segunda-feira, 10 de junho de 2013

(087) 2012 - Viagem ao Peru, Equador e Bolívia - PERU: DO VALE DOS CONDORES PARA PUNO (LAGO TITICACA)


32º DIA – 05.10.2012 – 6ª feira
(PERU: Cabanaconde - Puno)

Acordamos antes das 6 horas para tomar café e sair para ver os condores.

A noite foi péssima. Para mim, por causa da dor horrorosa na cabeça; para o Marcio, por estar com diarréia e com falta de ar. É muito difícil a adaptação à falta de oxigênio.

Na madrugada, eu sentia tudo seco. Eu sentia a pele do rosto como se estivesse sem creme, e a garganta e o nariz estavam bem secos. Com o frio, a baixa umidade fica acentuada.

O Marcio tem tomado soro para não desidratar, além de floratil, para recompor a flora bacteriana.

O visual da janela da pousada é de babar! Vêem-se nevados e pode-se observar a rotina agrícola dos moradores.

Visual da janela do nosso quarto na Posada Kuntur Wassi – Cabanaconde - Peru

Normalmente o café da manhã da pousada é servido no sistema americano, mas como hoje há muitos hóspedes, optaram pelo buffet. Muito fraco! Só tinha suco de abacaxi e não foram servidos nem queijo nem presunto.

O Marcio comeu só uma banana e tomou chá de maçã.

Às 7h15 deixamos a pousada e rodamos 20 minutos pelo asfalto, em direção ao mirante Cruce Del Condor.

Fomos os primeiros a chegar, mas tinham apenas dois condores, que voavam longe de onde estávamos.

Seguimos para o Mirador Tapay, a 4 Km dali, e tinham 5 deles voando só para nós. Foi incrível ver aquela ave com 3 m de envergadura voando bem perto de mim. Dava até para escutar o barulho do seu vôo, de tão próximo que ele passou.

Acho que é uma fêmea ou filhote, pois não tem o colar branco ao redor do pescoço

Este deve ser o macho, pois tem o colar branco ao redor do pescoço

O vale é lindo! E lá embaixo estão os condores - Chivay - Peru



ale é lindo! E lá embaixo estão os condores – Chivay - PeruSSSeguimos para Chivay pela estrada de terra, e quando passamos pelo mirante onde estávamos antes havia umas vinte vans, além de alguns ônibus. Era muita gente só para ver os condores.

No Vale dos Condores – Chivay – Peru

Pode parecer bobeira, mas o condor é grande mesmo e fascina.

Paramos em Chivay e compramos o “almoço”: pão e suco.

Seguimos e chegamos à Reserva Nacional Salinas y Aguada Blancas. A área é imensa e ocupa quase todo trecho que vai de Chivay a Puno.

Na Reserva há lagos, vulcões, montanhas com rochas de aparência diferente, além de patos, gansos, lhamas e vicunhas.

A altitude chegou a 4.900 m. Quase morri quando caminhei um pouco para tirar umas fotos.

Perto das 13 h, paramos num parador na proximidade de dois vulcões, o Misti e o Chachani. Muito bonito o lugar! Em frente têm algumas pedras desgastas pelo vento.

Rochas esculpidas pelo vento - Peru

Mais montanhas nevadas na Reserva Nacional Salinas y Aguada Blancas - Peru

Vulcão Misti, na Reserva Nacional Salinas y Aguada Blancas: caminho para Puno – Peru

Lá, havia um restaurante. Pedimos filé de frango, a la plancha (grelhado) e arroz branco. O Marcio ainda está com diarréia e comeu bem pouco.

No local havia uma janela de vidro com diversos adesivos de viajantes colados. O Marcio não perdeu tempo e colocou o nosso lá.

Janela com adesivos de viajantes independentes. O nosso agora está lá também - Peru

Deste parador em diante, a estrada corta a Reserva e há muitos caminhões.

Vimos muitos flamingos nas Lagunas Parihuana e Lagunillas. Havia também mais patos e gansos andinos.

Flamingos na Laguna Parihuana, na Reserva Nacional Salinas y Aguada Blancas - Peru

Flamingos na Laguna Lagunillas, na Reserva Nacional Salinas y Aguada Blancas – Peru

A fauna é muito rica no local. Vimos vacas com tetas enormes, nunca vistas antes por nós.

Imagina a quantidade de leite que tem ali!

Chegamos a Puno e já tivemos o visual do Lago Titicaca. Imenso!

Escolhemos o Hotel La Hacienda Plaza de Armas, na Plaza de Armas de Puno. É ótimo! Bem localizado, tem estrutura do quarto boa, banheira, Wi-Fi razoável e café da manhã no sistema de buffet.

O Marcio deu uma dormida e eu fui atualizar o Blog, pois como não temos tido internet de boa qualidade nos hotéis, a migração das fotos está bem atrasada.

Compramos um passeio pelo Lago Titicaca para amanhã. Hoje estamos exaustos, pela diarréia e por causa da altitude.

Jantamos no restaurante do hotel mesmo. O cardápio é variado e a cozinha é boa.

Agora é dormir e amanhã será outro dia de atrações.

Acréscimos do Marcio

A estrada que vai de Chivay para Arequipa está com buracos.
Subimos a quase 5.000 m.
Quando chegamos a Puno, por mais que tivéssemos tentado, não encontramos o hotel indicado pelo Edgard, o garçom da pousada em Cabanaconde.
Acabamos ficando no La Hacienda Plaza de Armas, pelo preço de S/. 154,80 (US$ 60,00/R$ 123,00) a diária, com garagem. Até o momento é o melhor chuveiro da viagem.
A garagem é um pouco distante e bagunçada, mas é o jeito.
Compramos o passeio de dia inteiro pelo Lago Titicaca por S/. 140,00/casal (US$ 54,26/R$ 111,24).

33º DIA – 06.10.2012 – Sábado

(PERU: Puno)
Acordamos às 5h15. Eu tive uma noite de cão, com uma dor na cabeça de lascar. Além disso, não conseguia respirar direito. O lençol aquece bem, mas pesa muito e contribui para a respiração difícil.

O Marcio finalmente conseguiu dormir bem e melhorou da barriga.

O hotel é bom e ficamos confortáveis, mas a garagem fica a 2 quadras daqui, o que não é muito cômodo.

Uma coisa interessante: em nenhum dos hotéis onde já ficamos nesta viagem (Peru e Equador) o banheiro tem ducha higiênica ou bidê.

Tomamos o café da manhã pelo sistema buffet, com boa variedade.

Às 6h50 chegou ônibus para irmos para o passeio no Lago Titicaca.

Até o porto o trajeto foi curto.

Começamos o passeio no Lago Titicaca às 7h25. Partimos da Baía de Puno.

Baía de Puno: barcos para os passeios turísticos no Lago Titicaca - Peru

Ancoradouro no Lago Titicaca – turistas se encaminhando para o embarque - Peru

O guia Julio dando explicações sobre o passeio

Interior do nosso barco do passeio no Lago Titicaca – Puno - Peru

O guia falava em inglês e em espanhol. Ele explicou que 60% do lago, que está a 3.820 m de altitude, pertencem ao Peru e 40% à Bolívia.

As águas do lago estão contaminadas, apesar de o governo manter um programa para despoluição. Ela evapora cerca de 1 m na estação seca e, devido à falta de oxigênio, aumenta a concentração de sujeira.

A totora é uma planta existente no lago que ajuda na limpeza e no sustento de toda a população que mora em ilhas flutuantes.

Chegamos às ilhas flutuantes. Desembarcamos e nos foi explicado como a totora é utilizada na construção das ilhas e das casas, e como tudo é mantido.

Andar no piso da ilha é diferente. Dá a sensação de que os pés vão afundar, mas isso não acontece.

É bem turístico, mas vale a pena por ser diferente.

Explicações do guia sobre as ilhas – Lago Titicaca - Peru

Nativo explica o uso da totora na fabricação das ilhas e das casas



Nativo explica o uso da totora na fabricação das ilhas e das casasNós e uma casa construída de totora – Lago Titicaca - Peru

As mulheres fazem artesanato e cobram caro por isso.

Fizemos um curto passeio entre as ilhas em um barco feito de totora. Pagamos S/. 10,00/pessoa (US$ 3,88/R$ 7,95) e ainda demos gorjeta para duas crianças que estavam no barco fazendo graça.

Barco de totora – Lago Titicaca - Peru

Nativas dando as boas-vindas – Lago Titicaca - Peru

Menina que (foi-nos dito) vive em uma das ilhas de totora – Lago Titicaca - Peru

Fazendo graça após ter passado o chapéu para as gorjetas – Lago Titicaca - Peru

Panorâmica (do alto de uma torre) da ilha de totora – Lago Titicaca - Peru

Cidade turística feita de totora: tudo limpo e organizado para turista ver

Às 9h30 o barco partiu para Taquile, nosso segundo ponto de parada.

O deslocamento durou 2h30. Foi bom para aproveitar o sol e o visual do Lago Titicaca, que mais se parece com o mar, bem azul pelo reflexo do céu.

Durante o trajeto, conhecemos a brasileira Carol, de Salvador, e batemos um papo sobre o Peru.

O barco chegou à ilha por volta do meio-dia.

Para chegarmos à vila onde almoçamos, no topo da ilha, tivemos que subir a maior ladeira. Foi extremamente cansativo.

Lago Titicaca visto do alto da Ilha Taquile - Peru

Passeando pela Ilha Taquile - Peru

A paisagem: boa desculpa para uma parada para descanso – Ilha Taquile - Peru

O almoço custou S/. 20,00/pessoa (US$ 7,75/R$ 15,89), e incluía truta com arroz e sopa de quinoa.

Almoçamos sem lavar as mãos com sabão, pois não havia no restaurante. Isso não pode ser considerado estranho pelos padrões de higiene que temos visto por toda a viagem.

É tudo muito simples.

Enquanto aguardávamos o almoço, o guia explicou toda rotina da ilha e a cultura do povo que vive lá.

Os homens usam, desde crianças, chapéus que identificam os solteiros, os casados e os líderes. Há 20 líderes, e eles usam um chapéu preto; os solteiros usam um gorro de lã branco com vermelho; os casados, o gorro todo vermelho.

Dá até agonia de ver o quanto eles devem ser machistas! As mulheres trabalham muito e cuidam de muitas crianças. Há muitas nas ilhas.

Mulher com manto se protegendo do sol. O menino usa o gorro de solteiro

Nativos casado (E) e líder (D) – Ilha Taquile - Peru

Tudo que sobre, desce. Visual do Lago Titicaca, que parece mar - Peru

Às 14 h iniciamos a volta para Puno. O barco teve problema e paramos diversas vezes.

Tudo foi resolvido com uma gambiarra para o combustível.

Demos sorte! Se não resolvesse, teria que vir um socorro da cidade, que ficava a mais de uma hora do local onde estávamos.

O sol se foi e o frio imediatamente chegou com o vento.

Seguimos viagem. Como nos atrasamos, conseguimos ver o pôr-do-sol nas montanhas de Puno, com o lago abaixo.

Gambiarra para a gasolina

Belo pôr-do-sol no Lago Titicaca - Peru

À direita, plantação de totora – Lago Titicaca - Peru

O passeio é legal de se fazer, mas o barco tem cadeiras de ônibus, somente um WC e poderia ser mais veloz.

Como o barco é antigo, todo fechado e as janelas não abrem, fica com um pouco de cheiro de monóxido de carbono do escapamento do motor.

Além disso, nas horas mais quentes do dia fica um calor danado lá dentro. A opção é ficar na parte traseira ou na parte superior do barco, ambas, totalmente abertas e, por isso, um bom casaco corta-vento é recomendado pelo vento frio.

É imperioso levar para este passeio água, protetor solar, óculos escuros, chapéu, tênis, calça para caminhada e papel higiênico, pois não há nos sanitários. O sol e seu reflexo na água do lago são muito fortes e queimam mesmo a pele!

Chegamos ao porto às 18 horas, e já nos esperava a van para o transfer para o hotel.

Agora é jantar no hotel mesmo e amanhã seguir para a Bolívia.

Acréscimos do Marcio

Nosso guia Julio falava em inglês e em espanhol bem pausadamente, perfeito para estrangeiros na língua entenderem a mensagem.
Havia hispanos e alemães a bordo.
Todas as tarefas na Ilha Taquile são compartilhadas entre os sexos. Os homens, inclusive, fiam a lã.
A Carol, baiana que conhecemos no barco, estava viajando com um namorado argentino, o Andrei.
Na volta, a bomba de combustível do barco (motor V-8) deu problema. Até o marinheiro/piloto/mecânico concluir que o problema estava na bomba, várias desmontagens do carburador foram realizadas, sempre na suposição de que havia algum entupimento na linha de alimentação do motor.
Tudo foi resolvido fazendo a gasolina chegar ao carburador por gravidade, colocando-se o galão no teto do barco.

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