quinta-feira, 13 de junho de 2013

(094) 2012 - Viagem ao Peru, Equador e Bolívia - ARGENTINA - BRASIL: DE SALTA PARA FOZ DO IGUAÇU (VIA CAFAYATE, PARA COMPRAR VINHOS)


45º DIA – 18.10.2012 – 5ª feira

(ARGENTINA: Salta - Cafayate)

Acordamos quase às 8 horas.

O café da manhã, apesar de ser informado que é no sistema buffet, só dispõe de suco, croissant doce, pão e café. Nossa sorte é que carregamos sempre a nossa querida banana com aveia e farelo de trigo.

Deixamos o hotel e a cidade e seguimos para Cafayate.

A Argentina tem boas estradas e sem buracos.

A estrada de Salta para Cafayate é muito agradável! Há restaurantes para lanche e uma bela paisagem.

Paramos num deles, conhecido nosso de 2008, o La Posta de las Cabras. O lugar é no estilo colonial e serve tortas e café. Fica na Ruta Nacional 68, Km 88.

Conversamos bastante com o dono, o Sr. Adriano. Agora, que podemos falar com segurança da aventura que vivemos, é bem mais confortável.

Se existe uma estrada espetacular a ser percorrida, é esta de Salta para Cafayate. Há montanhas coloridas, formações diversas e até um anfiteatro natural nas rochas.

Na nossa visita em 2008 até dei uma palhinha no violão, pois a acústica lá é muito boa. Esse lugar tem algo de especial que não dá para descrever.

A estrada estava com alguns pontos interrompidos e pareciam ter sido destruídos pela água do rio. Nem consigo imaginar esse rio, atualmente com nem 5 cm de água, cheio o suficiente para destruir a estrada.

Chegamos a Cafayate para o almoço e soubemos que o estrago da estrada foi decorrente das chuvas que caíram de novembro a abril.

O hotel escolhido foi o Asembla, o mesmo onde ficamos hospedados em 2008. É bem localizado e tem de tudo. Pagamos AR$ 230,00 (US$ 48,32/R$ 99,05) pelo pernoite.

Almoçamos no Restaurante El Rancho, localizado na praça principal. Comi um tipo de carne que não sei qual seu equivalente brasileiro, mas pedi que viesse macia e sem pelancas. Assim estava e pude me deliciar com uma carne sangrando que eu não comia desde Brasília.

O Marcio pediu um supremo de frango, imaginando o peito recheado com presunto e queijo, mas estava mais para frango à napolitana.

O vinho foi um Malbec, da Vinícola Etchart, do ano 2011.

Após o almoço, o Marcio levou o carro para lavar e eu fui visitar algumas vinícolas próximas ao nosso hotel.

A especialidade aqui é a uva branca Torrontes, cultivada acima dos 1.500 m. Quase todas as vinícolas a produzem, e seu cheiro é muito frutado e com sabor seco.

Quase todas as vinícolas visitadas aceitavam o dólar para pagamento das compras, porém com a taxa variando de AR$ 4,50 a AR$ 7,00.

Diferentemente, o comércio está aceitando apenas pesos. Isso é um problema, pois não há casa de câmbio e os bancos funcionam somente das 8h30 ao meio-dia. Deixei de comprar algumas coisas por isso.

Conversando com o proprietário de um restaurante, soubemos que o dono da sorveteria que vende sorvete de vinho (Sr. Miranda, da Helados Miranda) parece que morreu. Uma pena! Ele foi o pioneiro na fabricação desse sabor.

Compramos empanadas para o almoço de amanhã, pois vamos viajar de Cafayate a Corrientes, e após a cidade de Salta provavelmente não acharemos lugar decente para o almoço.

Jantamos no Restaurante El Hornito, o mesmo local onde compramos as empanadas.

Acréscimos do Marcio

Saímos após o café. A estrada é lenta, cheia de curvas e passa por diversos vilarejos. Gastamos quase 4 horas para rodar 200 Km.
Logo após o almoço, levei o carro para lavar enquanto a Clênia foi comprar vinhos.
Enquanto esperava o lavador acabar o carro que estava na minha frente na fila, retirei toda a nossa bagagem. E como tinha coisa!
A lavagem, para o que precisávamos, foi boa. Lavou a carroceria e as caixas de rodas, aspirou e soprou com ar comprimido todo o interior. A poeira no interior do carro já estava nos fazendo mal. Nossos narizes viviam entupidos e ressecados. Tudo custou AR$ 40,00 (US$ 8,40/R$ 17,23).
Após a lavagem, encontrei a Clênia numa rua, voltando para o hotel, carregada de vinhos. Deixamos as caixas no hotel e, de carro, fomos visitar outras vinícolas para comprar mais algumas garrafas. Não podemos perder a oportunidade de renovar nosso estoque por preços mais que atraentes.
Amanhã começamos de fato a voltar, a ficar mais perto de casa a cada dia. Tentaremos chegar a Resistência ou Corrientes, mas será difícil. Antes de partir, ainda teremos que trocar alguns dólares por pesos, e o câmbio aqui só pode ser feito em bancos, que abrem às 8h30.

46º DIA – 19.10.2012 – 6ª feira
(ARGENTINA: Cafayate - Corrientes)

O café a manhã na Argentina é de doer! Só tem pão e café. O suco de laranja é do tipo Tang. Para que seja do tipo que estamos acostumados no Brasil, o hotel tem que pertencer a uma categoria bem mais alta.

Deixamos o hotel e fomos ao banco para trocar dinheiro. Em Cafayate não há casas de câmbio e há somente dois bancos.

Fui ao primeiro deles e havia uma fila grande para o caixa. Inacreditável!

Fui ao outro e, além de também ter que enfrentar a fila do caixa, o sistema estava reiniciando. Aí eu não aguentei e me manifestei dizendo para o gerente que a vida dos turistas na Argentina não estava fácil. Já não havia casas de câmbio e ainda tinha que enfrentar fila!

Ele se sensibilizou e trocou o dinheiro, mesmo sem o sistema estar funcionando. Ele anotou meus dados do passaporte e conseguimos deixar a cidade às 9h40.

Cogitamos ir de Cafayate para Corrientes via Tucumán, mas teríamos que atravessar toda a serra que circunda a cidade, voltando a subir até uma altitude de 4.000 m, o que tornaria a viagem muito lenta. Desistimos da idéia e fomos mesmo por Salta.

Ao meio-dia estávamos passando por Salta e o nosso almoço foi a empanada que compramos ontem. Foi melhor assim que perder tempo esperando um prato que, certamente, não seria saboroso.

Nas cidades por onde passamos, vimos cartazes alusivos à comemoração do Dia das Mães, que aqui está sendo comemorado neste fim de semana, diferentemente do Brasil, onde é comemorado em maio.

Infelizmente a estrada RN-16, praticamente desde Salta, estava muito ruim, pois fizeram recortes no asfalto e não tamparam os buracos. Uma pena, pois ela era ótima. Só melhorou quando nos aproximavamos da cidade de Resistencia.

Estava muito calor na estrada, uns 38° C. Só melhorou com o pôr do sol, que foi espetacular e digno de uma despedida. Afinal, amanhã já estaremos no Brasil, deixando para trás as várias emoções, boas e más, que vivemos nesses países sul-americanos por onde passamos.

Chegamos a Corrientes quase às 21 h.

Parece ser uma cidade agradável! Tendo o grande Rio Paraná ao redor, há um clima de litoral, inclusive nas pessoas. Ainda estava quente (25° C), mas com relâmpagos no horizonte.

Nossa sorte é a difusão do uso do Wi-Fi em todos os países. Aqui, até nos postos de combustível da bandeira YPF há o uso livre e sem senha.

De todos os países pelos quais passamos, a Argentina é o mais próximo do Brasil no vestuário.

Não estamos tendo problemas na Argentina para abastecer o carro. Por sorte, não encontramos uma ditadura igual a que vimos na Bolívia!

Ficamos hospedados no Hotel Corrientes Plaza, no centro, onde já ficamos na viagem de 2008. Ele tem boas instalações, garagem e um bom café da manhã. A inflação corroeu o dinheiro e a diária hoje está a AR$ 306,00 (US$ 64,29/R$ 131,79).

Jantamos pizza na Pizzaria Don Pedro, próximo ao hotel (fomos a pé). A pizza é razoável e a sobra será nosso almoço de amanhã.

Acréscimos do Marcio

Antes de deixarmos Cafayate, ainda passamos na Vinícola Etchart e compramos mais seis garrafas de vinho. O carro está carregado!
A opção ir de Cafayate para Corrientes via Tucumán era mais curta, mas seria muitíssimo mais lenta, pois envolvia subir e descer montanhas de quase 4.000 m de altitude.
Como não estamos mais passeando, mas, sim, retornando para casa, optamos pela nossa já conhecida estrada (via Salta), mais longa, porém mais rápida.
Está sendo muito confortável e agradável nosso deslocamento desde o Chile, pois estamos repetindo o trajeto que fizemos em 2008.
Percebemos que os preços dos combustíveis aumentaram bastante na Argentina desde a última vez que estivemos aqui. O diesel, por exemplo, que em 2009 (nossa viagem à Patagônia e Terra do Fogo) estava custando em torno de AR$ 2,30 (US$ 0,58/R$ 1,15), hoje está saindo por AR$ 5,95 (US$ 1,25/R$ 2,56).
Já não está mais valendo a pena para os brasileiros moradores nas fronteiras abastecerem no país vizinho. A situação até se inverteu, pois hoje no Brasil o diesel está custando R$ 2,278 (preço que pagamos em Foz do Iguaçu – PR).

Preços do diesel S-50 e das gasolinas com três octanagens distintas - Argentina

47º DIA – 20.10.2012 – Sábado

(ARGENTINA: Corrientes – BRASIL: Foz do Iguaçu)
Acordamos com os trovões e com a chuva.

Nos países de língua espanhola, a denominação de quartos duplos equipados com cama de casal é matrimonial; os com duas camas de solteiro, é doble.

A cama de casal do nosso quarto no Hotel Corrientes Plaza era quase uma twin no padrão americano, bem pequena.

Logo quando chegamos ontem, pedi uma cama adicional. O colchão dela era tão mole quanto o da cama de casal. Foi difícil conseguir dormir nela!

Tomamos um café da manhã que era o máximo para os padrões dos hotéis onde vínhamos nos hospedando ao longo da viagem: um buffet com frutas, iogurte, presunto e queijo é coisa bem difícil por aqui.

Às 8 horas deixamos a cidade, debaixo de chuva, sentindo a umidade de novo e com o nariz agradecendo.

Depois de tanta secura e poeira, o sangramento nasal tem sido diário e há dias. De tanto engolir sangue, até as fezes ficaram escuras.

Acho que estou com déficit de Vitamina C, pois não tenho comido alimentos coloridos, como é da minha rotina. As saladas e as frutas têm passado longe!

Na cidade de Posadas, paramos num posto da YPF para abastecer e para aproveitar as instalações da lanchonete de lá e almoçar a pizza que compramos ontem em Corrientes.

Lá, encontramos um grupo de brasileiros viajando em 4 Jeeps. Eles havia feito um trajeto pela famosa Ruta 40, na Argentina.

Ao longo do trecho Posadas/Foz do Iguaçu, mantivemos contato com eles pelo rádio amador e ficamos sabendo de várias coisas.

Tratavam-se de pessoas de Curitiba (PR), e o carro que ia à frente (um Land Rover Defender) era da empresa de viagens Nômades Expedições.

Sílvia, a proprietária, organiza viagens pelo Brasil e pela América do Sul (exceto pela Bolívia).

Os passageiros vão em seus próprios carros, seguindo o da empresa. Nos destinos, tudo já está arranjado pela operadora. E é por esses serviços que eles pagam.

Como passamos por motociclistas na estrada, indo para onde estávamos vindo.

Chegamos à fronteira com o Brasil antes das 16 horas.

Passamos pela aduana e pela migração argentina e seguimos para a aduana brasileira. No lado brasileiro o carro não foi parado por ninguém.

Seguimos para o Hotel Lawrence, onde já ficamos hospedados antes. É mais barato e tem tudo que precisamos: boa garagem, boa localização, bom café da manhã e Wi-Fi nos quartos. Pagamos R$ 123,00 (US$ 60,00) pela diária.

Como as lojas no Paraguai (nosso foco nesta escala) já estavam fechadas, aproveitamos o tempo livre para ir ao salão de beleza dar uma renovada.

Fomos ao Salão Helen, perto do hotel. Com excelentes preços, cortamos o cabelo e fizemos as mãos. Ainda demos sorte, pois a manicure trabalhava muito bem.

Que alívio fazer tudo isso! Por dois cortes e duas mãos pagamos R$ 63,00 (US$ 30,73).

Jantamos na Churrascaria La Cabana, também bem perto do hotel. Foi uma oportunidade de matar a saudade da carne e da MPB (música popular brasileira).

Quando pedimos a conta, ela veio com o valor em real, em dólar, em euro e em guarani (moeda do Paraguai). Cidade de fronteira é assim.....

Acréscimos do Marcio

No café da manhã do Hotel Corrientes Plaza tinha até sucrilhos, coisa que eu adoro comer junto com iogurte. Excelente!
Foi muito interessante o trecho entre Posadas e Foz do Iguaçu, quando fomos batendo papo com o pessoal dos quatro carros do Paraná. A freqüência que estava sendo utilizada era a 148.000 Mhz. O rádio de comunicação realmente é um enorme facilitador quando se viaja em grupo.
Entramos no Brasil com o GPS marcando 17.997 Km rodados.
Ficaremos em Foz do Iguaçu (PR) até a 2ª feira, pois quero ver algumas peças para a Hilux, e a Concessionária Toyota (a Toyotoshi) só abre novamente naquele dia.
Antes de irmos para o Hotel Lawrence, tentamos vaga no Hotel de Trânsito do Exército, mas ele estava lotado. Foi uma pena, pois pagaríamos muito menos.
É muito agradável e confortável estar de volta ao seu país, onde você fala a língua, todos te entendem, os temperos das comidas são familiares, etc. Ficamos praticamente 43 dias imersos no espanhol.

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