30º DIA – 03.10.2012 – 4ª
feira
(PERU: Nazca
– Camaná)
O café da manhã no Hotel
Alegria é ruim, pois não tem nem ovos nem presunto. Além disso, a internet
é fraca e não há elevadores.
O vôo do Marcio sobre as Linhas
de Nazca foi antecipado para 8 horas.
Enquanto o Marcio voava, providenciei a lavagem de roupa
numa lavanderia que cobrava S/. 7,00/Kg (US$
2,71/R$ 5,56).
Não é utilizada secadora. A secagem é ao ar livre. Por isso, a previsão
otimista de entrega é por volta do meio-dia.
O Marcio voltou do passeio às 10 horas, nauseado com o vôo.
Disse que o piloto inclinava o pequeno avião o bastante para que os passageiros
de cada lado do avião pudessem ver os geoglifos. Todos os passageiros vomitaram
durante o vôo. Além disso, a câmera não dava foco direito por causa do vidro da
janela. Mesmo assim, ele tirou algumas fotos.
Teco-teco para o passeio
sobre as Linhas
de Nazca - Peru
Com boa vontade dá para
ver alguns desenhos na foto - Nazca - Peru
A Rodovia Pan-americana cortando o deserto próximo a Nazca - Peru
Às 11 horas fui para pegar as roupas, mas ainda não estavam
prontas.
Tudo na cidade existe e gira em torno dessas linhas. Há agências
para vender as passagens para o vôo no deserto, incluindo o transfer para o aeroporto. No nosso
hotel há uma dessas.
São também vendidos passeios pelo deserto em grandes carros-gaiolas.
Imagino a poeira que o turista não deve comer.
Gaiolas para levar os
turistas ao deserto: 4x4 com motor V-8 – Nazca - Peru
Almoçamos no Restaurante
Mamashana. Lá não tem internet, mas o ambiente é agradável. Comi macarrão
com atum, que achei sem graça.
Voltei à lavanderia, peguei a roupa ainda meio úmida e segui
para o hotel para o check-out às 12h30.
Consegui pagar com dólares, com a cotação de S/. 2,60.
Às 13 horas deixamos o hotel rumo à região de Arequipa.
No trajeto para a saída da cidade havia uma manifestação de
funcionários públicos. Voltamos para Nazca e conseguimos driblar o trânsito
parado saindo pela rua paralela à do tumulto.
O céu estava azul e fazia calor.
Achei ótimo deixar Nazca, um lugar que só de olhar a poeira
cobre tudo. A melhor alternativa é ficar no hotel e não sair para nada. Os
hotéis têm piscinas exatamente para que o turista não saia da sua “bolha”.
Achei exagerada a propaganda que fazem dessas linhas, pois
não há comprovação de nada sobre sua origem. Eu não teria vindo a Nazca.
Passamos por Yaúca, onde eram vendidas azeitonas e azeite.
Não comprei, pois na embalagem não havia informações quanto à gradação e o
frasco era claro. Parecia artesanal.
Na estrada ventava tanto que balançava o carro. E a areia
cobria o asfalto.
Passamos por praias o tempo todo. Uma delas, a de Tanaca, mas que só servia para fotos.
Praia
de Tanaca, no caminho de Nazca para
Arequipa - Peru
De repente a paisagem bege das dunas deu lugar a uma de gramínea
nas montanhas, e a estrada se encheu de curvas.
O trajeto lembrou-nos um pouco a Big Sur, na Califórnia. Só falta os Estados Unidos em volta!
Paisagem do litoral
peruano no caminho entre Nazca e Arequipa
Dá vontade de chorar só de olhar os povoados e o lixo pelo
caminho, apesar de a empresa responsável pela rodovia retirá-lo varrendo a
areia do acostamento com um trator.
Passamos um bom trecho margeando a montanha ao longo de um
grande penhasco à beira-mar. Era perigoso, pois os caminhões no sentido
contrário invadiam nossa pista nas curvas, mesmo havendo placas sinalizando
para permanecerem na sua faixa. Havia também as ultrapassagens apertadas.
O terreno pedregoso substituiu totalmente as dunas, e o mar
fechava o cartão postal na altura de La Doncela.
A paisagem mudou de novo com o surgimento do Río Ocoña. Tudo era verde com as
culturas ao longo do leito do rio.
Com todas as aventuras desta estrada, a viagem não rendeu e
fizemos menos de 400 Km
em 5 horas.
Paramos
para o pernoite em Camaná, um pouco antes da estrada que vai para Arequipa.
Resolvemos
não passar em Arequipa, pois nosso objetivo é a cordilheira que existe no Vale do Colca, próximo à cidade de Chivay,
onde existem condores para observação.
Ficamos
no Hotel San Diego, na Plaza de Armas da cidade. Muito fraco, tem
internet no quarto, mas a intensidade do sinal é insuficiente para postar
fotos. A maioria dos andares e dos quartos tem cheiro de cigarro. Uma desgraça!
Conseguimos
um quarto que não fedia a cigarro, no terceiro andar. Uma sorte!
Amanhã
sairemos sem o café da manhã, pois ele é servido tarde demais, às 7h30, e
precisamos pegar estrada antes disso.
Acréscimos
do Marcio
Fiz o passeio de avião,
junto com 2 alemãs e 1 francesa (Marielle, que estava no mesmo hotel que a
gente). Além de nós, havia o piloto e o co-piloto.
Antes da decolagem,
houve as apresentações e os esclarecimentos de como seria o vôo.
Mostraram um mapa com o
trajeto que seria feito e com as atrações (os desenhos no solo) que poderiam
ser visualizadas. Disseram-nos que sobrevoariam duas vezes cada uma delas, para
que todos (os do lado direito e os do lado esquerdo do avião) pudessem ver.
Só que para a tal
visualização, o piloto deitava totalmente a aeronave, de tal forma que quando
olhávamos através das janelas víamos o solo. O movimento que era feito de um
lado para o outro era tão rápido que não demorou muito para que todas elas estivessem
vomitando no saquinho que nos foi entregue na decolagem.
Eu até que estava bem,
mas quando olhei para trás e as vi vomitando, também fiquei nauseado. Para não
dar vexame, tive que aplicar toda a técnica de distração que utilizo quando
estou embarcado mergulhando: olhar para o horizonte e respirar fundo. Após o pouso,
ainda levei um bom tempo para me recuperar totalmente.
A estrada de Nazca para
Arequipa é linda, muito parecida com a Big Sur, nos EUA. Sempre beirando o mar,
pela serra.
É tudo muito deserto e
as retas são intermináveis. Não são praias desertas, mas, sim, praias no deserto.
Em Camaná, jantamos
pizza na Pizzaria Presto e compramos outra para levar amanhã.
31º DIA – 04.10.2012 – 5ª feira
(PERU: Camaná
- Cabanaconde)
Hoje deixamos o hotel sem tomar café, pois ele só seria
servido às 7h30.
Escolhemos um ponto na estrada com uma paisagem bacana para pararmos
para tomar café com empanadas e suco, que comprei numa padaria perto do hotel
pouco antes da partida. Foi no meio das montanhas.
Café da manhã nas montanhas:
estrada entre Nazca e Arequipa - Peru
A bela paisagem fazia com
que o lanche ficasse maravilhosamente gostoso
Deixamos o asfalto que seguia para Arequipa e pegamos uma
estrada de terra que subia as montanhas. Daí para frente foram 155 Km de poeira.
Estávamos nos afastando do mar, rumo ao Valle del Colca, famoso por ter cânion, montanhas com neve e
condores. Essa área fica na Província de Arequipa.
Quando passamos dos 2 mil metros de altitude, os sintomas de
dores de cabeça começaram.
Continuamos subindo e começamos a ver picos nevados. Uma
cordilheira inteira, com cactos do tipo candelabros (só existentes acima de 1.500 m ), gaviões andinos,
pedras esculpidas pela erosão do vento e nevados.
Cactos candelabro –
estrada para Chivay - Peru
Como estamos quase no verão, há pouca neve, mas o visual é
encantador, sempre.
Montanha nevada no
caminho para o Valle
del Colca – Peru
Paramos para almoçar a pizza de ontem em outra paisagem linda.
Havia cactos diferentes e com muitas flores. Fico impressionada como um
ambiente tão inóspito pode ser tão colorido!
Cactos com flores
Flor do cacto. O colorido
delas quebra o cinza das montanhas - Peru
Chegamos a Cabanaconde, o povoado mais próximo do local onde
se avistam os condores. Em apenas 20 minutos os veremos amanhã cedo.
A pousada onde ficamos é a Kuntur Wassi, um oásis em pedra. Vibrei quando vi! Tem Wi-Fi, bons quartos e custou S/. 154,80 (US$
60,00/R$ 123,00).
Há vários europeus hospedados. Nem imagino como eles vieram
parar aqui nem como ficaram sabendo do lugar.
O pneu do carro chegou furado e tivemos que ir até Chivay, um
povoado maior onde havia borracheiro. Rodamos 40 Km , na terra em quase todo
trecho, e gastamos mais de uma hora, pois há muitas curvas.
Foi bom termos ido, pois no caminho já conhecemos o Mirante dos Condores, e o lugar é
especialmente bonito. Há um imenso cânion a quase 4 mil metros de altitude.
Vimos também a cordilheira e a neve, além de áreas com
agricultura que adotavam a tradição inca, com a lavoura disposta em platores
que parecem os travertinos que encontramos em cavernas (chamam de terraços).
Encontramos um lago com a água totalmente parada, que
refletia a montanha ao redor: Lago do Espelho.
Lago do Espelho, no Valle del Colca – Chivay - Peru
O borracheiro em Chivay achou um furo minúsculo no pneu e cobrou
S/. 20,00 (US$ 7,75/R$ 15,89) pelo conserto.
Borracharia (llanteria,
em espanhol) em Chivay - Peru
Chivay bateu o recorde de areia e ventania. É
impressionante!
Enquanto o pneu era consertado, fui a um mercado e comprei
suco de laranja de 1 litro
(na verdade, um Tang). Não há bons sucos
em caixa por aqui. Paguei por ele S/. 3,50 (US$
1,36/R$ 2,78).
Bem caro!
Por causa da observação de condores, em Chivay há muitos
hotéis e estrangeiros.
Voltamos para Cabanaconde curtindo o cânion e as montanhas.
Não foi mal este furo do pneu! Aproveitamos!
Os visuais são impressionantes e se parecem um pouco com os
de Torres Del Paine, no Chile, e com os
do Yosemite National Park, nos EUA,
pela grandiosidade. Claro que cada um tem sua particularidade.
Fim de tarde no Valle del Colca – Chivay - Peru
Chegamos à pousada com o pôr-do-sol. No estacionamento,
havia quatro vans que trouxeram
turistas para pernoite e para amanhã cedo sair para ver os condores.
Já tomei informações sobre os melhores lugares para ver as
aves, e amanhã estaremos lá também, logo depois do café da manhã.
O quarto da pousada é bom e rústico. O acesso a ele é por
escadas e só tem Wi-Fi na recepção e
no restaurante.
Em Chivay e em Nazca havia venda de passeios para cá. Deve
ser demais mesmo! Vamos ver amanhã.
O jantar foi no restaurante do hotel Bebemos vinho antes de
comermos. Foi um da cidade de Neuquén, na Argentina, para matar a saudade de
quando estivemos lá.
Toquei violão para matar a saudade também.
Havia um grupo de alemães no bar onde estávamos.
O cardápio é amplo, com uma parte com pratos da cozinha internacional
e outra com os da local. É bem elaborado.
Pedimos truta e risoto de quinoa.
O Marcio já estava com diarréia, e foi pior.
Truta com legumes – Restaurante da Posada
Kuntur Wassi – Cabanaconde - Peru
Risoto de quinoa - Restaurante da Posada
Kuntur Wassi – Cabanaconde - Peru
Restaurante
da Posada Kuntur Wassi – Cabanaconde -
Peru
Bar do restaurante da Posada Kuntur Wassi – Cabanaconde - Peru
Matando a saudade do
violão – Cabanaconde - Peru
Amanhã cedo iremos ver os condores.
Acréscimos
do Marcio
Pegamos 155 Km de terra, montanha
acima. Depois que se acostuma, até que o trajeto esburacado se torna agradável.
Temos que nos conformar por perder o conforto do asfalto.
No carro estava entrando um pouco de poeira,
mas descobrimos que era pelas borrachas das portas dianteiras, que não estavam
bem ajustadas.
Quando chegamos à pousada, percebi que o
pneu traseiro esquerdo estava esvaziando. Enquanto descarregávamos as bagagens,
deixei o compressor que sempre carregamos enchendo o pneu.
Em Chivay havia posto da Petroperú. Aproveitei para encher novamente o tanque,
que já estava na metade.
Na pousada, o garçom que nos atendeu no
jantar era muito simpático e conversador. Chama-se Edgard. Trocamos arquivos de
músicas: passei-lhe várias músicas brasileiras e ele nos passou algumas no
estilo andino.
Quando soube que íamos para Puno, o
Edgard indicou-nos o Hotel
Qalagaya, na Jr. Grau, 240, onde
trabalhava um amigo dele.
No Peru, a manutenção das estradas é
levada a sério. Chegam a lavar os guard-rails e as estruturas de pontes com
máquina de água sob pressão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Minha primeira língua é o português (português do Brasil), mas entendo um pouco o espanhol e o inglês.
Registre aqui seu comentário ou sua dúvida, que eu tentarei responder o mais breve possível.
*******************************************************************
My first language is Portuguese (Brazilian Portuguese), but I understand a little Spanish and English.
Register here your comment or question. I will try to respond as soon as possible.
**********************************************************************************
Mi lengua materna es el portugués (Portugués de Brasil), pero entiendo un poco de Español e Inglés.
Regístrese aquí tu comentario o pregunta. Voy a tratar de responder lo más pronto posible.