islas Ballestras era equipada com 2 motores de 200 HP cada.
Eram muitos os turistas,
principalmente estrangeiros, no passeio às ilhas.
Anualmente eles removem
as fezes das aves das pedras das ilhas para vender. Guamo significa fezes em espanhol.
No Restaurante da Tia Pily, onde almoçamos em Lagunillas após o passeio
de barco, serviram de entrada milho torrado (maiz tostado). Uma delícia, apesar
de muito salgado. O local é bastante pitoresco, com vista total para o mar e
para o deserto.
Apesar da poluição
visual que se vê ao longo do trajeto, a estrada para Lima é excelente. Vai
beirando a costa.
Alguns termos diferentes
no espanhol do Peru: servicios
higiénicos (para informar que existem
banheiros e lavatórios); grifo (posto
de gasolina); tubo (torneira).
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