quarta-feira, 5 de junho de 2013

(079) 2012 - Viagem ao Peru, Equador e Bolívia - PERU: A CAMINHO DO EQUADOR, VIA TRUJILLO (RUÍNAS DE CHAN CHAN) E RESERVA CHAPARRÍ (URSO DE ÓCULOS)


18º DIA – 21.09.2012 – 6ª feira

(PERU: Huarney - Trujillo)
Acordamos às 6 h, tomamos café no hotel e às 8h20 deixamos Huarmey.

A Rodovia Pan-americana está sendo duplicada neste trecho até Trujillo.

Como é bom não estarmos mais na altitude!

O céu estava azul, mas meio embaçado. Vimos no mar algumas ilhas e muitos barcos pesqueiros.

Como têm montanhas de areia na estrada, e muitos caminhões!

Demos uma parada na Playa Tortuga (tartaruga, em espanhol), no município de Casma.

O lugar é bem bonito, com areia escura, muitos barcos pesqueiros e muitas aves. Parece um pouco, bem pouco, com Cinque Terre, na Itália, com as casas encravadas na montanha. Era uma pena que a areia estivesse cheia de lixo e as ruas de cachorros vadios!

Vimos alguns pelicanos e gaivotas.

Playa Tortuga, no município de Casma - Peru

 

Pelicanos na Playa Tortuga - Peru

Playa Tortuga - Peru

Passamos por um super-susto na estrada. O bagageiro de um carro que ia à nossa frente soltou-se com o deslocamento de ar de um caminhão que passou em sentido contrário e voou em nossa direção. Por sorte não estávamos tão colados e aquela coisa não veio no pára-brisa.

Atropelamos tudo e paramos, sob choque, para avaliar o estrago. Um dos faróis de neblina foi quebrado e terá que ser trocado, pois é uma exigência no Código de Trânsito da Bolívia.

Farol de neblina quebrado: o bagageiro soltou-se com toda a carga

O boboca do motorista do carro apenas ria, como se não tivesse sido com ele. Um irresponsável sem tamanho, por transportar carga sem segurança para os outros. Eu tremia inteira.

Substituímos o farol de neblina na cidade de peruana de Chimbote. Os faróis novos custaram S/. 78,00 (US$ 30,23/R$ 61,98) e a mão-de-obra para a troca mais S/. 20,00 (US$ 7,75/R$ 15,89).

A cidade de Chimbote parece ser violenta, pois todas as lojas têm grades.

As buzinas dos taxistas chamando os passageiros era um saco! O transporte público é deficiente e os taxistas fazem a festa, carregando mais de um passageiro por corrida.

Deixamos Chimbote às 12h20 e pegamos um trânsito pesado até a estrada. Para complicar mais, havia uma manifestação de professores nas ruas.

Acho que aqui tem tempestade de areia de vez em quando, pois as cidades são encravadas nas dunas. Só de aguardar na oficina, respirando o ar com o vento e poeira, os sintomas de rinite e tosse começaram. Imagino que um asmático não pode visitar o Peru, nunca.

Seguindo dica do GPS, almoçamos em Virú, uma cidade pesqueira e produtora de legumes e frutas, um pouco antes de Trujillo. Comemos no Restaurante El Cañan.

Comemos bem, depois de um século só com macarrão e sopa. Fomos de filé de congro com creme de aspargos.

O Restaurante El Cañan pertence a um árabe, e no banheiro não tinha sabão para lavar as mãos. Movi meio mundo para conseguir o tal do sabão e conseguir lavar minha mão.

Chegamos a Trujillo antes das 16 horas. Escolhemos o Hotel El Escudero, com nota 8,2 no Booking.com. A diária, com choro, caiu de S/. 170,00 (US$ 65,89/R$ 135,08) para S/. 150,00 (US$ 58,14/R$ 119,19).

Após descarregarmos as malas, fomos visitar as Ruínas de Chan Chan, o maior complexo de cidades de barro do planeta. Pagamos entrada de estudante, S/. 5,00 por pessoa (US$ 1,94/R$ 3,97).

Ruínas de Chan Chan, em Trujillo - Peru

Tudo é construído com barro – Ruínas de Chan Chan – Trujillo - Peru

Muralhas de barro em Chan Chan – Trujillo - Peru

Maquete mostra como era um dos ambientes de Chan Chan – Trujillo - Peru

Depois, fomos ver o pôr do sol no Oceano Pacífico, na Playa de Huanchaco. Sensacional, com os surfistas e as aves! Pena que havia lixo na areia!

Pôr do sol no Oceano Pacífico, na Playa de Huanchaco - Peru

Playa de Huanchaco: ao fundo uma daquelas montanhas dos Andes - Peru

Reparem o momento desta foto! Playa de Huanchaco – Peru

Está acontecendo um campeonato de surf em Huanchaco. Começou ontem e vai até amanhã.

Surfista treinando para o campeonato – Playa de Huanchaco - Peru

Voltamos para o hotel, que fica a 11 Km de Huanchco, para nos prepararmos para o jantar.

A internet do hotel é bem rápida, e deu para atualizar todo o Blog.

Esta cidade é jeitosa e se parece pouco com o Peru que temos conhecido. Porém, as buzinas e a imprudência no trânsito são iguais. Trata-se de uma selva, onde as pessoas estão em cavalos e a regra é “salve-se quem puder”.

Fomos de táxi jantar no Restaurante El Mochica. Comemos corvina, um peixe de mar pescado aqui mesmo. Estava bom e é a especialidade do lugar. Bebemos um vinho feito da combinação das uvas malbec-merlot, de 2009, peruano, de 4 meses em barril de carvalho.

Nosso vinho no jantar em Trujillo, no Restaurante El Mochica - Peru

Corvina à belle meunière, especialidade do local – Trujillo - Peru

Acréscimos do Marcio

O episódio do “bagageiro voador” foi foda mesmo! Ele estava carregado com enfeites de uma festa folclórica daqui, e foi tudo praticamente destruído.
Mesmo nosso carro sendo alto, o impacto ainda quebrou um dos faróis de neblina, que estavam instalados na parte inferior da grade dianteira.
Almoçamos no meio da estrada, no El Cañan (Pan-americana Norte, Km 519,9 – Virú – virugourmet_2006@hotmail.com). Apesar da falta de sabão para as mãos, o local era amplo e tinha até Wi-Fi.
No retorno da Playa de Huanchaco para o hotel, sofremos com o trânsito caótico do Peru: motoristas e pedestres totalmente mal-educados (em relação, inclusive, ao Brasil). As buzinas são uma constante. Parece não existirem regras. Foi estressante dirigir de volta ao hotel naquele horário de rush!
Observação interessante: tanto aqui no Peru quanto no Chile e na Argentina (locais onde já estivemos), os postos de combustíveis não têm à disposição do cliente mangueira com água para lavagem de vidros e/ou de outras coisas mais. Tudo é feito com aquela esponjinha molhada com sabão e com o pequeno rodo do verso. Como nossos vidros, janelas e retrovisores estão sempre muito sujos, enchemos com água as nossas garrafas plásticas usadas e os lavamos enquanto o abastecimento de combustível é feito.

19º DIA – 22.09.2012 – Sábado

(Peru: Trujillo - Piúra)

Acordamos às 5h30 com pessoas falando e fazendo barulho.

Tomamos o café da manhã na companhia de um gaúcho, o Gabriel, que é da área de couros e tanantes e está na cidade a trabalho.

Falei-lhe que este curso havia na minha cidade, Campina Grande (PB), e ele disse que o curso de lá foi o segundo a ser criado depois do do Rio Grande do Sul.

Ele contou que morou 12 anos no Chile na época do General Pinochet, e que aquele período foi muito difícil. Hoje o Chile está outra coisa.

Falamos sobre a pobreza em que o Peru vive, assim como o Brasil, sobre a poeira e, claro, sobre o trânsito caótico generalizado no país.

Ele contou que o governo tem estimulado a atividade de mineração, e que de um tempo para cá tem entrado mais dinheiro no país. A coisa está “menos pior” agora. Citou o exemplo da cidade peruana de Arequipa, que deu um salto na economia de uns quinze anos para cá.

Os funcionários do hotel são muito atenciosos o tempo todo. O Luiz e a Nelly conversaram bastante conosco. Ambos acharam legal estarmos de carro pelo Peru, desde Brasília.

O café da manhã foi servido no segundo andar, pois a área normalmente utilizada para essa finalidade estava sendo ocupada por um evento. Era uma seleção para empregos em um shopping que será criado na cidade. Trinta jovens conseguiriam vagas, e isso era bom, já que o nível de desemprego está alto.

A economia por aqui gira em torno do turismo, da agricultura de frutas, da cana-de-açúcar e de verduras, da pesca e da produção de cevada para fabricação da cerveja de Trujillo. O solo peruano é rico em potássio e calcário, o que, segundo eles, faz a cevada daqui ser diferente e de boa qualidade.

Em todos os hotéis o café da manhã é bom. Há suco de mamão igual ao nosso, pães gostosos e café normal.

O café de Huarmey e o daqui têm sido servidos de forma diferente. Chamado de café peruano, é servido bem concentrado e frio num pequeno bule, para ser diluído numa xícara com água quente. No fim, fica com o sabor do nosso café coado.

O Marcio utilizou o Skype para ligar para o Brasil, aproveitando o bom sinal do Wi-Fi do hotel. Comodidade total por R$ 0,13/min (US$ 0,06).

Este foi o melhor quarto da viagem até agora. A suíte tinha garagem privativa, e nos sentimos em casa com o carro do lado. Aproveitamos a comodidade e reposicionamos as malas no porta-malas, para otimizar o espaço.

Às 8 horas deixamos Trujillo. Saímos pelo caminho das Ruínas de Chan Chan e logo estávamos na Rodovia Pan-americana.

Várias vezes quase batemos o carro nas ruas. Nem vou mais falar disso de tão irritante que é. Já bastou ontem que, de dentro do táxi para o restaurante, vimos de outro ângulo o que é o trânsito peruano.

Demos muita sorte com o tempo que fez ontem e que garantiu boas fotos do pôr do sol. Hoje já estava bem nublado.

Paramos no povoado de Guadalupe para comprar bananas e água. Eles enfiam a faca quando vêem o carro. Pela água de 1,5 litro, que custa S/. 2,50 (US$ 0,97/R$ 1,99), queriam me cobrar S/. 4,00 (US$ 1,55/R$ 3,18). Tem que ter cuidado para não ser “assaltado”.

Avistamos muitos moinhos de arroz. A produção aqui é grande. Há muitas áreas irrigadas.

Lanchamos empanadas de carne deliciosas, compradas ontem numa padaria em Huanchaco. Ela ficava de frente para a praia e tudo lá era gostoso. Um bom lugar para aproveitar o pôr do sol no Oceano Pacífico, lanchando.

Na cidade de Chiclayo dobramos à esquerda para a Reserva Privada Chaparrí. A sinalização é boa e o GPS também ajudou. Soubemos deste lugar graças a um programa do Globo Repórter.

Antes da Reserva, paramos num povoado para comprar os tickets. Demos muita sorte por conseguir fazer a visita, pois não tínhamos feito reserva para o guia, e esse acompanhamento é obrigatório.

Pagamos S/. 10,00 por pessoa (US$ 3,88/R$ 7,95) pela entrada e mais S/. 50,00 (US$ 19,38/R$ 39,73) pelo guia. O valor cobrado pelo guia é para grupo de 1 a 10 pessoas.

Do povoado, seguimos com uma funcionária por mais 14 Km até a entrada da Reserva. De lá, ela voltou para o povoado em outro carro, e nós começamos a visita com o guia Pedro. Ele tinha acabado de finalizar a visita de outro grupo.

Reserva Chaparrí: nós com o guia Pedro - Peru

O lugar é quente e seco. Só chove de dezembro a março. Em anos de la niña é certo que haverá seca pelos anos seguintes.

Caminhamos por 2 horas e meia, debaixo de um sol e com um calor de mais de 30° C.

Passamos pelos bosques secos, um pouco parecidos com o nosso cerrado. Eles são assim chamados, pois na época das chuvas as folhas das árvores secas reaparecem.

Vimos várias aves, uma delas vermelha.

Pássaro vermelho (Barão do Melgaço ou Pyrocephalus Rubinus) – Reserva Chaparrí - Peru

Na Reserva, há dois projetos em andamento: o do urso de óculos (oso de anteojos) e o do pavão preto de asas brancas.

Vimos o urso de óculos preso numa área grande e sendo adaptado para sobreviver quando for solto na natureza.

Outros animais também são observados/estudados na Reserva, graças a câmeras fotográficas doadas por entidades alemães de Frankfurt, como parte de um projeto. Elas são ativadas por calor e pelo movimento.

Vimos algumas fotos muito boas obtidas com esse equipamento.

Têm havido registros de puma, de tigre andino, de tamanduá e de gato andino.

Pava Aliblanca na Reserva Chaparrí - Peru

O urso de óculos (ou urso andino) na Reserva Chaparrí - Peru

Parece mesmo que está de óculos!

Puma fotografada pelas câmeras sensíveis ao calor e ao movimento

Outro exemplar dos habitantes da Reserva Chaparrí - Peru

O guia Pedro mostrando a câmera alemã sensível ao calor e ao movimento

A visita à Reserva vale a pena! O circuito é pequeno e leve.

O guia fez o percurso bem lentamente e falou devagar. Ele tem 72 anos e está envolvido com o projeto da Reserva desde que foi criado, há 12 anos.

O local pertence à comunidade, e 400 pessoas são membros da Reserva.

A proteção é total, e percentuais pré-estabelecidos de toda a arrecadação são gastos com saúde, educação e segurança.

O urso de óculos é encontrado desde a Venezuela até a Bolívia, e é herbívoro. Mesmo assim, cruzar com um bicho desse pela frente não deve ser nada tranqüilo. Ele tem mais de 1 metro quando está de pé. Na reserva estão catalogados 25 deles.

Às 16 horas deixamos a Reserva e o visual do Cerro Chaparrí, com algumas árvores secas floridas.

Vegetação encontrada na Reserva Chaparrí - Peru

Ao sairmos da Reserva, fomos conhecer o Reservorio de Tinajones, que é alimentado com água das chuvas. Funciona como ninhal para algumas aves e abastece a população local.

Reservorio de Tinajones - Peru

Voltamos para Chiclayo e pegamos a Rodovia Pan-americana em direção ao Equador.

Fomos premiados com mais um pôr do sol dos deuses.

Pôr do sol na Rodovia Pan-americana - Peru

Pelo avançado da hora, o pernoite de hoje ainda será ainda no Peru, na cidade de Piura.

Estamos bem cansados, apesar de não termos rodado muito -- cerca de 500 Km.

No trecho de hoje pagamos 3 pedágios, no valor de S/. 9,60 cada (US$ 3,72/R$ 7,63). Muito caro para uma pista que não é nem duplicada!

Em Piura, optamos pelo Hotel Río Verde, depois de visitarmos antes outros seis bem vagabundos. Essa qualidade toda custou-nos S/. 219,55 (US$ 85,10/R$ 174,45) o pernoite.

Jantamos calzone na Pizzaria Valentiere, localizada bem perto do hotel.

O dono da pizzaria nos serviu um limoncello, um licor de limão comum na Itália.

Acréscimos do Marcio

A Reserva Chaparrí fica nas coordenadas S 06° 32.411’ e W 079° 28.428’, na altitude 459 m.
Lá, eles cuidam dos animais até que estejam prontos para serem soltos na natureza. Com relação ao urso de óculos que vimos (com 3 anos de idade), Pedro disse que o colocaram com um outro, mais velho, para que ele aprendesse a cuidar do território e a se impor.
Resolvemos seguir até a cidade de Piúra para o pernoite. A Rodovia Pan-americana é uma reta só, mas sempre que se chega a alguma cidade/povoado a estrada passa por dentro dela, o que torna esta parte lenta e estressante.
Em Piura, encontramos o mesmo caos das demais cidades, com trânsito caótico, muitas motokars e buzinas até encher o saco.
Gastamos mais de uma hora procurando hotel para o pernoite. Os melhores eram caríssimos; os outros, ruins demais. Não havia meio termo. Tivemos que gastar mais um pouco para ficarmos bem acomodados.

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