terça-feira, 11 de junho de 2013

(088) 2012 - Viagem ao Peru, Equador e Bolívia - PERU - BOLÍVIA: ENTRANDO NA BOLÍVIA E CONHECENDO LA PAZ


34º DIA – 07.10.2012 – Domingo
(PERU: Puno – BOLÍVIA: La Paz)

Esta foi mais uma noite terrível, com falta de ar e com dor na cabeça. Ainda bem que já estamos quase no terceiro dia nesta altitude e logo nos adaptaremos. Para mim têm sido necessários 3 dias para aclimatar.

O Marcio está com diarréia de novo. Acho que foram as empanadas que comemos ontem.

Hoje no café da manhã havia um grupo grande de turistas e o restaurante do hotel estava lotado. Todos pernoitam aqui em Puno para fazer o passeio de dia inteiro que fizemos ontem pelo Lago Titicaca.

Alguns vêm da vizinha Bolívia ou da cidade peruana Chivay.

Para quem está na Bolívia, a opção de passeio é a partir da cidade de Copacabana, a 165 Km de La Paz. É perto, mas precisa de um pernoite, pois os passeios no lago levam todo o dia.

Finalmente chegou o dia de deixar o pré-histórico e empoeirado Peru!

Antes das 8 h deixamos o hotel e a cidade de Puno rumo a La Paz, distante 300 Km.

Fomos beirando o imenso Lago Titicaca em quase todo trecho de Puno até a fronteira com a Bolívia.

Lago Titicaca: sempre à nossa esquerda, de Puno até Desaguadero

É inegável a importância deste lago para a população. Apesar de poluído, tem fauna abundante. Vimos vários cercados para criar peixes e muitas aves que se alimentam ali.

É interessante ver montanhas com quase 5 mil metros de altura aparentarem ser baixinhas, pois já estamos a 4 mil metros, restando apenas mil para o cume delas.

Não parece tão alta, mas está a mais de 5.000 m sobre o nível do mar - Peru

Chegamos à fronteira, na cidade peruana de Desaguadero.

Adeus Peru!

Antes de sairmos do Peru, fomos abordados por um agente da prefeitura dizendo que tínhamos que pagar S/. 5,00 (US$ 1,94/R$ 3,97) para prosseguir a viagem.

Achei estranho e fui ao posto policial ao lado, expliquei o que estava havendo, ele foi ao carro onde estava o tal agente e nos disse que era um pedágio.

Ainda achando estranho, por ser um valor pequeno, troquei US$ 1,00 na casa de câmbio em frente, pagamos e seguimos.

Cruzamos uma ponte sobre o Lago Titicaca e já estávamos na Bolívia.

Lago Titicaca visto da ponte na fronteira Peru/Bolívia

Fizemos a aduana do carro e a nossa migração no mesmo prédio. Essa é a aduana mais “suja” que eu já vi!

Foram exigidas cópias da carteira de motorista, do passaporte, do carimbo de entrada no país e do documento do carro.

O local que tirava fotocópia estava fechado.

Enquanto o Marcio vigiava o carro, voltei a pé até o Peru e tirei cópias. Antes, troquei US$ 5 para pagar as fotocópias.

Na aduana boliviana, aguardando os trâmites

Logo após o desembaraço na fronteira, fomos parados pela polícia, que não perdeu a chance de pedir propina. A prostituição é tão grande, que o policial preferiu receber uma lata de Guaraná Antártica a moeda deles, o boliviano.

Finalmente seguimos para La Paz, que estava a 110 Km da fronteira, com uma hora a mais no fuso horário.

Ainda fomos parados novamente, dessa vez por uns guris do exército. Um deles pediu o passaporte do Marcio, enquanto outros, sem nos avisar, abriram a porta traseira do carro e começaram a olhar o que estava sobre o banco.

Dizem que é nesta hora que eles colocam drogas no carro para incriminar as pessoas.

Chegar a La Paz foi uma graça, pois é uma confusão total o trânsito de carros e de pessoas.

Trata-se da capital mais alta do mundo, a 3.600 m, e por conta disso não têm árvores. É tudo meio cinza.

La Paz vista do alto na chegada - Bolívia

Periferia de La Paz: trânsito caótico e aparentemente sem regras - Bolívia





 
Periferia de La Paz: trânsito caótico e aparentemente sem regras - BolíviaNunca vi bagunça maior na minha vida! De cara, entramos por uma feira repleta de vans.

Fiquei literalmente atordoada e o GPS também. Finalmente, o equipamento se achou no caminho para um hotel dos mais caros, segundo o guia de viagem. Para não corrermos o risco de nos darmos mal, fomos.

O hotel é o El Rey Palace. Antigo, porém completo, bem localizado e fora da bagunça. A diária ficou em Bs. 589,90 (US$ 85,00/R$ 174,25).

Vista da janela do nosso hotel: parte velha do centro de La Paz - Bolívia

Fomos a um supermercado próximo para comprar algumas coisas, mas voltamos logo, pois o Marcio ainda está com diarréia. Deve ser a comida ou a água, mesmo mineral, que pode ter composição diferente e lascar tudo.

Ficamos no hotel e assistimos à novela Gabriela, pela internet. No quarto, há Wi-Fi de boa qualidade. Estávamos atrasados em vários capítulos.

Jantamos também aqui no hotel, e amanhã exploraremos mais a cidade, que me causou uma reação muito negativa.

A parte onde estamos parece um buraco, cercado por uma grande favela, com casas sem pintar de dois pavimentos.

Vista noturna de La Paz, a partir da janela do nosso quarto - Bolívia

Acréscimos do Marcio

Logo após a fronteira, fomos parados pela polícia boliviana, para registrar novamente a entrada do carro.
Ao final dos procedimentos, quando eu já estava saindo, o sujeito que me atendeu disse que eu teria que pagar pelo serviço. Quando lhe perguntei quanto era, ele respondeu com outra pergunta: quanto você tem?
Aí, percebi que o serviço era gratuito e que ele queria mesmo era levar algum dinheiro meu.
Respondi que tinha acabado de entrar no país e que ainda não tinha trocado o dinheiro. O pouco que possuía seria utilizado para comprar combustível.
Tudo mentira! Eu achei aquilo um absurdo e não queria contribuir.
Propus que o agrado fosse uma latinha de Guaraná Antártica, refrigerante tipicamente brasileiro e concorrente da Coca-Cola no Brasil. Disse-lhe que sempre trazia algumas comigo para presentear autoridades como ele ao longo da viagem. Aceitou sorrindo.
Desde 2008, quando fomos até o Deserto do Atacama - Chile, eu sempre carrego na bagagem umas 24 latas de Guaraná Antártica para presentear pessoas que nos atendem bem ao longo das viagens. Todos adoram, principalmente porque não existe à venda em nossos países vizinhos.
A estrada até La Paz se parece com as nossas, com nítida percepção que não são feitas para durar, diferentemente do que percebemos no Peru.
A chegada foi um caos. O trânsito caótico, procissão, ruas estreitas, etc. Depois de muito estresse, chegamos ao hotel. Minha diarréia voltou!

35º DIA – 08.10.2012 – 2ª feira

(BOLÍVIA: La Paz)

Hoje foi um dia diferente: cinza!

O hotel serve o café da manhã no sistema buffet, porém, segundo eles, é um café americano. Não entendi. Mas havia o suficiente, como pães, queijos e cereais, dentre eles a quinoa.

O Marcio foi à Concessionária Toyota e ao Banco do Brasil, ambos perto do hotel.

Eu fui à lavadora de roupas, também bem próximo ao hotel. A cobrança foi por quilo.

Fiz a unha, também perto do hotel, na Praça do Estudante, mas não recomendo o local para ninguém. O salão era feio e do século passado. A manicure tremia e perguntou se era para tirar as cutículas. Já fiquei achando esquisita a pergunta. Aí fui eu quem começou a tremer com medo de bifes.

Mas acabou tudo bem. Fiquei aliviada quando saí de lá.

De lá, peguei um táxi na rua e fui ao melhor shopping da cidade, o Norte. Paguei Bs. 6,00 (US$ 0,86/R$ 1,77). A cobrança é pela corrida e não há taxímetro, assim como no Peru e no Equador.

Quando cheguei, fiquei chocada com o que vi. Tem cara de shopping dos anos 70, e ainda por cima é permitido fumar lá dentro. Acreditem!

Rapidamente saí de lá e fui ao Café em frente, na esperança de tomar um cafezinho sem sentir cheiro de cigarro. Mas descobri que também lá é permitido fumar, exceto de meio-dia às 14 horas. Fora desse horário de almoço as pessoas têm que aturar o cigarro.

Café com palmier: fugindo do cigarro – La Paz - Bolívia

Decidi voltar a pé para o hotel, pois ficava a apenas algumas quadras e era uma chance de ver mais de perto o que é La Paz.

Vi os prédios do Banco Central e da Vice-presidência e um obelisco que homenageia o soldado desconhecido.

Obelisco do soldado desconhecidoLa Paz - Bolívia

Banco Central boliviano - La Paz - Bolívia



Banco Central boliviano – La Paz - BolíviaPrédio da Vice-presidência boliviana – La Paz – Bolívia

Avistei a agência do Banco do Brasil em meio ao caos do trânsito daqui.

Trânsito de La Paz - Bolívia

Agência do Banco do Brasil em La Paz: prédio antigo e bonito – Bolívia

Passei por um cartaz com preços de exames ginecológicos: uma pechincha!

Ecografia ginecológica por Bs. 75,00 (US$ 10,81/R$ 22,15)La Paz - Bolívia

Voltei para o hotel o Marcio já tinha voltado também. Almoçamos no restaurante do hotel.

Huari, tradicional cerveja boliviana

Filé com cogumelos (hungos): Hotel El Rey Palace – La Paz - Bolívia

Após o almoço, saímos para conhecer Chacaltaya, a montanha nevada mais perto de La Paz (30 Km), com 5.421 m de altura.

Deixamos o centro de La Paz, onde fica o hotel, e subimos até uma área residencial mais alta, conhecida como El Alto, com cara de favela e com as casas sem reboco e sem pintura.

O caminho já foi estressante, com o trânsito triste de ruim. São inúmeras vans buzinando como vespas na sua cabeça.

Para completar, o carro não está muito bom. Quando está frio, engasga como quando estava com problema na bomba injetora. O Marcio não quer mais voltar à Concessionária Toyota e diz que só resolverá o problema em Brasília. Ele diz que o defeito é uma combinação de frio, altitude e combustível. O fato é que estou insegura de andar na montanha deste jeito.

Deixamos o asfalto e seguimos por uma estrada horrorosa de terra. De repente, o tempo fechou e uma grande nuvem de chuva cobriu o mundo. Desabou um aguaceiro acompanhado de neve e escureceu tudo. A temperatura despencou dos 16° C para inacreditáveis 1,7° C.

Começamos a voltar, e ainda bem que chegamos ao hotel sem problemas. O trânsito estava mais tranqüilo, pois muitas lojas estavam fechadas às 15 h. Pode ser que, assim como na Argentina, aqui também haja a siesta e o comércio só reabra às 16 horas.

Quando chegamos ainda chovia, mas depois passou. O frio permaneceu, e na cidade, a 3.800 m, estava 6 ° C. Muiiito frio!

Fomos ao mercado comprar sanduíches, suco e água, pois amanhã teremos uma aventura daquelas. Deixaremos La Paz, para minha alegria, e iremos para um Parque Nacional do Nevado Sajama, a 200 Km daqui. Tentaremos ficar no único hotel do lugar, o Tomarapi Ecolodge.

Liguei para uma agência de turismo que faz passeios completos de La Paz para lá, mas eles não faziam reserva só para a hotelaria. A Paola, funcionária da agência, foi gentil e tentou me ajudar passando o telefone da operadora que faz reserva só de hotéis, mas ninguém atendeu. Será uma incógnita se conseguiremos, ou não, a hospedagem. Caso não consigamos, iremos para a cidade de Oruro.

Por sugestão do Sávio, colega do Marcio do Banco do Brasil daqui de La Paz, fomos jantar num bairro chique daqui, a Zona Sul, no Restaurante La Tranquera, que fica no térreo Apart Hotel Camino Real. Fomos de táxi.

Esse bairro residencial é mais moderno do que a parte central onde estão o nosso hotel e as atrações históricas.

O restaurante é bacana. O sistema de funcionamento é o seguinte: escolhendo-se um dos pratos do variado cardápio, temos incluído os acompanhamentos de um buffet, que contempla batatas variadas, arroz, salada e sobremesa.

Eu escolhi filé de alpaca e o Marcio filé de surubim.

O peixe servido não era nada filé. Veio uma baita posta. Eu falei com o garçom que queria trocar por outro filé de alpaca, e assim ele o fez.

Deu certo e comemos bem. Para sobremesa, escolhi mouse de amora, que eu nunca tinha visto. Muito bom!

Bebemos um vinho boliviano. Isso mesmo, boliviano, feito no sul do país. Era um Cabernet-merlot de 2007 e aindda  estava bom. Tinha 13% de álcool, diferentemente do que tenho visto nos supermercados, com gradação mais baixa.

Pagamos bem barato pelo jantar com tudo isso: Bs. 258,50 (US$ 37,25/R$ 76,36).

Restaurante La Tranquera, no Aparthotel Camino Real – La Paz - Bolívia

Sopa de banana – Restaurante La TranqueraLa Paz - Bolívia

Vinho boliviano no jantar no Restaurante La TranqueraLa Paz - Bolívia

Voltamos também de táxi para o hotel. Pagamos pela ida e volta apenas Bs. 40,00 (US$ 5,76/R$ 11,82).

Saí com uma impressão um pouco melhor de La Paz. Se tivéssemos nos hospedado naquele bairro, como teria sido? Não sei se melhor.

Acréscimos do Marcio

Passei no Banco do Brasil para conhecer o colega Eduardo, que me ajudou na etapa do planejamento da viagem enviando-me pelos Correios o mapa rodoviário da Bolívia.
Para minha surpresa, ele já havia retornado ao Brasil. Foi substituído pelo Sávio, que ainda não tinha chegado.
Em vez de esperar, resolvi passar na Concessionária Toyota – que ficava quase em frente ao Banco -- para comprar algumas peças que estivessem com preços mais baratos que no Brasil. Comprei apenas pastilhas de freio e buchas da barra estabilizadora dianteira. Havia outras, mas seus preços estavam muito próximos dos nossos.
Voltei ao Banco e conversei por um bom tempo com o Sávio. Ele contou que por aqui não há violência urbana e que a própria comunidade se encarrega de punir o infrator. Quando isso acontece, penduram um boneco no poste (como nosso Judas), em sinal de que resolveram uma irregularidade.
Fui à manicure, que surpreendeu com a excelente qualidade (bem diferente da experiência da Clênia). O salão era mixuruca, mas a senhora fez cada mão umas 5 vezes, passando pedra-pomes, lixando e retirando a cutícula. Ficou ótimo!
O nome do salão: Salón de Belleza Royni, na Av. 20 de octubre, Edifício Jazmín nr. 2019 local # 3, entre Aspiazu y J.J. Pérez. Tel: 242-2960. Nome da manicure/proprietária: Rocio Salazar de Aldama.
Na ida de táxi para a Zona Sul para o jantar, subimos e descemos várias ruas até chegarmos à parte mais organizada da cidade, com residências bonitas e boas, onde mora a classe média e a abastada de La Paz.

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