quinta-feira, 13 de junho de 2013

(091) 2012 - Viagem ao Peru, Equador e Bolívia - BOLÍVIA: DE SAN JUAN ATÉ A LAGUNA COLORADA (VIA SALAR CHIGUANA, LAGUNAS CAÑAPA E HEDIONDA, DESERTO DE SILOLI E ÁRVORE DE PEDRA)


40º DIA – 13.10.2012 – Sábado
(BOLÍVIA: San Juan – Laguna Colorada)

Acordamos cedo e não tinha água quente no chuveiro. O gás é desligado à noite para economizar. Isso sempre acontece em hospedagens menores.

Tivemos que aguardar que fosse ligado e ainda esperamos uns 40 min para que a água começasse a chegar aquecida no quarto.

O dono do Hostal Magia de San Juan, o Humberto, bateu papo conosco durante o café.

Ele já morou na Inglaterra, onde tem uma agência para captar turistas para o Salar de Uyuni e para a Reserva Nacional Eduardo Avaroa, onde ficam a Laguna Colorada e outras atrações.

Por isso, a sala de jantar é em estilo pub e as portas são grossas, lembrando as de castelos.

Hostal Magia de San Juan: local do café da manhã

A Lindinha no café da manhã da Hostal Magia de San Juan - Bolivia

Hostal Magia de San Juan: pátio interno com os quartos e com teto de vidro - Bolívia

Conversamos sobre a impressão que construímos de que a Bolívia vive um comunismo velado, onde há controle de tudo, com militares em pedágios controlando quem vai e quem vem, o detalhe na venda de combustíveis para estrangeiros, etc.

Ele nos disse que tudo começou com o atual governo. Ele (Evo Morales), de origem humilde, camponês -- assim como 60% da população -- amigo de Hugo Chaves e de Fidel Castro, tem idéias desse tipo e o apoio da maioria. A classe média (40%) é quem paga a conta, com a carga tributária em torno de 30%. Achei-o uma pessoa bastante esclarecida.

Ele nos indicou o caminho para sair de San Juan rumo à Laguna Colorada.

Passamos pelo Salar de Chiguana, no rumo do ativo Vulcão Ollague.

No Salar, encontramos dois casais de ciclistas franceses. Um deles era a Marie, muito simpática. Batemos um papo e tiramos fotos com eles.

Ciclistas franceses no Salar de Chiguana - Bolívia

Marcio e os ciclistas franceses. Tinha até bicicleta puxando reboque! Bolívia

Muito corajosos, um dos casais já estava viajando há um ano. A Marie, há apenas 4 meses.

Começamos a seguir um Toyota vermelho. Num momento em que pararam para fotos, nos apresentamos. Eram 8 adultos no carro: três casais franceses, o motorista e a guia.

Toyota que seguimos até a Laguna Colorada - Bolívia

O motorista se chamava Willian e concordou que os seguissemos até a Laguna Colorada.

Cruzamos o Salar de Chiguana a 80 Km/h, e rodamos nesse ritmo por uns 60 Km, desde San Juan.

Circundamos o Vulcão Ollague -- chileno e ativo -- e fizemos uma parada para ver a fumaça que saía de sua boca.

Vimos também rochas esculpidas pelo vento e uma planta boliviana chamada llareta (yareta ou azorella), que é hermafrodita, combustível e que cresce 1,5 cm/ano.

Vulcão Ollague (Chileno): fumaça da atividade vulcânica - Bolívia

Visual do nosso ponto de parada

A planta llareta, que é hermafrodita e combustível: parece um coral

Nosso carrinho na paisagem desértica boliviana, no caminho para a Laguna Colorada

Os franceses que estavam com o Willian só falavam francês. Só um deles “arranhava” o inglês.

Depois da parada para avistar o Vulcão Ollague, a estrada ficou péssima, com muitas pedras batendo na lataria do carro.

Passamos por outro ciclista. Devia ser outro francês, pois os turistas compatriotas que iam no carro do Willian forneceram água a ele. Solidariedade em pleno deserto.

Abastecimento de água em pleno deserto boliviano

Paramos na Laguna Cañapa, a 4.180 m de altitude, cheia de flamingos maravilhosos e com espelhos d'água espetaculares dos vulcões.

Laguna Cañapa, no trajeto de San Juan para a Laguna Colorada - Bolívia

Belo espelho d’água na Laguna Cañapa - Bolívia

A imagem dispensa palavras – Laguna Cañapa - Bolívia

Seguimos para a para atração seguinte, que foi a Laguna Hedionda. Aí foi um show de flamingos, que estavam a apenas 2 m de nós.

Flamingo Andino: tem a ponta da asa na cor preta

Flamingo Chileno: a cor rosa predomina

Detalhe da cabeça e do bico

Depois das duas lagunas, e a 4.734 m, chegamos ao Deserto de Siloli, com a pior estrada do trajeto, mas com um visual deslumbante de montanhas coloridas e com um vento absurdo.

Montanhas coloridas no Deserto de Siloli - Bolívia

Deserto de Siloli: trecho plano, mas a 4.734 m de altitude - Bolívia

Pedras no Deserto de Siloli - Bolívia

Marcio e Willian brincando no Deserto de Siloli, a mais de 4.700 m de altitude - Bolívia

Nas rochas do Deserto de Siloli avistamos várias vizcachas, uma espécie de coelho andino.

Vizcacha: parece um coelho, mas tem rabo e bigodes compridos

Olha o bigodão da vizcacha!

Quando faltavam uns 20 Km para a Laguna Colorada, paramos na Árvore de Pedra, uma rocha no formato de árvore, esculpida pelo vento.

A famosa Árvore de Pedra (parte da frente) - Bolívia

Árvore de Pedra (parte de trás) - Bolívia

No lugar, há diversas outras rochas com formatos parecidos com alguma coisa: cogumelo, macaco, ave, etc.

Esta se parece com uma ave - Bolívia

Pedra Furada

Cogumelo

Quando chegamos à Laguna Colorada, já eram 17 h. Tínhamos rodado 200 Km desde o povoado de San Juan. Gastamos 7 horas.

A laguna é uma das Sete Maravilhas do Mundo em sua categoria. E merece! Ela é imensa, rosa (ou cenoura) e envolta por sal.

A cor da água é devido ao caroteno presente num agente que alimenta os flamingos.

Laguna Colorada - Bolívia



 
Nós e a Laguna Colorada ao fundo - Bolívia

São centenas de flamingos nas águas avermelhadas da Laguna Colorada - Bolívia

No local há dois mirantes. Chegamos por um deles, o Mirador Aguas Calientes, onde há um museu com explicações sobre os flamingos. E é só. Digo isso, pois no Atacama (Chile) há um vídeo explicativo.

Tipos de flamingos vistos na Laguna Colorada: andino, chieno e James

Marcio, Willian e seus carros

Vicunhas vistas às margens da Laguna Colorada - Bolívia

Passamos pela guarita de ingresso na Reserva Andina Eduardo Avaroa, onde são cobrados Bs. 150,00 por pessoa (US$ 21,87/R$ 43,95).

Parece barato, mas não há qualquer investimento, principalmente nas estradas, que são péssimas e acabam com qualquer carro.

O guarda controla tudo: quem entra, quem sai e a identificação do veículo.

Fomos orientados a guardar os tickets, pois serão solicitados outra vez na saída. O parque só acaba na fronteira com o Chile.

Após a guarita, fomos ao outro mirante onde também é possível chegar mais perto dos flamingos. Com a cor rosa da água as aves ficaram ainda mais bonitas.

Estávamos estrupiados com a poeira que está entrando no carro, moles com os balanços da estrada, mas felizes por termos visto em um só dia tanta diversidade de imagens maravilhosas.

Não sei como o Marcio aguentou dirigir o dia inteiro com tanto saculejo, andando em pedreiras.

A pior parte ficou com a acomodação na Laguna Colorada. A única opção são quartos administrados pela comunidade. Há poucas suítes, e elas já estavam ocupadas.

Andamos por todo o povoado e isso não agradou nada.

O lugar do banho era com piso em cimento, sem azulejo. Mesmo assim, só havia duas duchas para um batalhão de gente. Vasos sanitários, só tinham dois também.

Por sorte, o Willian conversou com alguém de uma das casas e conseguimos uma suíte, mas sem água quente na ducha. Ficou por Bs. 277,60 (US$ 40,00/R$ 82,00). Um roubo, pelas condições péssimas de higiene e sem café da manhã.

Até a opção de dormir no carro estava descartada, pois congelaríamos, já que à noite aqui a temperatura chega aos - 30° C.

Acho que aqui bateremos o recorde de frio que passamos em Sajama, que foi de - 5,7° C.

Bateremos também nosso recorde de dormir em altitude, já que aqui estamos a 4.600 m. Espero que durmamos sem sofrimentos!

Todos os motoristas lavam seus carros, que ficam imundos de poeira das estradas e do sal dos dois Salares (de Uyuni e de Chiguana). Usam mangueiras existentes ao lado das construções dos quartos.

O Marcio também aproveitou e tirou o barro, a poeira e o sal de ontem e de hoje. Estava a maior crosta, mas saiu tudo.

Estava tão frio que o Marcio, mesmo com luvas, quase congelou as mãos.

Na nossa suíte, encaramos banho gelado mesmo. Depois do dia que tivemos, não dá para dormir sem banho.

A água estava muito gelada. A minha cabeça doeu muito no banho e os meus dedos dos pés demoraram muito tempo dormentes. Fiquei até preocupada.

Eu estressei tanto com isso que perdi o tesão para qualquer coisa.

Outra novela foi para conseguirmos o jantar. O Willian interveio outra vez. Foi pedida autorização ao chefe de uma das excursões, quase um cacique, e conseguimos que autorizasse sua cozinheira a fazer uma comida para a gente, já que ela garantiu-lhe que não faltariam ingredientes para as refeições do seu grupo nos quatro dias seguintes.

Amanhã improvisaremos o café da manhã.

 

Acréscimos do Marcio

O jantar de ontem foi ótimo: milanesa de frango com salada e batata. Tudo acompanhado de vinho tinto boliviano.
Saímos às 7h45. Logo no início da jornada encontramos quatro pessoas (2 casais) viajando de bicicleta. Paramos para conversar. Eram franceses. Conversamos um pouco.
Mais adiante vimos um veículo com turistas parado para fotos. Paramos ao lado e perguntamos alguma coisa sobre o caminho a seguir e pedimos para acompanhá-los até a Laguna Colorada, nosso destino de hoje. Concordaram.
O trajeto foi duríssimo, talvez o mais pesado que fizemos até hoje. Era areia, pedra, ambos, costelinhas, poeira, etc..., e tudo isso a mais de 4.000 m de altitude.
Passamos por paisagens lindíssimas. Visitamos lagunas, deserto e vimos a famosa Arbol de Piedra.
O pagamento de Bs. 300,00 da taxa de ingresso no Parque Nacional Eduardo Avaroa praticamente acabou com meu dinheiro boliviano. Espero que não precisemos de mais até chegarmos ao Chile amanhã.
O nome do povoado onde dormimos na Laguna Colorada é Huayllajara. Todos os motoristas das vans lavam os carros quando chegam lá.
A mangueira com água somente é disponibilizada para quem está hospedado. Aproveitei para lavar os vidros. Minha mão quase que congela com o vento na luva molhada.
Quando chegamos ao povoado, não encontramos quarto individual disponível. Só havia com oito camas e banheiro coletivo.
Nosso novo amigo, o Willian, conversou com uma mulher e conseguiu um quarto com cama de casal e com banheiro privativo. Um luxo!! Até nosso jantar teve que ser autorizado pelo motorista de um grupo. Eles levam a cozinheira e a comida para ser feita, na quantidade quase que exata para o grupo de turistas. Como estávamos sós, passamos por esses dissabores.

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