terça-feira, 4 de junho de 2013

(078) 2012 - Viagem ao Peru, Equador e Bolívia - PERU: DE LIMA PARA A RESERVA NACIONAL HUASCARÁN (VIA HUARAZ)


15º DIA – 18.09.2012 – 3ª feira

(PERU: Lima - Huaraz)

Às 8h15 deixamos o hotel e seguimos pela via expressa por um congestionamento imenso.

Observando aquilo, percebi que não é a existência de um corredor central para ônibus que resolve o problema de trânsito caótico, mas, sim, retirar os carros das ruas, com as pessoas trabalhando perto de onde residem. Somente quando formos para o trabalho a pé ou de bicicleta o problema será solucionado.

Bom, não sei como conseguimos deixar Lima sem bater o carro. Taxistas não dão mole para ninguém. A política reinante é a do "salve-se quem puder".

Eu já estava nervosa com tanta buzina e poluição. O policiamento fica louco, apitando o tempo todo para tentar agilizar as coisas, numa guarita no meio dos cruzamentos ou mesmo no asfalto.

Policial feminina em guarita no cruzamento: sem sucesso no controle do trânsito – Lima - Peru

Vimos muitos carros novos, mas parece que a frota em geral é velha e poluente.

Não posso esquecer das motos e das bicicletas adaptadas para levar 4 passageiros e outras coisas mais na parte à frente do piloto. Nunca vi isso!

Moto adaptada para o transporte de carga – Lima - Peru

Em toda a periferia vemos muito lixo e casas inacabadas (sem o reboco). Segundo nos informaram, é para não pagar (ou pagar menos) imposto.

Imóveis inacabados para pagar menos impostos – Lima - Peru

Com muita sorte saímos ilesos da capital peruana, rodando 33 Km em quase uma hora.

Garanto que este caos ainda não ganhou do trânsito do Cairo (Egito) e muito menos do de Nairobe (Quênia), esta última, a campeã.

Seguimos pela Rodovia Pan-americana, uma estrada excelente e rápida, privada, com 2 pontos de cobrança de pedágios, que custavam S/. 6,10 cada (US$ 2,36/R$ 4,85).

Rodovia Pan-americana: trecho de Lima para Huaraz - Peru

Há muitas áreas de agricultura familiar ao longo da estrada, que fica entre o Oceano Pacífico (à esquerda) e as montanhas de areia (à direita), pois estamos indo para o norte do Peru.

Aproveitei para continuar lendo, em PDF e no Smartphone, o livro 50 Tons de Cinza. Tenho me divertido com as experiências da ingênua Anastácia e o dominador Mr. Grey. Sem mais comentários.

Num determinado ponto viramos na Rodovia PE-16, rumo à cidade de Huaraz.

Logo após a mudança de rodovia, novo pedágio, que custou S/.7,50 (US$ 2,91/R$ 5,96). Aproveitamos para usar o sanitário. O vaso devia estar uns 10 cm abaixo da altura normal para nós.

Perto do meio-dia, paramos no povoado de Chasquitambo para almoço. O lugar fica no meio das montanhas, mas ainda abaixo de 1.000 m.

Restaurante Yazzuri, em Chasquitambo, entre Lima e Huaraz - Peru

Quase todo trecho beira o Rio Fortaleza e têm muitas fruterias.

Conheci o pepino, uma fruta doce, parecida com o pêssego. Eu já o havia experimentado no hotel em Cuzco.

Experimentei a cerveja da marca Cusqueña, feita na cidade de Cuzco e famosa pelo sabor, por causa do solo e da altitude.

Pepino, fruta doce cujo sabor é parecido com o do pêssego

A famosa Cusqueña

Comi o yakissoba deles; o Márcio, carne, arroz e batata frita. Mesmo com a garantia de que não era picante, ainda assim ardia.

Inca Kola, o guaraná peruano





Almoço em Chasquitambo: yakissoba e lomo saltado

Em Cajacay, passamos pela Laguna Conococha. Avistamos as montanhas com muita neve do Nevado Pastoruri.

Laguna Conococha, no caminho para Huaraz: 4.000 m de altitude

Neve no Cerro Pastoruri, no caminho para Huaraz - Peru

Lindíssimo o lugar! Com 4.000 m de altitude, a temperatura estava 5° C. Para aumentar o frio, havia a chuva. Com a umidade, acho que estava nevando nas montanhas.

Uma cena comum é ver a mulherada trabalhando. Parece que os homens foram para guerra e não voltaram. É muito raro vermos homens por aqui.

Chegamos a Huaraz às 15h30. Estava frio e nublado. Esse lugar é bem poeirento.

Chegada em Huaraz. Ao fundo, construções sem o reboco externo – Peru

O trânsito também é caótico, apesar de a cidade ser pequena. Os carros, como em todo o Peru, buzinam insuportavelmente.

Trânsito em Huaraz e velhinha encurvada pelo peso carregado nas costas por toda a vida - Peru

A opção de passeio a partir de Huaraz é para a Reserva Nacional Huascarán, localizada na Cordilheira Branca, com montanhas de 6 mil metros, geleiras e outras coisas lindas para ver.

Fomos ao escritório da administração da Reserva. Como estávamos em nosso próprio carro, a conversa e as orientações colhidas do funcionário foram direcionadas para as opções de passeios que poderíamos fazer com o veículo.

Decidimos gastar 3 dias inteiros desfrutando as belezas do local. Pagamos S/. 65,00 por pessoa (US$ 25,19/R$ 51,65) pelo bilhete para 3 dias de visitação. Este é considerado tour aventura. O funcionário (um senhor) nos deu várias informações importantes e vamos nos aventurar por lá.

Partiremos amanhã cedo.

Estamos hospedados no Hotel El Tumi, por S/. 170,00 (US$ 65,89/R$ 135,08). Está caro, mas tem garagem.

Huaraz sofreu um terremoto que destruiu toda cidade, exceto uma rua. Nessa rua as construções ainda são originais e a arquitetura da época pode ser observada.

Jantamos na Tratoria e Pizzaria Bruno. O Bruno é um francês que cozinha bem e que está aqui há 17 anos. Seu estabelecimento é um dos mais charmosos. Diria até que é inimaginável algo semelhante por aqui. Comemos bem e ficamos confortáveis.

Tratoria e Pizzaria Bruno. Um charme! Huaraz - Peru

Nós na Tratoria e Pizzaria Bruno – Huaraz - Peru

Almôndegas ao suco – Huaraz - Peru

Ravióli ao molho bolonheza – Huaraz - Peru

Descansaremos agora, ansiosos para aproveitarmos amanhã.

Acréscimos do Marcio

Para se chegar à cidade de Huaraz cruza-se toda a Cordilheira Negra. A cidade fica localizada entre as Cordilheiras Negra e Branca, a 3.800 m de altitude.
A rodovia PE-16 (do entroncamento da Pan-americana para Huaraz) tem pedágio e é de boa qualidade, mas o deslocamento é lento, pois é pelas montanhas, com muitas curvas e se sobe a mais de 4.000 m.
Em Huaraz, compramos o mapa da Reserva Nacional Huascarán por S/. 25,00 (US$ 9,69/R$ 19,86).
Troquei mais dólares por soles.
O ingresso que compramos na administração da Reserva é válido para 1 mês, pois somente havia opções para 1 dia ou para 1 mês. À noite, um turista austríaco nos abordou na feira de artesanato tentando vender o ingresso de 1 mês dele, utilizado por apenas 3 dias.

16º DIA – 19.09.2012 – 4ª feira

(PERU: Huaraz - Chacas)

Acordamos com um frio de 3° C do lado de fora do cobertor. Dormir acima dos 3 mil metros até que não foi difícil.

O café da manhã não estava incluído na diária. Pedimos pão, ovo com presunto e suco de laranja com mamão. Complementamos com banana e cereais que tínhamos conosco. Havia opções de combos, mas como não comíamos a maior parte das coisas que os integravam, fizemos assim.

Apesar de termos acordado antes das 6 h para sairmos bem cedo, o atendimento no restaurante do hotel inicia às 7 h e é enrolado. Atrasamos.

Frio de 3° C fora do cobertor – Huaraz - Peru

Fizemos o check-out e pagamos com dólar. A taxa utilizada pelo hotel foi de S/. 2,50 e não S/. 2,59, como na casa de câmbio onde fomos ontem.

Deixamos Huaraz às 8 h rumo à Cordilheira Branca e à Reserva Nacional Huascarán.

Paramos em um povoado para comprar bananas, onde havia várias mulheres em seus trajes típicos e com cartola na cabeça.

Eu me senti como num filme, e mais ainda quando a mulher que me vendeu a banana sorriu e mostrou os dentes revestidos com uma moldura de prata, parecendo uma cena de faroeste.

Na cidade de Yungay deixamos o asfalto para iniciar a subida até as montanhas geladas do parque.

Pegamos estrada de terra o tempo todo, até a Laguna Llanganuco.

Legal foi avistar, em quase todo trajeto, o Cerro Huascarán.

Cerro Huascarán, que dá nome à Reserva Nacional - Peru

Quando paramos num mirante do Huascarán para tirar umas fotos, um velhinho se aproximou e acabou fazendo parte do nosso registro.

Nós e o velhinho peruano com o Cerro Huascarán ao fundo - Peru

Depois, ele pediu propina e acabamos dando a ele uma caixinha de suco de caju.

O céu estava absurdamente azul e a temperatura beirava os 30° C no sol forte. Para não cozinharmos, começamos a tirar as roupas de frio. Eu esperava muito frio.

Paramos em uma das duas guaritas da Reserva, mostramos os bilhetes e eles passaram um rádio para a outra avisando que estávamos entrando. Colhemos algumas informações e seguimos.

Sede da Reserva Nacional Huascarán - Peru

Não existem mapas para fornecer ao turista, mas somente informações verbais. A estrutura é fraca, bem diferente das dos parques nos Estados Unidos, na Argentina e no Chile. Ainda bem que compramos o mapa do circuito em Huaraz! Caso contrário, ficaria bem difícil, mesmo com o GPS, que possuía em sua memória quase todas as atrações.

No trajeto, cruzamos com um casal francês, o Sebastian e a Maude, que estava há mais de um ano viajando pela América do Sul num Land Rover Discovery trazido de navio da França. Registramos nosso encontro, que aconteceu numa quebrada (encontro de duas montanhas).

Sebastian e Maude, na Reserva Nacional Huascarán - Peru

Uma “quebrada” na Reserva Nacional Huascarán - Peru
Uma “quebrada” na Reserva Nacional Huascarán - PerUma “quebrada” na Reserva Nacional Huascarán - PeruUma “quebrada” na Reserva Nacional Huascarán - Peru
Uma "quebrada" na Reserva Nacional Huascrán - Peru
 

Continuamos rodando até que chegamos a duas lagunas do Complexo Llanganuco. Elas eram de uma cor azul-turquesa impressionante!

Há a laguna fêmea, a Chinancocha, com 28 m de profundidade, e a macho, a Orconococha.

Laguna Chinancocha, a 3.850 m de altitude e com 28 m de profundidade

Laguna Orconococha – Reserva Nacional Huascarán - Peru

Quanto mais subíamos na estrada cheia de curvas, mais de perto víamos a Cordilheira Branca, com muita neve nas montanhas.

O interessante é que fazia um calor com sensação de 40º C, havia uma poeira infernal, com um pó fino, e sentíamos cada vez mais a altitude.

Em um determinado ponto, e por sugestão do guarda-parque, paramos o carro e iniciamos a trilha para a Laguna 69. Um guia que encontramos nos disse que ela duraria de 4 a 5 horas, ida e volta.

Mesmo contra a vontade do Marcio, seguimos a pé com o objetivo de ter o visual maravilhoso de uma lagoa azul, rodeada por uma geleira.

Trilha para a Laguna 69, localizada lá ao fundo, ao pé da geleira

Começamos bem, passamos por um camping e vimos umas pessoas aguardando a chegada de umas mulas para carregar suas bagagens. Pensamos que eles talvez fossem escalar a geleira.

Nosso problema começou quando começamos a subir mais. Mudávamos um metro de altitude e parecia que tinha sido um quilômetro.

Qdo iniciamos a caminhada, já estávamos a mais de 3.000 m de altitude

O fôlego estava curto, tanto para mim quanto para o Marcio. Víamos cachoeiras de degelo e a montanha gelada cada vez mais perto, mas não nunca chegava.

A laguna que queríamos estava ali atrás, mas era muuuuito difícil caminhar!

Era muito tentador continuar, mas desistimos depois de 1 hora de caminhada. Estava perigoso.

Chegamos a Huaraz ontem, com 3 mil metros de altitude, e não tivemos tempo de aclimatar como fizemos em Cuzco (para irmos a Machu Picchu). Acho que seriam precisos uns 3 dias hospedados nesta altitude para nos acostumarmos e agüentarmos a falta de oxigênio.

Apesar de não termos alcançado nosso objetivo, curtimos os visuais e o contato com a natureza.

Vimos jumentos com franja, cavalos, vacas, muitos pássaros pequenos e árvores descamando o tronco. Uma paisagem não esperada nesta altitude.

Jumento peludo e com franja – Reserva Nacional Huascarán - Peru

Nosso carrinho perto do céu – Reserva Nacional Huascarán – Peru

Na Reserva Nacional Huascarán existem 60 montanhas. Destas, trinta estão acima dos 6.000 m de altitude. Deve ser o maior complexo com essa característica no planeta.

Sessenta montanhas. Trinta estão acima dos 6.000 mReserva Nacional Huascarán - Peru

Paisagem belíssima na Reserva Nacional Huascarán - Peru

Seguimos viagem, e aos 4.770 m pudemos ver uns 7 dos sessenta cerros nevados da Cordilheira Branca.

Nossa posição dentro da Reserva Nacional Huascarán – Peru

Às 17 horas chegamos a Yanama, mais um povoado dentro da Reserva. Na Prefeitura, colhemos informações sobre a distância para o povoado de Chacas. Eles usam o tempo para informar a distância, e não a quilometragem.

Disseram que Chaca ficava a 50 minutos de Yanama. Na rua, três pessoas informaram tempos diferentes, desde uma hora e meia até 3 horas de percurso.

Seguimos. Enfrentamos em todo o trecho uma estrada de terra, com curvas sinuosas, com abismos de um lado e a montanha do outro.

Gastamos uma hora e meia de Yanama a San Luis, aonde chegamos às 19 h. Como este povoado era muito precário em hospedagem, resolvemos seguir para dormir em Chacas, 1 h adiante.

Nesse trecho, passamos um susto danado com o carro. De repente ele se apagou totalmente, como se a bateria tivesse sido arrancada. Era noite, no meio do mato, mas ainda nos arredores do povoado de San Luis.

Nossa primeira atitude foi pegar a lanterna e abrir o capô. As lanternas de pilha resolveram não funcionar. Peguei o celular na bolsa e ele já clareou alguma coisa dentro do carro. Fui até minha mala de pernoite, no banco traseiro, e peguei uma lanterna à bateria. Foi nossa sorte: ela funcionou.

O Marcio descobriu que um dos dois terminais da bateria (o negativo) tinha sido desgastado em parte, e o contato entre ele e a abraçadeira do cabo ficava instável com a trepidação da estrada.

Demos sorte de isso não ter acontecido mais cedo, na estrada com o penhasco do lado. Teríamos sobrado numa das curvas e caído lá embaixo.

Apertado o parafuso, seguimos para Chacas.

Tivemos novamente sorte! Em Chacas havia o Hotel e Restaurante El Mirador, um oásis naquele contexto, com bom quarto e banheiro privado com água quente. O pernoite ficou em S/. 130,00 (US$ 50,39/R$ 103,29).

Jantamos bem. Toda a comida foi feita na hora, num fogão à lenha que aquecia todo o ambiente.

Tomamos sopa de verduras e eu comi macarrão e um bifão mal passado com batatas gratinadas.

Sopa de legumes no Hotel e Restaurante El Mirador – Chacas - Peru

Bife mal passado com batatas gratinadas

Durante nosso jantar, a família de seis pessoas e um amigo também jantaram numa sala ao lado. Bem religiosos, agradeceram a Deus pela comida.

Segundo o dono do lugar, o Galdêncio, o pisco é uma bebida nacional e por isso é encontrado em todos os lugares do Peru. Ele disse que na confecção de um bom pisco sour deve ser utilizado o açúcar comum, e não o cristal, para se obter um melhor sabor e cor.

Tiramos algumas dúvidas sobre o trajeto de amanhã. A esposa dele, a Rosa, ficou espantada de termos encontrado o hotel deles pelo GPS. Tive que explicar a ela o que era o aparelho. Amanhã vamos mostrar-lhe o equipamento.

Parece que um trator passou em cima de nós. Estamos acabados, porém quando lembro dos cartões postais que vimos, tudo fica bem.

Está difícil de respirar aqui também.

Amanhã a aventura continua!

Acréscimos do Marcio

O casal de franceses que encontramos hoje (Sebastian e Maude) trouxe seu Land Rover da França de navio. Eles vão ficar um ano e meio pela América do Sul. Já tinham ido à Bolívia e ao Brasil (Mato Grosso).
Quando o carro apagou (motor e luzes), quase bati na montanha que estava do lado esquerdo. A porta do meu lado nem abria totalmente, pois estava muito próxima do morro.
O problema foi causado pelo deslocamento da bateria de sua base, devido, talvez, por ter sido deixada frouxa na Concessionária Toyota de Cuzco.
Com a trepidação da estrada, ela foi “andando” e forçando o terminal negativo. Com isso, houve um desgaste deste terminal, que não ficou mais firme com o aperto normal. Coloquei a abraçadeira meio torta, para que ficasse firme e pudéssemos sair dali e chegar a Chacas. Deu certo o gatilho e o carro voltou a funcionar.

17º DIA – 20.09.2012 – 5ª feira

(PERU: Chacas - Huarney)

Acordamos antes das 6 horas. Tanto eu como o Marcio não dormimos muito bem devido à altitude. Estamos a 3.850 m. Dá um aperto no peito e o fôlego fica curto, fazendo-nos suspirar várias vezes.

Para completar, com tanta poeira que enfrentamos ontem, tenho tido sintomas de rinite. A coriza e a obstrução nasais têm sido constantes, mesmo lavando o nariz com soro fisiológico. Hoje tomei um Alegra 180, para ver se resisto mais à poeira que teremos pela frente.

O nosso café foi no hotel, e dos mais caprichosos. A louça estava arrumada com zelo e a comida fresquinha. Tinha pão de piso, ovo mexido com presunto, suco de laranja e café. Pedi um tazón (tigela em espanhol) para colocar os cereais com a banana. As bananas daqui são bem doces e saborosas.

A família dona do hotel é simpática. Com quatro filhos, a Rosa e o Galdêncio tentam prestar um bom serviço.

O Marcio mostrou à família o GPS, pois eles não conheciam tal equipamento. A Rosa anotou as coordenadas do hotel para colocá-las nos próximos cartões de visita.

Nosso “motorista” conseguiu dar um jeito no problema da bateria do carro, preenchendo com arame o espaço entre o parafuso da bateria e a abraçadeira. Além disso, apertou toda a fixação da bateria. É um Magaiver!

Às 8 horas deixamos Chacas, com um céu azul, porém com algumas nuvens nas montanhas.

Voltamos para San Luis por outra estrada, sugerida pelo Galdêncio, na esperança de ser mais curta, mas não mudou nada. Havia muitos pastores com vacas e ovelhas no caminho, o que tornou o trecho cheio de curvas ainda mais lento.

Velhinhas pastoras na estrada para San Luis - Peru

As pessoas por aqui têm as bochechas rosadas, mesmo sendo morenas. Talvez por terem mais hemácias em decorrência da alta altitude onde vivem.

Parece que os jovens e os homens não moram nesta região. Vemos muita gente de meia-idade para cima e que, de carregar peso nas costas ao longo da vida, são encurvadas para frente.

A estrada para San Luis não constava no GPS. Achamos o caminho no boca a boca. Todas as pessoas são gentis e nos ajudam nas nossas dúvidas.

Passamos por montanhas com escarpas em granito que eu nunca tinha visto antes. Espetacular! A Laguna Huachococha com o espelho d’água das escarpas era sensacional.

Uma tenda feita com capim, dotada de um bom colchão, fechavam o encanto do lugar, a 4.300 m.

Laguna Huachococha e o espelho d’água. Por mim, o nome dela seria Laguna do Espelho – Reserva Nacional Huascarán - Peru

A Lindinha descansando na tenda de capim – Reserva Nacional Huascarán - Peru

A tenda, o Marcio e nossa Toyota SW4 – Reserva Nacional Huascarán – Peru

Próximo ao povoado de Huari a estrada voltou a aparecer no GPS, mostrando o Rio Huari.

A região é rica em rios formados pelo degelo da neve das montanhas. Imagino que se deixasse de nevar por aqui, desapareceria toda a população que vive nesses arredores com essa água.

Chegamos a Huari e visitamos a Laguna Purhuay. De cor cinza, mesmo com o céu azul, fica localizada dentro de um rochedo e tem um visual pitoresco.

Aproveitamos e lanchamos os sanduíches que estavam conosco há 3 dias. Estavam guardados no “carro-freezer” e ainda estavam bons. Tomamos o guaraná deles, o Inca Kola, no país desde 1937. Achei que tem muito gás, e a cor e o sabor lembram um pouco o do abacaxi.

Laguna Purhuay, próximo ao povoado de Huari - Peru

Nós e a Laguna Purhuay, a mais de 2.000 m de altitude - Peru

Laguna Purhuay – Reserva Nacional Huascarán - Peru

A partir de Huari a estrada era asfaltada. Nem acredito que acabaram o sacolejo e a poeira da estrada de terra! Porém, acabaram também os visuais bacanas que vimos e vivemos.

A nossa alegria durou pouco. O asfalto entre Huari, Chavín e Catac era sempre interrompido por trechos de terra.

Em Chavín, eu estava crente que ia almoçar uma sopa, mas a cidade é decepcionante. Acabei comendo mesmo mais dos nossos sanduíches com suco.

Fomos até 4.600 m de altitude e passamos por um túnel debaixo de uma montanha nevada, onde fazia um frio intenso.

Passamos, com chuva e neve, pela Laguna Querococha, de águas escuras, a 4 mil metros. A temperatura externa era 7° C.

Laguna Querococha, na Reserva Nacional Huascarán - Peru

Laguna Querococha com chuva e com frio de 7°C - Peru

Saímos da Reserva sem passar por qualquer guarita. Acho que se tivéssemos comprado o passe de um dia, por S/. 5,00/pessoa (US$ 1,94/R$ 3,97), teria dado certo. Compramos o de S/. 65,00/pessoa (US$ 25,19/R$ 51,65), para 30 dias, com uso efetivo de apenas dois. Não teremos como saber se teria dado certo.

Voltamos para a Rodovia Pan-americana quase às 18 horas. Encarar a estrada à noite não é fácil. Ainda mais aqui, onde os motoristas que estão atrás não têm paciência e buzinam para que você saia da frente. A ordem é ultrapassar ou deixar que passem.

Outra coisa ruim é que aqui aquela “convenção” para avisar quando se pode ultrapassar (no Brasil: pisca-pisca ligado para a direita) é o oposto da nossa (no Peru: pisca-pisca ligado para a esquerda). Dá um nó na nossa cabeça!

Chegamos a Huarmey pouco após 19 horas. Não deu para chegarmos a Trujillo, como planejado. Tínhamos acordado bem cedo e dormido mal, e não seria seguro seguir mais um pouco.

O pernoite foi na Posada Huarmey, na beira da estrada, com banheiro privado, Wi-Fi, café dá manhã, garagem e água quente no chuveiro (detalhes importantes por aqui), por S/. 130,00 (US$ 50,39/R$ 103,29).

Estava bem frio e a água do chuveiro não esquentou direito durante o meu banho. No banho do Marcio já estava quente. Dei azar de ser a primeira da fila.

O Wi-Fi estava com o sinal muito fraco e não deu para postar as fotos no Blog, como eu queria. Acho que tinha muita gente usando e tumultuou a rede.

Jantamos no restaurante da pousada. É um perigo andar pelas ruas de qualquer cidade peruana. Durante a procura por hospedagem, o Marcio quase bateu numa daquelas motocas-táxis de 3 rodas. Uma desgraça infratora das regras! Eles acham que estão num carro, mas não seguem as regras para um carro: não usam a seta, avançam sinal, etc.

Comemos o de sempre. Eu, um macarrão; o Marcio, bife com batata e arroz.

Agora é dormir, mesmo com o barulho de caminhões na estrada.

Acréscimos do Marcio

O Hotel El Mirador, em Chacas, fica nas coordenadas S 09° 09.516` e W 077° 21.990’, na altitude 3.382 m.
O carro foi super-econômico no último trecho (9,04 Km/l), já que andou quase sempre com a reduzida engatada. Pela altitude, o motor não tinha força e tivemos que utilizar a reduzida várias vezes.

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