32º DIA – 05.10.2012 – 6ª feira
(PERU: Cabanaconde
- Puno)
Acordamos antes das 6 horas para tomar café e sair para ver
os condores.
A noite foi péssima. Para mim, por causa da dor horrorosa na
cabeça; para o Marcio, por estar com diarréia e com falta de ar. É muito difícil
a adaptação à falta de oxigênio.
Na madrugada, eu sentia tudo seco. Eu sentia a pele do rosto
como se estivesse sem creme, e a garganta e o nariz estavam bem secos. Com o
frio, a baixa umidade fica acentuada.
O Marcio tem tomado soro para não desidratar, além de floratil,
para recompor a flora bacteriana.
O visual da janela da pousada é de babar! Vêem-se nevados e pode-se
observar a rotina agrícola dos moradores.
Visual da janela do nosso
quarto na Posada
Kuntur Wassi – Cabanaconde - Peru
Normalmente o café da manhã da pousada é servido no sistema
americano, mas como hoje há muitos hóspedes, optaram pelo buffet. Muito fraco! Só tinha suco de abacaxi e não foram servidos
nem queijo nem presunto.
O Marcio comeu só uma banana e tomou chá de maçã.
Às 7h15 deixamos a pousada e rodamos 20 minutos pelo asfalto,
em direção ao mirante Cruce Del Condor.
Fomos os primeiros a chegar, mas tinham apenas dois condores,
que voavam longe de onde estávamos.
Seguimos para o Mirador
Tapay, a 4 Km
dali, e tinham 5 deles voando só para nós. Foi incrível ver aquela ave com 3 m de envergadura voando bem
perto de mim. Dava até para escutar o barulho do seu vôo, de tão próximo que
ele passou.
Acho que é uma fêmea ou
filhote, pois não tem o colar branco ao redor do pescoço
Este deve ser o macho,
pois tem o colar branco ao redor do pescoço
Seguimos para Chivay pela estrada de terra, e quando passamos
pelo mirante onde estávamos antes havia umas vinte vans, além de alguns ônibus. Era muita gente só para ver os condores.
No Vale dos Condores – Chivay – Peru
Pode parecer bobeira, mas o condor é grande mesmo e fascina.
Paramos em Chivay e compramos o “almoço”: pão e suco.
Seguimos e chegamos à Reserva
Nacional Salinas y Aguada Blancas. A área é imensa e ocupa quase todo
trecho que vai de Chivay a Puno.
Na Reserva há lagos, vulcões, montanhas com rochas de
aparência diferente, além de patos, gansos, lhamas e vicunhas.
A altitude chegou a 4.900 m . Quase morri quando caminhei um pouco
para tirar umas fotos.
Perto das 13 h, paramos num parador na proximidade de dois vulcões, o Misti e o Chachani. Muito
bonito o lugar! Em frente têm algumas pedras desgastas pelo vento.
Rochas esculpidas pelo
vento - Peru
Mais montanhas nevadas na
Reserva Nacional
Salinas y Aguada Blancas - Peru
Vulcão Misti, na Reserva
Nacional Salinas y Aguada Blancas: caminho
para Puno – Peru
Lá, havia um restaurante. Pedimos filé de frango, a la plancha (grelhado) e arroz branco. O
Marcio ainda está com diarréia e comeu bem pouco.
No local havia uma janela de vidro com diversos adesivos de
viajantes colados. O Marcio não perdeu tempo e colocou o nosso lá.
Janela
com adesivos de viajantes independentes. O nosso agora está lá também - Peru
Deste parador em
diante, a estrada corta a Reserva e há muitos caminhões.
Vimos muitos flamingos nas Lagunas Parihuana e Lagunillas.
Havia também mais patos e gansos andinos.
Flamingos
na Laguna Parihuana,
na Reserva Nacional Salinas y Aguada Blancas - Peru
Flamingos
na Laguna Lagunillas,
na Reserva Nacional Salinas y Aguada Blancas – Peru
A fauna é muito rica no local. Vimos vacas com tetas
enormes, nunca vistas antes por nós.
Imagina a quantidade de
leite que tem ali!
Chegamos a Puno e já tivemos o visual do Lago Titicaca. Imenso!
Escolhemos o Hotel La Hacienda Plaza de
Armas, na Plaza de Armas de Puno.
É ótimo!
Bem localizado, tem estrutura do quarto boa, banheira, Wi-Fi razoável e café da manhã no sistema de buffet.
O Marcio deu uma dormida e eu fui atualizar o Blog, pois como não temos tido internet
de boa qualidade nos hotéis, a migração das fotos está bem atrasada.
Compramos um passeio pelo Lago Titicaca para amanhã. Hoje estamos exaustos, pela diarréia e
por causa da altitude.
Jantamos no restaurante do hotel mesmo. O cardápio é variado
e a cozinha é boa.
Agora é dormir e amanhã será outro dia de atrações.
Acréscimos
do Marcio
A estrada que vai de
Chivay para Arequipa está com buracos.
Subimos a quase 5.000 m .
Quando chegamos a Puno,
por mais que tivéssemos tentado, não encontramos o hotel indicado pelo Edgard,
o garçom da pousada em Cabanaconde.
Acabamos ficando no La Hacienda Plaza de Armas, pelo
preço de S/. 154,80 (US$ 60,00/R$ 123,00) a diária, com garagem. Até o momento
é o melhor chuveiro da viagem.
A garagem é um pouco
distante e bagunçada, mas é o jeito.
Compramos o passeio de
dia inteiro pelo Lago
Titicaca por S/. 140,00/casal (US$
54,26/R$ 111,24).
33º DIA – 06.10.2012 – Sábado
(PERU: Puno)
Acordamos às 5h15. Eu tive uma noite de cão, com uma dor na
cabeça de lascar. Além disso, não conseguia respirar direito. O lençol aquece
bem, mas pesa muito e contribui para a respiração difícil.
O Marcio finalmente conseguiu dormir bem e melhorou da
barriga.
O hotel é bom e ficamos confortáveis, mas a garagem fica a 2
quadras daqui, o que não é muito cômodo.
Uma coisa interessante: em nenhum dos hotéis onde já ficamos
nesta viagem (Peru e Equador) o banheiro tem ducha higiênica ou bidê.
Tomamos o café da manhã pelo sistema buffet, com boa variedade.
Às 6h50 chegou ônibus para irmos para o passeio no Lago Titicaca.
Até o porto o trajeto foi curto.
Começamos o passeio no Lago
Titicaca às 7h25. Partimos da Baía de
Puno.
Baía de Puno: barcos para
os passeios turísticos no Lago Titicaca - Peru
Ancoradouro no Lago Titicaca – turistas se encaminhando para o embarque
- Peru
O guia Julio dando
explicações sobre o passeio
Interior do nosso barco
do passeio no Lago
Titicaca – Puno - Peru
O guia falava em inglês e em espanhol. Ele
explicou que 60% do lago, que está a 3.820 m de altitude, pertencem ao Peru e 40% à
Bolívia.
As águas do lago estão contaminadas, apesar de o governo manter
um programa para despoluição. Ela evapora cerca de 1 m na estação seca e, devido à
falta de oxigênio, aumenta a concentração de sujeira.
A totora é uma
planta existente no lago que ajuda na limpeza e no sustento de toda a população
que mora em ilhas flutuantes.
Chegamos às ilhas flutuantes. Desembarcamos e nos foi explicado
como a totora é utilizada na
construção das ilhas e das casas, e como tudo é mantido.
Andar no piso da ilha é diferente. Dá a sensação de que os
pés vão afundar, mas isso não acontece.
É bem turístico, mas vale a pena por ser diferente.
Explicações do guia sobre
as ilhas – Lago
Titicaca - Peru
Nativo explica o uso da totora na fabricação das ilhas e das casas
Nós e uma casa construída
de totora – Lago
Titicaca - Peru
As mulheres fazem artesanato e cobram caro por isso.
Fizemos um curto passeio entre as ilhas em um barco feito de
totora. Pagamos S/. 10,00/pessoa (US$ 3,88/R$ 7,95) e ainda demos gorjeta para duas crianças que
estavam no barco fazendo graça.
Barco de totora – Lago Titicaca - Peru
Nativas dando as
boas-vindas – Lago
Titicaca - Peru
Menina que (foi-nos dito)
vive em uma das ilhas de totora – Lago Titicaca
- Peru
Fazendo graça após ter
passado o chapéu para as gorjetas – Lago Titicaca
- Peru
Panorâmica (do alto de
uma torre) da ilha de totora – Lago Titicaca
- Peru
Cidade turística feita de
totora: tudo limpo e organizado para turista ver
Às 9h30 o barco partiu para Taquile, nosso segundo ponto de parada.
O deslocamento durou 2h30. Foi bom para aproveitar o sol e o
visual do Lago Titicaca, que mais se parece
com o mar, bem azul pelo reflexo do céu.
Durante o trajeto, conhecemos a brasileira Carol, de
Salvador, e batemos um papo sobre o Peru.
O barco chegou à ilha por volta do meio-dia.
Para chegarmos à vila onde almoçamos, no topo da ilha,
tivemos que subir a maior ladeira. Foi extremamente cansativo.
Lago Titicaca visto do
alto da Ilha
Taquile - Peru
Passeando pela Ilha Taquile - Peru
A paisagem: boa desculpa
para uma parada para descanso – Ilha Taquile
- Peru
O almoço custou S/. 20,00/pessoa (US$
7,75/R$ 15,89),
e incluía truta com arroz e sopa de quinoa.
Almoçamos sem lavar as mãos com sabão, pois não havia no
restaurante. Isso não pode ser considerado estranho pelos padrões de higiene
que temos visto por toda a viagem.
É tudo muito simples.
Enquanto aguardávamos o almoço, o guia explicou toda rotina
da ilha e a cultura do povo que vive lá.
Os homens usam, desde crianças, chapéus que identificam os solteiros,
os casados e os líderes. Há 20 líderes, e eles usam um chapéu preto; os
solteiros usam um gorro de lã branco com vermelho; os casados, o gorro todo
vermelho.
Dá até agonia de ver o quanto eles devem ser machistas! As
mulheres trabalham muito e cuidam de muitas crianças. Há muitas nas ilhas.
Mulher com manto se
protegendo do sol. O menino usa o gorro de solteiro
Nativos casado (E) e
líder (D) – Ilha
Taquile - Peru
Tudo que sobre, desce.
Visual do Lago
Titicaca, que parece mar - Peru
Às 14 h iniciamos a volta para Puno. O barco teve problema e
paramos diversas vezes.
Tudo foi resolvido com uma gambiarra para o combustível.
Demos sorte! Se não resolvesse, teria que vir um socorro da
cidade, que ficava a mais de uma hora do local onde estávamos.
O sol se foi e o frio imediatamente chegou com o vento.
Seguimos viagem. Como nos atrasamos, conseguimos ver o
pôr-do-sol nas montanhas de Puno, com o lago abaixo.
Gambiarra para a gasolina
Belo pôr-do-sol no Lago Titicaca - Peru
À direita, plantação de
totora – Lago
Titicaca - Peru
O passeio é legal de se fazer, mas o barco tem cadeiras de
ônibus, somente um WC e poderia ser mais veloz.
Como o barco é antigo, todo fechado e as janelas não abrem, fica
com um pouco de cheiro de monóxido de carbono do escapamento do motor.
Além disso, nas horas mais quentes do dia fica um calor
danado lá dentro. A opção é ficar na parte traseira ou na parte superior do barco,
ambas, totalmente abertas e, por isso, um bom casaco corta-vento é recomendado
pelo vento frio.
É imperioso levar para este passeio água, protetor solar,
óculos escuros, chapéu, tênis, calça para caminhada e papel higiênico, pois não
há nos sanitários. O sol e seu reflexo na água do lago são muito fortes e
queimam mesmo a pele!
Chegamos ao porto às 18 horas, e já nos esperava a van para o transfer para o hotel.
Agora é jantar no hotel mesmo e amanhã seguir para a Bolívia.
Acréscimos
do Marcio
Nosso guia Julio falava
em inglês e em espanhol bem pausadamente, perfeito para estrangeiros na língua
entenderem a mensagem.
Havia hispanos e alemães
a bordo.
Todas as tarefas na Ilha
Taquile são compartilhadas entre os sexos. Os homens, inclusive, fiam a lã.
A Carol, baiana que
conhecemos no barco, estava viajando com um namorado argentino, o Andrei.
Na volta, a bomba de
combustível do barco (motor V-8) deu problema. Até o marinheiro/piloto/mecânico
concluir que o problema estava na bomba, várias desmontagens do carburador
foram realizadas, sempre na suposição de que havia algum entupimento na linha
de alimentação do motor.
Tudo foi resolvido
fazendo a gasolina chegar ao carburador por gravidade, colocando-se o galão no
teto do barco.
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