segunda-feira, 10 de junho de 2013

(086) 2012 - Viagem ao Peru, Equador e Bolívia - PERU: VOANDO EM NAZCA E SEGUINDO PARA CHIVAY (VALE DOS CONDORES)


30º DIA – 03.10.2012 – 4ª feira

(PERU: Nazca – Camaná)

O café da manhã no Hotel Alegria é ruim, pois não tem nem ovos nem presunto. Além disso, a internet é fraca e não há elevadores.

O vôo do Marcio sobre as Linhas de Nazca foi antecipado para 8 horas.

Enquanto o Marcio voava, providenciei a lavagem de roupa numa lavanderia que cobrava S/. 7,00/Kg (US$ 2,71/R$ 5,56). Não é utilizada secadora. A secagem é ao ar livre. Por isso, a previsão otimista de entrega é por volta do meio-dia.

O Marcio voltou do passeio às 10 horas, nauseado com o vôo. Disse que o piloto inclinava o pequeno avião o bastante para que os passageiros de cada lado do avião pudessem ver os geoglifos. Todos os passageiros vomitaram durante o vôo. Além disso, a câmera não dava foco direito por causa do vidro da janela. Mesmo assim, ele tirou algumas fotos.

Teco-teco para o passeio sobre as Linhas de Nazca - Peru

Com boa vontade dá para ver alguns desenhos na foto - Nazca - Peru

A Rodovia Pan-americana cortando o deserto próximo a Nazca - Peru

Às 11 horas fui para pegar as roupas, mas ainda não estavam prontas.

Tudo na cidade existe e gira em torno dessas linhas. Há agências para vender as passagens para o vôo no deserto, incluindo o transfer para o aeroporto. No nosso hotel há uma dessas.

São também vendidos passeios pelo deserto em grandes carros-gaiolas. Imagino a poeira que o turista não deve comer.

Gaiolas para levar os turistas ao deserto: 4x4 com motor V-8 – Nazca - Peru

Almoçamos no Restaurante Mamashana. Lá não tem internet, mas o ambiente é agradável. Comi macarrão com atum, que achei sem graça.

Voltei à lavanderia, peguei a roupa ainda meio úmida e segui para o hotel para o check-out às 12h30.

Consegui pagar com dólares, com a cotação de S/. 2,60.

Às 13 horas deixamos o hotel rumo à região de Arequipa.

No trajeto para a saída da cidade havia uma manifestação de funcionários públicos. Voltamos para Nazca e conseguimos driblar o trânsito parado saindo pela rua paralela à do tumulto.

O céu estava azul e fazia calor.

Achei ótimo deixar Nazca, um lugar que só de olhar a poeira cobre tudo. A melhor alternativa é ficar no hotel e não sair para nada. Os hotéis têm piscinas exatamente para que o turista não saia da sua “bolha”.

Achei exagerada a propaganda que fazem dessas linhas, pois não há comprovação de nada sobre sua origem. Eu não teria vindo a Nazca.

Passamos por Yaúca, onde eram vendidas azeitonas e azeite. Não comprei, pois na embalagem não havia informações quanto à gradação e o frasco era claro. Parecia artesanal.

Na estrada ventava tanto que balançava o carro. E a areia cobria o asfalto.

Passamos por praias o tempo todo. Uma delas, a de Tanaca, mas que só servia para fotos.

Praia de Tanaca, no caminho de Nazca para Arequipa - Peru

De repente a paisagem bege das dunas deu lugar a uma de gramínea nas montanhas, e a estrada se encheu de curvas.

O trajeto lembrou-nos um pouco a Big Sur, na Califórnia. Só falta os Estados Unidos em volta!

Paisagem do litoral peruano no caminho entre Nazca e Arequipa

Dá vontade de chorar só de olhar os povoados e o lixo pelo caminho, apesar de a empresa responsável pela rodovia retirá-lo varrendo a areia do acostamento com um trator.

Passamos um bom trecho margeando a montanha ao longo de um grande penhasco à beira-mar. Era perigoso, pois os caminhões no sentido contrário invadiam nossa pista nas curvas, mesmo havendo placas sinalizando para permanecerem na sua faixa. Havia também as ultrapassagens apertadas.

O terreno pedregoso substituiu totalmente as dunas, e o mar fechava o cartão postal na altura de La Doncela.

A paisagem mudou de novo com o surgimento do Río Ocoña. Tudo era verde com as culturas ao longo do leito do rio.

Com todas as aventuras desta estrada, a viagem não rendeu e fizemos menos de 400 Km em 5 horas.

Paramos para o pernoite em Camaná, um pouco antes da estrada que vai para Arequipa.

Resolvemos não passar em Arequipa, pois nosso objetivo é a cordilheira que existe no Vale do Colca, próximo à cidade de Chivay, onde existem condores para observação.

Ficamos no Hotel San Diego, na Plaza de Armas da cidade. Muito fraco, tem internet no quarto, mas a intensidade do sinal é insuficiente para postar fotos. A maioria dos andares e dos quartos tem cheiro de cigarro. Uma desgraça!

Conseguimos um quarto que não fedia a cigarro, no terceiro andar. Uma sorte!

Amanhã sairemos sem o café da manhã, pois ele é servido tarde demais, às 7h30, e precisamos pegar estrada antes disso.

Acréscimos do Marcio

Fiz o passeio de avião, junto com 2 alemãs e 1 francesa (Marielle, que estava no mesmo hotel que a gente). Além de nós, havia o piloto e o co-piloto.
Antes da decolagem, houve as apresentações e os esclarecimentos de como seria o vôo.
Mostraram um mapa com o trajeto que seria feito e com as atrações (os desenhos no solo) que poderiam ser visualizadas. Disseram-nos que sobrevoariam duas vezes cada uma delas, para que todos (os do lado direito e os do lado esquerdo do avião) pudessem ver.
Só que para a tal visualização, o piloto deitava totalmente a aeronave, de tal forma que quando olhávamos através das janelas víamos o solo. O movimento que era feito de um lado para o outro era tão rápido que não demorou muito para que todas elas estivessem vomitando no saquinho que nos foi entregue na decolagem.
Eu até que estava bem, mas quando olhei para trás e as vi vomitando, também fiquei nauseado. Para não dar vexame, tive que aplicar toda a técnica de distração que utilizo quando estou embarcado mergulhando: olhar para o horizonte e respirar fundo. Após o pouso, ainda levei um bom tempo para me recuperar totalmente.
A estrada de Nazca para Arequipa é linda, muito parecida com a Big Sur, nos EUA. Sempre beirando o mar, pela serra.
É tudo muito deserto e as retas são intermináveis. Não são praias desertas, mas, sim, praias no deserto.
Em Camaná, jantamos pizza na Pizzaria Presto e compramos outra para levar amanhã.
31º DIA – 04.10.2012 – 5ª feira
(PERU: Camaná - Cabanaconde)

Hoje deixamos o hotel sem tomar café, pois ele só seria servido às 7h30.

Escolhemos um ponto na estrada com uma paisagem bacana para pararmos para tomar café com empanadas e suco, que comprei numa padaria perto do hotel pouco antes da partida. Foi no meio das montanhas.

Café da manhã nas montanhas: estrada entre Nazca e Arequipa - Peru

A bela paisagem fazia com que o lanche ficasse maravilhosamente gostoso

Deixamos o asfalto que seguia para Arequipa e pegamos uma estrada de terra que subia as montanhas. Daí para frente foram 155 Km de poeira.

Estávamos nos afastando do mar, rumo ao Valle del Colca, famoso por ter cânion, montanhas com neve e condores. Essa área fica na Província de Arequipa.

Quando passamos dos 2 mil metros de altitude, os sintomas de dores de cabeça começaram.

Continuamos subindo e começamos a ver picos nevados. Uma cordilheira inteira, com cactos do tipo candelabros (só existentes acima de 1.500 m), gaviões andinos, pedras esculpidas pela erosão do vento e nevados.

Cactos candelabro – estrada para Chivay - Peru

Como estamos quase no verão, há pouca neve, mas o visual é encantador, sempre.

Montanha nevada no caminho para o Valle del Colca – Peru

Ao fundo, montanhas com pouca neve, mas ainda assim belíssimas - Peru

Ao fundo, montanhas com pouca neve, mas ainda assim belíssimas - PeruParamos para almoçar a pizza de ontem em outra paisagem linda. Havia cactos diferentes e com muitas flores. Fico impressionada como um ambiente tão inóspito pode ser tão colorido!

Cactos com flores

Flor do cacto. O colorido delas quebra o cinza das montanhas - Peru

Chegamos a Cabanaconde, o povoado mais próximo do local onde se avistam os condores. Em apenas 20 minutos os veremos amanhã cedo.

A pousada onde ficamos é a Kuntur Wassi, um oásis em pedra. Vibrei quando vi! Tem Wi-Fi, bons quartos e custou S/. 154,80 (US$ 60,00/R$ 123,00).

Há vários europeus hospedados. Nem imagino como eles vieram parar aqui nem como ficaram sabendo do lugar.

O pneu do carro chegou furado e tivemos que ir até Chivay, um povoado maior onde havia borracheiro. Rodamos 40 Km, na terra em quase todo trecho, e gastamos mais de uma hora, pois há muitas curvas.

Foi bom termos ido, pois no caminho já conhecemos o Mirante dos Condores, e o lugar é especialmente bonito. Há um imenso cânion a quase 4 mil metros de altitude.

Vimos também a cordilheira e a neve, além de áreas com agricultura que adotavam a tradição inca, com a lavoura disposta em platores que parecem os travertinos que encontramos em cavernas (chamam de terraços).

Encontramos um lago com a água totalmente parada, que refletia a montanha ao redor: Lago do Espelho.

Lago do Espelho, no Valle del Colca – Chivay - Peru

O borracheiro em Chivay achou um furo minúsculo no pneu e cobrou S/. 20,00 (US$ 7,75/R$ 15,89) pelo conserto.

Borracharia (llanteria, em espanhol) em Chivay - Peru

Chivay bateu o recorde de areia e ventania. É impressionante!
Enquanto o pneu era consertado, fui a um mercado e comprei suco de laranja de 1 litro (na verdade, um Tang). Não há bons sucos em caixa por aqui. Paguei por ele S/. 3,50 (US$ 1,36/R$ 2,78). Bem caro!
Por causa da observação de condores, em Chivay há muitos hotéis e estrangeiros.
Voltamos para Cabanaconde curtindo o cânion e as montanhas.
Não foi mal este furo do pneu! Aproveitamos!
Os visuais são impressionantes e se parecem um pouco com os de Torres Del Paine, no Chile, e com os do Yosemite National Park, nos EUA, pela grandiosidade. Claro que cada um tem sua particularidade.

Fim de tarde no Valle del Colca – Chivay - Peru

Chegamos à pousada com o pôr-do-sol. No estacionamento, havia quatro vans que trouxeram turistas para pernoite e para amanhã cedo sair para ver os condores.
Já tomei informações sobre os melhores lugares para ver as aves, e amanhã estaremos lá também, logo depois do café da manhã.
O quarto da pousada é bom e rústico. O acesso a ele é por escadas e só tem Wi-Fi na recepção e no restaurante.
Em Chivay e em Nazca havia venda de passeios para cá. Deve ser demais mesmo! Vamos ver amanhã.
O jantar foi no restaurante do hotel Bebemos vinho antes de comermos. Foi um da cidade de Neuquén, na Argentina, para matar a saudade de quando estivemos lá.
Toquei violão para matar a saudade também.
Havia um grupo de alemães no bar onde estávamos.
O cardápio é amplo, com uma parte com pratos da cozinha internacional e outra com os da local. É bem elaborado.
Pedimos truta e risoto de quinoa.
O Marcio já estava com diarréia, e foi pior.

Truta com legumes – Restaurante da Posada Kuntur Wassi – Cabanaconde - Peru

Risoto de quinoa - Restaurante da Posada Kuntur Wassi – Cabanaconde - Peru

Restaurante da Posada Kuntur Wassi – Cabanaconde - Peru

Bar do restaurante da Posada Kuntur Wassi – Cabanaconde - Peru

Matando a saudade do violão – Cabanaconde - Peru

Amanhã cedo iremos ver os condores.

Acréscimos do Marcio

Pegamos 155 Km de terra, montanha acima. Depois que se acostuma, até que o trajeto esburacado se torna agradável. Temos que nos conformar por perder o conforto do asfalto.
No carro estava entrando um pouco de poeira, mas descobrimos que era pelas borrachas das portas dianteiras, que não estavam bem ajustadas.
Quando chegamos à pousada, percebi que o pneu traseiro esquerdo estava esvaziando. Enquanto descarregávamos as bagagens, deixei o compressor que sempre carregamos enchendo o pneu.
Em Chivay havia posto da Petroperú. Aproveitei para encher novamente o tanque, que já estava na metade.
Na pousada, o garçom que nos atendeu no jantar era muito simpático e conversador. Chama-se Edgard. Trocamos arquivos de músicas: passei-lhe várias músicas brasileiras e ele nos passou algumas no estilo andino.
Quando soube que íamos para Puno, o Edgard indicou-nos o Hotel Qalagaya, na Jr. Grau, 240, onde trabalhava um amigo dele.
No Peru, a manutenção das estradas é levada a sério. Chegam a lavar os guard-rails e as estruturas de pontes com máquina de água sob pressão.

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