45º DIA – 18.10.2012 –
5ª feira
(ARGENTINA:
Salta - Cafayate)
Acordamos
quase às 8 horas.
O
café da manhã, apesar de ser informado que é no sistema buffet, só dispõe de suco, croissant doce, pão e café. Nossa sorte é
que carregamos sempre a nossa querida banana com aveia e farelo de trigo.
Deixamos
o hotel e a cidade e seguimos para Cafayate.
A Argentina
tem boas estradas e sem buracos.
A
estrada de Salta para Cafayate é muito agradável! Há restaurantes para lanche e
uma bela paisagem.
Paramos
num deles, conhecido nosso de 2008, o La Posta de las Cabras. O lugar é no estilo colonial
e serve tortas e café. Fica na Ruta Nacional 68, Km 88.
Conversamos
bastante com o dono, o Sr. Adriano. Agora, que podemos falar com segurança da
aventura que vivemos, é bem mais confortável.
Se existe
uma estrada espetacular a ser percorrida, é esta de Salta para Cafayate. Há
montanhas coloridas, formações diversas e até um anfiteatro natural nas rochas.
Na
nossa visita em 2008 até dei uma palhinha no violão, pois a acústica lá é muito
boa. Esse lugar tem algo de especial que não dá para descrever.
A
estrada estava com alguns pontos interrompidos e pareciam ter sido destruídos
pela água do rio. Nem consigo imaginar esse rio, atualmente com nem 5 cm de água, cheio o
suficiente para destruir a estrada.
Chegamos
a Cafayate para o almoço e soubemos que o estrago da estrada foi decorrente das
chuvas que caíram de novembro a abril.
O
hotel escolhido foi o Asembla, o
mesmo onde ficamos hospedados em 2008. É bem localizado e tem de tudo. Pagamos
AR$ 230,00 (US$ 48,32/R$ 99,05) pelo pernoite.
Almoçamos
no Restaurante El Rancho, localizado
na praça principal. Comi um tipo de carne que não sei qual seu equivalente
brasileiro, mas pedi que viesse macia e sem pelancas. Assim estava e pude me
deliciar com uma carne sangrando que eu não comia desde Brasília.
O
Marcio pediu um supremo de frango, imaginando o peito recheado com presunto e
queijo, mas estava mais para frango à napolitana.
O
vinho foi um Malbec, da Vinícola Etchart, do ano 2011.
Após
o almoço, o Marcio levou o carro para lavar e eu fui visitar algumas vinícolas
próximas ao nosso hotel.
A
especialidade aqui é a uva branca Torrontes,
cultivada acima dos 1.500 m .
Quase todas as vinícolas a produzem, e seu cheiro é muito frutado e com sabor
seco.
Quase
todas as vinícolas visitadas aceitavam o dólar para pagamento das compras,
porém com a taxa variando de AR$ 4,50
a AR$ 7,00.
Diferentemente,
o comércio está aceitando apenas pesos. Isso é um problema, pois não há casa de
câmbio e os bancos funcionam somente das 8h30 ao meio-dia. Deixei de comprar
algumas coisas por isso.
Conversando
com o proprietário de um restaurante, soubemos que o dono da sorveteria que
vende sorvete de vinho (Sr. Miranda, da Helados
Miranda) parece que morreu. Uma pena! Ele foi o pioneiro na fabricação desse
sabor.
Compramos
empanadas para o almoço de amanhã, pois vamos viajar de Cafayate a Corrientes,
e após a cidade de Salta provavelmente não acharemos lugar decente para o
almoço.
Jantamos
no Restaurante El Hornito, o mesmo local
onde compramos as empanadas.
Acréscimos
do Marcio
Saímos após o café. A
estrada é lenta, cheia de curvas e passa por diversos vilarejos. Gastamos quase
4 horas para rodar 200 Km .
Logo após o almoço, levei o carro para
lavar enquanto a Clênia foi comprar vinhos.
Enquanto esperava o lavador acabar o
carro que estava na minha frente na fila, retirei toda a nossa bagagem. E como
tinha coisa!
A lavagem, para o que precisávamos, foi
boa. Lavou a carroceria e as caixas de rodas, aspirou e soprou com ar comprimido
todo o interior. A poeira no interior do carro já estava nos fazendo mal. Nossos
narizes viviam entupidos e ressecados. Tudo custou AR$ 40,00 (US$ 8,40/R$
17,23).
Após a lavagem, encontrei a Clênia numa
rua, voltando para o hotel, carregada de vinhos. Deixamos as caixas no hotel e,
de carro, fomos visitar outras vinícolas para comprar mais algumas garrafas.
Não podemos perder a oportunidade de renovar nosso estoque por preços mais que
atraentes.
Amanhã começamos de fato a voltar, a
ficar mais perto de casa a cada dia. Tentaremos chegar a Resistência ou Corrientes,
mas será difícil. Antes de partir, ainda teremos que trocar alguns dólares por
pesos, e o câmbio aqui só pode ser feito em bancos, que abrem às 8h30.
46º DIA – 19.10.2012 – 6ª feira
(ARGENTINA:
Cafayate - Corrientes)
O
café a manhã na Argentina é de doer! Só tem pão e café. O suco de laranja é do
tipo Tang. Para que seja do tipo que
estamos acostumados no Brasil, o hotel tem que pertencer a uma categoria bem
mais alta.
Deixamos
o hotel e fomos ao banco para trocar dinheiro. Em Cafayate não há casas de
câmbio e há somente dois bancos.
Fui
ao primeiro deles e havia uma fila grande para o caixa. Inacreditável!
Fui
ao outro e, além de também ter que enfrentar a fila do caixa, o sistema estava
reiniciando. Aí eu não aguentei e me manifestei dizendo para o gerente que a
vida dos turistas na Argentina não estava fácil. Já não havia casas de câmbio e
ainda tinha que enfrentar fila!
Ele
se sensibilizou e trocou o dinheiro, mesmo sem o sistema estar funcionando. Ele
anotou meus dados do passaporte e conseguimos deixar a cidade às 9h40.
Cogitamos
ir de Cafayate para Corrientes via Tucumán, mas teríamos que atravessar toda a
serra que circunda a cidade, voltando a subir até uma altitude de 4.000 m , o que tornaria a
viagem muito lenta. Desistimos da idéia e fomos mesmo por Salta.
Ao meio-dia
estávamos passando por Salta e o nosso almoço foi a empanada que compramos
ontem. Foi melhor assim que perder tempo esperando um prato que, certamente,
não seria saboroso.
Nas
cidades por onde passamos, vimos cartazes alusivos à comemoração do Dia das Mães, que aqui está sendo
comemorado neste fim de semana, diferentemente do Brasil, onde é comemorado em
maio.
Infelizmente
a estrada RN-16, praticamente desde Salta, estava muito ruim, pois fizeram
recortes no asfalto e não tamparam os buracos. Uma pena, pois ela era ótima. Só
melhorou quando nos aproximavamos da cidade de Resistencia.
Estava
muito calor na estrada, uns 38° C. Só melhorou com o pôr do sol, que foi
espetacular e digno de uma despedida. Afinal, amanhã já estaremos no Brasil,
deixando para trás as várias emoções, boas e más, que vivemos nesses países sul-americanos
por onde passamos.
Chegamos
a Corrientes quase às 21 h.
Parece
ser uma cidade agradável! Tendo o grande Rio
Paraná ao redor, há um clima de litoral, inclusive nas pessoas. Ainda
estava quente (25° C), mas com relâmpagos no horizonte.
Nossa
sorte é a difusão do uso do Wi-Fi em
todos os países. Aqui, até nos postos de combustível da bandeira YPF há o uso livre e sem senha.
De
todos os países pelos quais passamos, a Argentina é o mais próximo do Brasil no
vestuário.
Não
estamos tendo problemas na Argentina para abastecer o carro. Por sorte, não
encontramos uma ditadura igual a que vimos na Bolívia!
Ficamos
hospedados no Hotel Corrientes Plaza,
no centro, onde já ficamos na viagem de 2008. Ele tem boas instalações, garagem
e um bom café da manhã. A inflação corroeu o dinheiro e a diária hoje está a
AR$ 306,00 (US$ 64,29/R$ 131,79).
Jantamos
pizza na Pizzaria Don Pedro, próximo
ao hotel (fomos a pé). A pizza é razoável e a sobra será nosso almoço de amanhã.
Acréscimos
do Marcio
Antes de deixarmos
Cafayate, ainda passamos na Vinícola Etchart e compramos mais seis garrafas de vinho. O carro está carregado!
A opção ir de Cafayate
para Corrientes via Tucumán era mais curta, mas seria muitíssimo mais lenta,
pois envolvia subir e descer montanhas de quase 4.000 m de altitude.
Como não estamos mais
passeando, mas, sim, retornando para casa, optamos pela nossa já conhecida
estrada (via Salta), mais longa, porém mais rápida.
Está sendo muito
confortável e agradável nosso deslocamento desde o Chile, pois estamos
repetindo o trajeto que fizemos em 2008.
Percebemos que os preços
dos combustíveis aumentaram bastante na Argentina desde a última vez que
estivemos aqui. O diesel, por exemplo, que em 2009 (nossa viagem à Patagônia e
Terra do Fogo) estava custando em torno de AR$ 2,30 (US$ 0,58/R$ 1,15), hoje
está saindo por AR$ 5,95 (US$ 1,25/R$ 2,56).
Já não está mais valendo
a pena para os brasileiros moradores nas fronteiras abastecerem no país
vizinho. A situação até se inverteu, pois hoje no Brasil o diesel está custando
R$ 2,278 (preço que pagamos em Foz do Iguaçu – PR).
Preços do
diesel S-50 e das gasolinas com três octanagens distintas - Argentina
47º DIA – 20.10.2012 –
Sábado
(ARGENTINA:
Corrientes – BRASIL: Foz do Iguaçu)
Acordamos
com os trovões e com a chuva.
Nos
países de língua espanhola, a denominação de quartos duplos equipados com cama
de casal é matrimonial; os com duas
camas de solteiro, é doble.
A
cama de casal do nosso quarto no Hotel Corrientes
Plaza era quase uma twin no padrão
americano, bem pequena.
Logo
quando chegamos ontem, pedi uma cama adicional. O colchão dela era tão mole
quanto o da cama de casal. Foi difícil conseguir dormir nela!
Tomamos
um café da manhã que era o máximo para os padrões dos hotéis onde vínhamos nos
hospedando ao longo da viagem: um buffet
com frutas, iogurte, presunto e queijo é coisa bem difícil por aqui.
Às 8
horas deixamos a cidade, debaixo de chuva, sentindo a umidade de novo e com o
nariz agradecendo.
Depois
de tanta secura e poeira, o sangramento nasal tem sido diário e há dias. De
tanto engolir sangue, até as fezes ficaram escuras.
Acho
que estou com déficit de Vitamina C,
pois não tenho comido alimentos coloridos, como é da minha rotina. As saladas e
as frutas têm passado longe!
Na
cidade de Posadas, paramos num posto da YPF
para abastecer e para aproveitar as instalações da lanchonete de lá e almoçar a
pizza que compramos ontem em Corrientes.
Lá,
encontramos um grupo de brasileiros viajando em 4 Jeeps. Eles havia feito um
trajeto pela famosa Ruta 40, na Argentina.
Ao
longo do trecho Posadas/Foz do Iguaçu, mantivemos contato com eles pelo rádio amador
e ficamos sabendo de várias coisas.
Tratavam-se
de pessoas de Curitiba (PR), e o carro que ia à frente (um Land Rover Defender) era da empresa de viagens Nômades Expedições.
Sílvia,
a proprietária, organiza viagens pelo Brasil e pela América do Sul (exceto pela
Bolívia).
Os
passageiros vão em seus próprios carros, seguindo o da empresa. Nos destinos,
tudo já está arranjado pela operadora. E é por esses serviços que eles pagam.
Como
passamos por motociclistas na estrada, indo para onde estávamos vindo.
Chegamos
à fronteira com o Brasil antes das 16 horas.
Passamos
pela aduana e pela migração argentina e seguimos para a aduana brasileira. No
lado brasileiro o carro não foi parado por ninguém.
Seguimos
para o Hotel Lawrence, onde já
ficamos hospedados antes. É mais barato e tem tudo que precisamos: boa garagem,
boa localização, bom café da manhã e Wi-Fi
nos quartos. Pagamos R$ 123,00 (US$ 60,00) pela diária.
Como
as lojas no Paraguai (nosso foco nesta escala) já estavam fechadas,
aproveitamos o tempo livre para ir ao salão de beleza dar uma renovada.
Fomos
ao Salão Helen, perto do hotel. Com
excelentes preços, cortamos o cabelo e fizemos as mãos. Ainda demos sorte, pois
a manicure trabalhava muito bem.
Que
alívio fazer tudo isso! Por dois cortes e duas mãos pagamos R$ 63,00 (US$ 30,73).
Jantamos
na Churrascaria La Cabana , também bem
perto do hotel. Foi uma oportunidade de matar a saudade da carne e da MPB (música
popular brasileira).
Quando
pedimos a conta, ela veio com o valor em real, em dólar, em euro e em guarani
(moeda do Paraguai). Cidade de fronteira é assim.....
Acréscimos
do Marcio
No café da manhã do Hotel Corrientes Plaza tinha até sucrilhos, coisa que eu adoro
comer junto com iogurte. Excelente!
Foi muito interessante o trecho entre
Posadas e Foz do Iguaçu, quando fomos batendo papo com o pessoal dos quatro
carros do Paraná. A freqüência que estava sendo utilizada era a 148.000 Mhz. O
rádio de comunicação realmente é um enorme facilitador quando se viaja em
grupo.
Entramos no Brasil com o GPS marcando 17.997 Km rodados.
Ficaremos em Foz do Iguaçu (PR) até a 2ª
feira, pois quero ver algumas peças para a Hilux, e a Concessionária Toyota (a
Toyotoshi) só abre novamente naquele dia.
Antes de irmos para o Hotel Lawrence, tentamos vaga no Hotel de Trânsito do
Exército, mas ele estava lotado. Foi uma
pena, pois pagaríamos muito menos.
É muito agradável e confortável estar de
volta ao seu país, onde você fala a língua, todos te entendem, os temperos das
comidas são familiares, etc. Ficamos praticamente 43 dias imersos no espanhol.
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